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Visitando a Cidade do Skellington Novamente

Recomendação Musical: One Last Dance - Kris Bowers

Se Lady Aubrey não precisasse enviar um presente para uma de suas amigas, ou se houvesse uma fita para amarrar o presente, talvez Eugene fosse o destinatário da carta. E se ele a recebesse, talvez investigasse a família do remetente. Isso seria discutido com Lady Aubrey antes que a carta fosse descartada, com a ideia de que não seria seguro para Eve trabalhar para a família.

Mas com Eugene, que já havia entrado na casa, deixou a sorte de Eve ser a receptora da correspondência, como um raio de esperança.

Eve abriu a carta e leu o conteúdo—

'Para Senhorita Genevieve Barlow,

Esperamos que esta carta a encontre com boa saúde. Um de nossos conhecidos compartilhou os detalhes de sua qualificação educacional, e estamos satisfeitos em informar que gostaríamos que você viesse e se candidatasse à posição de governanta em nossa mansão.

O trabalho exigirá que você trabalhe da manhã até as quatro da tarde, a não ser que seja instruída de outra forma. Você receberá uma moeda de ouro e duas moedas de prata como salário mensal. Mais detalhes serão compartilhados uma vez que você seja aprovada para o emprego.

Da Casa Moriarty.'

A carta havia sido enviada da cidade de Skellington.

Pela primeira vez, uma família a havia convidado para se candidatar, e não o contrário. Um sorriso largo apareceu nos lábios de Eve, e ela entrou na casa.

Eugene, que estava pronto para ir ao mercado buscar a fita, foi interrompido por Eve, "Deixe que eu vá pegar. O tempo está agradável hoje."

Enquanto observava a jovem senhora deixar a casa, Eugene se virou para olhar para Lady Aubrey e disse, "Acho que Lady Eve está tentando encarar as rejeições de forma positiva."

Lady Aubrey apenas olhou na direção para onde Eve havia partido antes de dizer, "Não acho que desanimar iria ajudar em algo. A vaga de governanta vai aparecer de novo em alguma casa, e só podemos esperar que, quando isso acontecer, ela não cause nenhum desastre."

"... Eu acho que é difícil evitar quando a jovem senhorita está envolvida," murmurou Eugene.

Quando o dia seguinte chegou, Eve acordou cedo e se vestiu de maneira adequada. Ela penteou as pontas de seu cabelo loiro dourado com sua escova, que estava preso em um rabo de cavalo, e deu uma última olhada em si mesma no pequeno espelho.

"Sem quebrar vasos. Sem derramar chá em alguém. Sem dar tapas," Eve disse a si mesma, esperando que não causasse mais acidentes. "Hoje é o dia em que serei oferecida um emprego. Eles vão me dar o emprego," ela murmurava, tentando manifestar energia positiva ao seu redor.

Saindo de casa com o guarda-chuva na mão, dirigiu-se à carruagem local e sentou-se.

"Para onde está indo, senhorita?" perguntou o cocheiro, e Eve lhe passou dois shillings.

"Cidade de Skellington," respondeu Eve, e o cocheiro lhe deu um breve aceno, guardando as moedas no bolso de seu casaco. Logo, a carruagem começou a se mover.

"Mais um trabalho, Genevieve?" Perguntou uma das passageiras, uma jovem da mesma idade que Eve. Mas a mulher era casada com um homem notável da mesma cidade, um empregado de um dos Viscondes. E dizer que a mulher não estava orgulhosa disso seria um eufemismo.

"Bom dia para você também, Heather," Eve ofereceu uma leve reverência à mulher chamada Heather. "Sim, o último."

"Você não disse a mesma coisa na última vez que nos encontramos? Como eu pensei, para uma mulher encontrar trabalho nesta sociedade é difícil," Heather balançou a cabeça, dando um olhar para Eve. "Ainda existem alguns homens decentes em nossa cidade, que tenho certeza que gostariam de se casar com você. E você deveria fazer isso antes de assustá-los com outra notícia ultrajante sua," a mulher riu no final.

Eve riu junto com Heather e então comentou, "Devo concordar. Os homens da nossa cidade assustam fácil ao ouvir tais coisas simples. Faz você se perguntar se eles são bravos de verdade."

Havia três mulheres e três homens viajando na carruagem. Um dos homens se virou para olhar para Eve, e ela lhe deu um sorriso sem jeito. Mas a pessoa virou seu olhar para fora da janela.

Heather deu um tapinha leve no braço de Eve e disse, "Confie em mim e encontre um homem adequado o mais rápido possível, em vez de procurar por um trabalho." Como estavam sentadas uma ao lado da outra, a jovem se inclinou para ela e sussurrou, "Até quando você vai usar esses sapatos desgastados? Especialmente com roupas que as pessoas estão cansadas de ver. Olhe para mim, eu me casei com um homem que trabalha para um Visconde e ele ganha melhor que a maioria dos homens da nossa cidade. Foi só na semana passada que ele me comprou um colar de pérolas."

"Parece que você encontrou o homem que queria. Principalmente considerando que você roubou o homem que estava noivo de outra mulher," comentou Eve, e o sorriso nos lábios de Heather vacilou.

Heather escondeu seu constrangimento com uma risada e disse, "O que posso dizer, meu marido me achou mais adequada para ele do que a Srta. Fleming."

Os passageiros na carruagem, que estavam discretamente bisbilhotando, olharam para a mulher por breves momentos, e as bochechas de Heather ficaram vermelhas, causadas por Eve. Com voz baixa, ela advertiu,

"Você deveria ter cuidado com suas palavras, Genevieve. Você não iria querer chatear alguém cujo marido tem conexões com famílias de alto escalão social. Uma palavra e você poderia nunca mais conseguir trabalhar em lugar nenhum."

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Uma das lições de Lady Aubrey para Eve era — A não ser que você esteja em uma posição social superior à do outro, não se envolva em brigas mesquinhas com a pessoa. Porque isso só quebrará o degrau da escada.

Mesmo Eve querendo responder com 'Vá em frente', ela sabia que não valeria a pena discutir com aquela mulher, que gostava de jogar sujo.

"Minhas desculpas. Não pretendia te machucar," a mulher aceitou o pedido de desculpas de Eve com nariz empostado, mas de coração dividido. "Eu quis dizer que você é uma mulher inteligente e bonita, Heather." Uma astúcia adicionada por Eve com um sorriso.

"Eu sou," respondeu Heather, "Talvez quando eu tiver filhos, o que será em breve, eu te contrate para ser a governanta deles. Não seria maravilhoso?"

Talvez esse seria o dia em que ela deixaria de ser governanta, pensou Eve. Durante o restante da viagem, as mulheres não tentaram voltar a falar uma com a outra, deixando-se estar.

Quando Eve desceu da carruagem, as pessoas sentadas na carruagem não puderam evitar de dar uma espiada na cidade de Skellington, que parecia muito superior às outras cidades. Ela caminhou lenta e elegantemente, sem apressar seus passos, pois isso atrairia mais atenção para ela do que as poucas pessoas reconhecendo ser a mesma pessoa que havia causado um pequeno tumulto aqui alguns dias atrás.

A mansão Moriarty era localizada bastante longe de onde ela havia descido da carruagem. Levou mais de quinze minutos a pé para Eve antes de chegar ao portão de entrada da mansão.

"Este lugar é maior do que eu pensava," murmurou Eve para si mesma, um pouco intimidada pelo tamanho da mansão.

Quando ela havia começado a ler a carta no dia anterior, ela acreditava que era de uma família de classe média. Mas depois de descobrir que vinha da cidade de Skellington, ela passou a acreditar que possivelmente era de uma família 'mais pobre' comparada ao resto das famílias da cidade. As últimas oito famílias que ela havia conhecido eram em sua maioria ricas, mas nenhuma se comparava ao que ela estava diante naquele momento.

Naquele instante, duas criadas trabalhavam fora da mansão, cuidando do jardim.

Ela respirou fundo e finalmente fez seu caminho em direção à entrada da mansão.

Antes que pudesse andar mais alguns passos, ela notou o servo em uniforme de mordomo aproximando-se dela, e eles se curvaram um para o outro. O homem sorriu para ela educadamente. Seu cabelo loiro estava penteado para o lado, e ele aparentava ser alguns anos mais velho do que ela.

"Bom dia. Eu sou Alfie, o mordomo da família Moriarty," o mordomo se apresentou, "Senhorita...?"

"Senhorita Barlow," respondeu Eve, percebendo o mordomo rapidamente analisando sua aparência, mas a expressão em seu rosto não mudava. "Genevieve Barlow. Eu recebi um convite—" ela retirou a carta do bolso de seu vestido "—para vir me candidatar ao cargo de governanta."

O mordomo olhou a carta, leu-a antes de dizer, "Permita-me guiá-la à sala de piano da Senhorita Allie. Por favor, siga-me."

Enquanto caminhavam pelos expansivos corredores dentro da mansão, Eve perguntou ao mordomo, "Estarei falando com a Sra. Moriarty ou o Sr...?" sua voz se perdeu, lembrando-se de sua entrevista de emprego anterior.

O mordomo levou um segundo antes de responder, "Seu trabalho será aprovado dependendo de sua interação com a Senhorita Allie. Se ela gostar de você, o emprego será seu para manter, Senhorita Barlow."

"Os pais não se importariam?" Perguntou Eve, e o mordomo sorriu.

"O Sr. e a Sra. Moriarty estão ocupados hoje com trabalho. Por aqui, por favor," o mordomo guiou o caminho para ela, levando-a pelas escadas.

As colunas e os tetos dentro da mansão tinham sido intricadamente esculpidos. Havia muitos castiçais colocados perto das paredes para iluminar o lugar. Quanto mais caminhava, mais parecia um castelo do que uma mansão.

"Espero que não tenha sido difícil para você encontrar o caminho até aqui, à mansão," disse o mordomo, e Eve balançou a cabeça.

"De modo algum. Quantos anos tem a Senhorita Allie?" Eve achou melhor saber um pouco sobre a garota que ela seria governanta.

"A Senhorita Allie tem nove anos," respondeu o mordomo, e depois de caminhar um pouco mais, finalmente chegaram diante de uma grande porta dupla. O mordomo girou a maçaneta e a abriu para ela "Senhorita Alli—" suas palavras foram interrompidas pelo estridente som das teclas do piano pressionadas juntas.

Um grande piano estava colocado no centro do grande cômodo, e uma jovem garota com cabelos castanhos sentava-se no banco, que não se deu ao trabalho de olhar para cima e encontrar seus olhos. Eve deu uma rápida olhada ao redor do cômodo, que tinha estantes de livros contra a parede. Parecia a sala de estudo da jovem garota. E então seus olhos caíram sobre o espelho na parede do outro lado do cômodo.

O mordomo rapidamente disse, "Senhorita Barlow, por que você e a Senhorita Allie não aproveitam um tempo para se conhecerem. Voltarei em um momento com refrescos." E como um redemoinho, o mordomo desapareceu atrás da porta que ele fechou em sua saída, deixando Eve sozinha com a garota, que não se incomodou em reconhecê-la.

Eve estava acostumada a ser interrogada pelos pais e a discutir sobre seus filhos antes de conhecê-los. Mesmo tendo sido rejeitada várias vezes antes, ela nunca havia sentido o ar tão pesado.

Enquanto Eve contemplava como se aproximar da menininha, Alfie, o mordomo, fez seu caminho para outro cômodo na mansão. Ele bateu na porta e, recebendo permissão para entrar, entrou no cômodo. Inclinando a cabeça, informou,

"Mestre Vincent, a governanta que deu um tapa no Sr. Walsh está aqui."

"Está mesmo," um lado dos lábios de Vincent se ergueu.

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