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Capítulo 4

O tempo na corte parece passar devagar para Amélia, apesar de Felipe estar aproveitando para fazer suas gigantes alianças. Ela havia encontrado o futuro rei casualmente, poucas vezes ele estava sozinho, tirando um dia que ela estava vendo as flores do jardim e ele apareceu, mas eles pouco se falaram já que Dominique apareceu.

Nicolas tentava entender o lado de Amélia e Dominique além da pressão de seus ministros durante as reuniões, ele deveria dar uma oportunidade para Amélia, todos a descreviam como dócil e frágil e ele não conseguia ver ela assim, aqueles olhos tinham muita força

Amélia tinha acordado animada, Arthur vinha ao seu encontro, seu amigo, seu fiel escudeiro. A moça olhava pela janela de seu quarto que dava para ver o portão da frente, ao notar a presença de movimentos com a bandeira estampada do brasão de sua família a jovem saiu correndo ao encontro dele.

Amélia correu pelo jardim, seu grande amigo e anjo protetor chegará. Ela correu em direção ao jardim em direção aos grandes portões, atrás dela havia seus guardas e seguidas pela senhora da corte que gritava "Lady Amélia, você não deve correr pela corte", neste momento nenhuma etiqueta seria necessária. Amélia se jogou nos braços de Arthur, eles quase caíram no chão se não fosse os braços fortes de seu irmão.

Arthur afagou os cabelos rebeldes de Amélia, ele tinha um sorriso nos lábios e finalmente Amélia se sentia em casa. Ele havia feito uma promessa para sua mãe após o nascimento de sua irmã, ele cuidaria dela enquanto respirasse e nenhum mal lhe aconteceria..

— Irmãozinho

— Oi baixinha — Arthur a apertou com força e ela se sentiu em casa, sua família era sua casa independente de onde eles estivessem.

— Isso não são os modos Amélia, achei estranho ver tanta gente correndo atrás de você achei que tinha roubado algo — Felipe disse rindo.

— Perdão.

— Que isso pirralha, só não estamos em casa então — Felipe olhou seriamente

Um homem anuncia novamente a chegada do rei que estava com uma cara um pouco séria demais.

— Majestade — Arthur se curvou ainda segurando a mão de Amélia.

— Majestade, esse é meu irmão Arthur

— Irmão? — O futuro rei deu um sorriso aliviado, ele não sabia da chegada do irmão de Amélia — é um prazer receber você na nossa residência.

— Obrigado, Majestade — Arthur disse em um tom sério sem muito amigos, ele avaliou o rei, logo atrás dele estavam Olavo, Dominique e suas irmãs gêmeas

As gêmeas pareciam chocadas com a beleza de Arthur, um homem grande e forte, com os cabelos escuros era curtos, uma barba cheia e músculos aparentes ele havia ganhado em lutas corporais no exército. Arthur sempre carregava suspiro por onde ia, papai já havia recebido propostas de negociação de casamento para Arthur mas ele simplesmente ignorava a todos, dizia que ainda não era o momento de se casar.

— Como estão te tratando? — Arthur perguntou sério

— Bem.

Amélia disse em voz baixa, ela pareceu um pouco constrangida com a situação, Nicolas a encarou preocupado com a resposta da jovem, será que algo estava acontecendo e ele não sabia? Ele sabia que nos últimos tempos Dominique parecia diferente, ela estava sempre brava e de péssimo humor, eles mal conseguiam ter uma conversa antes dela se debulhar em lágrimas e chantagem emocional.

Nicolas se afastou acompanhado de Olavo e seguido por Dominique, enquanto Amélia e Arthur foram caminhar pelo jardim.

Amélia estava andando pelos jardins com Arthur, Felipe e Marcelo foram conversar com eles, ela apenas ficou um pouco distante conversando.

— Tudo chegou intacto e os homens também — Arthur disse para Felipe e Marcelo que pareciam felizes, Amélia se aproximou ouvindo a conversa de seus irmãos sem entender o significado do que diziam.

— Amélia — Marcelo disse em surpresa — Em breve papai e Pedro estão chegando.

— E o Leo?

— Ele não vem, sabe como é o Leopoldo — Felipe disse em tom de deboche. — Eu e Marcelo vamos até a residência, Arthur vai ficar com você. Em breve você terá um baile da corte para ir — Felipe disse animado.

— Isso é bom? — Amélia perguntou para seus irmãos, eles concordaram com a cabeça apenas

Felipe e Marcelo foram embora, Arthur mandou todos os outros embora também ele passou o braço em volta do de Amélia e ambos caminharam pelos jardins do Palácio.

— Então, o que está te incomodando?

— Nada.

— Não minta pra mim, sabe que eu estou aqui só por tua causa, me diga o que aconteceu. Preciso bater naquele reizinho? Cheguei pronto para isso.

— Não — Amélia sorriu ao lembrar de todas as vezes que Arthur a defendeu — Me sinto sozinha, em casa sempre estávamos juntos.

— Como o rei a tratou?

— Bem, ele é um homem gentil e seu irmão me lembra muito de vocês. Olavo é um garoto gentil.

— O que te incomoda então, minha irmã?

— Não me sinto à vontade, as moças da corte me olham de canto de olho. Todas adoram a Dominique e me odeiam

— Quem é Dominique?

— A namorada do rei.

— Como é? Esse bastardo é comprometido e recebeu você aqui com promessas de noivas? — Arthur pareceu extremamente bravo, ele seria capaz de matar o rei na frente dele

— Meu irmão, se acalme — Amélia segurou o braço de seu irmão e sorriu — não sei dizer, são os comentários que circulam pela corte. Eu não perguntei a família real, mas parece que ele tem sentimentos por ela, ao que parece ela corresponde. Eles cresceram juntos e todos a adoraram.

— Você não precisa disso — Arthur disse como todos meus irmãos já haviam dito diversas vezes.

— Eu não quero roubar dela com o rei, eu espero que ela entenda algum momento.

— ah minha irmã — Arthur beijou a testa de sua irmã — podemos ir caçar amanhã pra te animar, eu vi que a floresta tem uns amigos bem legais pra gente pegar.

— Podemos mesmo? — Amélia ficou feliz com a ideia de ir caçar com seu irmão

— Claro, seja a perfeita dama da corte hoje a noite e amanhã vamos montar e caçar.

— Ok.

Ambos seguiram caminhando pelo jardim, Amélia trazia no rosto um sorriso que não tinha a muito tempo ela se sentiu em casa novamente.

O famoso baile chegou, Amélia dispensou as damas da corte para se arrumar sozinha, ela pensava que Catarina a mataria, mas neste momento isso não importava. Ela tinha aversão a ser banhada e penteada talvez por ter aprendido a se cuidar sozinha pela ausência de sua mãe. Ela olhava os baús lotados de roupas que ela não imaginou um dia ter que usar. A moça se apertou no espartilho sozinha não quase tão sufocante quando as damas teriam feito, vestiu um dos grandes saiotes e para dar volume em seu vestido. O peso do tecido do vestido era enorme, talvez fossem as pedrarias que pacientemente a costureira pregou em seu corpete como Catarina pediu.

A jovem se olhou no espelho, ela puxava as mangas do vestido, quando doloroso poderia ser a vida na corte, ela não imaginava alguém aceitando essas regras. Ela observou seus pés descalços encarando os grandes saltos feito a mão tão brilhante quando seu vestido mas acabou o trocando por botas um pouco surradas de tanto usar, era mais confortável e ela gostava desse sentimento de conforto e ninguém veria seus pés pelo tamanho do vestido.

Amélia tenta prender seus cabelos mas pensou na dor de cabeça que teria por isso, ela simplesmente deixou seus cabelos soltos e colocou a tiara que sua mãe usava no dia do casamento com seu pai. A única coisa que ecoava em sua mente era o que seus irmãos diziam "nós não precisamos deles", nos primeiros dias Amélia desejava ser aceita pelas mulheres da corte mas ela, notou que ela deveria se aceitar ao vez de esperar entrar nos padrões os padrões deveriam ser adequar a ela.

Quando a jovem saiu pela porta do quarto chamou atenção de seus guardas que estavam pra fora, apesar de sua longa convivência com a família de Amélia eles não costumavam ver a jovem assim.

— Você está linda, Amélia — João Lucas disse para Amélia sem sair da postura de guarda.

— Obrigada, estou nervosa — Ela sorriu para os guardas.

— Nem parece a moça que corre nas plantações de sua família — João Luís disse ao ficar embasbacado com a beleza de Amélia — ou atira adaga em alvos.

Um barulho veio do início do corredor e interrompeu a conversa que os guardas e Amélia estavam tendo, Olavo parecia um jovem príncipe com seus cabelos milimetricamente penteados, ele usava um casaco verde bordado em dourado, calças e um bota que tinha um salto para parecer mais alto. Ele era realmente um membro da família real e não garoto que jogou bola com ela e Arthur hoje mais cedo e rolava no chão. A convivência fez ela sentir saudade de suas crianças, as quais ela ensinava a ler.

— Senhora — Olavo estendeu a mão pra Amélia — me acompanharia nesta noite?

— Claro jovem príncipe — eu segurei o riso, Olavo parecia tão sério.

Havia uma dificuldade em segurar o braço já que Olavo era um pouco pequeno em relação a Amélia, mas ela jamais faria uma distinção entre a realeza.

— Você tem um cheiro bom, Amélia. — Olavo sorriu para Amélia, seu comentário gentil fez as preocupações com a pompa sumir.

— Obrigada, príncipe — Amélia sorriu para Olavo, o mesmo que parecia que ele estava brincando de adulto

Ao chegar às portas do salão os três irmãos estavam à espera dela, Marcelo riu do pequeno menino de braços dados com uma pose tão séria, ele foi o primeiro a notar a presença deles. Marcelo sempre gostou de criança e dizia que Olavo era um menino precoce já que o pequeno se aproximou de seus irmãos por como ele disse "uma investigação da corte".

O anúncio do príncipe Olavo fez todos se virarem já que a família real deveria ser a primeira a chegar e Olavo foi o último a chegar. Os olhos do salão se viraram quando ouviram o nome de Amélia a prometida de Nicolas que contava com apoio dos ministros para o casamento.

Por alguns segundos os olhos para Amélia, a moça parecia uma ninfa graciosa, seu grande vestido e cabelos soltos. Nicolas respirou fundo para acalmar seu coração, dominado pela ansiedade de seus sentimentos, demorou uns instantes para o futuro rei notar que Olavo estava de braços dados com Amélia isso fez Nicolas rir, Olavo tinha pedido sua autorização para acompanhar a moça ao baile, Nicolas pensou ser uma piada de Olavo mas ao ver os dois juntos viu que era sério. A rainha olhou para Nicolas que estava rindo da piada interna que passava em sua mente, ela pareceu chocada com seu menino com uma mulher adulta.

— Guarde uma dança pra mim — Olavo beijo a da Amélia mão e vou para perto de seus irmãos.

— Amélia, você está muito linda — Felipe disse sorrindo

— Que bela companhia você arrumou — disse Marcelo rindo do jovem menino que chegou de braços dados com Amélia.

Olavo se curvou ao futuro rei e a rainha, Nicolas mordeu seu lábio inferior para controlar seu riso

— Filho, o que você estava fazendo? — A rainha perguntou com seu coração de mãe inquieto

— Se Nic não casar com ela, eu caso. Eu gosto dela. — O menino saiu andando para perto de seu irmãos.

— Eu não pensei que ele falava sério quando disse que convidaria Amélia para o baile. — Nicolas achou seu irmão um rapaz de coragem e ousadia, era bem mais que engraçado.

A família de Amélia se aproximou deles, ela juntamente com os seus irmãos se curvaram ao rei e a rainha, como era de costume. Nicolas sorriu para a moça, achava ela um ser humano tão belo e intrigante, se sentiu mal por estar comparando Dominique a Amélia, enquanto a jovem estampava um grande N em seu peito para mostrar dominância, Amélia apenas sorria e era gentil ela não se jogará em cima dele como ele imaginou que seria, como futuro rei estava acostumado com avanço de algumas filhas de ministros.

Eles caminhamos até o futuro rei e a rainha regente, nos curvamos a ele como era de costume.

— Amélia sairá daqui casa, só não sei com quem.

— Como você é engraçado.

Felipe comentou isso na intenção de ser ouvido pela família real, como isso deixará Nicolas nervoso, realmente ela era uma moça de posse e provavelmente seu alto dote chamava atenção, ele não sabia que Amélia tinha pretensões de casar na verdade ele via em seus olhos o desespero de alguém que não queria ser presa.

Ao notar a presença de damas se acumularem perto e Arthur ele entrelaçou seu braço como o de Amélia, o que não era intimidade para as irmãs de Nicolas, as gêmeas Heloisa e Helena eram jovens atrevidas principalmente em relação ao jovem Arthur, com seus vestidos idênticos, porém de cores distintas Heloisa usava lilás e Helena rosa.

Elas se aproximavam quase de forma descarada para Arthur que fingia que as moças simplesmente não existiam.

Com a chegada do último da família real, o futuro rei Nicolas e a Rainha Elizabeth se levantaram de seus tronos quando a música soava pelas paredes de pedra do grande salão de baile, eles dançaram juntos a primeira música, uma regra de etiqueta real estabelecida pelos livros.

Após o final da dança, Elizabeth foi tirada para dançar por um dos generais, Dominique grudou em Nicolas como um urubu na carniça, ela não queria se quer cumprimentar outros convidados longe dela, apenas largava seu braço quando ele ia para o trono.

Em alguns momentos a jovem pegava Nicolas olhando para Amélia, Nicolas não tinha grandes pretensões ou promessas, apenas curiosidade sobre a jovem, mas Dominique não conseguia observar assim, ela fuzilava Amélia e o fato de ter o apoio dos ministros deixava Dominique ainda mais brava.

Depois de tanto fugir carregando Amélia como um saco para não ter que conversar com as gêmeas elas finalmente encurralaram ambos, com a chegada de Arthur e sabendo como ele defendia Amélia a vida da jovem se tornou um pouco mais fácil, elas fingem falar com a Amélia enquanto jogavam seus cabelos e batiam seus cílios na direção de Arthur.

— Eu gosto desta música — uma das jovens disse com um sorriso doce e gentil apenas para impressionar Arthur, foi quase um pedido para dançar.

— Acho que está na hora de dançar — Arthur sorriu pras irmãs — licença moças.

O sorriso maldoso estampado nos lábios de Arthur, ele nunca foi fã de mulheres que pegassem em seu pé, ele segurou a mão de Amélia e a levou para o centro da pista de dança, a moça até sentiu pena de Heloisa e Helena que ficaram muito decepcionadas. Ambos giram pelo salão, os olhares se voltaram a moça, a curiosidade era nítida na maioria dos convidados

Arthur puxou Amélia gentilmente para a pista de dança, ambos giraram no salão e dançaram lindamente o suficiente para todos olharem os irmãos desconhecidos até o momento na corte.

— Você iludiu as princesas — Amélia disse chateada — agora elas vão me odiar mesmo

— Você é a única com quem eu dançaria, minha irmã

— Estou honrada então.

— Sempre fique.

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