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Capitulo 7

Antonella

Sempre que acabava um livro, eu sentia aquela emoção, sabe? De dizer: trabalho concluído!

Olhei para o meu notebook e a tela estava marcando o fim do texto. Pronto, agora era só enviar para a Raquel e esperar pela revisão e edição, e tudo estaria pronto. Mais um trabalho estava concluído.

Me levantei da minha cadeira e vi que meu celular tinha algumas mensagens de amigos e uma dos meus pais, à qual eu respondi na mesma hora e com o maior prazer, afinal eu estava morrendo de saudade deles, fazia mais de um mês que não ia à fazenda vê-los.

Respondi a todos, e até ao Davi, que estava querendo falar comigo e pediu para eu ir à delegacia na hora da janta dele. O que eu não entendi foi o que ele queria que eu fizesse na delegacia, sendo que ele tinha praticamente me proibido de ir até lá. É claro que fiquei puta da vida, mas o que ele usou como desculpa foi que sempre tinha muitos prisioneiros e que alguns deles poderiam tentar a fuga e acabar me fazendo de refém, afinal o que seria mais divertido para os bandidos do que mexer com a família dos policiais?

E, falando em policiais, meu Pai do Céu, que homem era aquele todo musculoso? Mesmo com a camisa, dava para ver o quanto ele era gostoso, aliás, gostoso era pouco, era pura delícia. Minha vontade era de ir até ele, puxar aquela camisa para fora do jeans e passar as minhas unhas naquela pele, sentir os gominhos do seu abdômen. Meu Pai Eterno, esse homem era puro pecado. Só de imaginá-lo se despindo para mim daquele jeito… Ui, sinto até um tremor mesmo.

Fui direto para a cozinha e, lá, fiz um lanche, afinal eu tinha que manter a minha forma — brincadeirinha. Eu acabei voltando a ficar gordinha, mas agora estava saudável e tinha sempre acompanhamento médico. Por enquanto estava sem o tratamento com o psicólogo, depois que me mudei para São Paulo estava difícil achar um médico que eu gostasse. Mas sempre estava em contato com meu amigo Michael. Ele me ajudava em tudo nas minhas crises. Foi duro, mas, depois de tanto tempo, eu era outra pessoa, totalmente saudável.

Olhei para o relógio e tomei um susto daqueles. Como as horas passaram rápido! Fui direto para o chuveiro e escolhi uma bata e uma calça jeans, passei meu perfume favorito, é claro, vai que eu encontrasse aquele delegado gostosão. Ai, como eu queria ouvir aquela voz sexy dele! Hum, era puro tesão mesmo.

Fiz uma maquiagem de leve, afinal eu não queria fazer feio. Deixei meus cabelos soltos, que caíam em cascata pelas minhas costas. Fui até a cama, peguei a minha bolsa e saí apressada. Cheguei lá fora, abri a porta do meu carro, entrei e segui para a delegacia.

A noite estava gostosa e a maioria das pessoas estava nas ruas, os bares estavam lotados, e ver as pessoas tomando cerveja fez minha boca se encher de água, afinal eu não era de ferro.

Estacionei o meu carro ali perto da delegacia, mas, é claro, sem ser escondido, porque sempre poderia ter um engraçadinho da vida querendo roubar meu bebê.

Entrei na delegacia e dei de cara com as mesmas pessoas de novo, dessa vez bem calma, e é claro que eles estranharam, afinal sempre que apareço por lá é para mandar o Davi para o Inferno — quero dizer… modo de falar. Não se assustem, não são vocês que têm um maníaco por controle como meu irmão na cola. Se vocês quiserem, meninas, dou ele de presente, afinal vocês devem gostar, né? Um homem alto, forte e de cabelos loiros e olhos verdes; para completar o pacote, um controlador muito possessivo.

Cheguei à sala do Davi, sempre brincando e cumprimentando a todos pelo caminho. Aquilo era perfeito para mim, eu ficava muito feliz em ver como cuidavam do meu irmão, e agora do meu delegado.

Quando abri a porta, percebi que o Davi estava concentrado e nem reparou que eu entrei em sua sala.

— Não acredito que você está tão concentrado, Davi — falei, fazendo-o se endireitar, assustado.

Pensem em uma pessoa que caiu na risada, fui eu, e como ri dele!

— Nella, puta merda, que susto você me deu — ele colocou a mão no coração. Meio dramático, não?

— O que houve? Você não queria nem que eu pusesse meus pés aqui. Por que mandou mensagem querendo que eu viesse?

— Que exagero, Nella.

— Exagero nada. Vai me falar o que quer?

Fiquei ali observando a decoração da sala dele. Que decoração! Pelo amor de Deus, essa parede precisava de uma pintura nova e alguns quadros. Essas cadeiras, então… com certeza já tinham visto dias melhores, o estofado todo rasgado e a mesa toda bagunçada. Peraí, na realidade, essa delegacia inteira precisava de tudo novo.

Peguei meu celular e entrei nos grupos sobre livros, ri muito com as imagens que recebi no PV. Recebi um olhar mortal de Davi. Eu, hein, homem chato! As imagens não paravam de chegar, ainda mais do Michael, que era um safado, pena que era gay. Poxa, tanta mulher no mundo para tão poucos homens, e ele vai e se torna gay. Mundo injusto, viu?!

Depois de um tempo ali sentada, eu não me aguentei e resolvi sair para tomar uma água, café, qualquer coisa. Só não queria ficar no silêncio e na mesma sala que o ranzinza do Davi, que, a toda hora que eu dava uma risada, me olhava com aquela cara de poucos amigos.

Na hora em que abri a porta, eu só senti um jato quente respingar um pouco em mim e na outra pessoa, que me segurou forte. Jesus amado! Não, era o delegado gostosão, que estava me segurando, e que braços, tão fortes e musculosos! Será que, se eu fingir um desmaio, ele me carrega?

— Oh, me desculpe, Diogo, eu não vi que você estava abrindo a porta — falei, ficando vermelha com os tipos de imagem que estavam surgindo, e posso dizer uma coisa: não eram nada inocentes. Eu devia ter falado com a voz mais firme e ter me afastado, mas estava completamente em choque por causa dessa beleza ainda me segurando.

— Não tem problema. E você, está bem? — ele perguntou, e achei tão fofo isso de ele me perguntar as coisas, que por pouco eu não dei um beijo nele. Ele iria me achar uma oferecida se eu tentasse algo desse jeito.

— Eu estou bem, vim conversar com o Davi, mas vi que ele está ocupado, então estava indo embora — falei.

— Enquanto o Davi não termina o que ele tem que terminar, você não quer ir à minha sala? — ele convidou, e eu logo aceitei.

— É claro, mas antes é melhor você me soltar — brinquei, ao vê-lo segurando as minhas mãos.

— Me desculpe, espero que eu não tenha te machucado… — Diogo me olhou preocupado.

— Fique tranquilo, é claro que não. E outra coisa: não me parece que você machucaria uma mulher — respondi, com sinceridade.

— Que bom que eu não pareço um assassino — Diogo brincou, dando um belo de um sorriso.

— Não, você não — brinquei também. Era tão bom ficar assim, perto dele…

Fomos até a sua sala e ele me ofereceu café assim que entramos.

— Pode ficar à vontade, Antonella, aqui tem mais café — ele falou, mostrando-me a mesinha que tinha ali no canto da sala.

— Obrigada, e me desculpe por ter derrubado café nela — eu pedi, sem graça, e senti meu rosto ficando quente.

— Não se preocupe, só preciso me trocar — ele foi até o armário e pegou uma camisa. Enquanto ele achou que eu não estava observando, só fiquei ali salivando, como se fosse comê-lo. E só esse pensamento já me fez gemer um pouco mais alto sem querer.

— Me desculpe, Antonella, não queria te constranger — ele falou ao se virar. Nossa, esse homem era perfeito!

— A mim? É claro que não, mas posso dizer que você tem um belo corpo, por sinal — respondi, como se estivesse enfeitiçada.

— Obrigado, eu tento malhar, mas é difícil — peraí, esse homem malhava? Oh, meu Pai, se ele quiser malhar comigo, não tem problema, eu o ajudo.

— Acho que você não precisa — soltei sem querer, passando a língua no canto da boca.

— Obrigado de novo, mas preciso, eu estou ficando velho — para tudo! Ele disse velho? Esse homem estava louco!

— Velho onde, Diogo? A sua mulher deveria ficar de olho em você — sem querer, soltei, e acabei deixando-o corado.

Achei isso uma graça, homem corar, isso era bem interessante. E, ao mesmo tempo, fiquei com uma ponta de ciúme ao me dar conta de que ele poderia ser casado, se bem que ele não usava aliança. Mas tem alguns homens que não usam mesmo.

— Se eu tivesse, ela não precisaria ficar com ciúmes — ele respondeu, e fiquei surpresa. É sério que ele era solteiro? Quase fiz uma dancinha de felicidade, só não gritei porque não pegaria bem.

— Me desculpe, eu não queria me intrometer — falei, um pouco sem graça.

Por mais que eu quisesse ficar sabendo mais sobre a vida íntima dele, não era certo. Isso era o que um anjinho falava no meu ombro, e no outro era o diabinho me dizendo: Vai lá, boba, pergunta, você quer pegar ele de jeito, vai fundo.

— Imagine, minha vida é um livro aberto — ele respondeu, e acabei sentando e ouvindo o diabinho, mandei o anjinho voltar para o Céu. Era melhor mesmo atender o diabinho e fazer perguntas que estavam me deixando curiosa.

— Sério? É bom saber — soltei uma risada e comemorei, deixando-o sem entender.

— Fique à vontade — o delegado incentivou, deixando-me feliz.

— Diogo, melhor não, vai que a sua namorada apareça por aqui.

— Que eu saiba, não tenho nenhuma namorada, então fique tranquila, pode perguntar o que quiser.

— Acho que não — ponderei, esquivando-me.

— Então pode deixar, que é a minha vez de fazer perguntas, Antonella — o delegado me pegou de surpresa.

— Pode perguntar, eu sou um livro aberto — provoquei, repetindo a resposta dele.

— OK, minha pergunta é esta: você está sendo fodida por alguém? — nossa, que pergunta mais sem noção! Acho que não ouvi direito, estou surda.

— Nossa, você é bem direto nas perguntas, hein?! — respondi, agora sem graça.

— Me conta, Antonella, alguém está te fodendo? — ele veio em minha direção, deixando-me ofegante só com o seu caminhar de predador.

— Por que você quer saber? — perguntei, curiosa.

— Porque, Antonella, você vai ser minha — peraí, como é que é? Ele achava que era meu dono? Levantei rápido e fui em direção a ele com fúria.

— Quem você acha que é? — perguntei, agora zangada. Nenhum homem iria mandar em mim.

— Sou o homem que vai te foder com muito carinho e muito tesão — Nossa, agora sim eu quase gozei, só por causa dessa frase de puro desejo cru.

— Você é louco? — eu perguntei, e a minha mente foi invadida por imagens dele nu, me pegando e tomando, o que não era bom, ou melhor, era muito bom mesmo.

— Sou, sou louco por você, mulher — ele me confessou. — Você me pertence, tigresa.

— Eu não pertenço a ninguém, nem a você! — gritei. — Me solta, Diogo! — pedi, quando ele me segurou.

— Eu não quero — ele falou, sério. E eu fiquei ali, querendo me soltar e ao mesmo tempo me agarrar a ele mais um pouco.

— Me solta, Diogo — sussurrei.

— Fala olhando para mim, olha nos meus olhos e diga: você está sendo comida por alguém?

— Eu não vou te responder, Diogo — eu disse, rápido, querendo e ao mesmo tempo não querendo me soltar.

— Então eu não vou te soltar — puta merda, homem mandão, gostoso pra caralho!

— Me solta, Diogo — pedi uma última vez, sentindo-o me puxando mais ainda para aqueles braços maravilhosos.

— Não, Antonella, até você me responder! — ele me puxou com firmeza, me fazendo ofegar.

— OK, OK. Eu estou solteira — rendi-me ao seu calor.

Minha boca foi atacada com fúria e desejo. Eu tentei empurrá-lo, mas não consegui, era mais forte do que eu agora. Nella, você quer mesmo sair desses braços e parar de sentir essa boca te comendo como se fosse uma fruta suculenta?, me perguntei.

O beijo foi aumentando e aumentando. Esse homem sabia beijar, e eu era apenas uma aluna, e ele era o meu professor, e que professor! Minhas mãos levantaram a sua camisa, fazendo desnudar aquele abdômen perfeito e aquele peito musculoso, o que me fez desejar sentir cada músculo. Passei as minhas unhas nas costas dele, fazendo-o gemer, e aquilo me fez sentir poderosa demais.

Senti as mãos dele passando no meu corpo, levantando a minha bata e abrindo botão por botão. Depois senti as mãos dele no fecho do sutiã e, quando estava a ponto de implorar para ele arrancar do meu corpo o sutiã e a roupa, ouvi alguém batendo à porta, fazendo a gente se afastar com rapidez. Olhei rápido para ver se alguém tinha entrado ali e nos visto, mas não havia ninguém na sala. Diogo foi até a porta verificar, e senti minhas pernas ficarem um pouco fracas.

— Diogo, o que a gente fez? — perguntei, assustada.

— Fizemos o que queríamos fazer desde o momento em que nos vimos pela primeira vez.

— Não acho certo. E se alguém entrasse aqui e nos pegasse? — perguntei, frustrada. Comecei a me arrumar, um pouco chateada, eu queria mesmo era que Diogo terminasse o que tinha começado.

— Tigresa, você agora é minha — de novo não! Esse homem se acha meu dono.

— Sua? Eu não sou de ninguém, e já te disse isso — respondi, cansada.

— Você é minha, Antonella, só minha — ele falou, fazendo-me ir para trás.

— Não sou, não — respondi. Sei que estou parecendo criança, mas, poxa, esse homem era cabeça-dura.

— Vamos, para com isso, você sabe que eu queria você.

— Não mesmo — respondi, com firmeza.

— Bom, Antonella, nem adianta ficar com essa cara, de agora em diante você me pertence.

— Como é que é? — eu quase gritei.

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