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Capítulo 20 - Sangue

- David, abre a barreira. – Ela diz, deixando o rapaz confuso e um pouco indignado.

- C-como assim... Lucy? Não me diz que você vai enfrentar todos eles sozinha... – Ele tenta se levantar, mas estava bem sonolento.

- E você está em condição, meu bem? – Ela vira seu rosto e olha de canto de olho para ele, com um sorrisinho. – Deixa comigo, eu volto rápido.

David pensa um pouco e, ao perceber estilhaços de gelo começando a cair dentro da redoma de gelo, suspira e diz para Lucy:

- Um dia você me paga por me deixar plantado... – Ele diz enquanto abria uma passagem para somente Lucy passar.

- Claro, meu neném. – Lucy diz enquanto pega impulso e, na hora que salta para fora da redoma, já acerta um ghoul com uma joelhada bem no meio de seu rosto.

Quando os outros olharam para a ruiva, conseguirem vê-la com sua faca militar na mão, os braços, pernas e até rosto estavam com as veias destacadas. Lucy aproveita-se disso para provocar os canibais, chamando-os para virem para cima, o que eles fazem rapidamente. David aproveita isso para fechar a cúpula e ficar seguro ali dentro como Lucy havia sugerido, porém não poderia simplesmente descansar, ou a redoma iria se desfazer aos poucos.

Lucy se joga para trás e pisa na cabeça do ghoul em que ela tinha dado a joelhada, deixando-o inconsciente. Aproveitando-se do sangue que ele espirrou, a ruiva rapidamente o puxa e dispara uma bala de sangue que acerta a cabeça de uma canibal fêmea lá atrás, que estava se preparando para gritar.

A ruiva vê os que estavam para chegar nela, cerca de três machos. Ela aproveita-se disso para cortar a nuca do que ela estava pisando e se joga para o lado, deixando que os três acabassem agarrando o chão apenas.

Aterrissando, Lucy aproveita-se do embalo, força seu pé que estava mais na frente e dá um salto mortal para trás. Isso acaba fazendo o sangue do ghoul que ela matou reagir, criando estacas do líquido que perfuram o corpo todo dos três canibais rapidamente. Infelizmente, nenhuma delas acerta a nuca dos ghouls, pois eles já tinham começado a se mover, então apenas ficam presos por alguns segundos.

Logo que fica em pé novamente, Lucy é surpreendida por outro ghoul chegando por trás e abocanhando seu ombro. A ruiva grita de dor enquanto sentia seu corpo novamente ser perfurado daquela maneira. Lucy nota que os ghouls perfurados pelas estacas já estavam vindo na direção dela, que as ghouls fêmeas estavam para gritar e que a mordida daquele canibal era forte até para segura-la, fora os que estavam nos terraços dos estabelecimentos, aguardando um momento propício. Eram cerca de doze ghouls no total.

Lucy range seus dentes a ponto de sua gengiva sangrar, ela então, com toda a força que conseguia na hora, joga a faca para a outra mão e a crava na cabeça do ghoul que a estava mordendo, deixando-o inconsciente e podendo enfim libertar seu ombro, arrancando parte dele nos dentes do canibal nesse processo. A ruiva nem liga e demonstra um olhar enraivecido para os três ghouls que estavam novamente indo para cima dela. Em seguida, ela rapidamente pega impulso na parede atrás de si, saca outra faca militar e se impulsiona com tamanha força que racha a estrutura que usou de base.

Como estavam vindo dois na dianteira e um atrás deles, Lucy gira seu corpo no impulso, confundindo os ghouls e os pegando de surpresa, aterrissando com os pés nas faces dos dois canibais na frente, fazendo-os inclinar para trás, onde na sequência estava vindo o terceiro ghoul. Este tenta realizar um golpe com sua garra em vez de com a boca, a ruiva apunhala a mão dele e consegue conter a força nele. Aproveitando-se disso, antes que o canibal decidisse investir uma mordida, Lucy utiliza a outra faca e crava na cabeça dele.

Aproveitando-se novamente de ele ficar inconsciente, a ruiva retira a faca da mão do ghoul e a crava no ombro dele, após isso ela desce a lâmina diagonalmente por todo o tronco do canibal, jorrando sangue e vísceras. Com toda aquela quantidade de líquido, Lucy puxa e faz duas balas de sangue concentradas, disparando-as contra os ghouls de que ela chutou os rostos.

Porém, por estarem já mais cientes do que aquela singular era capaz, os canibais não foram acertados, pois inclinaram as cabeças para o lado e os projéteis atingiram a parede logo atrás. Logo que atingiram, elas se expandiram com todo aquele sangue concentrado e abriram rombos na estrutura.

Frustrada, Lucy se preparava para partir para cima deles novamente, porém havia se esquecido do detalhe da ghoul fêmea. Junto disso, a outra que havia sido derrubada se levanta e não perde tempo. Na verdade, eram quatro ghouls fêmeas, pois duas delas eram fortes ao nível de parecerem homens, e nisso elas gritam. Por serem quatro ao mesmo tempo, Lucy parecia sentir que sua cabeça iria explodir de tão ensurdecedor que era o conjunto daqueles gritos. Ela grita em agonia e nem consegue reagir, somente tendo a reação de cobrir os ouvidos.

Com isso, os dois canibais que desviaram dos tiros de Lucy conseguem alcança-la e pegar os dois braços de Lucy. Enquanto ela não conseguia se mover por conta dos gritos, os dois ghouls abocanham os membros dela e arrancam partes. Lucy nem sabia a qual dor reagir primeiro, sua cabeça latejando com os gritos ou seus braços pedindo por socorro por estarem sendo devorados. O pior havia sido o esquerdo, que o canibal mordeu bem na região do cotovelo, e, ao arrancar o pedaço, a ruiva não conseguia mais sentir metade do membro.

Nisso, mais ghouls machos saltam dos terraços em que estavam e se preparam para juntar-se ao banquete, Lucy estava condenada. Porém, antes que pudesse ser devorada por inteira, uma chuva de estilhaços de gelo é lançada contra os canibais, perfurando todos os seus corpos, porém, por ser um golpe desesperado, nenhum deles acerta na nuca em especifico. David havia aberto a redoma de gelo para ter visão e salvar sua amada.

As ghouls fêmeas param de gritar para recuperarem o fôlego, e David chama Lucy para correr para junto dele novamente. Ainda muito desorientada, Lucy somente aproveita que estava livre e se impulsiona com tudo na direção de seu amado. Os ghouls se enfurecem por terem seu banquete interrompido e partem para cima da ruiva também. Felizmente, no último instante, Lucy consegue se jogar para dentro da redoma de gelo novamente e David a fecha.

- Obrigado... Ah, que merda... – A ruiva grunhia de dor, ofegava enquanto seu braço esquerdo se reconstitua e ela olhava ao redor. Os ghouls estavam atacando com tudo aquela redoma de gelo, não tinham muito tempo para descansar.

- Lucy, temos que pensar em algo, rápido... Nem com você bombeando sangue a toda velocidade foi suficiente... – David diz. Aquela era uma situação sufocante. Por todos os lados vinham ataques de ghouls, a cúpula não iria aguentar para sempre, David estava muito cansado por causa da reação do poder de Lucy em seu corpo, e a moça percebeu que somente seu poder não seria suficiente para combater aquele tanto de ghouls. De doze que estavam lá, só conseguiu matar um.

Encurralados numa redoma, que, além de ser a única coisa que os estava protegendo, seria a ruína dos dois.

– David...

- Eu vou... – David diz, levantando-se e, mesmo sentindo a falta de energia em seu corpo para poder se curar, ele demonstra uma forte determinação para proteger quem ama. Nessa hora, Lucy pensa um pouco e acaba se lembrando de um acontecimento de alguns anos atrás.

- David... Eu tive uma ideia. Lembra daquilo há uns dois anos? – Lucy pergunta para ele, e o rapaz de começo não entende, mas compreende após pensar um pouco.

- Ah... S-sim eu lembro. É uma boa ideia... Mas você vai ficar muito fraca se fizer isso. – Ele lembra desse problema. Lucy, porém, parece ignorar o aviso e se aproxima do singular. – Tá... Tudo bem, mas não se esforce muito para fazer isso, ok?

A ruiva chega bem perto do rosto de seu amado e sussurra para ele.

- Não, querido, você é quem não deve se esforçar muito... – E, após dizer isso, David nem teve tempo de reagir que ele já estava sendo beijado por Lucy. Era sempre ótimo sentir aqueles lábios, porém, dessa vez, enquanto o beijo acontecia, o singular gélido aperta os cabelos de Lucy e acaba soltando o cabelo dela no processo, após isso ele começa a se sentir mais sonolento e fraco.

O ato é enfim encerrado, e o que se podia ver era sangue saindo das bocas de ambos. Lucy ofega um pouco enquanto David ajoelha-se e quase desmaia. Nem mesmo seus pensamentos estavam muito claros naquele momento. A ruiva parecia um pouco envergonhada, pois aquele ato era de fato constrangedor, mas ela se levanta sem maiores problemas. Agora que seu cabelo estava solto, podia-se ver que ele era na altura dos ombros e que eram um pouco ondulados.

Lucy abre os olhos e a cor escarlate deles estava mais viva do que antes, ela sentia uma energia muito forte percorrer seu corpo, a singular sentia como se agora sim ela pudesse derrotar todos ali, então ela limpa os respingos de sangue de sua boca e se abaixa para então beijar a testa de David, que continuava zonzo, como se estivesse embriagado.

- Pode abrir a redoma para mim, David? Depois se mantenha aqui até eu voltar, ok? – Ela diz enquanto o singular gélido parecia confuso e sorri como se estivesse vendo uma alucinação de Lucy.

A moça se vira de frente para a cúpula e seu corpo começa a ficar mais avermelhado, tanto que começa a emitir vapor quente e antes de David abrir a passagem, ele fala de uma maneira um pouco fraca.

- Ei... Minha rainha... – O rapaz diz com um sorriso bêbado.

- Hum? – Ela vira o rosto, envergonhada e um pouco surpresa de ter sido chamada assim.

- Arrasa... Destrói tudo... – Ele diz e abre um buraco na redoma de gelo. A ruiva fica em choque, como se David tivesse feito novamente uma declaração de amor para ela. Lucy então sorri e diz para seu amado:

- Claro. – E, logo que ela diz isso, as veias em seu corpo, dos pés à cabeça, ficam destacadas. – Com todo prazer. – E assim Lucy parte para cima do primeiro ghoul que estava logo na frente da abertura da redoma. Logo que ela foi para o ataque, David fecham a redoma como Lucy havia pedido. Agora só estava ela contra os doze ghouls restantes.

De início, a ruiva deu uma voadora tão forte que o canibal sentiu sua coluna se partindo, fazendo-o ser jogado longe e se quebrar inteiro no chão enquanto rebatia nele. Os ghouls viram e, antes mesmo que pudessem fazer algo, Lucy se impulsionou rapidamente e deu uma cotovelada no peito do canibal logo ao lado que quebrou vários ossos do tórax dele, fazendo-o cuspir muito sangue.

Lucy então se joga para o lado, pois sabia que o ghoul que estava do lado oposto viria para tentar ajudar. Ela dá um mortal e dá um salto alto o suficiente para alcançar o terraço dos estabelecimentos, e nisso as ghouls fêmeas já estavam se preparando para utilizarem seus gritos, porém o que elas não sabiam era que Lucy estava cortando seu braço enquanto saltava, assim ela utiliza seu sangue para fazer mais balas e, ainda enquanto estava no ar, dispara muito mais rapidamente que as outras. A canibal, assim que abriu a boca, recebeu o projétil nela, fazendo toda a região da mandíbula e atrás da nuca explodam. Uma morte.

Assim que aterrissou no terraço, a outra ghoul que estava ao lado da que acabou de morrer dá seu grito, junto de mais três que vieram em subsequência, todos direcionados para Lucy, que era vista com os ouvidos sangrando, mas ela nem mesmo estava se contorcendo de dor, e sim com apenas um olhar de raiva, ofegante, uma besta sanguinária.

Enquanto Lucy estava distraída, os três ghouls machos que estavam no chão tentam investir contra ela todos ao mesmo tempo. Junto disso, ela conseguia ver, pela frente, vindo mais quatro canibais, enquanto as fêmeas continuavam ao fundo. A ruiva então começa um verdadeiro banho de sangue.

Lucy começa se inclinando para trás, desviando da investida dos três primeiros ghouls, e nisso ela já aproveita para, com sua faca, cortar verticalmente o tronco todo de um deles, derramando sangue em si própria. Após isso, a ruiva bloqueia uma tentativa de golpe com a garra de um ghoul, perfurando sua própria mão para ter a faca livre na outra e finca-la do lado da mandíbula do canibal oposto. Aproveitando-se disso, ela puxa a lâmina para si e rasga totalmente a boca dele, impedindo-o de fechar a mandíbula.

A ruiva sente seu braço sendo mordido pelo que perfurou sua mão com a garra. Junto disso, a outra mão do canibal foi cravada no peito de Lucy, mas por alguma razão ela nem liga para a dor, na verdade só serviu para deixá-la mais irritada. Lucy aproveita-se do impulso anterior e da posição favorável do ghoul para fincar sua faca não uma, mas várias vezes na nuca dele, até acabar decapitando-o. Duas mortes.

Com isso, seu braço é liberto e ela percebe os dois ghouls restantes partindo para cima dela, um abre a mandíbula enquanto o outro prepara as garras. O da boca salta para cima da ruiva, ela então rola por baixo dele e crava sua faca do lado do joelho do ghoul que iria atacar com as garras, impedindo-o de andar por alguns momentos. Com isso, a ruiva pega um rápido impulso e vai na direção das ghouls fêmeas, no meio do caminho seu corpo se regenerava com a ajuda do sangue do canibal.

Elas tentam gritar o máximo que conseguiam, porém elas não conseguiam nem a abalar, os ouvidos da ruiva já estavam estourados. Percebendo isso, as canibais desistiram da ideia de gritar e saltaram dos terraços para fugir, o que a singular não permitiu, freando sua corrida e saltando na direção da primeira ghoul que viu no ar. Esta percebeu isso e usou sua mão para defender o golpe de Lucy, que cravou sua faca nela pois estava tentando atingir o pescoço. O baque foi tão forte que as duas caíram em cima da redoma de David no meio do caminho.

Lá, a ghoul tenta um golpe com sua garra, mas Lucy apenas se abaixa e crava mais de oito vezes sua faca no tronco da canibal, atingindo pulmões, coração, estômago e intestinos, em praticamente dois segundos. Após isso ela encosta a palma da mão na barriga dela e gira, isso desencadeia uma reação no sangue e corpo da ghoul, que é jogada com toda a força para trás ao mesmo tempo em que gira e fazia uma espiral de sangue no ar e Lucy, sem perder tempo, vai novamente atrás dela.

A canibal atinge um terraço de estabelecimento em que estavam as outras fêmeas, que ficam apreensivas. Quando a fumaça estava para abaixar, elas foram surpreendidas por um corpo sendo arremessado com violência na direção delas. Quando ele atingiu o chão, viram que era a ghoul que ficou para lutar contra Lucy, com a nuca cortada e os braços quebrados. Três mortes.

Logo depois disso, elas veem a ruiva partindo sem misericórdia para cima das três fêmeas restantes. Uma delas, que era parruda, também vai com raiva no olhar. Lucy se defende com os braços e recebe várias garradas simultâneas, já que as mulheres eram mais ágeis.

Ao mesmo tempo, as outras duas fêmeas vão ajudar sua irmã, e, quando estavam para chegar perto, Lucy, que parecia estar ficando um pouco cansada, retoma as energias e demonstra um olhar feroz, desviando de outra garrada. Aproveitando disso, ela vai e corta a mão da ghoul e com uma força absurda, percorre todo o braço dela, praticamente dividindo o membro dela em dois na horizontal.

Isso tudo era para a ruiva chegar nas outras duas fêmeas que estavam se aproximando, e, aproveitando-se do impulso do golpe, ela não só corta o rosto da primeira, como a joga para trás por causa do baque. Já a segunda, Lucy nem se importou de levar uma garrada profunda em seu ombro, pois ela girou e deu uma bicuda nas costas da ghoul, quebrando sua coluna e derrubando-a.

Sem parar, Lucy se joga para trás e, aproveitando o sangramento de seus ferimentos, ela levita seu próprio sangue e forma um enorme espinho de sangue, com que ela não perde tempo e arremessa contra a ghoul com o braço cortado, acertando-a bem na hora em que ela parte para cima da ruiva. A canibal é atingida diretamente na boca, atravessando até o outro lado e perfurando a nuca dela. Quatro mortes.

Logo após isso, Lucy nota que os ghouls machos estavam a toda velocidade para tentar alcançar onde a ruiva estava, enquanto outros ficaram onde primeiramente tentaram encurralar Lucy, arremessando pedaços de concreto para distrair a singular. Porque teve que desviar dos arremessos, a ruiva recebe uma investida de surpresa por trás e uma mordida profunda em seu ombro da ghoul que recebeu a facada no rosto.

Isso a deixa mais furiosa. Lucy então pisa com tudo no pé da canibal e finca a lâmina na cabeça dela de novo, deixando-a inconsciente e fazendo-a soltar a mordida, para depois rapidamente virar-se para ela e, colocando muito mais força no braço enquanto segurava o resto do corpo, virar com tudo o pescoço da ghoul até quebrar e a pele rasgar completamente. Cinco mortes.

Lucy então joga a canibal morta na direção dos homens que estavam se aproximando, distraindo-os por alguns momentos. Ela também repara que a ghoul que levou o golpe na coluna se levantou e estava para fugir, dando um longo salto para tentar chegar aonde estavam os ghouls que estavam arremessando os pedaços de concreto.

Lucy então salta e desvia de um projétil deles e, com seu próprio sangue, que vinha de vários lugares diferentes, ela faz uma espécie de corda e agarra a faca que estava na cabeça da ghoul morta há pouco, em seguida ela arremessa-a na direção da canibal fugitiva, que, ainda no ar, nota algo estranho vindo e coloca a mão na frente para evitar ser atingida na cabeça. Forçando a ghoul a parar em cima da redoma de David.

- Você não vai fugir. – A ruiva diz.

Sem perder tempo, Lucy recolhe muito rapidamente um monte de sangue das duas canibais mortas e corre na direção oposta da dos ghouls machos, para em seguida saltar na mesma direção que dos que estavam arremessando os pedaços de concreto. A ghoul, após retomar o fôlego e retirar a faca da mão, salta também para alcançar segurança. O que ela não esperava era que todo aquele sangue que Lucy retirou não era para se curar, e sim para realizar tal golpe.

Todo aquele líquido estava concentrado numa esfera ao lado da singular. A ruiva puxa com os dedos indicador e médio para frente, e com a outra mão ela faz o mesmo só que para trás. O sangue rapidamente se molda e se torna uma grande flecha de sangue. Por causa da potência que aquilo precisava, Lucy sente uma dor enorme em sua cabeça e seus olhos simplesmente sangram sem nada ter acontecido.

Ela então dispara a flecha, que vai a uma velocidade absurda na direção da ghoul fêmea e atravessa o peito dela. Sentindo que no peito não era problema, por um momento, enquanto ainda no ar, a canibal se sente aliviada, mas o que ela não esperava era o poder contido naquele projétil. Logo após que atravessou a ghoul, a flecha começa a reagir e girar, até que o sangue que a consistia entra dentro do buraco causado por ela e, de um momento para outro, a canibal sente seu corpo inchando e explodindo totalmente em sangue e vísceras, não sobrando nenhuma parte inteira dela. Seis mortes.

Os ghouls veem isso e ficam em choque. Não havia sobrado uma ghoul feminina naquele agrupamento. Lucy aterrissa enfim no chão e ela parecia exausta, ofegando enquanto seus olhos ardiam e sangravam.

Porém, ela mal teve tempo de respirar direito, pois ela foi notou dois dos canibais saltando e aterrissando logo atrás dela, mas dessa vez eles não pareciam querer devora-la, e sim a socar. Não pareciam mais com fome, e sim totalmente revoltados. Os braços deles ficam com as veias saltadas e os dois juntos dão um soco na direção de Lucy.

- Verme! – Eles dizem simultaneamente enquanto a ruiva defende os golpes com os braços, porém ela sente seus membros se quebrando com o impacto, e, após isso, os socos acertam ambos no rosto dela, que é então arremessada e rebate várias vezes no chão, quebrando vários ossos até colidir com a redoma de gelo de David e espalhar seu sangue pela superfície dele. A ruiva parecia inconsciente naquele ponto, seu corpo já não emitia mais vapor quente e os ferimentos não cicatrizavam tão rápido.

David nota e se aproxima da redoma. Ainda estava muito zonzo, mas ele tenta pelo menos manter a moça consciente.

- Lucy... Lucy...? Acorda, Lucy... – David diz, tentando reunir energias. Já estavam em uma situação quase sem saída, mesmo com a ruiva pegando o sangue de David para ter mais energias, não foi o suficiente, ainda tinham mais seis canibais vivos. – Lucy... Eu vou te dar mais sangue... Por favor...

O rapaz então escuta uma tosse e uma voz um pouco engasgada em sangue de Lucy.

- Não... Você não vai fazer isso... – Ela dizia enquanto se esforçava para se levantar sem as mãos.

- Mas... – David tenta contra-argumentar.

- Eu disse não... Eu falei que eu dou conta... – Lucy vai assumindo uma expressão de raiva novamente, com os seus dentes manchados de sangue, os braços lentamente vão voltando ao lugar, suas roupas já estavam rasgadas em várias partes, sua regata já era apenas pedaços de tecido, sorte dela ainda estar usando uma vestimenta por baixo, e sua calça já estava com as barras rasgadas.

- Lucy!

O corpo da ruiva vai novamente tomando uma cor mais avermelhada e começando a emitir vapor quente. Os olhos da singular começam a sangrar por nenhum motivo aparente. As veias em seu corpo voltam a ficar destacadas e ela parte para cima dos ghouls restantes, que vinham com olhares furiosos para destroçá-la, todos de uma vez contra ela.

Lucy começa com Henri, que estava mais na frente, desviando de uma garrada e, juntamente do desvio, ela dá um soco no meio da face dele tão forte que ele foi jogado para trás e se quebrando inteiro no caminho. Em seguida, sem parar, a ruiva leva uma garrada bem em seu rosto, mas ignora isso para dar uma sequência rápida de socos e chutes que quebram praticamente todo o tronco do canibal, junto disso ela aproveita para segurar no braço dele e ir atrás do ghoul para desviar do golpe que estava vindo pela frente.

Aproveitando que estava naquela posição, ela rapidamente saca sua faca e corta a nuca de mais um canibal. Sete mortes. Ela então repara logo que outro estava vindo pela lateral, Lucy não conseguiu desviar da investida a tempo e é perfurada no estômago pela garra do ghoul, que começa a tentar aprofundar mais a ferida.

A ruiva vomita sangue, mas não para nem para reagir ao ato, pois ela logo dá uma joelhada tão forte no cotovelo desse ghoul que os ossos saem para fora, e, antes que ele pudesse gritar mais de dor, Lucy crava a faca no braço dele e o chuta com toda a força, decepando o braço do canibal para se libertar. Assim que ela se joga para trás, ela dá um mortal para o lado e chuta a cara de outro ghoul que estava tentando pega-la desprevenida. Logo após isso, ela puxa rapidamente o sangue do membro do canibal que a perfurou e faz uma bala de sangue, disparando-a com tanta força e precisão que atravessou os dentes do ghoul sem o braço e explodiu a nuca dele. Oito mortes.

Outro ghoul que vinha pela lateral oposta ao primeiro, dá um golpe de força em vez de com as garras. Lucy consegue a tempo desviar e já crava sua faca no peito dele e, desviando de praticamente todos os socos do canibal, levando apenas alguns na costela e peito no processo, Lucy emenda toda vez um contra-ataque com uma faca ou um soco, debilitando cada vez mais o ghoul, até que ela enfim encontra uma brecha no meio dos golpes e dá um chute no joelho do canibal, quebrando-o e permitindo Lucy chegar na nuca dele e cortar mais uma. Nove mortes.

Sem parar ainda, Lucy pega o sangue espirrando do ghoul e forma algo circular e pontiagudo no ar, uma serra de sangue. Ela pega impulso e arremessa o projétil no ghoul que tinha levado o chute na cara, que estava para se recompor, mas não teve tempo, pois sua cabeça foi decepada pelo golpe da ruiva, que foi veloz ao ponto de derrubar o corpo na hora depois que foi decapitado. Dez mortes.

O ghoul restante olha muito assustado, Henri estava se recuperando já, mas, quando vê a chacina que Lucy promoveu, também fica receoso de ir para cima dela. A singular demonstra o olhar ofegante e cheio de sangue que tinha, numa posição quase animalesca. Lucy parecia uma fera esfomeada.

Henri acaba sendo o único que foge enquanto o ghoul restante ruge e parte para cima também. A ruiva nem percebeu Henri fugindo, pois focou totalmente no canibal restante. Quando os dois se encontram, Lucy leva várias garradas e socos do canibal, quebrando vários de seus ossos, principalmente do tronco, mas nem isso a impede a partir dali. A ruiva contra-ataca com múltiplas facadas e alguns chutes, dando cerca de seis facadas por segundo até chegar num ponto em que os ossos de Lucy estavam em fraturas expostas e o tronco do ghoul estava totalmente aberto já de tanta facada.

Com isso, Lucy dá uma cotovelada no rosto do canibal, desorientando-o, ela enfim aproveita para agarrar os cabelos do ghoul e fincar sua faca no pescoço dele, e ela vai puxando e rasgando mais o pescoço do canibal enquanto ele gritava de dor e tentava socar a ruiva para se libertar. Mas não dá outra, ela consegue chegar na nuca e decepa a cabeça do último ghoul daquele grupo. E ela levanta o olhar sanguinário e brutal de seu lado guerreira enquanto segurava a cabeça de seu oponente. Onze mortes.

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