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CAPÍTULO 12 - VOCÊ NÃO É DIFERENTE

Dentro do prédio destinado a pesquisas havia uma multidão de pessoas. Todas estavam vestindo roupas específicas com aventais de proteção.

Dentre as várias pessoas que povoam o primeiro andar, Mizu era o mais destacado e diferente, sendo o único a estar sem uma vestimenta apropriada para aquele local.

A maioria das pessoas que passavam pelo garoto estranhava suas roupas e sua mochila, o encarando a todo momento, praticamente o fazendo ser o centro da atenção naquele andar do prédio.

Aquilo fez o garoto se sentir extremamente deslocado naquele lugar, relutando avançar em um primeiro momento.

– "Eles…" – Mizu esboçou reclamar, porém não pôde terminar sua fala, sendo interrompido por alguém que tinha chegado.

– "Você se perdeu, garoto?" – Disse o baixo homem de vestimenta extremamente casual que tinha chegado até Mizu.

Não demorou muito para que ele fosse notado por um dos homens do corredor, o qual parou para falar com o garoto, o questionando sobre sua presença.

– "Não exatamente, estou aqui em busca de… Uma amiga." – Mizu improvisou uma resposta para tentar explicar sua presença naquele lugar.

Aquela com certeza não tinha sido uma desculpa muito convincente por si só, porém o semblante sério do garoto ao dizê-la, ajudava a formalizar cada vez mais sua fala.

– "Tudo bem, provavelmente só vai encontrar ela nos andares mais altos." – O homem aceitou a fala de Mizu e o indicou para onde tinha que ir.

– "Muito obrigado." – Mizu abaixou sua cabeça em forma de agradecimento e, rapidamente correu para subir a escada.

Sua forma de se livrar da conversa em que estava era suspeita, porém parecia válido naquele momento de pressão.

O homem que foi deixado sozinho em meio ao vasto primeiro andar, apenas aceitou o final forçado da conversa e partiu em direção a saída do prédio.

"Eles nem se importam de verdade, isso é uma grande vantagem para mim." – Mizu pensou, enquanto observava da escada o homem sair do prédio sem nem mesmo olhar para trás.

Voltando a olhar para frente, Mizu terminou de subir totalmente a escada em direção ao segundo andar. Ele tinha noção de não ter explorado o primeiro andar da forma que devia, porém preferiu deixar para fazer em outro momento.

– "Isso é diferente." – Mizu se paralisou logo após terminar de subir as escadas.

O segundo andar do prédio era como um labirinto de salas de pesquisa enumeradas de 1 a 10. Não havia nenhuma indicação da qual era o conteúdo que havia em cada uma das salas, o que deixou o garoto pensativo sobre averiguar.

As salas tinham uma estrutura padrão, porém, mudavam drasticamente de tamanho de uma sala para a outra. Era como um labirinto confuso em meio a um corredor de curvas.

– "Pois bem, aqui pode estar o 'tesouro'." – Mizu suspirou enquanto terminava de se decidir sobre sua próxima ação.

O semblante sério que ele carregava desde a conversa passada foi deixado para trás, sendo trocado por um rosto pensativo e apreensivo.

– "Hunf" – Ele respirou fundo e seguiu em direção a sala enumerada por 01

Chegando a porta da sala, não ouviu nada que viesse do lado de dentro, nem mesmo um pequeno ruído ou som ambiente de móveis sofrendo o atrito do vento.

Tomando confiança do fundo de sua alma, Mizu abriu a porta e, com calma, entrou na sala para ver o que havia lá.

– "Apenas caixas?"

Surpreso, Mizu terminou de entrar totalmente na sala, onde haviam apenas caixas brancas de ferro que pareciam estar cheias de objetos extremamente pesados.

Caminhando para uma das caixas, tentou levantá-la, porém falhou totalmente por conta de seu peso.

Era como se ele estivesse levantando o equivalente a cinco unidades da mochila que levava em suas costas.

– "Isso é pelo menos o triplo mais pesado que minha mochila." – Mizu comentou, coberto de confusão e surpresa em seu rosto.

A mochila que ele estava levando em suas costas tinha o peso de uma armadura e de suas armas, mas mesmo assim, nem se comparava ao peso que a caixa tinha em seu interior.

Observando calmamente a estrutura da caixa, Mizu analisou seu material externo e o que podia estar sendo levado dentro da caixa.

– "Isso é de ferro puro." – Mizu bateu na estrutura que formava a caixa, criando um eco na sala. – "Provavelmente há armas aqui dentro."

Tendo observado o máximo que pôde, chegou a uma conclusão, porém não podia garantir nem para si mesmo que estava completamente certo em sua análise.

– "Se eu tivesse algo para abrir essas caixas…" – Mizu permanecia insistindo em tentar abrir as caixas, mesmo sabendo que naquele momento não era algo a seu alcance.

Balançando a cabeça para os lados, ele retomou seus pensamentos e se afastou da caixa. Era como se ele oficializasse sua desistência.

– "Não dá pra perder tempo agora, tenho que prosseguir."

Deixando todo o conteúdo da sala de lado, saiu em direção a próxima sala do corredor, enumerada por 02.

Cheio de ansiedade, ele abriu a porta novamente de forma calma e cuidadosa, porém, novamente percebeu não haver perigo algum do outro lado, o que o levou a terminar de abrir a porta de forma rude.

Entrando de forma direta na sala, não viu nada por conta da escuridão que tomava a sala.

– "Acabaram os recursos no 1º décimo do segundo andar?"

Mesmo um pouco aflito pela falta de luz, Mizu seguiu andando cuidadosamente pela sala 02, que era consideravelmente maior que a sala anterior.

Tudo que ele podia ver era aquilo que seu campo de visão natural via em um curto espaço de distância.

– "Espero sinceramente que não haja nada perigoso aqui." – Disse o Garoto, abraçando o próprio corpo.

Seguindo em passos lentos, ele finalmente chegou a um novo objeto, uma mesa encostada na parede do final da sala.

Se aproximando para enxergar o que havia na mesa, encontrou documentos dos quais lhe causaram forte interesse no mesmo momento.

"Criaturas mágicas : Criação de feras" – Esse era o título do documento que agora estava em mãos do garoto, que logo o guardou em sua mochila.

Por mais de ter tido um interesse instantâneo pelo documento, ler no escuro era fora de cogitação. Além disso, ele teria que estar minimamente seguro para que pudesse perder seu tempo lendo.

Percebendo que não havia nada além da mesa que tinha analisado por completo, Mizu deu meia volta e se retirou da sala 02 do corredor.

– "Isso está próximo de ser uma decepção completa." – Mizu disse de forma desanimada.

Caminhando para a próxima sala do corredor, tentou abrir a porta e percebeu que era impossível abrir.

Tentando novamente usando da força, falhou novamente em abrir a porta.

Diferente das outras salas, aquela parecia estar totalmente trancada e não podia ser aberta nem mesmo com força bruta.

– "Odeio as tecnologias de segurança desse lugar." – Mizu ironizou a falha de seu primeiro plano naquele lugar, porém pelo menos pôde rir mesmo tendo avistado um obstáculo em sua pesquisa.

Respirando profundamente, o garoto ajeitou sua postura e parou de rir antes de ir apressadamente para a próxima porta.

Forçando a maçaneta reta e a tranca, também não pôde abrir a sala de número 04

– "Outra porta fechada?!" – Mizu teve sua expressão tomada por uma forte desconfiança em relação às portas da qual estava tentando abrir, porém não conseguia.

Deixando de lado as duas portas no qual tinha fracassado, ele seguiu em direção às próximas duas portas numeradas de 05 e 06, as quais falharam em abrir da mesma forma das duas anteriores.

Enfurecido, Mizu bateu na porta de número 06 enquanto tentava abrir, gerando um grande barulho no corredor todo.

Da mesma forma na qual forçar a maçaneta, a tranca e a estrutura da porta não tinham funcionado, usar de força bruta na estrutura da porta também não funcionou.

O barulho do qual a porta tinha feito ao receber a pancada era similar ao som da caixa que ele tinha achado na sala 01, porém a porta era um pouco mais oca, fazendo um eco maior.

– "As portas também são feitas de ferro, porque eu não imaginei isso logo!" – Mizu disse enquanto corria pelo corredor em direção a porta de número 07.

O barulho que ele tinha feito provavelmente foi ouvido no andar de cima e no andar de baixo, o que logo chamaria a atenção das pessoas, que logo iriam para onde ele estava verificar o barulho que ouviram.

Sabendo disso, ele tentava achar um lugar seguro para se esconder e se preparar para uma possível luta.

Forçando a porta 07, a abriu com facilidade, porém por sua força exagerada, caiu do lado de dentro.

– "Ai." – Mizu reclamou da dor que sentiu ao bater o rosto no chão liso da sala."

Ignorando a dor e se levantando rapidamente, fechou a sala para impedir que fosse encontrado facilmente.

– "Nossa, está frio aqui." – Mizu percebeu o clima e logo virou a cabeça em direção a extensão da sala, que de todas que ele tinha entrado, era a maior.

Ao virar totalmente a cabeça, se paralisou na posição onde estava, o que o fez sentir uma forte adrenalina em seu corpo, algo causado pelo medo que ele expressava de forma clara em seu rosto.

Em sua frente, ele via os diversos corpos congelados que estavam organizados em diversas partes da sala climatizada de forma fria.

Aquilo por si só já tornava sua mente uma bagunça completa, porém algo em meio a tudo isso ainda era o que mais o tinha causado o medo que expressava de forma descontrolada.

– "Pai?" – Olhando para os corpos espalhados pela sala, percebeu que um deles era nomeado como Oji Mizu, nome de seu pai.

Por mais do corpo ser apenas ossos cobertos por uma fina e irreconhecível pele, Mizu conseguia o reconhecer como se ele ainda estivesse totalmente vivo e coberto de uma grossa pele.

Paralisado, Mizu entrou em sua própria mente e adentrou suas poucas lembranças com seu pai.

Aquilo o fez cair em lágrimas ainda de pé.

Em segundos, ele perdeu toda a força de seu cansado e dolorido corpo, caindo de joelhos no centro da sala fria.

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