Severo estava tomando seu café calmamente, apenas com esse ótimo silêncio, ele percebeu que o menino estava demorando de mais para acordar, infelizmente ele acabou subindo as escadas para acorda-lo, porém só chegar, viu a porta de seu quarto fechado.
- Aquele idiota fechou a porta que é o meu quarto? O quanto ousado ele pode ser? - Se perguntou Severo sem acreditar no que via, ele tirou a varinha da cintura e colocou na maçaneta - Alohomora!
A porta se abriu magicamente, Severo entrou furioso, mas se calou ao ver a cena em sua frente, o quarto estava uma bagunça, com fumaça para todos o lados, os livros jogados no chão, ingredientes espalhados e um grande pergaminho na mesa.
William estava balançando o novo caldeirão dele enquanto lia o livro de poções do primeiro ano, já a cobra estava enterrada de baixo da enorme pilha de livros enquanto roncava calmamente.
- Que bagunça é essa? - Perguntou Severo furioso indo na direção do menino que nem prestava atenção ao seu redor.
Severo esticou o pescoço e leu a matéria do primeiro capítulo de poções, "Poção de curar furúnculo", uma das poções básicas do primeiro ano, onde ele teria que explicar para seus alunos, William parou o que estava fazendo, e pegou um pequeno frascos colocando um pouco do suco no caldeirão.
- Terminei narigudo - Afirmou William olhando para Severo e depois para o caldeirão - Me diga o que você acha da poção.
Severo pegou o frasco na mão e sentiu a energia dentro dela, "Deixa eu ver se entendi, ele sem nenhum professor e conhecimento técnico, conseguiu criar uma poção básica de curar furúnculos? Tudo bem que está com algumas falhas, mas mesmo assim, Neville nem se quer conseguiu criar uma no ano inteiro" Pensou o homem tossindo.
- Tem algumas falhas nela, primeiro é o fogo, você tem que saber quando aumenta e diminuí, isso apenas com treinamento, trate melhor os ingredientes também, você não precisa seguir o livro ao pé na letra, mas sim o que você acha melhor, por fim o jeito que você mexe o caldeirão, apenas giros leves no sentido horário, e não rápidos mudando de direções - Explicou Severo calmamente como se estivesse em uma aula em hogwarts.
William ouviu tudo lentamente concordando com a cabeça, ele achou que tinha sido horrível, mas para a sua primeira poção estava ótimo, Snape por exemplo, só iria pedir para os alunos fazerem essa poção depois de um mês, por isso estava tão surpreso que alguém que nunca tinha se quer lido um livro de poções, ter criado uma tão aceitável era difícil de se acreditar.
"Não me surpreende ele ser tão bom em poções, já que ele é o descendente de Salazar, a maioria das poções que temos documentadas hoje foram criadas por ele, é como dizem, está no sangue da pessoa" Pensou Severo calmamente.
- Irei tentar de novo então - Afirmou William pegando sua varinha e batendo no caldeirão, onde toda a poção desapareceu em segundos.
William balançou a sua varinha no caldeirão e sussurou um feitiço básico, "aguamenti", a água surgiu do nada enchendo o caldeirão até a metade.
"Aguamenti? Quando ele teve tempo para aprender esse feitiço?" O homem se virou e viu o livro de Flitwik na mesa, já na página 5, o que significava que William aprendeu 3 feitiços básicos em um dia, ou ele pulou até essa página.
- Não quer tomar café primeiro? Você parece exausto, acordou que horas? - Perguntou Severo curioso.
- Eu estou faminta - Afirmou Hope saindo no meio dos livros ao ouvir o nome café.
- Eu não irei sair daqui até conseguir fazer essa poção, pode começar sem mim Hope - Respondeu William começando tudo de novo.
Severo ficou olhando enquanto a cobra lentamente saía do quarto e descia as escadas, "Espera, essa cobra realmente entendeu o que ele disse?" Pensou Severo sem acreditar.
- É óbvio que ela entendeu, eu falo a língua das cobras, idiota - Respondeu William calmamente.
Snape ficou paralisado ao ouvir isso, a notícia que o menino falava com cobras era de se arrepiar, mas isso era o de menos, Severo estava pensando quando William respondeu, isso significava que ele podia ler seus pensamentos.
"Você consegue me ouvir Willian?" Pensou Severo novamente fazendo um teste, para ver se não era apenas coisa de sua mente.
- É claro que sim seu idiota, você acha que estou surdo? - Perguntou William jogando os ingredientes no caldeirão.
Agora sim Severo tinha a confirmação, William conseguia ler mentes e falar com as cobras, igual ao Tom Riddle e Salazar Slytherin, e ele nem se quer se deu conta.
"E agora, ainda está me ouvindo?" Pensou Severo usando uma técnica para impedir de ler a sua mente, o menino não respondeu dessa vez, ou ele estava ignorando Severo ou ele não conseguiu ler sua mente.
- William você é um legilimete e um ofidioglota - Afirmou Severo seriamente - Você pode falar com as cobras e ler a mente dos outros.
William parou o que estava fazendo e se virou para o homem que o olhava incrédulo, "Não é comum falar com as cobras então?" Pensou o menino curioso.
- Eu estava lendo a sua mente agorinha a pouco? - Perguntou o menino curioso, enquanto Severo concordava com a cabeça.
- Sim, eu não sabia que você era capaz por isso estava com a minha guarda baixa e você pode ler, bruxos mais fortes mentalmente impedem de ler a mente, já bruxos jovens e fracos são mais fáceis de se lerem - Explicou Severo calmamente.
- Então porque eu não podia ler a mente das outra pessoas, apenas agora pude ler a sua? - Perguntou William confuso.
- Você não nasce com Legilimencia, mas sim ela surge sem nenhuma explicação em seu corpo, mas para ela aparecer, você primeiro tem que ter uma varinha - Respondeu Severo - Por isso que só surgiu hoje.
- Isso por acaso é comum? - Perguntou o menino curioso.
- Não, nada comum, eu só conheço duas pessoas que são Legilimentes e são ofidioglotas, um é o Salazar Slytherin e o outro é você sabe quem - Respondeu Severo sério.
"De novo esse você sabe quem, como se eu soubesse quem é esse maluco" Pensou o William voltando a sua atenção para o caldeirão.
- Conversar não vai me fazer melhorar a minha habilidade em poções, então por favor, não me atrapalhe - Afirmou o menino calmamente.
- Espera, você não quer aprender mais sobre Legilimencia? Ou sobre falar sobre as cobras? H Pergunta Severo sem acreditar.
- A única coisa que eu preciso e concluir essa poção idiota, então fique quieto narigudo - Exigiu Willian com a atenção voltada a poções.
Severo rosnou ao ouvir isso, ele pensou que William iria ficar ao menos curioso com essa informação, talvez até implorando para saber mais, porém ele nem se quer se importou, o homem ficou olhando enquanto o menino fazia a poção, apenas falando quando precisasse de alguma dica.
Severo teve que concordar, William podia ser um rebelde sem controle, mas quando o assunto era aprender, ele não comeria mais nenhum erro, as poucos vezes que Snape o corrigiu, William não voltou a cometer os mesmo erros, depois de meia hora nesse processo, a poção contra furúnculo foi criada, com uma fragrância, cor e energia bem melhor do que a primeira.
- Como está desse vez narigudo? - Perguntou William calmamente enquanto alongava seus braços.
- Está ao menos aceitável - Respondeu Severo com o rosto sério, se estivesse na escola, provavelmente essa poção seria a melhor da turma, até mesmo iria dar uns pontos para William, mas ele não iria inflamar o ego do garoto, além de que Severo não queria dar esse gostinho de vitória para essa peste.
E desse jeito se passou 1 mês inteiro, William criando poções e aprendendo magias básicas, o menino não queria a ajuda de Severo, então ele trancava a porta de seu quarto e fazia tudo sozinho.
William usou o pergaminho de Salazar várias vezes, com ele o menino podia entender o que acontecia caso mudasse algum ingrediente, até mesmo aprendeu sobre uma poção de fortalecer, que aumentava o poder de um bruxo, mas era bem difícil de se fazer, além dos ingredientes complicados, William nem se atreveu a tentar.
Quando tinha dúvidas difíceis, ele perguntava ao pergaminho, quando eram dúvidas técnicas, perguntava ao Severo, já Hope, passou o tempo todo fazendo companhia ao menino em tudo o que ele fazia.
Isso tudo aconteceu até que chegasse o dia para ir embora da casa de Severo e começasse seu primeiro ano letivo, Severo já tinha ido embora deixando o menino sozinho por 3 dias, os professores precisavam ir antes para preparar as aulas e receber os alunos, então William ficou na casa apenas com Hope e o elfo doméstico.
Quando o dia chegou, William foi em direção a lareira, com a Hope no pescoço e a grande mala no chão, o menino pegou um pouco de pó de flur e jogou no chão sendo levado até a estação de King's Cross.
Sem nenhuma dificuldade ele encontrou a entrada pata a Plataforma 9 ¾, ficando dentro da parede, "Apenas um idiota teria dificuldades para encontrar esse lugar" Pensou o menino enquanto chegava mais perto, ele pode ver uma família de bruxos que já estavam atravessando ela, pessoas que William conhecia do beco Diagonal.
"Esses são a família que discutiu com Lúcio Malfoy, acho são os tals de Weasleys" Pensou William assistindo tudo de longe, primeiro foram uns gêmeos ruivos, depois um outro magricelo e o pai, depois a senhora Molly que o atropelou na biblioteca, seguida pela medrosa da Gina, sobrando apenas dois, um ruivo jovem e um menino de cabelos morenos e com uma cicatriz.
- Olhe naquele canto William - Sussurou Hope mostrando a direção pela cabeça, o menino seguiu seu olhar e viu um elfo doméstico apontando para a entrada da estação.
Os dois correram para atravessar, mas deram de cara com a parede caindo no chão, Willian e Hope se olharam e depois voltaram para o elfo doméstico, a dupla tentou entrar novamente, mas não conseguiram, como se o portão para a estação estivesse fechado, sem ter o que fazer, eles tiveram que sair do local.
William sem pensar duas vezes andou na direção do elfo e o levantou pela camisa facilmente, o elfo quase desmaiou de susto ao ser surpreendido desse jeito.
- Me desculpe senhor, Dobby é inocente, Dobby não fez nada senhor - Começou a dizer o elfo chorando sem parar.
- Cale a boca escória, e abra a plataforma novamente - Ordenou William nervoso, o elfo concordou com a cabeça todo assustado e estralou os dedos.
William soltou o elfo que caiu de bunda no chão choramingando, o menino começou a andar em direção a plataforma calmamente, enquanto Hope observava escondida toda essa situação.
- Por favor senhor, não fale para o senhor Potter que fui eu quem o impedi de entrar - Pediu gentilmente o elfo abaixando a cabeça.
William nem se quer sabia quem era esse tal Potter, mas o que ele mais odiava era seguir ordens, principalmente de alguém tão baixo.
- Farei questão de falar isso para o Potter, até porque, no momento em que a sua raça imunda mandar em mim, eu mudo de nome para Dobby - Afirmou William sorrindo enquanto continuava a andar.
O elfo apontou o seu dedo fino e grande na direção de William que estava de costas, seria um ataque que não teria como desviar, porém do nada uma cobra branca saiu de um pilastre e atacou seu braço.
William se virou calmamente e viu Hope pendurada no braço de Dobby, que girava tentando solta-la, o elfo chorava de dor sem saber o que fazer.
"Esse idiota realmente achou que eu baixaria a minha guarda desse jeito" Pensou William sorrindo para a cena engraçada.
- Pode parar Hope, eu não quero que machuque os dentes - Disse William com as mãos na cintura.
Hope obedeceu rapidamente e soltou o braço do elfo que caiu de bunda no chão e se rastejou para longe da cobra.
- Dobby vai se lembrar disso senhor, Dobby vai voltar e vai se vingar - Disse o elfo choramingando.
- Espero que sim, só não esqueça de passar no veterinário, o veneno de Hope costuma ser letal - Afirmou William sorrindo calmamente.
Dobby em questão de segundos aparatou do local deixando a dupla sozinha, para a sorte deles, não tinha nenhum trouxa na estação, se não seria uma situação estranha de se explicar.
- Que gosto horrível - Afirmou Hope com a boca vermelha de sangue enquanto voltava para as costas do menino - Nunca mais vou morder um elfo.
- Quando a gente chegar em hogwarts, lave com sabão essa boca, não sabemos por onde aquela coisa nojenta passou - Respondeu William enquanto atravessava calmamente a plataforma, sem ter o medo que todos tinham de dar de cara com a parede.