``` Em um mundo desolado onde os humanos estão à beira da extinção, conquistando incontáveis masmorras, lutando contra feras ferozes, o que acontece com alguém cego e impotente? O glorioso destino de Nial foi tirado dele quando tinha apenas três anos, deixando-o cego e sem um traço de mana. 15 anos depois, ele ainda estava suportando a humilhação de uma sociedade corrompida que favorecia os poderosos. A sociedade quase tirou sua inocência e brilho, forçando-o a amadurecer, dando-lhe uma vontade inquebrantável. Porém, tudo mudou no momento em que despertou sua Origem. Ele devorou Maldições Antigas e massacrou Deuses e Diabos! Anjos? Ele vai fazê-los se ajoelhar! Diabos e afins? Todos estarão em seu poder ** Mesmo cego, eu vejo mais do que qualquer um! Eu devoro Maldições e assumo o controle sobre a escuridão. Marquem minhas palavras… [Serão todos vocês que terão de se ajoelhar diante de mim!] Então venham até mim Dragões, Anjos, Diabos e Deuses... se tiverem coragem! Caso contrário, minha ascensão será a ruína de vocês! Siga a odisséia de um jovem comum e cego rumo à divindade, pois o destino que uma vez lhe foi tirado lhe será devolvido. Testemunhe sua dor e crescimento para uma existência temida até mesmo pelos Deuses Antigos e Demônios dos tempos primordiais! ** [N/A: O comportamento do personagem principal nos estágios iniciais do Romance será diferente do que a Sinopse sugere. Por favor, tenha isso em mente ao ler :D] ```
"Já é hora...?" Um jovem na casa dos vinte anos murmurou em voz baixa, sabendo que não havia ninguém por perto para ouvi-lo.
À sua frente havia a vista deslumbrante de um palácio divino que brilhava em clara e sagrada luz. A tranquilidade ao redor dele fazia o jovem se sentir extremamente calmo.
Ele estava familiarizado com este lugar, afinal.
A luz branca infiltrava-se em seus poros, penetrando cada célula de seu corpo, revigorando-o.
"Como sempre... parece real..." Ele murmurou novamente ao abrir os olhos, revelando íris prateadas brilhantes.
Elas transbordavam vigor, mas o que os outros veriam ao olhar para elas não era nada além de tristeza e desespero.
'Por que eu estou mesmo abrindo meus olhos... É só um sonho de qualquer forma.' Ele pensou desanimado. Um suspiro profundo escapou de seus lábios que expunham seu anseio enquanto ele dava o primeiro passo em direção ao palácio divino.
Todo o seu corpo estava energizado, transbordando energia, ainda assim, a cada passo, ele sentia como se o fardo que o pesava aumentasse substancialmente.
Não demorou quatro passos, e ele já estava suando profusamente.
Grossas gotas de suor escorriam pelas suas costas enquanto sua camisa colava na pele. O cansaço varria seu corpo, lentamente, mas com certeza substituindo o vigor que lhe havia enchido de esperança minutos atrás, como um parasita lentamente sugando a vida de seu hospedeiro.
Com todo o corpo tremendo sob a imensa pressão, o jovem tinha dificuldade até mesmo de dar outro passo.
'Como de costume...'
Era o mesmo de sempre, e ele vinha experimentando isso nos últimos anos. Até agora, nada parecia ter mudado.
Cerrando o punho, o jovem tentava lutar contra a batalha perdida.
Em circunstâncias normais, ele teria desistido até agora e sucumbido ao seu destino.
Entretanto, muitos eventos tinham acontecido nos últimos dias, fazendo-o desesperado o suficiente para ignorar a dor e o cansaço de seu corpo.
'É só um sonho... Uma vez que você acordar, tudo vai ficar bem... Apenas aguente!' Ele repetia isso para si mesmo como um mantra.
Por enquanto, tudo que ele podia fazer era apertar os dentes e esperar que acabasse. Seu corpo e sua mente sabiam que tudo que ele dizia estava, de fato, destinado a acontecer.
Aos tenros três anos de idade, quando fora apenas uma criança pequena, um incidente inesperado ocorreu, mudando sua vida inteira para sempre. Desde aquele dia fatídico, sua vida nunca mais fora a mesma.
Desde aquele incidente, ele teve um sonho recorrente no primeiro dia de cada mês.
No início, o sonho excessivamente realista o confundiu, mas de alguma forma, depois de todos esses anos, ele aprendeu a conviver com isso.
O mesmo incidente que o fez sonhar com o palácio divino também foi a causa dele ficar cego, perdendo sua visão.
Em uma época que estava repleta de feras ferozes, masmorras, seres hostis de outros mundos e humanos que eram forçados a confiar em sua própria força para sobreviver, ser cego era um pesadelo absoluto.
E o destino parecia ser incrivelmente cruel ao afetar uma pequena criança que mal começara a andar.
Após tudo, seu futuro todo havia sido uma folha em branco cheia de potencial... antes!
Os sonhos da criança jovem foram destruídos enquanto ele era forçado a amadurecer bem antes de outras crianças de sua idade.
O que restou foi uma casca quebrada que era tratada severamente pela sociedade que adorava os talentosos e descartava os fracos como lenços usados.
Contudo, o jovem nunca reclamou de sua situação porque era amado por sua família.
Ele não precisava de nada além dos seus pais e irmã, todos que o mimavam.
De fato, ele nem mesmo era obrigado a lutar contra outras feras se não fosse necessário!
Sua vida tinha sido dura e cheia de humilhação, mas apesar disso, ele aprendeu a encontrar felicidade nas menores coisas.
Para sua miséria e azar, até aquela felicidade foi arrancada dele quando foi descoberto que sua irmãzinha estava gravemente doente!
Ela havia sido diagnosticada com uma doença rara, e a medicina para estabilizar sua condição era simplesmente muito cara para famílias de classe média.
Assim, a felicidade deles se transformou em desespero, fazendo ele e seus pais buscarem por uma cura adequada.
Eles foram forçados a adquirir cristais de origem matando feras selvagens que habitavam lugares místicos e isolados, também chamados de masmorras.
Esses lugares não eram apenas propensos a vários perigos ambientais, mas também estavam cheios de poderosas feras que matariam sem misericórdia, rasgando qualquer um que ousasse entrar em seu território.
Apesar dos perigos, seus pais trabalhavam árdua e arriscavam suas vidas dia após dia pelo bem de sua filha.
Mesmo assim, eles eram incapazes de curar a doença de sua irmãzinha, e mal conseguiam adiar sua morte.
Motivado pelo desespero de ajudar sua família, o jovem estava tentando ferozmente entrar no palácio divino na esperança de encontrar algo que pudesse ajudar sua família de alguma forma.
Tendo sido nada além de um fardo para sua família, ele estava determinado a mudar seu destino que o fez dar seus maiores esforços para fazer algo que pudesse ajudar, de alguma forma.
Uma destas coisas era entrar no palácio divino que aparecia em seu sonho, porque seus instintos lhe diziam que não era apenas uma estrutura magnífica, de jeito nenhum!
**
Quinze anos atrás, numa calorosa tarde de verão como qualquer outra, um portal do calabouço se manifestou no meio de um parquinho.
O portal do calabouço desapareceu tão rápido quanto havia aparecido, deixando nada para trás.
Isso fez parecer que o portal nunca havia existido, em primeiro lugar!
Contudo, havia apenas um problema...
Uma das muitas crianças que estavam brincando feliz no chão desapareceu dentro do portal do calabouço!
Foi apenas uma semana depois que a criança reapareceu magicamente, no exato local de onde havia desaparecido... com olhos mortos e sangrando.
De alguma forma, a criança sobreviveu ao terrível incidente. No entanto, desde então, a criança nunca mais foi capaz de perceber a mítica energia, mana, novamente!
Esta criança era Nial, o jovem que agora se esforçava enquanto rugia, tomando seu quinto passo em direção ao palácio divino.
O suor agora escorria em riachos por sua testa, colando seus cabelos nas têmporas.
Mas, agora não era a hora de desistir. Como tal, ele continuou se esforçando enquanto rangia os dentes e seus olhos prateados brilhavam intensamente.
Depois de ultrapassar seu limite, os passos subsequentes não pareciam tão pesados como os anteriores, mesmo que a força gravitacional continuasse aumentando exponencialmente.
Usando sua pura força de vontade e o pensamento de sua irmã acamada e pais exaustos que arriscavam suas vidas todos os dias, ele gemeu novamente antes de continuar avançando.
Nial sabia que ele não podia levar a vida tão levemente quanto havia feito antes, dando-lhe a força necessária para avançar pela escadaria de mármore.
Nuvens envolviam a escadaria, fazendo com que ele sentisse como se estivesse caminhando no ar.
Assim, para evitar sentir-se tonto, ele se obrigou a focar no palácio.
Alheio ao tempo que havia levado para subir as escadas, Nial chegou ao topo delas ofegante.
Isso o fez questionar como seu corpo havia sobrevivido à tarefa, pois sentia que pararia de funcionar a qualquer momento.
Ainda assim, justo quando seus dois pés alcançaram o último degrau, a pressão se dissipou.
Isso deu a ele o tempo necessário para se acalmar e respirar.
Ele tirou um momento para se recompor, respirando fundo.
Com uma vontade inabalável, continuou caminhando, um passo de cada vez.
Nial parou apenas quando chegou à área externa do vasto salão do palácio, enquanto seus pés passavam pela gigantesca porta aberta.
'Eu...consegui!!' Era tudo o que ele conseguia pensar enquanto um sorriso exausto aparecia em seus lábios.
'"Finalmente, você chegou, Nial! Demorou um bom tempo!"'
Do nada, Nial ouviu a voz sedutora de uma mulher madura.
Ela ressoou por todo o salão, ecoando pelas grandes paredes, assustando-o.
Levantando a cabeça, Nial encarou diretamente o trono elevado que ele conseguia ver com os olhos embaçados.
Concentrando-se na cena à sua frente, ele conseguiu ver uma mulher madura sentada no magnífico trono.
Ela tinha uma pele clara e impecável e um físico aparentemente perfeito que complementava sua beleza surreal.
O vestido branco sedoso que ela usava aderiu firmemente ao seu corpo voluptuoso, destacando seus cabelos sedosos pretos e olhos castanhos escuros que olharam diretamente para o fundo de sua alma.
Ele não tinha ideia de como a mulher que se assemelhava a uma deusa sabia seu nome.
Mas, mesmo que Nial quisesse, era impossível para ele pronunciar uma única palavra.
Era quase como se sua boca estivesse costurada.
Sem pronunciar outra palavra, a existência semelhante a um deus se levantou do trono.
Seu simples movimento fez todo o palácio tremer devido à energia tremenda que seu corpo liberava naturalmente.
"Então, é assim que nossa pequena anomalia se parece. Eu tinha grandes esperanças por nada... É bastante... decepcionante."
As palavras proferidas pela Deusa não feriram Nial nem um pouco.
Afinal, ele já estava acostumado a ser tratado pior e chamado de nomes estranhos.
Assim, seus olhos não mostraram nem mesmo o menor traço de raiva. Em vez disso, estavam brilhando de determinação.
A Deusa notou isso, o que fez sua primeira impressão de Nial mudar um pouco.
'Talvez...? Não, provavelmente não... Estou esperando demais.'
Sem pensar mais nisso, ela fez um movimento imperceptível com o pulso, puxando-o para mais perto sem tocar em um fio de seu cabelo.
A respiração de Nial ficou presa em sua garganta quando a luz sagrada da Deusa o envolveu gentilmente.
"Você é... não familiarizado com esses olhos seus, mas você já viu antes..." Ela murmurou, sem tirar o olhar de Nial enquanto refletia,
"Talvez você seja mais interessante do que eu pensei!"
Ainda incapaz de dizer qualquer coisa, Nial só podia encará-la.
Ele não fez nenhuma tentativa de evitar os olhos penetrantes dela enquanto tentava ao máximo falar.
'Se eu pudesse empunhar mana, ou melhor ainda... ver novamente, então... Eu poderia ajudar minha família!' Ele pensou desesperadamente enquanto tentava falar com todas as suas forças.
"Então você quer ajudar sua família?" Ela perguntou de repente, lendo seus pensamentos como um livro aberto.
Ela até conseguia ouvir e ver as imagens de sua irmã acamada e pais exaustos que passavam por sua mente.
Assim, por capricho, ela decidiu fazer algo que ela, a Deusa Divina, nunca havia feito antes.
"Anomalia Nial, você está disposto a me dever um favor em troca de recuperar sua visão?"
Ao ouvir as palavras dela, fez com que ele sentisse como se seu sonho tivesse se tornado realidade. Nial nem precisou de um segundo para reagir.
Balançando a cabeça vigorosamente, até a supressão natural da aura sagrada da Deusa foi incapaz de impedi-lo de se mover enquanto ele sorria brilhantemente.
'Ele será útil o suficiente?' Ela se perguntou, apenas para se lembrar do motivo para permitir que a anomalia mortal entrasse no palácio divino em primeiro lugar.
Assim, ela deixou suas dúvidas de lado e levantou a mão para tocar a testa dele, bem no centro de suas sobrancelhas com seu dedo indicador.
Um momento depois, a Deusa inseriu um pequeno traço de sua energia divina em Nial enquanto ela se infiltrava em sua pele onde seu dedo tocou sua testa.
Ele de repente se encheu de esperança e nervosismo sobre o futuro, mas apenas alguns segundos se passaram antes que ele notasse uma expressão severa no rosto da Deusa que fez seu sorriso desaparecer instantaneamente.
"Eu... não posso reverter sua visão? Será que a quantidade de energia divina que usei foi muito pouca? Isso não pode ser... Usar mais mataria até mesmo o mais forte dos mortais..." Ela murmurou para si mesma, mas Nial ouviu claramente. Suas palavras o confundiram, mas ele não ousou fazer nenhum movimento.
Ele sabia que a energia divina que entrou em seu corpo estava fazendo algo, mas estranhamente o suficiente, era incapaz de alcançar seus olhos.
Era quase como se algo estivesse bloqueando, impedindo que curasse sua visão
Naquele momento, algo que havia sido selado nas profundezas de sua consciência tremia loucamente, irrompendo com um tremendo poder que se espalhou pelo corpo de Nial, quase o despedaçando.
Sua pele estourou e fontes de sangue jorraram dele, mas estranhamente o suficiente, ele não sentiu dor alguma.
Pelo contrário, o que Nial sentiu foi algo completamente diferente, remontando aos dias anteriores ao incidente, pertencente aos primeiros anos de sua vida antes de mudar para o pior possível!
Uma tremenda quantidade de energia divina varreu seu corpo, alcançando cada célula dentro do jovem. A súbita onda de energia o deixou atordoado enquanto ouvia um grito estridente.
"O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO!! QUEM É VOCÊ?!? É VOCÊ D-..." A Deusa gritou, atônita.
Medo brilhou em seus olhos, substituindo sua confusão anterior. O palácio divino inteiro começou a tremer violentamente devido à energia que ela liberou, toda usada para empurrar Nial para longe com toda a sua força.
Catapultado pelo ar, Nial foi lançado como um pedaço de papel. A pura força que havia sido usada para empurrar Nial era suficiente para matá-lo no ato.
Assim, ele nem percebeu que seu corpo se chocou contra a parede do palácio divino, antes de se desintegrar em incontáveis partículas de luz... e escuridão.
**
Acordando de seu sonho subitamente, Nial respirou fundo enquanto sentia que suas costas estavam encharcadas de suor frio. Cheirando um pouco, ele sentiu um cheiro pútrido permeando o ar ao seu redor.
Um momento depois, Nial abriu seus olhos brancos que estavam sem qualquer vigor, e desprovidos do menor traço de vida!
Mais uma vez, ele estava incapaz de ver qualquer coisa, exatamente como antes...
No entanto, naquele momento, Nial percebeu que uma coisa havia mudado.
'Eu... posso sentir mana?'