Capítulo: O Início da Tempestade
A guerra finalmente começou. Erick e Heitor estavam posicionados na fronteira, observando o campo à frente com a tensão palpável. O exército de Ethill estava a cerca de 4 quilômetros de distância, um mar de soldados e equipamentos alinhados, prontos para o confronto. O terreno à frente, uma vasta área desmatada com 5 quilômetros de largura, havia sido cuidadosamente limpo para impedir o uso de magias que dependessem da natureza, como feitiçarias de controle de plantas ou invocações de criaturas florestais. Nenhuma cobertura natural poderia ser usada contra os soldados e magos, tornando a batalha mais brutal, mais pura em sua forma de combate.
As bandeiras de Ethill, hasteadas com uma grandiosidade ameaçadora, flutuavam ao vento. Eram verdes e marrons, representando os campos de sua terra e a força militar implacável que estava para se lançar. No centro da bandeira, destacavam-se uma espada e escudo, símbolos de sua força bélica, acompanhados por um cajado que representava seu domínio sobre a magia. Era um lembrete de que não seria apenas uma guerra física, mas também mágica, com magos experientes preparados para apoiar seus exércitos.
Do lado de Araden, a bandeira brilhava com um contraste prateado, refletindo a luz do sol de forma imponente. O design mostrava cristais e minérios, que representavam a força econômica de Araden — os recursos minerais que forneciam o poder tanto para os seus exércitos quanto para seus magos. O exército de Araden, composto por 25 mil soldados, estava alinhado com precisão militar, prontos para defender sua terra e seu reino. Erick, como comandante, estava à frente de seu exército, com Heitor ao seu lado, sentindo a pressão do momento.
O vento suave movia as bandeiras e agitava as armaduras dos soldados, que estavam perfeitamente alinhados. Heitor estava em silêncio, observando o exército inimigo à distância. Seus olhos azuis estavam fixos, e sua aura, agora de um azul claro, se intensificava à medida que a batalha se aproximava. Ele sentia a pressão, mas também a energia da magia que fluía dentro dele, algo que ele sabia que poderia usar com precisão.
Erick olhou para Heitor com uma expressão séria, mas também cheia de orgulho. Ele sabia que seu filho estava mais do que preparado para o que estava por vir, mas isso não significava que a guerra não fosse arrastá-lo para suas profundezas. Ele colocou a mão no ombro de Heitor, um gesto de apoio silencioso.
— "Este é o momento, Heitor. A guerra é agora. Lembre-se do que treinamos. Não há espaço para hesitação."
Heitor olhou para o pai, a determinação visível em seus olhos. Ele sabia que a batalha seria uma luta difícil, não apenas contra os soldados, mas contra as próprias forças da natureza e da magia. Mas ele estava pronto para enfrentar qualquer desafio.
À medida que os primeiros sinais da batalha começaram a surgir — magos de Araden começando a preparar feitiçarias e arqueiros posicionando suas flechas — a tensão no ar se intensificou. A terra parecia pulsar com o peso de dois exércitos prestes a colidir.
— "Nós lutamos por Araden, por nossa terra, e pela nossa família", disse Erick, a voz alta, mas firme. "Hoje, mostramos a Ethill a força do nosso reino."
Heitor assentiu silenciosamente. Ele sabia o que estava em jogo. Não apenas a sobrevivência de seu reino, mas também a proteção de sua família e de tudo o que ele havia aprendido ao longo dos anos.
Os tambores de guerra começaram a soar de ambos os lados, e a linha de frente de ambos os exércitos avançou. O vento aumentou, e a sensação de iminente cataclismo encheu o ar enquanto as tropas de Araden e Ethill se preparavam para o embate final. O campo estava prestes a ser devastado por magia, ferro e sangue.
A batalha em campo aberto começaria, e a luta pela supremacia começaria ali, nas planícies entre Araden e Ethill. Heitor, ao lado de seu pai, sentia a pressão, mas também a certeza de que estava pronto para o que viria. A guerra não seria fácil, mas ele tinha uma força dentro de si que não poderia ser ignorada.