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O Caminho Difícil

Lina sempre se perguntava por que seu avô desprezava sua mãe, Evelyn. Isso acontecia desde que Lina se lembrava. Sua mãe tinha sido o exemplo de uma nora filial, fazendo tudo que podia para agradar os sogros, mas nada neste mundo funcionava.

Quando Lina era criança, ela perguntava ao avô, e ele simplesmente lhe dizia que era "coisa de adulto". Agora, quando ela era adulta, ele dizia que era "coisa privada".

Perdida em pensamentos, Lina sentiu uma vibração em seu bolso. Ela pegou o telefone para ver outra mensagem de Isabelle.

[Isabelle: Estou a caminho do shopping, você vem?]

[Lina: Vindo!]

[Isabelle: Hehe, vindo de onde?]

Lina revirou os olhos para os comentários de Isabelle. Pela maneira como elas falavam uma com a outra, qualquer um pensaria que estavam em um relacionamento.

"Você vai às compras com suas amigas?" Lawrence perguntou, desviando sua atenção do telefone para sua neta.

"Sim," Lina disse.

"Bom, bom. Você deve aproveitar sua juventude," Lawrence disse. "Venha por aqui." Ele chamou sua secretária para frente.

Lina tinha esquecido que sua secretária estava até na sala. Era assim que esse homem era silencioso.

Às vezes, Lina se perguntava se o secretário tinha poderes secretos para ocultar sua presença. Ele se misturava ao fundo com facilidade, como um papel de parede.

Quando ele estava mais perto dela, Lina ficou um pouco preocupada, especialmente quando seus olhos brilharam em vermelho ao vê-la, mas então ele inclinou a cabeça respeitosamente. Era extremamente raro ver um Vampiro baixando a cabeça para um humano. Mas os Yangs eram tão poderosos assim.

"Jovem Senhorita," o secretário cumprimentou.

"Meu cartão," Lawrence declarou, estendendo a mão como um mestre faria ao seu cão.

"Como desejar, Patriarca," o secretário disse, retirando um objeto preto dos bolsos de seu terno. Com as duas mãos, ele passou para Lawrence.

Lawrence se virou para Lina e acenou para o cartão preto ilimitado. Só de olhar para ele, ninguém ousaria insultá-la.

"Aqui, pegue meu cartão e divirta-se. Os jovens devem aproveitar sua juventude enquanto ainda têm tempo," Lawrence comentou, pegando o cartão e entregando-o diretamente a Lina.

Lina olhou para o cartão preto, especificamente o nome de seu avô impresso em ouro. Não havia mais nada no cartão, exceto seu nome, mas todos sabiam o que era.

"Não é necessário, avô," Lina recusou educadamente. "Eu tenho meu próprio dinheiro."

"Sim sim, eu sei que você recebe taxas de consulta do seu Tio e uma parte do lucro, mas não há mal em receber dinheiro de bolso dos seus avós. Pegue," Lawrence insistiu, pegando sua mão diretamente e pressionando o cartão em suas palmas.

Lawrence sempre achava que sua neta tinha as melhores linhas da palma da mão para dinheiro, mas o pior destino. Ela nasceu com um futuro ominoso, e Lawrence fez de tudo em seu poder para reverter isso, mas nada poderia diminuir o destino. Nem mesmo dinheiro e poder.

"Mas avô—"

"Vá logo," Lawrence insistiu, empurrando-a para o lado e recusando-se a olhar para ela mais tempo. Uma vez que ele tomava suas decisões, não havia como reverter.

"Eu—"

"Vai, vai," Lawrence disse, enxotando-a como um animal pegajoso.

Lina deu uma risada suave. Ela decidiu simplesmente não usar, mas pelo bem dele, ela aceitaria seu cartão.

"Obrigada, Avô," Lina disse.

"Para onde você está indo?" Seu pai, Linden, perguntou instantaneamente. "Vou deixar o motorista pronto para você."

Linden começou a calcular quantos guarda-costas precisaria manter escondidos. Eles sempre estavam com Lina, quer ela percebesse ou não. Mas, como Linden respeitava sua privacidade, ele garantia que fossem secretos.

Sua esposa, no entanto, sempre tinha planos diferentes. Se ele não tivesse testemunhado pessoalmente sua esposa dando à luz Lina, ele teria pensado que a filha não era dela.

Linden tinha desconsiderado isso como amor duro, pois os Yangs sempre mimavam suas filhas. Alguém tinha que ser o policial mau, e infelizmente era Evelyn.

"É só o shopping, Pai, nada mais. Vou pegar um táxi," Lina respondeu.

"Vai, vai," Lawrence disse, encaminhando-a para a saída antes que ela pudesse devolver o cartão preto à sua mão novamente. Depois que ela saiu, ele poderia conversar apropriadamente com Linden.

"Você vai ficar para o jantar?" Lina perguntou, perguntando-se se deveria buscar ingredientes para a noite.

"Não," Lawrence disse. "Eu teria intoxicação alimentar aqui."

Lina piscou. Depois, ela viu seu avô olhar em direção a Evelyn. Segurando um outro comentário, ela assentiu lentamente.

"Agora vá," Lawrence a enxotou.

Lina não precisou ser mandada duas vezes. Ela acenou adeus, colocou o cartão de crédito em seu bolso da frente e saiu da sala de jantar.

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