Tempestade Após a Guerra
Myr, Essos, início de 283 d.C.
A rebelião finalmente chegara ao fim. Rhaegar Targaryen caíra diante do martelo de Robert Baratheon no Tridente, Porto Real fora devastada pelos Lannisters, e a dinastia Targaryen estava à beira do colapso. Para Shahadiin Dragas, porém, o caos em Westeros significava uma chance de ouro para expandir seu império comercial. Com os cofres cheios dos lucros obtidos ao longo da guerra, ele preparava três jogadas cruciais, que envolviam tanto investimentos em Westeros quanto o fortalecimento de sua base de poder em Essos.
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Primeira Jogada: Aquisições Discretas em Porto Real
Após o saque brutal dos Lannisters, Porto Real estava em ruínas. As famílias nobres e os comerciantes locais, esgotados pela guerra, estavam vendendo propriedades e negócios a preços irrisórios para cobrir dívidas ou para deixar a cidade. Shahadiin viu a oportunidade de fincar suas raízes na capital devastada, mas o fez com extremo cuidado para não atrair atenção indesejada.
Shahadiin confiou essa tarefa a Eryan e Naithos, dois agentes discretos que ele recrutara para operações sensíveis. "Eryan, Naithos," instruiu ele antes de mandá-los a Westeros, "quero que adquiram tudo o que puderem na cidade: pousadas, tavernas, armazéns... qualquer propriedade comercial que tenha valor. Mas lembrem-se, a discrição é vital. Ninguém pode saber que sou eu quem está por trás das aquisições."
Ambos assentiram e partiram imediatamente para Porto Real, assumindo identidades falsas e fingindo serem comerciantes itinerantes. Ao se infiltrarem na cidade, passaram a comprar propriedades de famílias desesperadas, alavancando os recursos de Shahadiin e adquirindo uma série de imóveis em pontos estratégicos. Em breve, enquanto a cidade se recuperava das feridas da guerra, Shahadiin teria sua própria rede comercial na capital de Westeros.
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Segunda Jogada: A Frota Targaryen em Pedra do Dragão
Com o fim da rebelião, a rainha Rhaella e seus filhos remanescentes, o jovem príncipe Viserys e a princesa Daenerys, encontravam-se isolados em Pedra do Dragão. Recursos eram escassos, e a rainha precisava de fundos para sustentar a comitiva e garantir o futuro de seus filhos no exílio. Shahadiin soube então que poderia oferecer uma solução financeiramente vantajosa para a rainha: comprar uma parte da frota Targaryen, composta por cem navios, e assim garantir um capital considerável para os últimos descendentes da dinastia.
Ele escreveu uma carta endereçada à rainha com uma proposta cuidadosa:
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À Rainha Rhaella da Casa Targaryen,
É com o devido respeito que escrevo, entendendo que vossa majestade se encontra em uma situação delicada. Embora possua uma frota admirável, os recursos necessários para mantê-la podem não ser sustentáveis em tempos tão incertos.
Assim, humildemente proponho a compra de quarenta dos vossos navios, em troca de uma soma generosa em ouro, garantindo vossa segurança e a estabilidade de vossa linhagem. Este ouro proverá os meios para vossos filhos durante seu exílio e permitirá que a frota restante continue a protegê-los.
Respeitosamente,
Shahadiin Dragas
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Essa proposta seria entregue por meio de um intermediário confiável, que garantiria o anonimato de Shahadiin. A aposta era alta, mas se a rainha aceitasse a oferta, Shahadiin estaria adquirindo navios valiosos, fundamentais para garantir o transporte seguro de mercadorias entre Essos e Westeros.
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Terceira Jogada: A Companhia do Grifo
A guerra deixara muitos guerreiros sem emprego, homens endurecidos pelo campo de batalha, mas sem perspectivas de retorno às suas terras. Shahadiin, prevendo um mercado florescente para mercenários em Essos, decidiu montar sua própria companhia militar. Ele nomeou a nova força de "A Companhia do Grifo", em uma alusão simbólica à mitológica criatura meio águia, meio leão – um símbolo de astúcia e força.
Para liderar o recrutamento e organizar a estrutura da companhia, ele escolheu Sarnthos, um veterano de Essos que possuía contatos em diversas regiões de Westeros e em várias cidades livres. "Quero os melhores, Sarnthos," instruiu Shahadiin. "Selecione homens que já provaram seu valor na guerra. Precisamos de um grupo disciplinado e leal, sem questionamentos."
Sarnthos viajou para as regiões devastadas pela guerra, onde encontrou veteranos das batalhas do Tridente, da Campina e do Vale, oferecendo-lhes uma segunda chance. Muitos homens estavam em situações de miséria e prontamente aceitaram a proposta de uma nova vida em Essos. Ao final de alguns meses, a Companhia do Grifo estava formada, composta por trezentos combatentes, todos endurecidos pela rebelião e prontos para novas batalhas.
Shahadiin ordenou que o treinamento fosse intenso, visando criar uma unidade de elite. Cada soldado recebeu uma armadura leve e um conjunto de armas de qualidade, pagas com os lucros obtidos na guerra. A Companhia do Grifo estava pronta para agir de forma independente, sem ligações explícitas com a casa Dragas. Shahadiin planejava que essa força fosse sua peça secreta, uma vantagem militar que poucos saberiam existir.
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Conclusão e Preparativos Finais
Cada uma dessas jogadas era uma parte do grande plano de Shahadiin para expandir sua influência em Westeros e Essos. Agora, ele possuía propriedades estratégicas em Porto Real, estava negociando uma parte valiosa da frota Targaryen e tinha sua própria companhia de mercenários de elite.
Em seus aposentos, à luz suave das velas, ele analisava os relatórios enviados por seus agentes e ajustava os próximos passos. Para Shahadiin Dragas, o caos de Westeros era apenas o prelúdio para sua ascensão, e ele aguardava com paciência, pois sabia que sua influência continuaria a crescer enquanto ele agisse nas sombras, invisível e implacável.
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Continua...