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A VERDADE FOI REVELADA

Xaden agarrou o ombro de Zuri quando ela disse aquilo e virou o corpo dela bruscamente para que pudesse olhá-la nos olhos, mas ela enfrentou seu olhar diretamente. A escuridão em seus olhos parecia como se pudesse escurecê-lo também.

"Não cruze a linha," Xaden disse. Sua voz estava baixa e carregada de raiva.

Mais uma vez, Zuri afastou a mão dele de seu ombro. "Que linha eu cruzei?" Ela cruzou os braços na frente do peito, mas não esqueceu de pisar mais forte nos dedos de Faye. "Você pediu para não bani-la desta matilha. Eu não a bani, nem pedi para você matá-la. Ela pode viver com uma mão." Zuri inclinou a cabeça e sorriu debochadamente. "Ou você pode viver com uma mão."

Até onde Zuri sabia, Xaden também estava bem ciente de que a última opção não era escolha alguma. Ele era o alfa da matilha, perder uma mão demonstraria fraqueza, especialmente por uma mulher que era apenas uma ômega, e para piorar, ele a havia rejeitado.

"Sua escolha, Xaden."

Zuri voltou, sentou-se atrás da escrivaninha de Xaden, observando como tudo se desdobraria. Ela entrelaçou os dedos para apoiar o queixo depois de colocar os cotovelos sobre a mesa.

No momento em que seus dedos foram liberados, Faye imediatamente começou a implorar a Xaden, seu rosto marcado por lágrimas encostado na perna dele. Ela estava abraçando sua perna, implorando por misericórdia, apesar de saber que era Zuri quem lhe dera o castigo.

O quarto estava cheio com seus gritos e súplicas, mas o alfa ainda não havia tomado sua decisão. Ele encarou a mulher, que se desfazia ao redor de sua perna e depois na mulher, que estava sentada atrás de sua escrivaninha. Seu rosto se contorceu.

O tempo estava passando, mas Zuri não tinha pressa. Ela podia esperar o dia todo, mas no final, o resultado era claro. Xaden apenas estava perdendo o tempo dela se pensasse que poderia parar isso.

E dez minutos depois, após mais súplicas e choro, Xaden afastou Faye de sua perna. Ele a levantou. O rosto dela estava tão vermelho, enquanto catarro e lágrimas escorriam pelo seu queixo, mas havia esperança em seus olhos, ela pensava que o alfa a salvaria.

Quão enganada ela estava ao pensar que Xaden a colocaria em primeiro lugar.

Aconteceu tão rápido quando as garras de Xaden se alongaram e ele as cortou através de seu pulso esquerdo, arrancando-o. Foi um corte limpo.

O sangue jorrou da mão cortada e os gritos agudos de Faye ecoaram no escritório. O sangue espirrou no rosto e na camisa do alfa, mas ele parecia impassível. Se houvesse algo, a fera dentro dele estava prestes a enlouquecer ao ver o estado atual de sua companheira.

Apesar da rejeição, alguns sentimentos ainda permaneciam.

A mão de Faye caiu no chão e Xaden a pegou. Ele apertou o maxilar e caminhou em direção à escrivaninha, onde Zuri estava sentada. Ele bateu a mão na mesa, fazendo o sangue manchar o rosto frio, as mãos e o vestido de Zuri. Ela franziu a testa.

"Satisfeita?" Xaden perguntou. Ele parecia que iria cortar as mãos dela desta vez.

O sangue fez Zuri franzir a testa, mas ela não parecia incomodada. Apenas a irritou porque ele a sujou com o sangue daquela ômega.

"Para onde você está indo? Eu ainda não terminei," Zuri disse. Ela se levantou, andou ao redor da mesa e afastou as mãos de Xaden quando ele tentou ajudar Faye a se levantar. Ele estava prestes a chamar Sera para olhar sua mão.

Como transmorfa, Faye não morreria. Xaden tinha visto transmorfos perderem seus membros e depois sobreviverem. Mas, ainda assim, ele precisava que o curandeiro verificasse ela.

"O que mais você quer, Zuri?" Sua voz estava bem cortante. Era tão diferente do homem que falou com ela naquela noite quando compartilharam a cama novamente pela primeira vez. Ver essa ômega em dor ainda o perturbava.

A resposta para essa pergunta foi uma batida na porta.

"Entre." Zuri deu a permissão, mas seus olhos estavam fixos em Xaden, enquanto Faye ainda chorava. Ela não precisava virar o corpo para saber quem entrou no quarto para se juntar à 'diversão'. Seus soluços altos e seus cheiros foram suficientes para Zuri saber que eles haviam chegado na hora.

"Saia daqui e chame o curandeiro!" Xaden berrou. Ele ordenou a Sarah e Esther, que tremiam de medo ao ver tanto sangue no chão que vinha da mão cortada de Faye. Elas pareciam que iriam desmaiar.

"Se você sair do quarto, eu darei uma ordem para cortar suas pernas."

"Zuri!"

Esther e Sarah agora choravam, estavam tremendo como folhas.

"Diga-me a verdade por trás do meu aborto espontâneo." Ela deu um passo para o lado, para que elas pudessem ter uma visão mais clara do que aconteceu com sua querida amiga. "O que vocês conspiraram com ela?"

Assim como Zuri esperava, ambas negaram a acusação com a cabeça, mas sua mãe lhe mostrou como coisas desse tipo deveriam ser tratadas. Karina tinha muita experiência com as amantes de seu pai.

"O aborto é ilegal neste reino," Zuri começou, seus olhos negros fixos em Sarah e Esther, que não ousavam sequer olhar para sua sombra. "Portanto, os medicamentos para induzir o aborto são inspecionados de perto. Eu posso esbanjar dinheiro para descobrir quem comprou esses medicamentos."

Já que era ilegal, não seriam muitas pessoas que os comprariam, mas ainda seria registrado.

"Não queremos perder tempo; vou descobrir de um jeito ou de outro quem me prejudicou e ao meu bebê. Vamos ser diretos. Será menos perturbador para mim."

Esse era o auge de ter grande riqueza. Dinheiro resolve metade dos seus problemas.

Com essa declaração, Sarah e Esther bateram suas cabeças contra o chão, confessando imediatamente todos os seus erros e isso fez o alfa ver vermelho. Um rosnado gutural ressoou em seu peito.

Eles mataram seu primogênito!

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