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Capítulo 13

Rosa tropeçou enquanto não conseguia ver muito do que estava à sua frente na floresta escura. As árvores bloqueavam qualquer luz que a lua pudesse oferecer, então ela tinha que ser lenta em seus passos até que houvesse luz novamente.

Rosa nunca olhou para trás desde que viu Matias e correu em direção aos campos. Ela não ouviu os sons de ninguém a perseguindo, então ela estava segura por enquanto. Ela continuaria se movendo a noite toda, mesmo quando seus pés estivessem cansados, para que houvesse alguma distância entre ela e qualquer um que a procurasse.

"Onde é a próxima cidade?" Rosa se perguntou, tentando planejar seu próximo passo.

Ela estava sem nenhum dinheiro que havia economizado, pois sua fuga aconteceu no calor do momento. Rosa estava sem roupas extras, comida ou água, mas ela preferiria ficar sem todas essas coisas do que voltar e pedir desculpas a Graham por ter fugido.

"Apenas continue indo," Rosa se incentivou.

Em algum lugar lá fora tinha que haver um lugar para ela ficar. Algum lugar para começar de novo e esquecer todo o resto. Se ela tivesse sorte, poderia encontrar o campo que continuava aparecendo em seus sonhos.

Não havia um parente que viesse à mente quando Rosa pensava para onde ir. Nenhum rosto aparecia, pois todas as suas memórias haviam sumido. Não havia nada em sua cabeça que lhe desse uma ideia de para qual direção ir para encontrar o campo e obter as respostas do porquê ele continuava aparecendo de vez em quando.

Rosa parou para recuperar o fôlego, tocando uma árvore para ajudar a se segurar. Pela primeira vez, ela olhou para trás para ver o quão longe ela tinha chegado e lá embaixo da montanha, Rosa viu o bordel.

Ela tinha se concentrado tanto em correr que Rosa não tinha percebido como não conseguia mais ouvir a música.

Rosa riu, sem saber por que, já que não havia nada engraçado. Pela primeira vez em muito tempo, ela só queria rir.

"Rosa!"

Rosa estremeceu, assustada com o som fraco de alguém a chamando em algum lugar na montanha. Não era uma voz que ela reconhecia e antes que pudesse ver o rosto de quem era, Rosa continuou correndo.

À medida que as horas passavam, o movimento de Rosa desacelerava, pois ela precisava descansar. Ela precisava de água para saciar sua sede e algo para comer, mas continuava se movendo, não importa o quão devagar estivesse indo. Mover-se significava que ela estava à frente de quem estava chamando seu nome.

Rosa tinha esperança quando olhou para o céu e viu que estava ficando mais claro à medida que um novo dia chegava. Com a luz, ela poderia encontrar uma casa ou árvores que pudessem fornecer comida.

"Oh!" Rosa exclamou ao escorregar em uma pedra e cair. "O que é..." ela disse, revistando seus bolsos depois de ouvir um barulho.

Rosa tirou o pequeno saco de dinheiro que havia levado ao mercado. Ela não sabia que ainda estava lá depois de ter descansado no quarto de Graham. Ele não havia revistado ela.

Ela suspirou de alívio. Não era suficiente para ela viver para sempre, mas poderia comprar o que ela precisava até chegar a algum lugar para descobrir o que fazer a seguir.

"Intrusa!"

O momento de esperança de Rosa foi interrompido por um homem gritando. Ela olhou para onde ouviu o grito e encontrou um homem vestido de armadura e uma espada nas mãos. Rosa não o reconheceu como um dos homens do rei. Ela não sabia se o uniforme deles havia mudado e não queria parar para perguntar, então ela se levantou e correu.

"Intrusa!"

Rosa não tinha muita força para continuar correndo para fugir do homem que a perseguia, pois ela havia se movido a noite toda, mas ela tentou o seu melhor.

Sua mão foi logo capturada, pois o homem era mais rápido que ela.

"Eu não sou uma intrusa. Eu estava apenas passando pela montanha," Rosa tentou se explicar. Sua mão estava quente quando ele a tocou, mas ela sabia que se tentasse empurrá-lo, ele poderia matá-la.

"Então você não deveria ter corrido. Seu destino é com o general," o soldado respondeu enquanto arrastava Rosa de volta ao acampamento.

Havia muitos espiões se aproximando para ele ter piedade dela e deixá-la voltar para onde quer que ela viesse.

Rosa tentou não chorar quando sua fuga de Graham resultou em ser capturada por um homem que ela não conhecia. Talvez fosse melhor se ele simplesmente a matasse por ser uma intrusa. Ela não tinha ninguém esperando por ela ou alguém que se importasse o suficiente para sentir sua falta se morresse agora.

Rosa aceitou seu destino, pois estava muito cansada para lutar. Ela foi puxada como se fosse um animal montanha abaixo, a qual ela quase havia saído, em direção a uma área gramada onde havia poucas tendas. Pela bandeira que Rosa viu flutuando no ar, ela soube agora que estes não eram os homens do rei. Era um acampamento de estrangeiros.

"Eu a encontrei sentada por aí. Estou levando-a ao general," o soldado explicou aos outros que passava.

Rosa foi levada para longe das tendas em direção a uma grande casa. Ela olhava admirada para o quanto era grande, já que estava acostumada apenas ao bordel e às pequenas lojas que via quando andava pela cidade.

Nunca antes ela pensou que estaria em um lugar como esse. Os estrangeiros vieram para onde ela passou toda a sua vida e conseguiram experienciar coisas mais grandiosas do que ela.

"General."

Rosa abaixou a cabeça ao entrar em uma sala cheia de homens. 'Minha faca,' ela pensou, querendo acabar com isso. Ela havia finalmente escapado de Graham e não iria se tornar uma mulher pertencente a qualquer um dos homens aqui.

"Eu disse para não me perturbar até que eu terminasse aqui," Zayne disse e então olhou para a intrusa. Ele inclinou a cabeça, tentando ter uma visão melhor da mulher que ele reconheceu imediatamente. Ela sobreviveu a noite nas montanhas. Ela teve que ter viajado a noite toda para chegar aqui.

"Eu a encontrei vagando por perto. O que devo fazer com ela?"

"Prepare um quarto e um banho quente. Ela deve estar quase com fome," Zayne respondeu e depois voltou sua atenção para o mapa estendido sobre a mesa. Ela havia chegado muito longe, então ela merecia uma recompensa.

Rosa impressionou ele. Ele não pensou que ela conseguiria superar a noite e ele meio que esperava que ela simplesmente retornasse ao bordel.

"Sim- O quê?" O soldado questionou, não entendendo a ordem.

Rosa também estava confusa quanto ao motivo pelo qual ela seria tratada como uma convidada quando foi chamada de intrusa. Ela lentamente olhou para cima para ver quem era o general e, para sua surpresa, era o mesmo homem da noite anterior. Ela deveria ter percebido que era ele, mas estava cansada demais para conectar tudo.

Rosa o viu sorrir quando olhou para ela. Como era possível que de todas as pessoas que moravam por perto, ela tinha corrido para onde ele estava?

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