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Presos— Rosa e Amarelo

Jeslyn entrou na cela de prisão com uma toalha branca dobrada, outro par de uniformes laranjas e produtos de higiene. 

As barras de metal da porta da prisão bateram suavemente com um clique, e então houve silêncio. Ela olhou para trás, mas a carcereira já havia saído.

Virou-se de volta para a cela e seus olhos captaram a cena da prisão à sua frente. Havia duas mulheres ali, e ambas emanavam uma aura séria de assassinas frias. As numerosas tatuagens em seus corpos eram testemunhas disso.

Uma delas vestia seu macacão com a parte de cima amarrada na cintura, deixando apenas sua regata branca, enquanto a outra tinha o macacão caído sobre um ombro.

Elas tinham vários piercings e cabelos de cores estranhas, um com contorno amarelo e o outro rosa. 

Depois de observar a cela por um tempo, percebeu que a cela de prisão não era tão ruim como aquelas que vira em filmes e noticiários. 

A beliche tinha três estrados, com o primeiro e o do meio ocupados, então caminhou em direção à cama para subir no último.

"Ei, quem é você?" A que amarrou a parte de cima do uniforme na cintura perguntou com um tom ameaçador.

Jeslyn estremeceu e a fachada de confiança que ostentava estava prestes a se desfazer ao ver o olhar que ambas lhe lançavam. 

Aqueles olhos eram como os de um açougueiro que finalmente vê um cliente após tanto tempo. 

"O-oi, sou Jeslyn, Jeslyn Lee." Ela se apresentou. A última coisa que queria era ter problemas com qualquer uma delas. 

"Ninguém se importa, novata. Venha aqui", a outra de cabelo rosa acenou para que ela se aproximasse. 

Jeslyn colocou suas coisas na cama do meio e caminhou lentamente até a mulher. 

"Ótimo. Ajoelhe-se", ela ordenou. 

"O quê?" Jeslyn reagiu instintivamente, como se um desconhecido lhe dissesse para se ajoelhar em sua casa.

Havia uma carranca de desaprovação em seu rosto. 

"Você é surda?" A de cabelo amarelo perguntou. 

A cabeça de Jeslyn reagiu antes de seus sentidos. Ela balançou a cabeça negando.

"Então ajoelhe-se. Você é muito alta", disse a mulher de cabelo rosa.

'Muito alta?' Ela era apenas uma garota com altura média de 1,68m, então como poderia ser muito alta? 

Ficou claro que Jeslyn não entendeu que elas não estavam falando sobre sua altura, mas sim para que ela se abaixasse ao nível delas, já que estavam sentadas e ela estava em pé. 

"Amarela, faça com que ela se ajoelhe." A de cabelo rosa disse à amarela. 

"O qu- Thud!" 

Forçaram Jeslyn a se ajoelhar ao chutar a parte de trás de seus joelhos. 

Ella gritou de dor com a cabeça baixa, olhando para suas pernas ajoelhadas. 

Dedos ásperos entraram em seu campo de visão e pousaram sob seu queixo, erguendo-o para que ela olhasse nos olhos da mulher de cabelo rosa. 

"Você é bonita", afirmou a mulher, fitando o rosto exuberante de Jeslyn.

'Isso é óbvio! Sou a mulher mais bonita da cidade de Rose!' Ela queria gritar com a mulher, mas não encontrou coragem. 

"Tsk, tsk, tsk. Uma pena que odeio ver rostos bonitos." A rosa abanou a cabeça, deixando Jeslyn de boca aberta. 

"Ei, você é um peixe dourado agora? Feche a boca." Amarela bateu gentilmente na cabeça dela. Mais parecia que estava provocando do que intimidando Jeslyn. 

"Deixe-a em paz, ela ficou chocada demais com minhas palavras. Peixinho dourado, não me culpe muito pelo que eu vou fazer com seu rosto. Você deveria culpar a mulher que seduziu aquele desgraçado que me transformou em assassina em série. Se ela não tivesse seduzido meu homem com aquele rosto bonito, eu não teria provado a dor da traição e não teria matado todos os convidados do casamento deles." 

Jeslyn ficou petrificada, enquanto o choque, o medo e a incredulidade consumiam seus sentidos. Ela estava compartilhando uma cela com uma pessoa tão doente? 

"Quer saber o que eu fiz com o casal traidor? Tirei-os da igreja e os cozinhei vivos até que–" 

Jeslyn instintivamente retorceu-se. Sua mente inocente capturou a cena e ela não pôde deixar de ficar enjoada. 

"Hahaha... Ela é realmente um coelhinho, um coelhinho fofo. Eu estava apenas brincando..." Rosa riu alto. 

Jeslyn ficou um pouco aliviada ao ouvir isso, mas então Rosa disse:

"... Eu não os cozinhei em uma panela, porém, derramei óleo quente no p*u dele e nela também."

"Hahahah." Amarela riu vendo os olhos arregalados de Jeslyn. 

"Ok, agora essa é só outra piada. Mas sua expressão é impagável, eu adorei." Rosa riu e soltou o queixo de Jeslyn. 

Ela recostou-se na parede e perguntou: "Então, o que fez com que um pequeno coelhinho como você viesse para cá?" 

Jeslyn sentou-se no chão, sentindo dores nos joelhos. "Eu – eu fui incriminada..."

"Por um assassinato?"

Ela assentiu, mesmo sem saber como Rosa sabia.

"Não fique chocada. Essas unidades prisionais são para assassinos. Então, quem você matou?" 

"Eu não o matei..."

"Não importa, coelhinho. Você foi trazida para cá, então aceite que o matou."

"Eu não o matei." Ela balançou a cabeça. Como poderia aceitar corajosamente que havia matado seu avô? 

"Esse é seu problema. É melhor você se impor e ser corajosa. Se mostrar à rainha esse lado coelhinho seu, estará pendurada no teto no dia seguinte." Rosa lançou o aviso casualmente.

Jeslyn pestanejou suas longas pestanas em confusão.

"Ah, você não sabe quem é a rainha. Ela é a–" Amarela estava prestes a explicar, mas Rosa a interrompeu. 

"Esquece. Ela vai descobrir amanhã. Ela acabou de chegar, vamos deixá-la descansar." 

"Certo. Você deve descansar primeiro." Amarela disse antes de se deitar no chão com as costas. 

Jeslyn subiu na cama do alto com dificuldade por causa dos joelhos doloridos e se deitou, tentando bloquear as palavras delas que não pareciam fazer sentido enquanto olhavam para ela. Era óbvio que estavam falando sobre ela, mas ela não estava no estado emocional para se importar. 

Como poderia ter pessoas tão malvadas em sua vida? 

Sua irmã, Christine, não era realmente sua irmã biológica. Sua mãe avistara a pequena Christine vagando pelas ruas sem um adulto para cuidar dela e ordenara às autoridades que a levassem. 

Colocaram Christine sob os cuidados deles por algum tempo enquanto procuravam seus pais. Christine tinha apenas três anos naquela época. Então, quando ninguém reclamou a criança, após três meses de anúncios e sensibilização diária do público, as autoridades decidiram que seria melhor enviá-la para um orfanato, mas a pequena Christine se agarrou à Sra. Alice e se recusou a soltá-la. 

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