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Capítulo 11

Graham observou o homem à sua frente que não prestava atenção nas mulheres ao redor. Graham havia selecionado as melhores mulheres que tinha no bordel para tentar fazer com que Zayne escolhesse uma, mas o estrangeiro permanecia desinteressado.

"Fico imaginando como devem ser as mulheres de onde você vem para estar tão desinteressado nas minhas. Quero ver com o que está acostumado para entender por que você me ofende não lançando nem um único olhar para essas mulheres. Quer dizer," Graham disse, voltando sua atenção para uma mulher cujo vestido deixava pouco à imaginação.

Como poderiam ser as mulheres às quais Zayne estava acostumado, para que ele não gostasse do que estava diante dele?

Isso fez com que Graham quisesse enviar alguns homens para ver se poderia comprar algumas daquelas mulheres. Seu negócio floresceria ainda mais do que já estava se ele tivesse mulheres estrangeiras aqui. Ele já podia ver os homens fazendo fila para ocupar os quartos.

Zayne não sabia ao certo sobre o que Graham estava falando agora. Se não fosse pelo que se dizia sobre o bordel ser um bom lugar para comprar informações sobre esta terra, ele não toleraria o homem tagarela.

"Suas mulheres são bonitas, mas é pelas bebidas que venho aqui. Você é o único que tem bebidas que chegam à nossa terra," disse Zayne.

Graham riu, pois nunca tinha ouvido falar de um homem que vinha aqui apenas pelas bebidas. Mesmo os homens ao redor de Zayne só bebiam e não se envolviam com as mulheres. "Você pode encontrar boas bebidas em outros lugares. Isto é um bordel, Sr. Hamilton. Você não precisa se preocupar com as mulheres, elas estão aqui para fazer o que você quiser."

"Posso ordená-las a fazer o que você gosta. Seu segredo está seguro conosco. Se o motivo de não mostrar interesse é porque gosta de homens, me disseram que tenho alguns serviçais bonitos que posso mandar para você," Graham ofereceu.

Ele nunca tinha pensado em vender os homens que comprava, mas por um bom preço, ele o faria. Graham queria ser dono de um bordel que pudesse atender às necessidades de todos.

Zayne sorriu apesar de estar irritado com a conclusão de Graham de que ele queria um homem. "Devo recusar educadamente sua oferta. Nunca mirei em homens e nunca o farei."

"Então, alguém jovem—"

"Com licença," Zayne interrompeu Graham antes que o tolo pudesse dizer alguma tolice. Ele se levantou de seu assento, pois não conseguia ouvir mais uma palavra de Graham.

Zayne tinha uma tarefa simples a realizar por ordem de seu rei, e com isso, ele deveria se comportar enquanto estivesse aqui para que a trégua que os dois reinos tinham não caísse antes que pudesse acontecer oficialmente.

Graham não viu a necessidade de Zayne se levantar e sair quando ele estava apenas tentando ser um bom anfitrião, descobrindo do que Zayne gostava. "Ele não sabe como usar?" Ele brincou.

Zayne fechou a porta do quarto que lhe foi dado para a noite. Os homens com quem veio poderiam manter Graham distraído enquanto ele procurava mais notícias sobre o rei.

Zayne andou na direção oposta de onde os homens do rei se reuniram. Ele podia manter as mãos para si mesmo, mas não podia dizer o mesmo dos soldados.

"Onde ela foi?"

A atenção de Zayne voltou-se para uma das mulheres que caminhava sem olhar para onde estava indo e moveu-se para que ela não esbarrasse nele.

Silvia ficou surpresa ao ver o estrangeiro diante dela. Ele era o que ela estava tentando levar para o seu quarto, pois ouvira dizer que ele veio com muito tesouro de sua casa.

Silvia encontrou Jonathan sangrando no quarto da Rosa, então ela estava à procura dela antes de poder ir a Graham, mas ela não podia perder essa oportunidade de estar com o homem diante dela. "Minhas desculpas por quase ter esbarrado em você. Posso compensar isso por—"

"Não, você não pode," Zayne respondeu, contornando Silvia.

Silvia seguiu Zayne, pois ainda não tinha terminado com ele. Ele ainda não estava ciente de quão popular ela era aqui no bordel. Ninguém poderia satisfazê-lo como ela poderia. "Acho que você não me ouviu bem."

"Eu te ouvi muito bem, a menos que você queira dizer que eu sou surdo? Não preciso do seu tempo então saia do meu lado. Procure algum tolo perdido para entreter," Zayne disse, virando a esquina que eles alcançaram para se separar da mulher.

Silvia ficou parada sozinha sem acreditar que ele rejeitou sua oferta. Só podia ser que ele não tinha olhado bem para ela.

Zayne teve a sorte de encontrar um local mais tranquilo no bordel. Ele estava ficando entediado de vir aqui, pois as pessoas apenas o irritavam. Justo quando pensou que a noite não tinha chance de melhorar, ele avistou a jovem dama que tinha visto mais cedo, esgueirando-se com um lampião.

"Ela é bastante espiã," Zayne pensou.

Seja lá o que ela estivesse tramando, não podia ser coisa boa, mas não era da sua conta então ele ia aproveitar o espetáculo.

Ele notou um servo saindo de um quarto com uma garrafa e percebeu que era um depósito pelo qual Rosa planejava se infiltrar. Ela entrou como um ratinho passando despercebida por quase todos.

Zayne não conseguiu se conter de ver o que ela planejava fazer e aproximou-se do quarto para então abrir a porta. "Minha nossa. Bem, não é que você é uma coisinha travessa?"

Ele a pegou despejando bebida alcoólica que ele sabia que não era para ser desperdiçada.

Rosa inclinou a garrafa logo antes do último do álcool ser despejado. Por que ele estava aqui? Esse quarto era proibido para os clientes.

Zayne olhou para a bagunça no chão e para as caixas e depois para o lampião. "Quer tocar fogo neste lugar?" Ele perguntou, fechando a porta atrás dele.

"Como você entrou? A porta estava trancada," disse Rosa, pensando que tinha cometido um grave erro de não trancar a porta. Rosa recuou de Zayne, pensando que seria puxada como Jonathan tinha feito. Por que mais esse homem iria querer ficar sozinho com ela?

"Estava trancada mas a maçaneta foi fácil de quebrar. Não tem um fogo para começar? Não me deixe te atrapalhar. Continue," Zayne incentivou-a. Finalmente, algo interessante estava acontecendo no bordel.

Rosa não conseguia se mexer, pois sentia que ele estava brincando com ela. Assim que tentasse derramar mais álcool, ele iria segurar sua mão e fazer algo? Seu plano foi interrompido antes que pudesse atear fogo no depósito.

Zayne não entendeu o silêncio dela. "Você está pensando em pedir minha ajuda?"

"Por que você iria querer ajudar a queimar este depósito?"

Zayne tirou sua arma que tinha escondido, pois armas não eram permitidas lá dentro e apontou para as garrafas que estavam fora das caixas. "Porque seu chefe me irritou e você precisa ser rápida."

Rosa cobriu os ouvidos pois o som da arma foi alto junto com as garrafas quebrando. A música lá fora estava alta, mas ainda havia uma chance de que alguém os tivesse ouvido. Ela não sabia o que Graham tinha feito para irritá-lo, mas o que quer que fosse, ela estava grata o suficiente de que havia álcool o bastante cobrindo o quarto para ela terminar o que tinha começado.

Rosa pegou o lampião e caminhou em direção à janela enquanto mantinha o olhar em Zayne, já que ainda não confiava nele. "Você deve partir agora antes que o fogo se alastre. O-Que você está fazendo?" Seus guardas subiram enquanto ele se aproximava dela, como ela sabia que ele faria.

Zayne aproximou-se de Rosa e abriu a janela atrás dela mais ainda para poder sair. "Limpando a janela," ele respondeu sarcasticamente. O que mais ele poderia estar fazendo quando ela estava prestes a incendiar o lugar?

Zayne não podia sair pela porta, pois poderia ser visto e, caso se dissesse que ele começou um incêndio chegasse aos ouvidos do rei, chegaria aos ouvidos do seu rei em pouco tempo. Ele não queria ser incomodado por nenhum dos reis, então ele iria se juntar a Rosa em sair às escondidas.

Zayne saiu do quarto primeiro e esperou pelo fim do show.

Sozinha, Rosa jogou o lampião para trás e rapidamente juntou-se a ele para sair pela janela. Ela quase tropeçou e temeu que pudesse acabar sendo queimada pelo fogo que criou, mas foi erguida para fora da janela.

"Não me toque," Rosa disse, empurrando Zayne depois de ele a colocar no chão. Ela cobriu o peito com as mãos. Ela tinha de agradecê-lo pela ajuda, mas Graham e Jonathan vieram à mente quando ele a tocou. "Eu—"

"Minhas desculpas."

"O quê?" Rosa respondeu, atônita pelas duas palavras que saíram de sua boca. Desde quando eles pediam desculpas?

"Significa que sinto muito. Não falamos a mesma língua e quanto tempo você pretende ficar ao lado do crime que cometeu?" Zayne perguntou, observando enquanto o fogo atrás de Rosa começava a se espalhar rapidamente.

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