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Pare sua agressão

Apesar de ter ido dormir sem pesadelos, Lina acordou no seu pior sonho. Ela foi acordada por um BANG alto!

Lina se assustou. Ela saltou da cama ao som dos tiros. Seus olhos se arregalaram quando seu tio avançou em sua direção como um louco, com assassinato em sua mente. Ela gritou de medo.

"O que você está fazendo?!" Lina gritou, jogando seus travesseiros pesados contra ele. Eles caíram no chão com um baque surdo. Seu coração batia a mil por hora.

De repente, seu tio a agarrou pelos ombros e a balançou violentamente. Ela tinha certeza de que suas células cerebrais se embaralharam no processo. Seus cabelos voavam por todo lado e ela era uma boneca de pano nos dedos rústicos do marionetista.

Sem aviso, Lina balançou a mão para pará-lo.

PAK!

Com uma realização aterrorizante, Lina o tinha golpeado. Forte. Sua cabeça girou para o lado, uma marca vermelha queimando na pele lisa. Ela parou de respirar naquele exato momento.

O contato pele com pele trouxe imagens que voavam diante de seus olhos. Portas pretas sendo abertas, voces gritando, e alguém saindo do escritório...?

Lina piscou de volta à realidade quando o ouviu gritar.

"Você ousa levantar a mão para seu Tio?!" William gritou.

As ações de Lina já o haviam enfurecido. Agora, ele estava se preparando para realizar um ataque contra ela.

Lina recuou um pouco, trêmula.

"Eu não queria Tio," Lina confessou, tentando manter sua voz o mais estável possível.

Lina precisava ter vantagem. Ela precisava mostrar a ele que ele era um invasor.

"Foi legítima defesa," Lina argumentou. Ela conhecia seu valor. Ela sabia seu merecimento. E ela recusava a ser desrespeitada em sua própria casa.

"Você invadiu o quarto de uma garota com portas que batiam como um tiro, depois me agarrou e sacudiu meu corpo até meus olhos quase saírem do lugar. Eu só queria que você parasse sua agressão," Lina tentou explicar.

"Invadido? Você esquece de quem é o nome que está atrelado a esta casa. Esta é a Mansão Yang Segunda e eu sou o Presidente. Eu tenho todo o direito de disciplinar uma sobrinha que cruzou a linha!" William exigiu, batendo uma mão na cama dela.

Lina tremeu com a violência, baixando o olhar para o chão. Ela pensou no seu Segundo Tio sádico, que transformava os dias mais pacíficos em um campo de batalha. Avô a amava, então, Segundo Tio a odiava.

"Você não é a Matriarca, William."

Todos os pares de olhos se voltaram para a porta.

O pai de Lina estava bem acordado e estava furioso. Seus olhos poderiam iniciar um incêndio florestal, apesar de possuírem um coração de água fraca.

"Entrar na minha própria casa e ameaçar minha preciosa filha, você perdeu totalmente sua mente," Linden rosnou, entrando no quarto e olhando para o travesseiro descartado. Seus olhos brilharam quando ele viu sua filha tremendo.

"Sua preciosa filha não é tão doce quanto você acredita," William declarou, seus dedos se fechando em um punho. Ele estava tentando conter sua raiva agora que tinha deitado os olhos sobre seu irmão mais novo, o caçula da família.

"Ela seduziu dois dos herdeiros mais poderosos de Ritan e espera sair impune! Quais são seus castigos para ela?" William exigiu, apontando um dedo acusador para Lina.

"Eu não seduzi ninguém," Lina disse calmamente. "Eu não sou responsável pela imagem que eles criaram de mim dentro de suas cabeças!"

A cabeça de William se voltou rapidamente para ela. "Você sabe o que os tabloides estão dizendo sobre você agora?"

Lina abriu a boca para dizer que não se importava, mas ele foi mais rápido.

"Eles estão dizendo que Lina Yang, a pérola da família Yang, abriu as pernas para dois dos solteiros mais cobiçados de Ritan! A cada segundo que você permanece na cama, nossas ações estão despencando."

O coração de Lina parou ali mesmo. Era isso que ela mais temia. Ela passou toda a sua vida agradando cada membro da família Yang. Diante de seus olhos, ela viu a afeição deles por ela desaparecendo. Todo o seu duro trabalho estava se desmoronando em nada.

Ela já estava perdendo a confiança do tio nela? E seu pai, estava irritando? E seu avô? O que ele pensava dela agora?

"Nossas ações nunca chegaram tão baixo em todos os nossos anos de operação. Muitos estão vendendo suas ações ao invés de mantê-las!" William gritou para ela. "E tudo por causa de uma única mulher!"

De repente, Lina estava tendo flashbacks. Flashbacks da sua primeira vida, quando tudo era aparentemente sua culpa. A queda de Teran. O início da guerra. A ruína do seu amor.

Tudo era culpa dela. E ela não tinha como parar isso. Nada poderia acabar com isso — exceto, um sacrifício.

"Sua incapacidade de controlar a queda das ações da Yang Enterprise não tem nada a ver com minha preciosa filha, William. Você cruzou uma linha," Linden rosnou enquanto entrava no quarto.

De repente, ele ouviu passos frenéticos atrás dele. Ele se virou a tempo de ver sua esposa correndo rapidamente em direção a eles. Ao perceber a situação, os olhos de Evelyn se arregalaram.

"Peça desculpas agora mesmo!" Evelyn apressou-se, suas palavras direcionadas a Lina.

"Eu não fiz nada de errado," Lina sussurrou, magoada por ninguém acreditar nela. Por que eles nunca acreditavam nela, a vítima? Por que eles só se importavam com a vida de um jovem que ela supostamente havia arruinado?

"Eu nunca tentei seduzir nenhum deles. Eu nem mesmo gosto do Everett!" Lina gritou, suas emoções reprimidas finalmente explodindo todas de uma vez.

"Não é minha culpa que Everett tenha se apaixonado quando eu o rejeitei em cada encontro. Não é minha culpa que Kaden seja descarado o suficiente para me seduzir em público!" Lina gritou, empurrando seu tio para fora da cama e se levantando.

Lina estava sem sutiã e se sentia indefesa, mas tinha que defender seu caso. Ela precisava. Sua subsistência dependia disso. Em sua primeira vida, ela nunca defendeu seu caso.

"Por que estou sendo culpada quando eu sou a vítima? As ações do Escritório de Advocacia Leclare estão em alta recorde porque o público sentiu pena deles, e o DeHaven Conglomerate está prosperando neste momento, mesmo que ambos tenham se metido nessa confusão!" Lina declarou.

Lina lançou um olhar acusatório para sua mãe, que deveria estar do lado dela, e não do lado de um homem que a havia rejeitado.

"Eu não vou me desculpar pelas minhas ações. Eu não fiz nada de errado." Lina se endireitou, erguendo o queixo no meio de uma tempestade que poderia despedaçá-la.

"Não vou baixar a cabeça em vergonha e derrota por ações tomadas por um herdeiro que se apaixonou por mim e me culpou," Lina rosnou. "E certamente não vou implorar por perdão pela sedução de um jovem mestre obcecado por mim."

Lina empurrou seu tio para trás, seus olhos faiscando com avisos. "Marque minhas palavras, Tio. Eu sou Lina Yang e não me curvarei a ninguém."

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