KALLE
Uma hora depois, seu sangue ainda borbulhava um pouco porque Gahrye, fiel à sua palavra, não a tinha levado para a mesa como ela pensou que ele faria - que cara tinha esse tipo de autocontrole? - Kalle estava lutando para se concentrar.
Ela passou a mão pelos cabelos e virou a página. Gahrye estava do outro lado da mesa - ela tinha insistido no espaço, porque se ele ia acariciá-la e beijá-la, para depois não dar sequência, ela estaria uma bagunça até a hora de saírem. Dessa forma, pelo menos ela poderia fingir que estava conseguindo trabalhar um pouco.
Então ela franziu a testa. Ela não queria fingir.
Ela não tinha contado a Gahrye, mas estava aprofundando a pesquisa sobre os disformes. Algo a incomodava, mas ela não conseguia descobrir o quê. Algo estava pressionando-a.
Por que Elia - que era humana, ou pelo menos começou assim - podia se transformar, mas ele não?
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