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XXVIII - Guardiãs

Já era de manhã quando acordei, ainda caiam algumas gotas de chuva das folhas da árvore, lá fora estava claro, o cheiro de terra molhada consumia o ar.

Eu ia fazer o almoço de hoje, desci para a cozinha fazer, Faye estava em seu quarto ainda, mas logo ia descer, as outras estavam na sala, pegamos algumas coisas que tinham guardadas na biblioteca para elas, haviam colchões e cobertores em ótimo estado.

- O que eu posso fazer? Hmmm...

Olhei a geladeira, tínhamos ovos, arroz e alguns legumes.

- Acho que vou fazer uma omelete, legumes no vapor, um arrozinho e talvez um suco.

Comecei a cozinhar, elas foram acordando de uma em uma, elas subiam para o banheiro e iam fazer suas coisas.

- Bom dia Fire... - falou Violet com seus cabelos lilases completamente bagunçados.

- Bom dia Vi, e esse cabelo aí?

- Por favor Fire, finja que não viu...

Elas aos poucos foram se juntando todas na mesa, Faye é acostumada a acordar um pouco mais tarde.

Quando Faye desceu já estavam todas na mesa, Raika estava deitada na mesa tirando um cochilo, ouvi de Agatha que ela costuma dormir pelas primeiras aulas na escola, a Raika não é a aluna mais exemplar, mas ela é muito boa em educação física.

- Estão com fome já? - perguntei a elas.

- É claro. - responderam em sintonia.

Fui colocando seus pratos na mesa, faltava agora apenas o tal suco, eu estava passando para a geladeira com a jarra cheia de água na mão.

No centro da mesa eu havia colocado alguns pontinhos com temperos, caso elas quisessem pegar mais.

As seis foram juntas pegar os temperos, suas mãos acabaram se esbarrando, todas juntas.

Nesse momento tudo ficou mais lento para mim, eu olhei para elas, eu via suas mãos lentamente se tocando, pequenas faíscas e arcos de energia surgiam, não consegui fazer nada.

Houve uma explosão, mais como uma onda de choque, derrubando elas das cadeiras e me jogando contra o balcão da pia, alguns relâmpagos coloridos cruzaram a cozinha, a jarra de suco voou pela janela.

Todas caídas no chão estavam completamente perplexas, passei a mão no meu quadril que bati na pia, saiu um pouco de sangue, mas eu havia apenas ralado.

- Vocês estão bem? - perguntou Agatha.

- Acho que estamos... - disse Raika se levantando.

- Mayla, o seu cabelo... - disse Violet.

- O que tem o... Meu... Cabelo tá brilhando?

- Sim. - disse Violet.

- O de todas nós está na verdade... - falou Agatha passando as mãos em seus cabelos dourados agora reluzentes.

Faye estava passando a mão em seu cabelo também.

- Meninas, seus olhos também estão brilhando... - Violet disse apontando para Faye.

Faye pegou o celular do bolso para se ver.

- O que está acontecendo? - indagou Faye.

- EU LHES PERGUNTO O MESMO!

Grace abriu a porta e entrou com tudo, toda molhada e com a jarra na mão.

- Então aí que foi parar a jarra.

Ela jogou a jarra para mim.

- Que estoria é essa de sair jogando coisas pela janela?! - Grace estava furiosa, seus cabelos até flutuavam um pouco.

Ela olhou bem para as garotas e para mim.

- Por quê vocês estão... Brilhando?

- A gente também não sabe. - disse Elora.

- Sim, a gente foi pegar o sal e ele explodiu! - exclamou Mayla.

- O sal explodiu? - questionou Grace.

- Acho que não foi o sal Mayla. - disse Violet.

Grace chegou mais perto delas e as olhou bem.

- Preciso ver uma coisa antes de tirar qualquer conclusão, vou sair por agora.

Ela desceu as escadas e parou na frente da porta.

- E Fire, a próxima vez que você jogar alguma coisa pela janela eu faço você morar no riacho.

- Desculpe... Madame.

- Assim está bom.

Ela saiu e bateu a porta.

- Então... Vocês não vão ir para a escola hoje? - perguntei para as garotas.

- Sim, nós vamos, mas eu quero é saber como parar de brilhar. - disse Violet.

- É verdade Fire, não acho que vai ser uma coisa muito normal cinco garotas chegarem na escola brilhando. - completou Agatha.

- Bom, não tenho a menor ideia do que fazer, vão tomar um banho lá e depois a gente vê, vocês estão sujas de comida. - falei para ela enquanto pegava os pratos do chão.

Elas se levantaram da mesa e foram indo para cima, Raika já foi tirando a roupa, aquela maníaca dormiu com roupa de treino.

Limpei toda a cozinha e também fui me arrumar para ir, hoje a aula em Quémeron era mais tarde. Saindo do banho eu me troquei e fui para a sala, Agatha e Raika já estavam ali, elas não pareciam mais estar brilhando.

- Olha, não estão mais brilhando!

- Pelo visto é apenas temporário, o brilho da Raika demorou mais um pouco do que eu. - falou Agatha.

- As outras também devem ter parado de brilhar também. - falei.

Elas outras três desceram

- Cadê a Faye?

- Acabou de entrar no banho. - falou Violet.

- Vocês já vão ir para a escola? - perguntei.

- Sim. - todas responderam saindo de casa.

Aparentemente o problema dos cabelos passou por hora, mas o que será que foi àquilo?

Subi para o banheiro e fui tomar banho, Faye estava em seu quarto se trocando, logo ela desceria até a prefeitura e eu iria pegar carona para Quémeron. Terminando tudo eu desci para a sala e Faye já tinha ido embora, peguei carona com o chofer da prefeita.

Chegando na academia eu apenas tive um dia normal, hoje era treino físico e algumas aulas sobre geografia. Na Husk as matérias mais requisitadas são os treinos físicos e matérias como geografia, geopolítica e história, além claramente de matemática. Mas já as matérias como línguas não são nem um requisitadas, eles passam apenas para cumprir ordens do governo.

Depois do treino fui almoçar com Carl, Steven e Kaya, o refeitório estava bem cheio, havia um holograma de televisão aonde estava passando o jornal de hoje.

- Atenção! hoje duas horas da manhã, horário de Kanterlot, os guardiões foram mortos em combate. - disse a jornalista.

- Os guardiões? Mortos? Nossa... - murmurou Kaya.

- Eles estavam fazendo uma tentativa de ataque á Vale da Rocha Lunar, também conhecida como capital das trevas.

Algumas pessoas se levantaram para ver as notícias.

- O ataque foi uma tentativa de derrubar as barreiras da cidade, mas ao tocarem a barreira os seis foram imediatamente consumidos pela escuridão.

- Seis? - esse número me lembra alguma coisa.

- Seus corpos já sem vida revidaram contra as nossas tropas que estavam dando suporte, pelo menos mais dez pessoas morreram.

A situação aparentemente não foi bonita, e como assim os corpos sem vida revidaram?

- Kaya. Você pode me explicar quem são eles? - perguntei.

- Eles quem?

- Esses caras, os guardiões...

- Você não sabe?

- Não, não tenho a menor ideia.

- Vou tentar explicar.

Ela suspirou.

- Esses caras, os guardiões são Dragonskarianos super poderosos, a rainha anterior a rainha do infinito os criou, como um meio de proteção da nossa nação, antes de toda essa guerra começar, muito antes...

Ela falava e ia rabiscando algumas coisa em um bloquinho que ela tinha.

- Eles são muito especiais, como você pode pensar, eles seriam então os mais velhos, por terem sido criados a tanto tempo e só terem morrido agora, estou certa?

- Sim.

- Então, quando eles morrem alguma pessoa aleatória recebe seu poder e a magia de algum jeito vai fazer essa nova pessoa se encontrar com eles.

- Como assim "fazer"?

- A magia vai proporcionar ocasiões parecidas com coincidências, ou coisas que aconteceram estranho, que não deveriam ter acontecido.

- Eu acho que estou entendendo.

- É um método que aquela rainha criou de nunca ficarmos sem guardiões.

Ela guardou o bloquinho.

- Mas agora que não tem nenhum, eu realmente não sei como a magia vai os unir.

- Isso é realmente interessante.

- Sim, eu nem imagino o quão poderosa era a rainha antiga para fazer isso.

Kaya voltou a comer.

Tem algo de errado nessa história, as minhas últimas semanas ocorreram basicamente todas na base da estranheza, desde que chegamos, o jeito que conhecemos Raika e Agatha, o jeito que eu conheço Mayla e Violet, e o jeito como eu encontrei com Elora, além do que aconteceu hoje de manhã.

Será que elas tem algo a ver?

- Kaya, a magia conseguiria saber quando um deles vai morrer para ja preparar o outro?

- Sim claro, já foi visto por exemplo guardiões novos se juntando aos anteriores semanas antes de algum deles morrer.

- A magia pode prever o futuro?

- Para a magia em si não existe tempo, ela existe fora do tempo, mas a gente não tem acesso a esse nível de poder.

- Isso chega a ser até assustador, quer dizer, chegar alguém novo quer dizer que alguém vai morrer.

- Sim, mas também não tem o que fazer, a magia não nós fala nem como nem quando vão morrer, só avisa que alguém vai morrer.

Ela limpou o prato com o garfo.

- Eu já vi uns dois guardiões morrerem, e geralmente eles se unem alguns dias até horas antes de um morrer, semanas acho que foi muito, mas dessa vez parece que não surgiu nada.

- Ou ninguém sabe que surgiu ainda.

- Pode ser... Vou lá levar meu prato.

- Vai lá.

Eu acho que as meninas, hmm, é muito plausível, foi coincidência e estranheza nessas últimas semanas, e hoje de manhã elas só explodem. Talvez elas sejam Guardiãs.

Acho difícil, mas é muito estranho tudo o que aconteceu nessas últimas semanas, além de claro essa explosão de hoje de manhã.

Kaya voltou.

- Por quê você me fez aquela pergunta? - questionou Kaya.

- É que eu não conhecia.

- Sim eu sei, é que não soou como se você apenas estivesse curioso.

- Como assim?

- Não sei, parece que você queria provar alguma coisa.

- Kaya você tem certeza que é apenas uma Sky de metal?

- Sim.

- Acho mais que você é uma Sky com poderes psíquicos.

- Quer dizer que eu acertei?

- Sim.

Ela deu um sorriso e passou a mão na minha cabeça.

- Eu te conheço muito bem já Fire. - disse ela com um sorriso no rosto.

- Pare de palhaçada.

- Mas enfim porquê você me fez a pergunta?

- Desde que eu me mudei para cá uma ideia surgiu na minha cabeça, juntar cinco garotas mais Faye para serem amigas, garotas que moram ali na cidade.

- Certo. - disse ela com o queixo sobre as mãos.

- Mas eu não sabia nada sobre elas, e simplesmente as coisas foram acontecendo, eu esbarrei com duas delas no mesmo dia, no dia seguinte com outra.

- Hmhum...

- Na semana seguinte uma nos chamou para um jantar terrível e esses dias no caminho de volta eu encontrei com outra.

Ela deu uma respirada funda.

- É. - disse ela.

- É o que?

- Tá muito suspeito isso aí.

- Calma que piora.

- Tem como?

- hoje de manhã quando elas foram tomar café elas se tocaram, todas juntas sem querer e simplesmente explodiram?

- Oi? Como assim?! - ela parecia chocada.

Kaya se ajeita na cadeira para me ouvir melhor.

- Não explodiram mas quando se tocaram liberaram uma onda de choque.

Ela suspira.

- Seus cabelos ficaram coloridos e seus olhos também, parece que o efeito já passou.

- Fire.

- Hm.

- Eu ia falar que estava altamente suspeito na hora que elas se tocaram, mas, ela brilharem, cem por cento de certeza.

- Ela são as Guardiãs?

- Sim.

- Puta vida. - acho que é a primeira vez que falo um palavrão assim

- Alguém as viu?

- Sim, a prefeita Grace viu, ela agiu estranho na hora.

- Provavelmente ela sabe do que se trata.

Ela falou que ia falar com a Celeste não?

- Verdade! Ela falou que ia confirmar uma coisa com a rainha!

- Provavelmente ela ia ver o estado dos guardiões anteriores. - disse ela.

- Que agora mortos dão vaga para elas. - completei por ela.

Carl e Steven que estavam apenas nos observando em silêncio se pronunciaram.

- Fire, acho que não a muito para você fazer, você vai ter que deixar com a rainha. - disse Steven.

- Provavelmente vai ser isso mesmo Fire. - completou Carl.

- Eu tenho é medo de deixar com ela, já conheci Celeste, e ela uma pessoa muito severa, eu lembro de um tempo atrás ela atacar um cidadão. - disse.

- Ah, eu acho que vi no jornal. - falou Steven.

- Sim, foi sei lá quase matou uma pessoa que ia depredar a estátua da rainha. - falou Kaya.

- É, ela é uma líder que governa de forma severa. - respondi.

De fato, desde que eu sei que ela se tornou líder algumas coisas aconteceram, ela entrou em combate várias vezes, usou força própria contra revoltas, ela não está errada, se essa guerra acontece a mais de milênio o que ela poderia fazer.

Também sei que pelo menos ela não é uma pessoa inexperiente, as tropas que foram perdidas nas mãos dela ou foram por ataques completamente imprevistos ou por erros dos próprios soldados.

Ela também negou todos os pedidos de bombardeios em outros planetas, ela não coloca territórios a perca, ela não pensa em pequenos ganhos, nem mesmo pensa em apenas um passo a frente, ela pensa muito mais longe.

- Pensando agora, ela não é idiota de colocar jovens sem experiência para lutar.

- Faz sentido Fire, mas acho que mínimo ela vai as fazer treinar ou algo do tipo. - disse Carl.

- Sim, isso é o esperado.

Espero que seja isso mesmo, na verdade espero é que elas não precisem lutar.

- Se acalme Fire, nada vai acontecer, nada de ruim pelo menos. - falou Kaya.

Terminamos de almoçar e voltamos para as tarefas de hoje, já tivemos as aulas todas de manhã e algumas últimas no período da tarde agora só restavam o treinamento mesmo.

O treinamento de hoje era apenas um circuito de obstáculos, iríamos colocar os trajes especiais de tentar passar pelo percurso.

Os trajes eram um colete especial da Husk e nossas calças de treino, mas tudo estava com peso, cada um deveria vestir três vezes o próprio peso, os Husks tinham mais dificuldades que os Skys nisso, os Dragonskarianos estavam no mesmo nível dos Husks.

- Bora lá então! - Kaya gritou para todos.

Kaya geralmente era a líder, ela fez uma posição para correr, o ar começou a vibrar em volta dela.

Ela saiu em arrancada deixando apenas um estrondo para trás, todos seguiam ela.

Ela fazia com muita facilidade o percurso, Skys de metal são realmente muito poderosos, os obstáculos eram placas do chão que se ergueram para formar o caminho, em algumas placas que ela batia os pés ela deixava marcas, rachaduras ou até quebrava.

Os entalhes dourados de seu corpo brilhavam, ela com sorriso no rosto ia correndo por entre todos os obstáculos.

Ela chegou no fim e veio correndo até mim que ainda não tinha saído.

- Marcou o tempo Fire? - disse ela suspirando.

- Marquei, você fez seiscentos metros em quatro segundos, não é seu recorde mas foi bem.

- Deve ter sido o almoço que pesou mais.

- Agora é sua vez Fire, quero ver pelo menos metade do meu tempo.

Eu já tentei várias vezes dar arrancadas como a dela, mas eu sempre acabava acertando em cheio algum obstáculo, dessa vez vou tentar usar minhas asas para me direcionar.

Me abaixei, abri bem as asas e me concentrei muito, eu tinha que sentir a magia, o poder passando pelo meu corpo.

O ar a minha volta começou a vibrar, eu levantei às asas e as bati dando uma bela arrancada.

Eu tentava ao máximo me concentrar nos obstáculos, me empurrando com as mãos e corrigindo minha rota com as asas, eu estava bem mais rápido que o normal.

Eu tentava ver cada coisa em meu caminho, a ordem e o jeito que as paredes estavam era sempre diferente, eu nem sei em que parte do percurso eu estava, só sei que eu passei por algumas pessoas.

Consigo sentir o fim das placas, só me concentrar para não errar no final.

- Consegui! - gritei para Kaya na hora que terminei.

Mas infelizmente eu esqueci de desacelerar, me ralei todo no chão.

- Fire? Tá bem? - disse Kaya me ajudando a levantar.

- O tempo...

- Ahn?

- Quanto foi meu tempo?

- Não quero falar.

- Fiz menor que o seu?

- Nunca.

- Me fale.

- Perdi o relógio.

- Você não tem relógio.

- Não sei contar.

- Você estava usando um cronômetro.

- Tá.

- Diga então.

Ela pegou o celular e me mostrou.

Três segundos, um a menos que ela.

- HAAAA! Finalmente te passei Kaya!

- Parabéns Fire.

Ela parecia irritada.

Me levantei e abracei ela.

- Eu sei que se você fizesse o mesmo esforço que eu você iria humilhar todo mundo aqui.

Ela sorriu.

Carl e Steven terminaram o percurso, estavam exaustos, Steven veio carregando Carl no braço.

- Vocês dois não estão sendo muito competitivos não? - falou Carl morrendo.

- Vocês é que são muito lentos, eu nem me cansei. - disse Kaya.

- Você pode não ter se cansado, mas o Fire que está nos seus braços parece mais um pano rasgado que um Sky.

- O Fire é meu bichinho de pelúcia não falem dele.

Fiquei com um pouco de vergonha.

- E também, meu fofinho fez três segundos.

- O QUÊ? - Carl e Steven exclamaram juntos.

- Sim, ele é incrível.

- Você não está flertando com ele desse jeito né? - disse Steven.

Fiquei com mais vergonha, já que eu estava nos braços dela e eles estavam falando isso.

- O-O quê? Não, nada a ver, parem de tirar coisas de contexto, ele quebrou um recorde.

- Sabemos... - disse Carl.

Segurei a mão dela.

- Pode me soltar Kaya, acho que se eu ficar mais velho eu fico cinza. - falei baixinha para ela.

- Oh, claro.

Não acho que Kaya goste de mim, mas sim que ela mais fique me zoando.

Passou-se o resto do dia e fui embora, fui com o transporte que a prefeita me deu, emprestou, não sei dizer.

Chegando em casa as garotas já estavam lá.

- Chegaram cedo hoje?

- Fomos todas liberadas mais cedo, até a Faye. - disse Agatha.

- Como assim "Liberadas"?

- Todas nós recebemos uma mensagem do governo falando para virmos até aqui, os nossos professores também. - falou Raika.

Puta merda, está acontecendo.

Faye desceu do quarto.

- Fire, você recebeu alguma coisa? - ela perguntou.

- Não, não recebi nada.

O chão começou a tremer e um barulho alto vinha lá de fora, saímos todos, uma aeronave com o símbolo do império estava pousando ali na praça.

- Cacete.

- Olhe a boca Fire! - falou Faye.

A nave pousou, a porta lateral se abriu, alguns soldados em armaduras escuras saíram de dentro, logo depois Grace e por fim Glacies com Celeste, ambos vestindo capas especiais, o de Glacies tinha flocos de neve estampados em um Azul metálico e o de Celeste tinha estrelas em dourado, ambos vestiam armaduras com as mesmas cores.

"Fire e Faye entrem em casa, chamem as garotas com vocês"

Eu ouvi, eu ouvi a voz de Celeste na minha cabeça.

- Faye, você?

- Sim, também ouvi.

- Meninas vamos entrar. - Faye falou para elas.

Entramos todos, Celeste, Glacies e Grace entraram juntos, os soldados ficaram para fora.

- Então. - falou Celeste.

- Vocês aparentemente conseguiram uns poderes novos não é? - disse Glacies com uma voz intimidadora.

- Não sei se conseguimos algum poder, mas alguma coisa aconteceu conosco, vossa majestade. - falou Faye

Celeste puxou com magia duas cadeiras do segundo andar para se sentarem.

- Enfim, vocês podem não saber mas nós sabemos. - disse Celeste.

- Alguém viu o jornal hoje no horário do almoço? - perguntou Glacies.

- Eu vi. - falei.

- Apenas o Fire viu então, bom, para vocês que não viram eu vou explicar.

Ela se ajeitou na cadeira.

- Hoje de manhã os seis guardiões morreram, sabem o que são?

- Sim. - todas responderam.

- Então, como todos eles morreram novos deveriam aparecer, no caso as reencarnações dos seus poderes.

- Certo, faz sentido. - falou Raika.

- Alguma coisa estranha aconteceu entre vocês essas semanas? - perguntou Glacies.

Elas não sabiam dizer, então eu ia falar essa.

- Sim, para elas se conhecerem, tudo o que aconteceu foi estranho, eu fiz elas se conhecer, eu basicamente esbarrei com todas, Elora é um exemplo muito bom.

- Eu? - exclamou Elora.

- Sim, você mesma, ela era a pessoa mais isolada delas, normalmente seria extremamente difícil me encontrar com ela, mas simplesmente eu esbarrei com ela no meio da floresta.

Glacies estava com uma pose pensativa.

- É, geralmente quando é para os guardiões se encontrarem acontecem coisa desse tipo, a magia faz parecer até mesmo cômico. - disse Glacies.

- O que está passando na cabeça de vocês agora minhas jovens?

- Não sei, pelo menos por mim, eu não sinto nada em especial, talvez ainda não tenha caído a ficha. - disse Faye.

- Eu me sinto como se tivesse milhões de borboletas no meu estômago, é muito estranho, saber que agora eu sou uma guardiã. - disse Raika.

- Estou um pouco nervosa, não tenho a menor ideia do que vai acontecer agora. - falou Elora.

As outras acabaram ficando em silêncio.

- Encostem as mãos por favor, vocês seis no caso. - disse Glacies para elas.

Elas encostaram as mãos, dessa vez não houve explosão nem nada, mas elas voltaram a brilhar, dava para ver algumas partículas coloridas percorrendo seus braços.

- Está aí, vocês são guardiãs, isso é um sistema que a rainha antiga criou, para saber se é um guardião, quando todos se tocarem as formas "empoderadas" de vocês devem surgir. - disse Glacies.

- O que vocês vão fazer conosco? - disse Violet.

- Vamos mudar a rotina de vocês, queremos encaixar um treino, sabe, vocês devem ajudar na guerra agora. - disse Celeste.

- Mas se acalmem, vocês vão treinar por vários anos ainda, suas vidas não serão devotas a isso, vocês apenas vão treinar, como o Fire já faz. - disse ela novamente.

Ela criou alguns hologramas no ar.

- Já temos planos para vocês. A antiga rainha aparentemente tinha algum meio de prever o futuro, ela criou um plano exatamente para este momento. - disse Glacies.

Celeste se levantou da cadeira e se abaixou para ficar na altura delas.

- Não se preocupem, tudo vai correr bem.

- Esperamos que sim. - disse Faye.

Ela se levantou.

- Se preparem, amanhã vão todas para Kanterlot conhecer seus treinamentos. - disse Glacies saindo.

- Vamos ter que voltar logo para o palácio, passamos apenas para confirmar e avisar vocês. - disse Celeste.

- Espere! Celeste, digo majestade. - exclamou Faye.

- Pode me chamar de Celeste, Faye.

- Nós vamos ir todo dia para Kanterlot?

- Não, apenas irão amanhã para vermos tudo certinho.

Ela estava saindo pela porta.

- Descansem por hoje, amanhã iremos buscar vocês cedo, recomendo que todas durmam aqui.

Ela saiu, deu para ouvir a nave levantar voo instantes depois.

- Jovens eu vou avisar seus pais essa noite sobre o que aconteceu, não se preocupem em avisá-los. - disse Grace também saindo.

Virei-me para elas.

- Então, guardiãs né?

- Né. - falou Agatha.

- Mas devo dizer, vocês ficam bem bonitas com os cabelos brilhando assim.

- Eu sou linda sempre, por favor Fire. - disse Raika.

- Não vou nem discutir com você.

- Aproveitem todas e liguem para seus pais, para avisar que iremos passar a noite aqui e essas coisas. - falou Faye.

- Mas Grace já não vai fazer isso? - perguntou Mayla.

- Bom é, mas pelo menos para avisar que vão passar a noite aqui. - Agatha.

Todas ligaram para seus pais, nos arrumamos novamente para dormir.

Antes de dormir todos fomos tomar banho, quando elas saiam eu as via, haviam algumas linhas bem fracas luminosas passando por suas peles, e seus cabelos também brilhavam menos.

Quando fomos dormir eu olhei denovo para elas lá embaixo, já não brilhavam mais, sim eu me sinto agora obcecado por cabelos brilhando, eu quero os meus brilhando.

Me deitei e dormi frustado por não estar brilhando também.

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