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CAPÍTULO 16 - DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

Dentro do prédio de pesquisas, Mizu corria para escapar dos diversos ataques que o homem tentava aplicar em uma luta corpo a corpo.

Naquele ponto de sua luta, Mizu já não empunhava mais sua espada, a qual tinha sido defendida e lançada em algum dos lugares escuros da sala.

Correndo pela sala fria, Mizu foi acertado por um chute em sua barriga, sendo lançado em um dos corpos que estava no chão, quebrando todos os ossos montados em forma de um corpo real, os espalhando pela sala.

– "Isso é como uma maquete de uma pessoa feita a com seus próprios ossos já desmontados?." – Mizu se questionou, porém não foi ouvido pelo homem no qual lutava contra

Focando seu olhar novamente para a frente, Mizu viu o senhor Alon se aproximando.

– "Você é rápido para sua idade." – Mizu comentou para o homem que lutava contra.

Levantando, ele ignorou totalmente os ossos que estavam espalhados à sua volta, tornando a ter seu foco total na luta em que estava.

Correndo na direção do homem, Mizu alternava de uma direção para outra de forma brusca, tentando confundir o homem.

Aquilo, porém, não funcionou. O homem apenas se manteve sem mexer nenhum dos músculos de seu corpo, fazendo com que o garoto recusasse de sua investida.

O velho homem que estava parado no centro da sala carregava em sua mão o cristal branco, que se tornava suas armas tanto defensivas, quanto ofensivas.

Naquele momento, o homem criou de seu cristal uma arma de ataque, algo similar a uma lança de lâminas em seus dois lados e pontas.

– "Armas de ataque vindas do Cristal da Defesa? Isso é inacreditável." – Disse Mizu, misturando sua inconformação com sua surpresa.

Tornando a focar em sua luta, o garoto adotou uma forma cautelosa de atacar e se defender, percebendo naquele momento sua perceptível desvantagem.

– "Você recua demais, se não tiver pelo menos um grande intelecto, não passará de um qualquer." – O homem disse, sendo totalmente duro em suas palavras provocativas.

– "Suas palavras rudes tentam me fazer sentir inferior, porém não tenho motivos para ouvir um velho como você."

– "Não acha que está relaxado demais em uma luta que vale sua vida?"

– "Eu não entendo, você que está reclamando da luta mesmo estando em clara vantagem." – Mizu sorriu de forma irônica, fazendo com que o homem perdesse sua postura e partisse para o ataque.

Empunhando a lança em seu centro, o homem a girou em direção do corpo do garoto, buscando o cortar com qualquer uma das várias lâminas da lança.

Esquivando com agilidade, Mizu escapou dos golpes rolando pelo chão frio da sala.

Aproveitando da pequena vantagem que teve em relação ao ataque do homem, Mizu aproveitou para arquitetar seu contra ataque.

"Isso faz total sentido." – Pensou Mizu, sabendo o que fazer.

Levantando para correr pela sala, o garoto chamou a atenção do homem, que partiu em sua direção para repetir o mesmo ataque feito anteriormente.

Desviando da mesma forma de antes, Mizu aproveitou de seu rolamento para que pudesse pegar um dos ossos do braço de um corpo que estava no chão. O arrancando do resto do corpo, Mizu o usou como uma arma para ser lançada em direção ao homem.

Mesmo ainda no chão, ele lançou o osso de forma forte no homem, que não pôde se defender, sendo atingido em sua mandíbula.

– "Arh." – Reclamou, arrumando a mandíbula que tinha sido deslocada em seu rosto.

Se levantando rapidamente, Mizu correu em direção da saída da sala, porém, foi impedido pelo homem, que o lançou para longe usando seu próprio corpo.

Tendo corrido para a frente da porta, o homem se revestiu do vento branco que o tornava mais forte, assim refletindo o garoto, que apenas ao bater corpo a corpo havia sido lançado para longe.

Tendo sido lançado em mais um dos vários corpos da sala, Mizu se sentiu cansado e dolorido, experimentando naquele momento o auge de sua fraqueza.

– "Ele usou no próprio corpo como uma arma de defesa." – Mizu sussurrou para si mesmo.

Apoiando as mãos no chão para se levantar novamente, Mizu percebeu que havia um osso no espaço entre sua mão e o chão, indicando que na verdade os ossos não tinham se espalhado para longe, mas sim tinham se mantido no mesmo lugar do impacto.

Observando o corpo que tinha quebrado em diversos ossos, Mizu finalmente percebeu o que havia acontecido.

– "Ah, isso só acontece comigo." – Disse Mizu em tom de desânimo.

Caindo de fraqueza novamente ao chão, se manteve sentado.

Naquele momento em que tentou se levantar, ele percebeu que tinha sido ferido por um dos ossos, o qual havia perfurado sua perna e se mantia preso em sua panturrilha.

– "Isso explica a dor ter voltado repentinamente." – Mizu se lamentou enquanto olhava para o teto da sala.

Percebendo que sua adrenalina tinha acabado, Mizu não tinha mais o que fazer naquele momento.

Voltando o olhar para sua direção reta, viu o homem andar lentamente para sua direção.

– "Eu não acredito que fui derrotado tão rapidamente…" – Balançando a cabeça, ele negou seu destino.

Vendo que o homem se aproximava lentamente sem nenhuma arma em mãos, Mizu se forçou para se pôr de pé, ainda com o osso atravessando sua panturrilha.

Os dois estavam em linha reta, partindo para um confronto corpo a corpo.

Partindo primeiro, o homem teve vantagem em sua velocidade, segurando os braços de Mizu e o acertando com uma cabeçada em sua clavícula.

Mesmo recebendo o forte impacto, Mizu se manteve em postura reta e de pé, contra atacando com sua força para devolver o mesmo golpe.

Por conta de sua desvantagem de espaço e força, ele não pôde alcançar seu ataque ao homem, que o atacou novamente com uma cabeçada.

Tendo o lançado levemente para trás, Alon o segurou novamente por seus braços, o trazendo de volta para perto de seu corpo.

Assim, ele o atingiu novamente com uma sequência de cabeçadas que mantinham uma forte intensidade, das quais não podiam ser defendidas pelo garoto.

Após diversos ataques certeiros contra seu corpo, Mizu se viu quase sem força e prestes a desistir. O sangue que corria por sua boca já não tinha mais gosto e nem havia mais uma sensação certa ao vê-lo sair mais e mais de sua garganta para fora de seu corpo.

"Ele é forte, é praticamente impossível." – Mizu pensou, enquanto recebia outra cabeçada de Alon.

"Porém, se eu desistir estarei deixando na mão a Luna e todos aqueles que prometi salvar no futuro… Mesmo que eles nunca tenham ouvido minha promessa, não é apenas sobre mim." – Mizu pensou novamente, lutando contra sua consciência que tentava se esvair durante mais uma cabeçada contra seu corpo.

Percebendo a fraqueza no olhar do garoto, o velho homem Alon se preparou para um ataque diferente, levantando a perna direita para chutar a cabeça de Mizu.

Para realizar o ataque final, Alon soltou os braços de Mizu e se afastou para que pudesse ter o espaço do golpe.

"Se você não ataca primeiro, basicamente se torna quem defende sempre. Para sair disso você teria que tirar a vantagem do oponente após um erro, porém, isso é difícil para um inexperiente." – Mizu ouviu em sua mente a voz de seu velho treinador, que havia lhe dito durante uma de duas lutas de espadas. Como lembranças claras, isso cobriu a mente do garoto, adrenalizando novamente seu raciocínio.

Enquanto se lembrava da fala de quem sempre havia o vencido em lutas, Mizu percebeu que já não era mais aquele que foi citado em sua memória viva. Agora ele era sim alguém experiente em lutas.

– "Sair em desvantagem ainda é ruim, porém eu não sou mais o inexperiente garoto que você me dizia ser, seu velho!" – Mizu levantou a voz, que ecoou sobre a sala fria, agitando todos os ossos que estavam nela.

Defendendo o chute do homem com sua mão direita, Mizu rapidamente usou de sua mão dominante para tirar de sua perna o osso que estava preso.

Mesmo com dor, Mizu não perdeu tempo, usando o osso para enfiar na perna do homem que estava segurando em sua mão direita.

– "Arhg. Maldito!" – O homem usou de toda a força que tinha para gritar, se soltando das mãos do garoto.

Partindo em direção dele, Mizu usou da vantagem que tinha para correr em sua direção, mesmo que ainda estivesse mancando por conta da ferida de sua perna.

Chegando ao lado do homem, Mizu tentou o acertar com um soco direto usando de sua mão esquerda, porém foi bloqueado pelo vento branco que rodeava o homem.

Sendo refletido pela barreira, Mizu levou em sua trajetória vários corpos que estava em seu caminho, inclusive o corpo de seu pai.

Parando apenas após bater na parede da sala, Mizu se viu totalmente sem força, se tornando praticamente nulo naquele momento.

Seus machucados agora eram maiores por conta dos diversos ossos no qual ele tinha batido o corpo após ser lançado para longe.

O homem que ainda estava na mesma posição e expressão, lamentava sua dor, expressando um forte ódio e dor em seus olhos e sorriso.

– "Você é um maldito!" – O homem gritou, fazendo com que a barreira a sua volta se tornasse mais forte.

– "Isso não é justo." – Mizu murmurou, levantando o corpo para ver o que estava ocorrendo com o homem.

– "Suas gerações são um incômodo e, assim como seu pai, você se tornará apenas um fracasso marcado em nossa história." – O homem disse de forma irada.

Retirando o osso de sua perna, o homem usou de um pedaço de sua blusa para que pudesse estancar o sangue de sua ferida.

– "Vocês são fracos, mesmo quando carregam fortes armas ou cristais. Nossa tecnologia é melhor do que qualquer uma das quais vocês insistem em manter para a vida de vocês. Seres medíocres devem morrer." – O velho homem dizia tudo de forma triunfante enquanto murmurava suas dores.

– "Você não entende nada. Vocês se fecharam a esse mundo onde apenas o poder importa de verdade para vocês." – Mizu retrucou a fala do homem.

Sua voz estava mais fraca do que o normal, porém ele se esforçava para se manter consciente.

– "Você busca o mesmo poder que possuímos, não é? O que temos de diferente em nosso modo de viver?" – Alon começou a se aproximar lentamente de Mizu.

– "Eu quero acabar com as guerras e impedir que as crianças do futuro passem pelo que eu passei. Perder os pais para uma guerra não é algo fácil, você não entenderia." – Mesmo com uma forte expressão de dor, Mizu manteve sua postura de voz.

– "Eu entendo pelo lado contrário ao seu. Eu tenho uma filha e ela espera eu estar de volta em casa, porém é uma escolha minha correr o risco de não voltar."

O homem aumentou seu passos em direção do garoto, que nem mesmo tinha forças para esboçar uma reação, podendo mudar apenas sua expressão.

– "Vocês não contam, vocês não merecem voltar." – Mizu disse de forma agressiva.

– "Seu orgulho não te deixa ver aquilo que está errado em seu próprio pensamento, não é? Você não é diferente de nenhum de nós. Assim como você, nós também agimos sem pensar realmente naquilo que dizemos ser nosso objetivo."

Mizu se recusou a dar ouvidos para o homem, que finalmente havia chegado perto o suficiente para alcançar o seu corpo.

– "Há coisas que você não terá todo o tempo do mundo para aprender." – Usando um tom de voz diferente, o homem pareceu se preocupar com Mizu por alguns segundos.

O pegando em seus braços, Alon não o machucou, apenas o colocou em seu ombro e o levou ainda acordado para fora da sala, deixando todas suas armas para trás junto de sua mochila.

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Mizu esteve desacordado durante todo o caminho no qual foi levado por Alon, que havia vencido a luta entre eles, porém não tinha nem mesmo esboçado o matar naquele momento.

Chegando finalmente ao destino, Mizu foi amarrado em suas duas mãos por uma corda presa ao teto da sala fria em que estava. Aquela não era a mesma sala de antes, porém tinha o mesmo clima de pequenos ventos frios.

– "Isso não cheira bem." – Mizu despertou após sentir o forte odor que era gerado dentro da sala onde estava preso.

– "Se acostume com isso, te garanto que não vai melhorar." – Uma voz falou com Mizu, o assustando bruscamente.

Levantando o olhar, Mizu olhou para tudo ao seu redor, situando totalmente sua mente para que soubesse o que fazer em seu próximo passo.

Ao olhar para seu lado direito, percebeu que havia um homem que estava preso da mesma forma, amarrado no teto por uma corda que prendia seus braços juntos.

Aquele homem que ele tinha visto já era velho, porém não parecia ter tido nenhum cuidado durante sua vida. Todas as feridas que teve durante toda sua longa vida ainda pareciam um pouco abertas e mal cuidadas. A principal delas parecia atravessar um de seus olhos, o qual abria parcialmente com dificuldade.

Da mais recente ferida até a mais antiga, todas tinham o mal cuidado como elemento comum. Junto disso, todos os pelos do corpo dele pareciam não serem tirados a anos, evidenciando ainda mais a situação dramática que Mizu poderia passar naquele lugar.

– "Com todo respeito mas, esse cheiro vem de você?" – Mizu perguntou de forma sincera.

– "Na verdade acho que tenho um pouco de culpa sobre o mal cheiro desse lugar, porém acredito que esteja se referindo mais diretamente ao cheiro dos corpos mortos que estão jogados por esse lugar." – O homem respondeu de forma serena. Mesmo que ele estivesse falando uma das coisas mais assustadoras que podia ser ouvido pelo garoto, seu tom tornava aquilo algo rotineiro.

Reagindo com olhares fundos, Mizu se calou completamente.

Logo, o homem que nem havia olhado no rosto do garoto desde o início da conversa decidiu se virar em sua direção.

– "Você está aqui?" – Disse o homem, abrindo um sorriso em meio a seu rosto totalmente coberto de feridas.

– "Do que você fala quando se refere a mim dessa forma?" – Mizu questionou enquanto mantinha seu olhar hesitante em relação ao homem.

Respirando fundo, o velho homem finalmente pôde largar todo o peso que permanecia em seu peito por anos.

– "Mizu, não é?"

– "Você sabe meu nome?"

– "Você ainda não me respondeu."

– "Sim, eu sou o Mizu."

Sorrindo, o homem suavizou sua voz que antes era trêmula e cheia de desesperança, mas que agora carregava uma nova vitalidade.

– "Meu nome é Uzur, eu era o braço direito de seu pai."

Aquele homem era Uzur, porém já estava irreconhecível por conta de seus machucados e mal cuidado com sua aparência.

– "Ouvi falar de você durante minha infância. Disseram que você também sonhava com aquilo que meu pai sonhou." – Mizu adotou em sua expressão um tom de seriedade, porém diminuindo a distância social que tinha imposto antes em relação ao estranho homem à sua frente.

– "Cuidar do mundo sempre foi e sempre será minha primeira paixão." – O velho Uzur sorriu.

Os dois se encontravam em uma situação extremamente delicada e negativa, porém não deixaram que aquilo interrompesse o encontro de gerações que ocorria em meio ao clima vazio e sombrio.

Não era como eles esperavam se ver, porém era aquilo que eles precisavam sentir naquele momento que parecia não trazer esperança.

– "Você não parece estar em uma situação boa, porém ainda parece melhor que meu pai." – Mizu comentou de forma sincera sobre a situação de Uzur naquele momento.

– "Oji ainda faz muita falta, porém não me entristece saber que seu sofrimento foi encerrado de forma rápida." – Abaixando o semblante, ele rapidamente perdeu sua postura, porém percebeu que não poderia se deixar levar por seu sentimento naquele momento. – "Inclusive, você não parece muito diferente de mim."

Mizu estava mentalmente quebrado e sua expressão não trazia nada além de dor e sofrimento, o que realmente era tudo aquilo que ele podia expressar de sua alma naquele momento. Fisicamente ele também não estava em boas condições, seu corpo estava ainda mais fraco que antes e agora ele perdia o pouco de sangue que ainda tinha lhe restado.

Para finalizar sua tragédia, Mizu agora carregava em sua perna uma grande ferida que ainda perdia sangue pouco a pouco, porém que já estava praticamente fechada.

– "Eu não fiz isso." – Mizu comentou para si próprio enquanto olhava para sua própria perna que agora estava cuidada.

– "Não se impressione, isso na verdade é só pra garantir que você vai viver mais tempo." – Uzur comentou, sobressaindo todos os pensamentos do garoto, que se focou novamente a ouvir suas palavras.

– "Porquê eles fizeram isso?"

– "Desde que eu e seu pai perdemos a luta para Alon, fomos usados como cobaias de testes de armas e medicações. Infelizmente seu pai teve diversos anos de sofrimento antes de morrer"

O clima da conversa não era positivo para nenhum dos dois, mas eles já tinham aceito que tinham que deixar de lado aquilo que não podia mais ser salvo. O objetivo que cada um deles tinha era totalmente diferente, porém naquele ponto específico eles alinharam seus interesses e dores, estando em mesma sintonia.

– "O que matou meu pai?" – Mizu perguntou, mesmo que sua voz relutasse um pouco em sair.

– "Nós fomos usados para testes de armas diários, fomos tratados como ratos de teste, por isso eu ainda carrego tantas cicatrizes que ainda parecem vivas em meu corpo. Com seu pai não foi diferente, porém ele foi o único de nós dois a receber testes de medicamentos." – Uzur estava fraco até mesmo de voz, porém estava se esforçando em seu máximo por Mizu.

Respirando fundo, Uzur buscava as palavras certas para que pudesse manter sua postura naquela difícil fala sobre seu falecido amigo.

– "Não sei exatamente o porquê disso e também não sei qual remédio deram para ele, entretanto ouvi que tudo foi planejado para que ele revelasse tudo sobre o cristal da água, porém ele provavelmente nunca abriu sua boca e por isso terminou daquela forma."

– "Ele era um heroi?" – Mizu perdeu seu foco sobre a própria pergunta, levando aquela conversa para um novo rumo.

– "Eu aprendi com ele a não gostar de rótulos que se aproximem de profecias. Acredito que ninguém é escolhido à toa ou por ter nascido para ser 'aquela pessoa', assim como ele, acredito que você é escolhido por seu esforço e por seu coração, não por ter nascido destinado para algo."

Mizu se pôs em profundo silêncio, aquelas palavras que ele ouviu eram demais para seu coração. No fundo, aquele ainda era o motivo pessoal no qual ele buscava mudar o mundo. Seu pai e sua mãe esperavam que ele fizesse aquilo que era desejo deles durante a vida.

Eram difíceis palavras que, levadas pelo silêncio, causaram lágrimas que escaparam dos olhos dos dois que preenchiam de vida aquela sala que fedia a morte.

– "Não podemos acabar assim…" – Mizu tomou uma repentina injeção de esperança e balançou seu corpo, se mostrando contrário ao destino que estava o carregando.

Mesmo com todo aquele movimento para tentar se soltar, aquilo era inútil, aquela corda não iria se soltar dessa forma e, na verdade, ele nem podia insistir muito sem que machucasse seu pulso durante sua tentativa em se soltar.

Ao lado dele, Uzur somente pôde assistir a tentativa do garoto em se soltar.

– "Luna!" – Mizu gritou por socorro. Seus sentimentos já estavam no limite, sua dor e tristeza tinham o consumido junto a sua recente lembrança de seu pai que viveu a pouco tempo ao lado de Uzur.

Logo, algo fez o prédio tremer de forma extrema, era como uma resposta ao grito de socorro do garoto.

Toda a estrutura do prédio começou a se inclinar pouco a pouco para o lado, não demoraria muito para que todo o prédio caísse por completo.

Aquele prédio de diversos andares agora estava desmoronando em lenta velocidade.

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