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Capítulo 22 - Questionamentos

Naquela madrugada chuvosa de Tokyo, Maki bocejava após as várias perguntas de Akane, mostrando uma expressão cansada em seu rosto. — Por que eu tenho que contar tudo para você? — ela indaga, com uma expressão mais séria. — Você que tem que me dizer onde o Harumi está. —

Akane, confusa, responde — Eu não sei quem é essa pessoa ou onde ela está. Eu tive uma visão onde esse nome foi mencionado, e eu também estou procurando por ele. —

Maki, com uma expressão desanimada, suspira profundamente. — Então você não serve para nada — ela conclui, deixando Akane perplexa com a resposta direta.

Akane se ergue, uma mistura de frustração e perplexidade estampada em seu rosto, e confronta Maki — Eu te tirei daquele lugar onde aquele homem iria fazer o que bem entendesse com você, e é assim que você me agradece? —

Surpreendida com a resposta de Akane, Maki hesita por alguns instantes antes de soltar uma risada melodiosa, quase musical. Diante da inquietação de Akane, Maki, entre risos, comenta de forma descontraída — Essa é a primeira vez que uma humana fala desse jeito comigo. Você é corajosa ou só é burra mesmo? —

Akane, mantendo-se firme diante da situação, responde com determinação — Eu não tenho medo de você ou daquele homem mais cedo. Eu não posso me dar ao luxo de sentir medo. Desde pequena fui assim. —

Maki, num gesto suave e sereno, levanta-se e segue em direção ao quarto onde repousava, suas palavras soando doces — Tudo bem, Sra. Corajosa. Eu preciso dormir. Amanhã vamos discutir o que faremos. —

Com um suspiro de prazer, ela se acomoda na cama de Akane, apreciando o conforto — Ah, como é gostoso deitar numa cama tão macia. —

Perplexa diante da atitude ousada de Maki, Akane tenta reivindicar sua cama — Ei, essa cama é minha. Essa é a minha casa, o que pensa que está fazendo?! —

Mas Maki, já mergulhada no mundo dos sonhos, não responde, entregue ao sono.

Akane, resignada, arruma o sofá para si mesma, deitando-se ali com um suspiro de cansaço.

— O que é que está acontecendo? — indaga-se ela antes de sucumbir ao sono, os acontecimentos turbulentos da noite ecoando em sua mente.

Em contraste com a tranquilidade e conforto do quarto de Akane, Yumi e Kaguya emergem de um portal de luz, adentrando uma sala branca e impessoal.

Kaguya, visivelmente debilitada e com dificuldades para falar devido à dor, questiona Yumi — O que eram aquelas perguntas? —

Yumi, impassível, parece ignorar o questionamento de Kaguya enquanto se encaminha decididamente em direção à porta da sala.

A porta se abre diante de Yumi, revelando um corredor iluminado por uma luz fria e impessoal. Com uma expressão determinada, Yumi vira-se para Kaguya e declara — Precisamos ver a doutora. —

Seu olhar lateral transmite uma aura intimidante, deixando claro que não há espaço para questionamentos ou hesitações. — E é melhor que você não fale nada do que viu lá. —

Sentindo-se compelida a seguir Yumi, Kaguya engole em seco e se junta a ela, seguindo em silêncio pelo corredor em direção à sala da doutora. O ar ao redor delas é carregado de uma tensão palpável, prenunciando que algo sombrio e sinistro está prestes a se desdobrar.

Os corredores eram brancos e estéreis, um labirinto gelado e silencioso onde cada passo ecoava o vazio que pairava no ar. Kaguya observava Yumi com uma mistura de curiosidade e medo, sua mente trabalhando freneticamente para desvendar o significado das perguntas que tanto perturbaram Harumi.

Enquanto avançavam pelo corredor, os passos de Kaguya e Yumi ressoavam como um tambor funesto, acompanhados pelo som sinistro de gritos agônicos que ecoavam pelas paredes brancas e impessoais. Os gritos, angustiantes e lancinantes, cortavam o silêncio como facas afiadas, fazendo o coração de Kaguya se apertar de temor.

Mesmo diante da perturbadora cacofonia, Kaguya e Yumi mantiveram-se firmes em sua jornada, avançando inexoravelmente em direção à origem dos gritos. Até que finalmente chegaram ao corredor da sala da doutora, onde os sons de agonia atingiram seu ápice.

Kaguya lançou um olhar para Yumi, buscando alguma resposta ou consolo na expressão serena da mulher ao seu lado, mas encontrou apenas um enigma indecifrável. Sem hesitação, elas continuaram sua marcha determinada em direção à sala e aos gritos ensurdecedores.

No entanto, antes que pudessem alcançar seu destino, foram interrompidas por uma jovem cientista que surgiu à frente delas. Seu rosto exibia uma expressão de preocupação e confusão ao mesmo tempo, enquanto seus olhos se fixavam em Kaguya.

— Kaguya, o que aconteceu? — perguntou a cientista, cuja voz tremia levemente com a tensão do momento.

Kaguya, segurando seu braço ensanguentado com evidente dor, respondeu com voz rouca — Pode ter certeza que ele está em um estado pior, Ymir. —

Yumi observou a interação entre Kaguya e a cientista com um ar de ironia sutil.

Ymir, preocupada com o estado de Kaguya, estendeu as mãos na direção dela, pronta para levá-la ao centro médico e cuidar de seus ferimentos. No entanto, antes que pudesse alcançá-la, Yumi interveio com uma seriedade cortante, seus olhos fixos e determinados.

— Tire as mãos dela. Ela precisa falar com a doutora primeiro, e só depois irá cuidar de si mesma — a voz de Yumi ecoou no corredor, firme e inabalável como uma sentença.

Ymir recuou um passo, seus olhos refletindo um misto de medo e respeito diante da intensidade de Yumi. Kaguya, percebendo o desconforto de Ymir, interveio com uma voz suave — Está tudo bem, Ymir. Eu vou lá e volto rapidinho. —

Com um suspiro de alívio, Ymir consentiu, permitindo que Kaguya e Yumi seguissem em direção à sala da doutora. Ao abrirem a porta, foram recebidas por uma cena que gelou seus sangues e encheram seus corações de horror.

Daiki, amarrado em uma cadeira precária, estava visivelmente machucado, seu corpo curvado pela dor e sua respiração ofegante como um lamento de sofrimento. Cada chicotada da doutora cortava o ar com um som agudo e cruel, acompanhado pelos gemidos angustiados de Daiki, que ecoavam pela sala.

A doutora, sua expressão distorcida pelo prazer sádico, lançou outro golpe impiedoso, arrancando um grito de dor de Daiki. Seu rosto era iluminado por uma luz sombria e sinistra, enquanto ela parecia se deliciar com a tortura infligida.

Kaguya, paralisada pelo horror diante da cena diante dela, sentiu um nó se formar em seu estômago.

O ar estava impregnado com a sensação opressiva de desespero e crueldade.

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