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CAPÍTULO II

Mirelli

- Mirelli! Corre aqui menina! Sr. Ulisses logo estará aqui. Julius me ligou informando que ele está enfurecido e quer jantar mais cedo! - Mercedes me gritou enquanto terminava de ajeitar as almofadas da sala. 

- Já estou indo Mercedes! - digo terminando de arrumar e indo em direção a cozinha. 

- Esse tal Ulisses é quem Cidi? Parando pra pensar, nunca vi ele por aqui. - digo a senhora que está concentrada em cortar as batatas para o jantar. 

- Me ajude a descascar essas batatas e cortar os legumes. - Mercedes diz - Ulisses é o filho mais velho do falecido Sr. Miguel. Quando você chegou aqui ele já havia ido para um Colégio Militar nos Estados Unidos. Seu avô achou que era melhor pra ele saber táticas de defesas por causa da Família. 

- Entendi. Então ele passou todo esse tempo pra lá? Interessante. - digo. - Esqueci de dizer Cidi, hoje á noite tenho um trabalho pra apresentar na faculdade, já avisei o senhor Benjamin. 

- Tudo bem, então mãos a obra. Antes de você ir, quero que faça sua torta especial. - Mercedes diz dando um sorriso. 

- Certo! 

Depois de ajudar Cidi na cozinha fui ao quarto dos fundos me arrumar para a faculdade. Acabo de escovar meus cabelos e vejo uma movimentação lá fora, olho pela janela e vejo Julius chegando, logo ele para em frente a casa e corre abrir a porta, um homem alto sai, não consigo vê-lo direito pois Julius está na minha frente. 

- Esse deve ser o senhor Ulisses Bianucci. - falo sozinha comigo mesma. 

Termino de me arrumar e vou para a faculdade. Chego cedo para já me preparar para a apresentação, comprimento meus colegas e a professora e vou em direção a minha mesa.

Passo por Verônica, uma amiga que fiz quando entrei na faculdade e a cutuco pois está concentrada em sua anotações. Por incrível que pareça, ela é filha de pessoas importantes e pelo que dizem as más línguas, envolvidos com a máfia e mesmo assim seus pais não a forçam como outras famílias do meio, que naturalmente usam suas filhas como moeda de troca em suas negociações. 

- Oi estranha! - digo 

- Mii, que saudades - Verônica olha sorridente pra mim, e reviro os olhos.

- Quem vê pensa que não me vê faz uma década. - solto uma risada 

- Pra mim foi, se você não trabalhasse para os Bianucci eu já teria te roubado para mim. - me olha e me dá uma piscadela.

- Veremos se esse seu sonho não irá se realizar. - dou uma risada 

- Como assim? 

- Bom, parece que o neto do meu patrão retornou. E pelo que falam ele tem um gênio difícil. 

- Melhor pra mim então. Ficarei aguardando sua demissão. 

- Que horror, isso que é minha amiga. - olhamos uma pra outra e caímos na gargalhada. 

Em seguida a professora levanta e começa a selecionar quem serão os primeiros a apresentar. Como era trabalho em conjunto, obviamente já estava com a minha parceira. 

Logo após o término da aula me despeço da minha amiga e sigo meu caminho. Não demora muito e escuto Estêvão Cavaglieri me chamar. 

- Hei gatinha! Que tal um passeio com o cara mais gato e perigoso da cidade? 

- Olá Estêvão. Não, obrigada. Tenho que voltar cedo, pois tenho muito trabalho amanhã. - respondo dispensando-o.

- Sabe que um dia todo essa marra sua vai acabar. E você será minha. 

- Sonhar mais um sonho impossível... - cantarolo saindo de perto do idiota enrustido sabendo que ele não entendeu nada do que falei por ser uma música brasileira.

Já são quase meia-noite quando chego, a casa está toda apagada. Entro no meu quarto e me troco, coloco meu baby-doll e vou em direção a cozinha pegar um copo de água. Abro a geladeira e encho um copo com água, enquanto bebo escuto um barulho atrás de mim e logo uma respiração muito próxima. Pego a primeira coisa ao meu lado me virando abruptamente e acerto na pessoa. 

- Mas que merda... - escuto um grunhido masculino. 

- Oh meu Deus. Você quase me matou de susto, infernos! - digo alterada. 

- Você é louca mulher? Como me acerta com uma frigidaire¹? 

- Você me assustou, caramba. Pensei que fosse um ladrão já que chegou na surdina! E quem é o senhor? - digo analisando no escuro o homem em minha frente. 

Ele caminha até o interruptor e antes de acender a luz diz:

- Ulisses Bianucci, e posso saber quem é a minha quase assassina?

Quando ele acende a luz quase tenho um ataque cardíaco. Cabelos pretos, olhos incrivelmente azuis e barba rala, bíceps definidos e os gominhos da barriga. Jesus! Eu poderia morder ele todinho. 

Coro violentamente com o pensamento e desvio o olhar.

- Sou Mirelli, ajudo Mercedes na casa senhor Ulisses. 

- E o que faz chegando essa hora, senhorita Mirelli? 

- Não que seja da sua conta - já que sou paga pra trabalhar e não pra dar satisfação da minha vida - eu estava na faculdade. - antes de pensar em segurar a língua acabo soltando sem querer e rapidamente me calo. Olhando para o homem a minha frente me observando com olhos semicerrados.

- Desculpe! Não quis ofender o senhor, saiu sem querer! - digo rapidamente.

- Espero que isso não se repita. Acho melhor a senhorita ir para seus aposentos. - diz me dispensando. 

- Sim senhor. - falo me retirando. - E da próxima vez, vê se não tenta me matar com uma panela de pressão. 

Olho em sua direção constrangida e percebo o olhar divertido do meu novo patrão. 

- Sinto muito. Não irá mais acontecer. Boa noite senhor Bianucci. 

- Boa noite ragazza². - escuto ele falando atrás de mim.

Saio correndo como o diabo fugiu da cruz, e com razão, só não corri o suficientemente longe e não fazia idéia o que aquele encontro iria desencadear.

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1 - Frigideira

2 - Menina/Moça.

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