Após seu segundo ano letivo concluído. Harry James Potter visara fugir mais uma vez do expresso de Hogwarts, dessa vez na presença de sua filha e SCP-010, Lility Anya Potter. Em meio a uma investigação de oração sinistra, ele e sua filha acabam pousando em uma anomalia macabra que mantém todos presos em um ciclo de presa e predador, um combate que já dura séculos entre humanos e criaturas. Com isso, vos convido a explorar os primeiros passos da Fundação SCP atuando no mundo ao manter toda a população segura, contida e protegida daquilo que nunca conseguiram confrontar ou explicar, desde o inexplicável sempre existiu para quebrar a mente dos fracos e intitular os gênios como loucos. Convido-vos às férias de 1992 de Harry James Potter e Lility Anya Potter, vinculados à anomalia SCP Fromville.
Voando em direção à civilização da qual estranhamente Harry James Potter visara investigar na Nova Scotia, Canada, o mesmo escutou uma voz em sua mente.
"Agora que eu me deito para dormir... guarda-me ó Deus, em seu amor."
Novamente, Harry escutava a oração que vinha ouvindo todas as noites.
"Se eu morrer sem acordar... receba minha alma, ó, Senhor."
Por fim, a oração se finalizou, com Harry se impulsionando mais rápido em seu voo, nessa estranha sensação de emergência.
Estranhamente,o mesmo sentiu como se o ar de tal ambiente noturno fosse algo mais pesado.
Não como no mundo humano que era poluído pela raça humana ou na dimensão espelho que Hogwarts se situava, longe da contaminação humana em suas estruturas e vias para automóveis. Aqui o ambiente parecia ter semelhanças com ambos os lados, mas algo o deixava tenso, uma sensação de perigo como quando pessoas comuns assistiam a filme de suspense, mantendo todos os sentidos do Potter alerta nessa sensação incomoda de perigo que o deixavam preparado para encarar qualquer ataque.
Lility Anya Potter em suas costas, sua filha e, ao mesmo tempo, sua mãe, não parecia ter esse mesmo sentido de perigo e alerta, na realidade ela ria alucinadamente pelo vento chocando seu rosto em pleno voo que seguia nessa habilidade incrível do Potter, segurando firmemente em seu papai para não cair e aproveitando todo o trajeto que realizavam acima das árvores.
Enquanto Harry James Potter estudava, o local que parecia mais uma cidadezinha em meio a uma enorme floresta que os cercava. Indo em direção ao chamado que vinha escutando todas as noites ao ponto de levá-lo a uma instância SCP, foi que Harry planou suavemente enquanto Anya se ajeitava ao ele ficar em pé, descendo gradativamente em direção ao telhado de uma casa que alguém se aproximava da porta.
Harry fez sinal de silêncio para sua filha, pois o que antes ele pensara ser uma simples velhinha caminhando para casa dela, na realidade se mostrou ser algo completamente anômalo quando a suposta velhinha deu um salto e escalou a casa de dois andares, um ato extremamente anormal como uma completa criatura Eldritch seria ao perceber que alguém a via, porém ela ainda não o notara, na realidade estava focada em falar com alguém de dentro da casa, como se buscasse chamar sua neta.
E tudo só piorou quando realmente alguém abrira a cortina de dentro da casa e uma menina chamada Meagan aparentava ser facilmente manipulada pela mulher, mulher essa que Harry já via agir hostilmente com garras se alongando gradativamente de seus dedos e uma sensação obscura de puro terror que só uma criatura Eldritch era capaz de exalar.
Do qual, ao se aproximar bem lentamente em sua habilidade de voo, foi que o Potter se situou a meio metro das costas da velha, da qual terminava sua transformação quando a garotinha abriu a janela e uma mulher gritou em desespero.
- Eai!? - Harry interrompeu a investida da criatura que teve o rosto desfigurado em algo horrível de dentes afiados, tocando-ano ombro e impedindo-a de invadir a casa da loira horrorizada que puxava sua irmã para trás e trancava de volta a janela. - Por que não se afasta da criança? - Mandou, enquanto com o braço estendido apertava o pescoço da velha, impedindo assim que ela alcançasse o mesmo com esses dentes e saliva, no que Harry com certeza não iria arriscar ser mordido.
Vendo que não adiantaria nada segurar a criatura, pois claramente ela já reagia à força dele, vendo que o mesmo não era um humano comum, foi que Harry simplesmente apertou ainda mais o pescoço da velha quando sentiu que ela iria desmembrar seu braço com as garras, assim girando ela no telhado e dando um chute, arremessando-a telhado abaixo.
- Nem tente! - Harry disse em pura ameaça quando seus olhos brilharam em esmeralda, interrompendo a criatura que já aparentava querer pular selvagemente em sua direção. - Some daqui ou arrancarei a porra desses seus olhos.
Claramente a criatura percebeu que Harry não era igual à menina e nem a mulher dentro da casa, pois estranhamente o sentimento de presa vulnerável não se apresentava nesse homem com uma garotinha atrelada em suas costas, fazendo assim a criatura gritar de forma horripilante para os céus, saindo assim correndo numa alta velocidade para longe das ruas.
Após isso, foi como o uivo de um lobo, pois incontáveis gritos se propagou por todo o local, indo das casas, até a floresta distante dali, fazendo Harry estranhar tudo isso, pois claramente não estava na Dimensão Espelho R-I, essa casa era moderna e No-mag demais para o gosto dele e com certeza os bruxos não usavam estradas pavimentadas, onde sem ter respostas alguma, foi que o Potter se virou.
- Oi, gracinha. - Harry riu para a menina que teve a orelha puxada pela irmã. - Pode me dizer por que orou de forma tão... incomum? - Harry indagou curioso, mas ainda meio sem graça, sobre como se apresentar à oração de alguém.
Não que ele desejasse isso, mas foi ótimo que quando ele atendeu sua primeira oração, foi a de Luna Lovegood, onde ela e a mãe estavam em um ambiente caótico, assim ele pode agir de acordo e não parecer egocêntrico como se fosse um Deus descendo dos céus e proclamando que estava lá para atender as preces delas.
Mas aqui, ficar de joguinhos não era o estilo do Potter, principalmente que o fato de ele estar aqui, em primeiro lugar, foi por escutar a oração da menina.
- Meagan! Quantas vezes eu lhe disse? - A irmã continuava dando bronca na garotinha. - Não dê atenção às vozes dos monstros de fora.
- Monstro? - Harry indagou ofendido.
- Papi é monstro? - Anya perguntou, tendo ambas lá dentro, enfim tendo suas atenções focadas na garotinha em suas costas.
- Dependendo do contexto, pode até ser um elogio. - Disse Harry orgulhoso quando tocou seu bíceps e sentiu os músculos definidos dele. - Tô orgulhoso.
- Papi é bobo. - Anya continuou, sob olhar fulminante de Harry.
- Ei, sou eu quem escuto orações... deixa eu me orgulhar um pouquinho como se fosse um verdadeiro Deus.
- Anya pode escutar orações também? - Ela indagou com os olhos brilhando, captando todos os pensamentos de Harry e como ele já havia atendido uma oração.
- Se obedecer ao papai e se comportar... quem sabe. - Harry riu da manipulação, quando Anya brilhou os olhinhos, igual ele fazia quando usava magia.
- Ahn, você não é um monstro? - A mulher indagou, estranhando toda essa troca entre os dois.
- Papi não é monstro. - Anya respondeu, fechando o semblante. - Papi é Deus.
- Anya... - Harry comentou em intromissão.
- Sim, Papi?
- Cala a boca. - Harry mandou de forma engraçada.
- Mas eai... defina monstro? - Harry disse com um sorriso, sabendo que era isso que diziam que deveria fazer para acalmar os outros. Pena que não era o caso aqui, pois na visão da mulher ele era completamente louco de estar ali fora tão despreocupado, ou um completo monstro, ela ainda não decidiu.
- Monstro devorador de gente. - Explicou ela, sob estranhar de Harry.
- Devorador de primatas, tá maluca? - Harry negou com uma face de nojo. - Aliás, que negócio era aquele? Você não parece tão surpresa... assustada, sim, mas surpresa não é algo que estou sentindo em você.
- Prove que não é um monstro. - A mulher ditou em ordem, fazendo Harry a encarar sem emoção alguma em um simples movimento de sua sobrancelha direita.
Ela é bonita, bem bonita... mas não sabia se estava disposto a seguir o caminho da sedução com ela, claramente era uma No-mag e por mais que essa cidade seja estranha com todos aqueles gritos que estavam se seguindo desde que a velha macabra gritou ali embaixo, não sentia vontade alguma de perder tempo com os No-mag quando tinha tanta coisa para se fazer na sua Fundação.
- Olha só. - Harry disse, se aproximando da janela e simplesmente abrindo-a, para choque da mulher. - Eu não sei que negócio sua raça de primatas tem feito por aqui e eu não estou nem aí... eu só vim pela oração da sua irmã. - Harry invadiu o quarto e fechou a janela, se virando assim para Meagan, que era abraçada pela irmã mais velha. - Aliás, quem é que faz uma oração dizendo para "levar sua alma caso morra sem acordar?" Digo, eu não sou muito adepto à sua espécie, mas normalmente deveriam começar com um "Pai-Nosso" e terminar com um "Amem", no mínimo, ou eu estou ficando louco?
[ ... ]
- Então, deixa eu ver se entendi... - Harry disse, pensando em tudo que escutou da mulher quando colocou a filha dela para dormir e Anya aparentou seguir o mesmo fluxo só por estar de noite, ficando assim ambas na mesma cama. - Você é mãe, não irmã dela... minha nossa. - Harry disse como se isso fosse o mais importante. - Aliás, não sabe onde é aqui, como veio parar aqui, só que você, seu esposo e sua filha estavam de carro na estrada, foram impedidos de continuar por um tronco despencado no caminho e quando deram meia volta, se encontraram em um loop sem fim presos a essa cidade?
- E toda noite monstros devoradores de humanos saem da floresta, tentando induzir todos a sair de suas casas nesse jogo doentio de predador e presa. - Lauren Pratt explicou a parte que esse homem insistia em não dar importância.
- Ata, é... chocante. - Harry deu pouco caso aos monstros, como se sua vida fosse normal, com ele vendo monstros por todo canto. - E seu esposo, Lauren, onde é que ele está? - Harry indagou confuso com só essas duas na casa.
- Isso eu também queria saber. - Lauren disse com um suspiro.
- Morto? - Harry indagou confuso e até sem graça do assunto.
- O que? Não! - Lauren disse alto como se isso fosse engraçado. - Não. - Disse ela mais baixo. - Frank é burro e incompetente, mas até ele sabe que não deve sair a noite... ele deve estar desmaiado no bar uma hora dessas.
- E vocês teriam encarado aquela velha macabra sozinhas? - Harry indagou realmente concordando com esse tal de Frank realmente ser um incompetente por deixar um mulherão desse sozinha e vulnerável em casa. - Digo, não é me achando... mas eu sou bem forte e aquela criatura, aquilo ali era forte pra caralho. - Harry citou quando realmente sentiu perigo naquelas garras da velha macabra.
- Eu não sei, foi por muito pouco... um segundo eu estava trancando a casa enquanto Meagan orava, no outro eu subi as escadas e ela já estava indo abrir a janela como se acreditasse que o monstro fosse sua avó. - Lauren disse se abraçando nessa sensação de pavor do que teria ocorrido a ela, principalmente a sua filha. - Já fazem 96 noites sem incidentes, foi por tão pouco, pensei que nada de mal iria voltar a ocorrer.
- O ideal seria barricar essas janelas. Não importa se são 96 noites, 96 meses ou 96 anos... aquela velha era claramente um predador, e não parecia ter pressa alguma no que estava fazendo - Harry disse seu ponto de vista, pensando no que alguém com o mínimo de bom senso teria feito em um ambiente hostil desses do qual tiveram uma trégua tão longa nessa falsa paz, e a mulher confirmou com a cabeça de forma castigada.
Harry riu consigo mesmo quando se levantou e massageou levemente seus ombros, sussurrando algo que ela não entendeu, mas que sentiu seus ombros e costas relaxarem imediatamente, como se todos os nós tensos em seus ombros e costas fossem relaxados.
- Não se preocupe, pela manhã eu irei barricar... mas só se você me explicar direito sobre esse lugar e essa coisa louca de Casa Colônia cheia de maconheiros. - Finalizou o Potter, fazendo a mulher rir nessa sensação de conforto, que ela achava ser só uma massagem simples, mas na realidade era pura magia do "Ostendo Aura" surtindo seu efeito para acalmá-la completamente do choque dela e sua filha quase terem sido devoradas vivas. - Durma... eu estarei aqui de guarda e te chamo caso algo se aproxime da casa.
[ ... ]
Harry ficou sentado de frente à cama que Anya, Lauren e Meagan estavam juntas. As três dormiram juntas sob o cuidado de Harry, que prometeu ficar de olho. Assim, o mesmo passou a ocupar sua mente com tudo o que aprendeu sobre as criaturas, o que foram pouquíssimas coisas, mas se tinha algo que ele notava um padrão, era a semelhança dessas criaturas com os Ghouls que ele estudou na biblioteca Eldritch de Vlad.
E com um movimento dos braços na busca de ativar seu Portal Interdimensional, foi que o mesmo notou que nada se ativava.
- "Que beleza." - Harry pensou de forma irônica. - "Não dá para ir embora por magia de teletransporte... bom, pelo menos não fui nerfado dela."
- "Mas... será que essas pessoas realmente veem criaturas Eldritch? Ou essas criaturas realmente são da sociedade mágica que decidiram vir brincar na sociedade No-mag?" - Pensava ele consigo, onde a noite toda sua mente trabalhou em criar um padrão com as poucas informações que tinha e com o que ele aprendeu antes disso. - "Mas se fosse na sociedade No-mag, já teriam Aurores batendo na porta de cada uma dessas pessoas para oblivia-los... é, o MACUSA é paranoico demais com o Estatuto do Sigilo na América do Norte desde a guerra contra Grindelwald."
- "Poderia ser que essas pessoas estivessem dormindo, vivendo uma projeção astral compartilhada de algum acidente similar... mas eu estou aqui também, então isso descarta a hipótese de uma alucinação profunda do coma."
- "Então o mais simples e anômalo é seguir a premissa de que isso tudo aqui é uma parte separada da dimensão mortal, um espaço similar a sociedade No-mag, porém dividido da realidade, mantendo todos presos como se fossem presas aguardando o abate das criaturas que se enquadram no topo da cadeia alimentar." - Harry pensou na semelhança de onde ele veio. - "É possível se seguir o padrão da Dimensão Espelho que Hogwarts está, um espaço idêntico ao Reino da Inglaterra quando Ignotus Peverell replicou toda o terreno e assim fez portais de acesso para lá, separando o lado Magico do Não-Magico, mas se isso foi o caso aqui... quem foi a entidade de tamanho poder capaz de criar a origem disso tudo e dessas criaturas?"
- "E ninguém aqui apresentou ser magico, pois de tudo que Lauren explicou foi que todos são humanos, bom... não nas palavras dela, pois ela pensava que ele só era alguém muito forte que subiu no teto junto ao monstro... mas, nenhum magico, só humanos... mexer com o Estatuto do Sigilo pode ser um saco, mas não é como se esse lugar já não vivesse o extraordinário e sobrenatural."
- "Anomalias são a base de minha Fundação, a base da Fundação SCP... e esses monstros, isso são criaturas SCP, com certeza se enquadram." - Harry pensou com um sorriso, vendo ao canto um embrulho de comida. Pegando-o, foi que Harry pegou sua varinha e transfigurou silenciosamente em uma identidade que ele imaginava ser capaz de enganar alguém fora dessa casa em prol de seus propósitos.
[ ... ]
Em meio a rodovias e estradas pavimentadas ao estilo No-maj, um motorhome cruzava seu caminho por entre campos abertos e florestas altas que se situavam ao seu redor.
Como qualquer ambiente comum aos humanos, a estrada, os campos, animais, veículos, tudo ocorria normalmente para a família que viajava junto, porém algo mudou, algo que eles nem ao menos notaram.
Pois, quando passaram de campos abertos para o meio da floresta, simplesmente os postes elétricos e fios de energia não eram mais visíveis no canteiro da estrada que seguia em frente.
Para alguém atento a detalhes, seria notável a diferença, mas para um pai e uma mãe ocupados com o trânsito e com a brincadeira dos filhos, isso acabou passando batido sem ao menos notarem como já estavam entrando em algo que mudaria suas vidas para sempre.
- Norman, você vai ficar bem. - Uma adolescente disse de forma teatral com dois brinquedos coloridos em cada dedo indicador. - As fadas secretas estão voltando do Lago das Lágrimas. - Ela encenava a brincadeira para o garotinho mais jovem que se entretém como se tudo fosse incrível.
- Elas vão te salvar!
- Não. As garras dos monstros me feriram demais.
- Fala para meus amigos... que eu vou sentir saudades.
- Fala para meus pais, que eu disse... "Adeus". - Ela encenou a morte do brinquedo amarelo, que caia nas mãos do garotinho mais jovem.
- Norman. Norman! - O brinquedo vermelho se remexia de forma que parecia desesperado pela perda de um ente querido. - Não! Por favor... Você é o meu melhor amigo!
- Por favor, por favor, Norman, nããão! - A garota finalizou com um sorriso para o garotinho, deixando assim o brinquedo vermelho cair na mesa.
- Mas as fadas estão vindo do Lago das Lágrimas, né? - O garoto pegou o brinquedo amarelo, como se ele estivesse realmente morto. - Elas vão ajudar o Norman.
- Eu sinto muito... O Norman morreu. - A garota disse de forma irônica. - E depois da morte, já era.
- Traz ele de volta! Você tem que trazer ele de volta. - O rapaz disse.
- É... às vezes a vida é dura, carinha. - A garota deu pouco caso, colocando fones de ouvido e pegando um aparelho celular.
- Mãe, a Julie matou o Norman.
- Julie... - A mãe das crianças disse em censura no banco da frente do motorhome.
- Que foi? Eu tô contando uma historinha. - Julie riu com desprezo para o irmão.
- Mãe, A Julie matou o Norman! - O menino disse de forma mimada, com a garota revirando os olhos, se levantando e indo para um sofá no canto.
- Julie, o que você tá fazendo? - O motorista do motorhome disse em censura para a garota, tendo a mulher ao seu lado soltando o cinto e indo para trás do veículo.
- Ok... Ethan. - A mulher fez um carinho no cabelo do filho. - O que ouve com o Norman?
- Os monstros mataram ele.
- Os monstros mataram ele? - A mulher disse, fingindo surpresa. - É uma ótima notícia.
- Por quê?
- Porque... na verdade, os monstros não existem, filho. - A mãe disse para olhar esperançoso do garotinho. - E como monstros não existem, significa que o Norman ainda tá vivo, né?
- Sério? - Ele pareceu mais confiante.
- Uhum... Brinca com o Norman. - Ela fez um carinho nas bochechas fofas do filho, e ao se levantar para voltar para frente do motorhome, deu um toque leve de censura no celular da filha.
Correspondendo ao toque de mão que o motorista indicou com o punho fechado, logo ela sorriu com um suspiro pelas atitudes infantis do filho e pela rebeldia clichê de adolescente da filha.
[ ... ]
Com as crianças entretidas em seus celulares, pouco notou os mais velhos como a garota parecia mexer estranhamente no aparelho, como se buscasse sinal de alguma coisa.
O mesmo com o rapaz que assistia um desenho no YouTube, e o vídeo simplesmente travou na metade, parecendo ter perdido o sinal de internet.
- Tabitha, sabe no que eu tava pensando hoje de manhã? - O motorista disse para a mulher ao seu lado que comia algumas mexericas. - Na primeira vez que a gente viajou para ver os seus pais.
- Se eu não me engano, eu estava com meu Volvo 1983 com os freios todos desgastados e a porta do passageiro que não abria nem a pau, se lembra? - Ele disse, sob riso da mulher, que parecia ter certa nostalgia de uma época ótima.
- Nossa, Jim, aquele carro... era um perigo. - Tabitha respondeu com graça.
- Não, ele era um sobrevivente. - Jim defendeu seu carro de forma brincalhona, pegando uma mexerica de sua esposa.
- Eu tava com medo dos meus pais odiar você. - Tabitha admitiu com nostalgia.
- Mas isso não aconteceu. - Jim riu.
- Não. - Tabitha respondeu, parecendo muito reflexiva em algo além de épocas tão boas quando toda sua família se reunia nessas viagens.
- Às vezes me pego pensando em quando as coisas não tavam assim. - Jim parecia querer insistir em algum assunto, que com certeza não era novidade. - Em como tudo era antes.
- Não faz isso. - Tabitha o cortou.
- Fazer o que? - Jim perguntou, fingindo realmente não saber, assim, encarando-a por curtos segundos e vendo que novamente iria ser alvo do silêncio como vinha ocorrendo há muito tempo, foi que ele suspirou e voltou sua atenção para a estrada. - Merda. - Ele desacelerou gradativamente o motorhome, perante a árvore despencada no meio da rua.
- Por que que tem uma árvore no meio da estrada? - Tabitha indagou, quando seguiu seu esposo para fora do motorhome, tendo seus filhos interessados, desde que não tinham mais sinal de celular nesse meio da floresta.
- Deve ter caído numa tempestade... sei lá. - Jim respondeu, analisando a raiz da árvore e vendo que não daria para contornar por esse lado.
- A tempestade só não gostou dela, né? - Tabitha disse com Ethan se agarrando ao braço direito dela.
Dando um chute no tronco, Jim viu do outro lado como o topo da árvore também interrompia o outro canteiro lateral, e forçar o Motorhome ali era pedir para o carro capotar nesse canteiro fundo de entrada das florestas.
- Tinha uma saída uns 2km atrás. - Jim sorriu para o filho, tentando empurrar o tronco. - A gente vai ter que dar a volta.
- E se a gente puxar com o Motorhome? – Ethan deu uma ideia.
- Concordo, carinha... mas não temos cordas e nem correntes... acho que não vai rolar não. - Jim bagunçou o cabelo do filho.
- Me coloca ali em cima. - Ethan estendeu os braços, tendo Jim o pegando em um abraço.
- Opa. - Jim disse em esforço ao levantá-lo e segurar para não cair do tronco.
E foi aí que uma sensação sinistra se apoderou de todos. Pois um corvo preto grasnou de uma árvore mais adiante.
Não parando por aí, outro corvo repetiu o grasnido, encarando a família do outro lado da árvore despencada.
Tendo mais e mais corvos grasnando pelo alto das árvores, a família olhou tudo de forma estranha, como se os corvos o incitassem a sair dali, a retornar pelo caminho e não tentar ultrapassar o tronco despencado.
Todos rodeando nos céus em um padrão estranho, como quando urubus giram em torno do que é carniça para eles se alimentarem, os corvos aparentavam ter um foco estranho na família fora do Motorhome.
- O que que eles tão fazendo? - Ethan disse com seu pai também encarando sem saber essa reação estranha dos pássaros
- A gente pode ir embora, né? - Tabitha perguntou, com uma sensação desconfortável no peito.
- É... vêm. - Jim pegou o filho no colo com um dos braços.
- Jim! - Tabitha chamou o esposo, com Julie já correndo rapidamente para o Motorhome. - Vem filho. - Ela chamou o filho, que correu para ela.
Com Jim dando um último olhar para os corvos, logo ele se apressou para seu veículo, querendo realmente cair fora logo dali e essa sensação de suspense que ele começou a sentir repentinamente, o deixando tenso, realmente notando só agora como essa estrada em meio a floresta não tinha poste com fios elétricos para nenhum dos cantos.
[ ... ]
Era a quarta casa que Harry parara nessa tarde, quando viu um Motorhome passar a seu lado, tendo uma mulher e uma criança o encarando da janela. Era notável que assim como ele, eram novas pessoas nesse lugar e acabaram de ficar presos nesse loop que Lauren explicou da árvore que interrompia seu trajeto, os fazendo retornar pela estrada.
Isso com base em cada morador que ele entrevistou também simplesmente dizer o mesmo, que chegaram à cidade e nunca mais saíram dessa anomalia, a origem de tudo que os prende e nunca permite escapar.
Esse lugar poderia até parecer tranquilo agora de dia, dele caminhando sozinho sob atenção de muitos que não o conheciam e sussurravam, tendo Anya indo brincar com seus animais na Maleta Engana Trouxa, permitindo assim que Harry trabalhasse disfarçado, mas a noite era outra história.
Assim, entrando na lanchonete de aspecto Norte Americano, Harry viu como algumas pessoas almoçavam, um rádio tocava uma música e a garçonete o encarava confusa, não sabendo quem era ele.
Dessa forma, aproveitando que tinha pouco mais de dez pessoas ali, foi que Harry se apresentou:
- Bom dia, sou o Agente Potter. - Harry apresentou sua credencial falsa que marcava a sigla "S.H.I.E.L.D". - Trabalho para a Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão, cheguei neste local ontem a noite após uma ameaça anômala situada algumas casas abaixo, estariam dispostos a responder algumas perguntas? - Indagou o mesmo por fim, atraindo agora a atenção geral.
- O xerife Boyd sabe que está fazendo perguntas? - Um homem careca, respondeu com certa arrogância na voz.
- Não estou familiarizado com o nome, pois bem... - Harry cortou qualquer argumento. - Até o momento foi notável o padrão de captura que essa anomalia tem causado a todos ao prender cada um nesse loop infinito com origem nessa cidade. - Harry citou o que já achava ser um padrão comum em todos, porém que ninguém soube explicar como um lugar tão calmo de dia, se tornava tão selvagem a noite e principalmente como meros No-mag se mantinham vivos contra esses predadores.
- Gostaria de saber, como é a rotina de sobrevivência de vocês, o que são esses amuletos que prendem na porta de casa e qual a formação de mais desses aspectos míticos protetores? - Harry indagou seriamente, vendo que nenhum responderia de prontidão, logo ele se aproximou da mesa mais próxima. - Pois bem?
- Ahm... é... nós só nos trancamos dentro de casa e penduramos os talismãs na entrada. - A mulher respondeu, sem saber muito o que dizer. - O xerife Boyd encontrou há muito tempo esses talismãs e toda noite trancamos as portas e janelas para nos mantermos seguros.
- Certo, e as runas presente nos talismãs, foi o xerife Boyd quem desenhou... ou algum conhecido dele? - Harry percebeu que a mulher não sabia dizer, na realidade Harry nem estava mais com vontade de entrevistar os outros, já era a quinta história idêntica que essa população contou e claramente ninguém ali aparentava ter pensamento crítico único ou nenhuma vontade independente de buscar respostas. - Tá bom... obrigado pela atenção, irei procurar esse seu xerife Boyd.
- Espere! - O mesmo careca egocêntrico do começo, disse novamente. - Não irá nos entrevistar?
- Não, uma reunião com mais de cinco pessoas é sempre uma perda de tempo. - Harry disse com um sorriso perante a face do homem. - Aliás, pelo visto como colocam tudo nas custas desse tal xerife, é certo de que é ele quem deverá ter o mínimo de respostas coerentes.
[ ... ]
Olhando diretamente para a tela de seu celular, Julie mais uma vez ligava e desligava o wi-fi, buscando qualquer sinal de internet, mas que de nada adiantava, mesmo com ela apontando o objeto para cima.
- Da para gente voltar para um lugar que tenho o mínimo de civilização. - Julie disse para sua mãe, tendo a mesma largando o objeto e retirando os fones sem fio do ouvido.
- E se a gente perdeu a placa da rodovia? - Tabitha disse a Jim, estudando a estrada a sua volta.
- Eu não perdi placa nenhuma. - Jim respondeu com uma das mãos no volante.
- Pai, - Ethan disse, obtendo a atenção de Jim, que o olhou pelo retrovisor. - Por que aqueles corvos estavam tão esquisitos?
- Eu não sei, carinha. - Jim respondeu com humor. - Os bichos fazem umas coisas esquisitas. - Ele forçou um som de corvo, tendo Julie o olhando de forma estranha, ele rindo e Tabitha suspirando na piada sem graça.
- Se tem certeza que esse é o caminho certo? Não quero voltar para aquela cidade com pessoas estranhas... parecia bem sinistro os carros com pneus furados. - Tabitha disse ao esposo.
- Tá com sinal no celular? - Jim sorriu para a preocupação da esposa, pois não era legal julgar alguém por ser estranho, mas realmente aquelas pessoas estavam muito estranhas, talvez o mais normal de todos foi um homem mexendo no porta mala de um fusca conversível, movimentando um pedaço de graveto, e isso já era bem estranho.
- Não. - Tabitha respondeu após mexer e remexer nas configurações.
- Sei lá. Uma hora essa estrada... - Jim interrompeu sua fala, quando arregalou os olhos para algo. - Como é que a gente veio parar aqui? - Ele manobrou lentamente seu carro pela curva que dava entrada nessa cidade, tendo a mesma estranha garota de branco sentada à escada, os encarando sem dizer nada.
- O que que é... - Tabitha disse estranhamente ao ver o mesmo homem que mexia com um graveto no porta mala do fusca, agora andando tranquilamente em direção a uma lanchonete.
Pelo visto seus filhos estavam sem noção alguma da preocupação dos pais, pois Julie provocara Ethan quando tirou o fone de ouvido do irmão e foi até a geladeira pegar uma lata de refrigerante.
- Se sabia que tem um nome para o que os corvos tavam fazendo? - Julie sorriu para o garotinho. - Quando eles ficam juntos em revoada?
- Chama Bando Fúnebre - Ela deu importância na palavra, como se quisesse por medo no irmãozinho.
- Quê? Nada a ver. - Ethan não acreditou.
- É, é sim. Uma conspiração, um bando fúnebre de corvos. - Julie admitiu com certeza. - Porque quando eles ficam desse jeito, tão procurando uma vítima.
- E se você viu uma conspiração, é porque vão te matar. - Ela bebeu da lata de Fanta laranja.
- Cala a boca. Se tá inventando isso. - Ethan disse com receio.
- Não tô não. - Julie riu da brincadeira, porém realmente não mentindo. - Se eles te virem, vão te caçar até o fim. Então, uma noite quando estiver dormindo, eles vão entrar no seu quarto... - Ela agia como se quisesse assustar o garoto. - Debaixo das cobertas e vão bicar o seu rosto. - Ela beliscou ele.
- Para! - Ethan resmungou.
- Seu olhos. - Julie disse com outro beliscão.
- Para! - Ethan resmungou.
- E as suas orelhas. - Julie mais uma vez o beliscou.
- Para, Julie! - Ethan se virou para frente enquanto a irmã ria. - Mãe, fala pra Julie parar.
- Que saco, Julie! - Jim disse sem paciência, pegando a mesma estrada que havia pego quando saiu da cidade e acabou dando a volta sem nem perceber. - Para com isso.
- Se é muito chorão. - Julie disse na cara do irmãozinho e se afastando do mesmo.
- Pera... perai. - Tabitha disse em choque quando mais uma vez viu o Sedã Prata de pneus murcho, com uma cabana de madeira logo à frente, tendo uma placa indicando que era um posto de gasolina antigo. - A gente fez mais um retorno? - Ela estranhou o padrão, pois não viu seu esposo desviar o caminho nenhuma vez.
- Não... eu só. - Jim estava sem palavras. - Isso aqui não pode ser o mesmo lugar? - Ele tentou se convencer de que só havia cidades parecidas a cada trecho de estradas. - Da licença. - Jim parou seu motorhome quando viu a garota de vestido branco caminhando no canteiro da estrada. - A gente tá tentando voltar para a rodovia. E, você... - Ele foi interrompido quando a garota que lhe deu atenção, logo se virou e foi embora sem dizer nada. - Tá de brincadeira?
- Vamos em frente. - Tabitha tentou tranquilizar o esposo. - A gente deve ter perdido a saída.
Acelerando o motorhome, logo Jim manobrou rapidamente para a saída da cidade, tendo a garota de branco caminhando para uma casa de madeira, da qual um rapaz de macacão azul e jaqueta bege saia pela porta.
- Ó você ai. - O rapaz disse com um sorriso. - Tô voltando lá para o celeiro... - Ele disse vendo o carro virar a esquina e acelerar ainda mais. - Ainda estão andando em círculos?
- É a pior parte, quando ainda tem esperanças de voltar pra casa. - Ela suspirou quando olhou para onde o carro foi. - Isso é muito cruel.
- Perai, se tá bem, Sara? - Ele indagou preocupado.
- Eu tô ótima! Nathan. - Sara o tranquilizou com um toque no ombro. - Você é um bom irmão.
- Vai lá. Os animais não conseguem comer sozinhos. - Sara o indicou para ir fazer suas funções.
- Seria bom se conseguissem, né? - Nathan riu quando se afastou lentamente de costas. - Eu volto rapidinho.
Sara, que se dirigiu a porta, logo parou seu caminhar rápido, como se escutasse algo e ela focasse toda sua atenção, porém que não havia ninguém próxima para essa ação, tendo ela logo abrindo a porta e entrando em sua casa.
[ ... ]
- Talvez... - Tabitha disse quando Jim mais uma vez passou pela estrada que tinha uma corrente de água, vendo como no passado havia um trem que passava por ali, perante os trilhos que estavam meio ocultos pela grama mal cuidada. - Talvez seja tipo... um... como é que chama mesmo? - Ela se virou para o esposo, com a palavra na ponta da língua.
- Tipo um retorno, zigue-zague. Sabe do que eu tô falando - Ela indagou, tentando se convencer disso. - Pra entrar é um pouco mais sútil, mas para voltar precisamos dar uma volta enorme, tipo uma saída em "U" pra voltar pra rodovia. - Ela explicou, não sabendo sem se expressar bem.
- Se tivesse eu já teria achado essa tal de saída em "U". - Jim disse com seu humor ácido surgindo quando ele encontrava algo que não sabia a resposta.
- Você com certeza não viu, Jim. - Tabitha revirou os olhos iguais aos que Julie fazia com o irmão. - Porque a gente tá andando em círculos... dirige devagar.
- Eu tô dirigindo devagar. - Jim se defendeu quando seu motorhome deu mais uma acelerada.
- Dirige mais devagar! - Tabitha suspirou, já sentindo como isso iria levar a outra briga. - Jim, você vai perder de novo!
- Perder o quê, Tabitha? - Jim elevou a voz. - O quê? O retorno? O zigue-zague? A volta em "U"? Cadê ele? Me mostra aí.
- Eu tô indo a 30Km/h, beleza? - Jim olhou para os lados, procurando mesmo essas saídas. - Não dá para ir mais... - Ele até continuaria a discussão que sempre tinha com sua esposa, porém algo o chocou. - Aí caramba. - Ele mais uma vez viu uma cabana de madeira com porta escancarada, o Chevrolet Cruze Prata e enfim o mesmo posto de gasolina antigo e abandonado com a sucata de dois carros ao lado.
- Não, não, não. - Tabitha disse com descrença. - Isso é impossível. A gente não fez nenhuma curva.
- Você dirigiu sempre em frente depois dessa estrada, como é que viemos do outro lado? - Ela dizia olhando a cidade.
- Não... - Jim murmurou sem ter respostas. - Não, isso... aff. - Ele se negou a acreditar nisso e assim virou o motorhome ao lado de uma lanchonete.
O clima estranho tinha um Volkswagen Parati antigo, com algumas pessoas parecendo ser interrogadas por um homem de distintivo dentro da lanchonete.
Da qual Jim nem esperou por ninguém, logo deu ré ao manobrar seu veículo, acelerando rapidamente para sair dali por de onde vieram.
- Se acha que estão prontos? - Um rapaz de uniforme policial perguntou para um moreno de blazer.
- Vai pegar o fura-pneu. - O homem respondeu com seriedade, escutando corvos que ele já não escutava a um bom tempo, corvos esses que sempre grasnavam ao ter novos moradores e agora ele via ali que não podia deixar essa família se desesperar em um motorhome, podendo criar algum acidente na cidade.
[ ... ]
- Vê se esconde tudo direitinho. - Um homem moreno com calça jeans, camisa branca e blazer preto, disse a um rapaz asiático com uniforme de policial. - A última coisa que precisamos é de um motorhome descontrolado na cidade.
O rapaz asiático com uma pá nas mãos, pegava terra dos canteiros e cobria um longo fura-pneu posto ali na estrada:
- O carro tinha uma placa do Arizona... Você já foi para o Arizona, Boyd?
- Ei! - Alguém gritou, assustando ambos que se levantaram. - Eu preciso de ajuda.
- Ele estava no motorhome? - O rapaz indagou.
- Creio que não. - Boyd respondeu, indo até o homem desnorteado que cambaleava assustado, mal notando como seu colega olhara para o outro lado da estrada, arregalando os olhos quando vira algo se aproximando.
- Teve um acidente... foi bem grave. - O homem disse apontando de onde veio, caindo nos braços de Boyd.
Boyd até iria responder, mas logo se surpreendeu com um Fusca conversível estacionando lentamente bem ao lado deles:
- Xerife Boyd? - Harry perguntou de dentro do fusca.
- Quem é você? - Boyd perguntou, não gostando nada de ver uma figura nova pela terceira vez só nesse dia.
- Agente Potter da Superintendência Humana de Intervenção, Espionagem, Logística e Dissuasão. - Harry respondeu apresentando seu distintivo, sob arregalar de olhos do xerife. - Gostaria de fazer algumas perguntas sobre a anomalia Fromville em que nos encontramos.
- Ahm. - Boyd disse, perdido com o distintivo, o homem em seus braços e o furo pneus que ele ajudava o rapaz a não se machucar. - Kenny, leve-o para a clínica... Chama o Katri e a Kristi, pega tudo o que tiver na enfermaria e me encontra na estrada.
- Você, me leva para lá, rápido. - Boyd disse a Harry, que arqueou as sobrancelhas.
- E quais as palavras mágicas? - Harry indagou, fingindo sarcasmo.
- Não tenho tempo para besteiras, me leve lá, por favor. - Boyd disse, já perdendo a paciência.
- Tire o fura pneus e eu posso até ser bonzinho. - Harry indicou a frente do carro, onde logo Boyd correu e arrancou dali, jogando ao canto da estrada. - Entra logo, mas terá que responder muitas coisas.
- Chegou quando? - Boyd indagou quando a porta mal se fechou e o carro acelerou velozmente.
- Ontem a noite. - Harry respondeu, sob surpresa do homem.
- Chegou a noite? E ninguém viu? - Boyd indagou assustado, pois de manhã tudo estava normal como nos últimos meses onde Boyd ficava na delegacia, tendo somente pela tarde que deu indícios da família no Motorhome estar preso ali com eles.
- Lauren e Meagan me recepcionaram a noite quando as salvei de uma velha psicótica macabra.
- Onde elas estavam? - Boyd indagou.
- Na casa delas, a criatura tentou invadir pela janela... eu vi a anomalia e impedi ela de continuar seu jogo, até que descobri algumas coisas... mas essas pessoas realmente têm um padrão bem vago de ideias que não me agradou muito... mas uma coisa é sempre citada. - Harry disse quando viu o carro parado na estrada, desacelerando assim no processo. - Seu nome. - Harry indicou ao homem sair do carro e ir ver o rapaz alucinado na estrada.
- Aí! Se tá bem? - Boyd indagou para o homem desnorteado que encarava os céus e as árvores. - Qual seu nome?
- Jade... o que aconteceu?
- Você sofreu um acidente, está bem? - Boyd procurou qualquer ferimento no homem de barba feita e camisa listrada. - Machucado em algum lugar?
- Você tem o rosto tão expressivo. - O homem disse fascinado, enquanto tocava a barba de Boyd.
- Ooo, que isso. - Boyd recuou. - Você tá alto?
- Como assim? Eu to no chão. - Foi a resposta que Boyd obteve quando já pegava as algemas de seu cinto, fazendo Harry rir ao sair do carro, indo para o outro lado da estrada.
Vendo um motorhome capotado, logo Harry pulou em uma maestria incrível que o pousou próximo do veículo.
- Oe, todo mundo morreu? - Harry indagou escutando respirações descompassadas, visando assim a área entre as respirações que claramente não deveria ter ninguém.
- Não! - A voz veio da frente do carro, onde Harry se aproximou. - Meu filho está sangrando e eu não consigo. - O homem tentou sair do meio do tronco e cinto o pressionando.
- Tá bom, eu vou tirar vocês daí, mas preciso que feche os olhos e a boca. - Harry disse com o homem concordando com a cabeça ao fechar os olhos e prender a respiração.
Dando um soco no vidro, logo tudo se estilhaçou e com uma força de ambos os braços na lataria do carro, a área foi amassada de forma bruta e surreal para que Harry conseguisse passar em meio ao tronco, sob arregalar de olhos do homem no banco do motorista, não acreditando que via algo assim.
Tocando com dois dedos a uma região do pescoço da mulher apagada, logo Harry sentiu pulsação:
- Ela tá viva, fica tranquilo que já irei tirar todos daqui. - Disse ele pegando o cinto da mulher e o rasgando, junto ao cinto do homem que se mantinha ainda preso pelo galho grosso da árvore, tendo Boyd enfim chegando. - Xerife, pega ela e leva para o carro, deita ela no banco traseiro e cuidado com o pescoço.
- Qual seu nome? - Harry perguntou ao motorista.
- Jim... Jim Matthews. - Ele respondeu, com Harry empurrando o tronco que o prensava, puxando-o assim para frente quando Boyd conseguiu retirar a mulher, carregando-a nos braços para cima do barranco.
- Muito prazer, Jim, eu sou o Harry. - O Potter se apresentou, quebrando o galho com uma facilidade surreal ao soltar Jim dali. - Preciso que leve sua filha para fora, ela claramente está tendo uma crise de pânico e pode piorar. - Harry puxou a garota quando ela se agarrou a seu braço desesperada, indo direto ao pai quando ele saiu e a abraçou. - Leve-a para cima que eu já irei seguir com seu filho.
Vendo todos sair, logo Harry se virou para o rapazinho estirado no chão, tendo um galho atravessado em seu joelho e pelo visto estava bem feio, para o garoto ter apagado com isso na perna a dor deve ter sido forte.
Pensando rapidamente com a sensação de todos subindo lá para a estrada, logo Harry pouco ligou pra merda alguma, arrancou o galho fora e com um movimento da varinha que surgiu a sua frente, todo o sangue na calça e carro, simplesmente retornaram a ferida aberta do rapazinho, ferida essa que outrora aberta agora se fechava e em um segundo feitiço silencioso, a calça também se reparava, não dando indícios algum de ferida ou área afetada.
- Bora rapaz, aguenta aí. - Harry puxou-o para seus braços, saindo assim com cuidado do Motorhome, notando que tinha mais uma hora e meia para o pôr do sol, sendo um risco arriscar ficar perto dessas criaturas com tantos civis amontoados.
[ ... ]
- Tenta descansar, tá? - Uma mulher com sobrepeso, disse ao rapaz que recentemente chegou junto a Kenny, precisando de cuidados médicos.
- Eu... não gostei dele.- Um asiático de idade avançada, disse quando a mulher o pegou gentilmente.
- Por que não?
- Ele fez uma bagunça. - O homem disse negando com a cabeça.
- Não foi culpa dele... vamos lá pra baixo, vem. - Respondeu ela, guiando-o com calma.
[ ... ]
Boyd dirigia apressadamente o carro esportivo que causara o acidente do Motorhome, levando ali consigo o rapaz alterado que ainda estava algemado, porém, dessa vez dentro do carro.
Mesmo acelerando, ainda assim não conseguia alcançar o Fusca que corria velozmente metros à frente, levando Jim, Tabitha, Ethan e Julie.
- Espera aí, então o Ethan não se machucou? - Jim perguntou, segurando seu filho com cuidado, vendo Julie no banco traseiro cuidar de Tabitha.
- Não vi nenhum machucado. - Harry disse sem dar importância. - Deve ter sido o choque de vê-lo desmaiado.
Vendo como do outro lado da estrada uma camionete vinha, Harry buzinou três vezes, com Boyd logo atrás acenando com o braço, assim diminuindo a velocidade para avisar a todos sobre o ocorrido, tendo Harry não se permitindo continuar mais tempo ali fora com tanta gente vulnerável, assim acelerando enquanto seu carro alcançava 200 km/h, sob choque de Jim e Julie.
[ ... ]
- Tá se sentindo bem? - Sara, perguntou ao homem recém chego na cidade que agora descansava na cama.
- Onde tá a médica? - Ele perguntou.
- Teve que sair... mas tudo bem, está seguro aqui. - Ela respondeu, entregando ao mesmo um copo d'água. - Calma... vai ficar tudo bem. - Disse ela, vendo como o mesmo mal conseguia beber. - Tenta descansar.
- Tá todo mundo bem? - Ele indagou, vendo-a se sentar.
- Eu acho que não. - Ela respondeu, vendo como a respiração dele, logo ficou mais profunda. - Qual seu nome?
- E-eu... Tobey, olhe! Eu não queria.
- Shhhh...
- Porra! Porque eu?... - Disse ele entrando em pânico, ato que logo foi interrompido quando a mulher de branco se aproximou, beijando os lábios dele.
- Não é culpa sua. - Disse ela simplesmente.
- Oque? - Indagou ele notando um movimento estranho das mãos dela, porém que logo ela se levantou assustada pelo barulho de uma veloz derrapagem na estrada, que era bem em frente a janela do hospital.
A garota que ficou em choque com todos correndo lá do porão em direção à estrada, logo olhou para o que segurava hostilmente e que o rapaz na cama também percebeu ela empunhando, saindo assim apressadamente quando mais dois carros vinham velozmente em direção ao hospital, trazendo não só os novos moradores, como também o próprio xerife da cidade.
E com isso dou fim ao primeiro capítulo do quarto livro da Changed Prophecy.
Dessa vez uma anomalia SCP envolve o universo da série From, ou Origem aqui no Brasil.
Espero que estejam gostando, tenho estado fissurado com esse universo e pensei em trazer eventos envolvendo a série com o Harry investigando isso feito uma anomalia da Fundação SCP.
Se quiserem ver algo na fanfic que não tenha ocorrido na série, ou tenham críticas de eventos na série que poderiam ser melhorados, estou disposto a debater, de todo modo, logo, logo trago mais. XD
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Harry James Potter:
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Lily Anya Potter:
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Lauren Pratt:
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Meagan Pratt:
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Jim Matthews:
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Tabitha Matthews:
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Ethan Matthews:
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Julie Matthews:
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Sara Myers:
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Nathan Myers:
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Boyd:
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Kenny:
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Tobey:
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Jade:
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Distintivo Falso (S.H.I.E.L.D):
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Fusca Conversível de Harry:
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