Os Amigos POV:
Eros e os padrinhos estão no saguão, prontos para sair quando veem as madrinhas descendo ao lado da tradutora delas.
— Por favor esperem um minuto, preciso avisar ao meu marido que vou sair, venho rapidamente. – Tia pede e elas concordam em esperar.
Observam quando Tia se aproxima de Amitabh em silêncio, se curva e toca os pés dele, o homem simplesmente toca a cabeça dela com a mão direita e ela se levanta.
— Vai, nos encontramos mais tarde. – Amitabh diz.
As madrinhas trocam olhares, todas estão assustadas e revoltadas com a atitude de submissão da Tia, assumem uma postura feminista, estão dispostas a reclamar e fazer discursos, mas lembram que isso faz parte da cultura indiana, então não ousam dizer nenhuma palavra.
Eros faz questão de apresentar Salmaan e Ravi, dizendo que eles serão os padrinhos indianos, todos ficam intrigados com essa escolha, mas querem pensar que Eros fez essa escolha como forma de agradecimento a ajuda que desses homens.
As mulheres se despedem dos homens e entram no carro com Tia, elas vão para o palácio da Dulhana.
Eles saem para o passeio programado, um pequeno city tour ao lado do querido amigo. Pensam que Eros já conhece um pouco da Índia, já que está no país pela segunda vez, e se for somado todo o tempo passado em ambas as estadias na Índia, está aqui há aproximadamente um mês, tempo suficiente para lhes mostrar coisas interessantes.
E quando souberem toda a verdade, como será que reagirão? Salmaan e Ravi insistem em perguntar isso discretamente para Eros.
...
As mulheres estão ansiosas para encontrar com a Dulhana, desde que a viram sair daquele modo no tal palanquim. Como será esse palácio dela? Não seria melhor ficar com eles no hotel?
Quando a van para diante do palácio, elas descem e ficam observando essa linda obra da arquitetura indiana e o lindo jardim que está diante delas.
— Weenny achou que ficaria em uma tenda? - Vivian olha para Marília e diz.
— Geralmente as Dulhanas ficam em tendas para se prepararem para o shádi, para a Dulhana Weenny foi providenciado um palácio. – Tia explica.
Todas mostram que estão admiradas não apenas com essa informação, mas com tudo o que estão vendo, isso porque ainda nem o conhecem por dentro.
Veem guardas na porta, Tia conversa com eles algo que obviamente deve ser em hindi, idioma local, pouco tempo depois a entrada delas é liberada.
O palácio parece ser ainda maior visto por dentro, elas ficam esperando em uma sala estranha, com longas cortinas que vem desde o teto, fazem questão abri-la para investigar o que há nesse ambiente, parece que são vários cômodos.
— Tia, esse lugar é incrível! Quem morava aqui? – Melissa sussurra para Tia.
— Sim é lindo. Ninguém, esse palácio foi reservado apenas para a Dulhana Weenny. – a tradutora diz com espantosa naturalidade.
— Reservado apenas para ela? Meu Deus! – as amigas dizem ao mesmo tempo.
— Mas precisa ser assim tão grande? E só para a Weenny? Eu acho desperdício. – Samara diz.
Carol, Mayara, Dani e Tatiane dão cutucões e broncas nela.
— A Dulhana é especial. – Tia diz.
— Disso não temos a menor dúvida. – Michele diz.
Samara ainda resmunga que o palácio é grande demais para Weenny, mas as amigas não lhe dão atenção, fazendo-a desistir de reclamar.
Weenny Alves POV:
Penso muito em meu Príncipe, como ele teve tempo de escolher uma construção tão grandiosa, apenas para me abrigar durante uma semana, poderia ter me dado uma suíte no hotel, é mais do que o suficiente.
Tenho certeza de que seu toque está aqui nos muitos detalhes que apenas meu Jagal sabe que gosto, não posso evitar de sorrir o tempo todo ao ver tanta beleza e por saber que ele preparou tudo, sou tão grata ao meu Dulhan!
Com meus pensamentos elevados a ele, adormeço.
Desperto quando sinto que alguém está entrando no quarto, abro os olhos e vejo a serva Salima.
— Rajkumari, mujhe usake jaagane ke lie maaph kar deejie. Usake doston yah dekhane ke lie yahaan hain, main aane kee anumati? (Princesa, perdoe-me por acordá-la. Suas amigas estão aqui para vê-la, devo permitir que entrem?) – ela sorri e pergunta.
Sento na cama e tento entender o que está acontecendo.
— Salima haan, krpaya! (Sim Salima, por favor!) – digo.
Levanto e vou ao toalete, lavo meu rosto, retoco a maquiagem, uma serva me dá um novo sari e eu troco rapidamente, puxo o pallu para cobrir o rosto.
Saio da minha suíte e vou para a sala de reuniões, sento e espero que minhas amigas venham ao meu encontro, minutos depois elas entram, vejo que todas estão vestidas com saris, elas estão lindas.
Levanto o pallu e dou mais uma espiada, as vejo gargalhar com meu gesto.
— Viu só, conseguimos vestir um sari, claro que com muita ajuda da Tia. – Michele diz e ri.
— Imagino que esteja surpresa de nos ver assim. – Mayara diz e eu concordo.
Elas estão vestidas com o sari, mas a maioria delas não usam nenhuma joia, nem mesmo bindi ou tornozeleiras. Até mesmo as servas solteiras usam algumas joias, por que minhas amigas não podem usar?
— Está faltando adorno em vocês. – depois de alguns segundos em silêncio, digo.
— Mas somos solteiras. O guru disse... – Carol começa a dizer e me faz sorrir.
— Olhem em volta, até mesmo as solteiras usam o mínimo de joias, quero que vocês estejam adornadas para ressaltar a beleza de vocês. – digo.
Peço licença e retorno aos meus aposentos, vou até a minha bagagem, pego as doze caixas pequenas e entrego para as servas me ajudarem a carregar, então voltamos para a sala de reuniões.
Pego das mãos das minhas servas e entrego uma caixa para cada uma das minhas madrinhas, Michele, Carol, Mayara, Samara, Dani, Gislaine, Iara, Vivian, Tatiane, Melissa, Marília e Maria José.
— Usem! Esse é um kit básico para as solteiras. – aviso.
Com curiosidade elas abrem suas caixas, olham o conteúdo e mostram umas para as outras.
Montei essas caixas uns dias antes de partimos do Brasil, queria dar mais um presente para elas, mas esperava o momento certo. Procurei colocar itens bem parecidos para elas, de acordo com as preferências delas, seis bastões de kajal, três portas joias decorados e espelhados, doze cartelas de bindis adesivos, quatro colares simples, cinco brincos, dois conjuntos de pulseiras douradas e vermelhas e dois pares de tornozeleiras.
Fico me deliciando com suas expressões de felicidade ao ver cada um dos seus presentes.
— Você não vai nos mostrar esse palácio tão grande? - Vivian pede.
Poxa, nem tinha pensado nisso.
— Oh, claro. Venham, vou lhes mostrar uma pequena parte que já conheci.
Andamos por todos os cômodos que eu já conheço, começo pela área informal e já as vejo encantadas com a beleza e decoração de todos os ambientes, mas quando chegamos aos aposentos reais vejo uma reação incomum, elas ficam em absoluto silêncio e levam algum tempo para se recuperar.
— Simplesmente incrível, jamais podia imaginar estar em um palácio. É aqui que você vai ficar até a conclusão do casamento? - Dani pergunta.
— Sim, aqui são feitas as minhas preparações de noiva, só sairei daqui para as cerimônias ou rituais externos. – digo.
Percebo que elas estão atentas, observando cada detalhe do palácio. As convido para retornar à câmara principal e peço que se acomodem.
— Então, como é o hotel, gostaram? Estão bem acomodadas? – pergunto.
— Nosso hotel é simplesmente lindo, muito elegante e bem decorado, somos tratados com muito carinho, muito obrigada. – Vivian diz.
— Para ficar mais fácil apelidaram o nosso hotel de um, mas os hotéis dois e três estão bem pertinho e os convidados, parentes, os amigos distantes e a imprensa ficarão nele, ouvi dizer que é muito chique como o nosso. - Melissa diz.
— Como está dividido o hotel um? Vocês têm privacidade? – pergunto.
— Esse hotel tem quatro andares, a cobertura é o quarto nupcial e não nos deixam ver. O terceiro andar é do nosso deus grego e também tem as suítes dos seus pais e irmão. O segundo andar é específico para nós madrinhas, o primeiro andar hospeda os padrinhos e no térreo ficarão hospedados os amigos famosos e as nossas famílias. – Marília explica.
— Das nossas famílias apenas a da Carol, do Claudio, a do Enzo e a minha confirmaram presença. – Samara diz.
— Certamente nossas famílias se sentiriam deslocadas em um casamento tão grandioso, se nós não sabemos direito como nos portar, imaginem eles. – Tatiane diz.
— Vocês fizeram uma linda surpresa para nós, está também no térreo. – Gislaine diz e eu faço uma expressão de surpresa.
— Você não sabe? – Iara pergunta.
— Eros fez uma loja com roupas indianas para festa, só para nós padrinhos e madrinhas! E não foi só isso, ele ainda colocou a nossa disposição alfaiate e costureira. – Carol diz.
— Meu Eros realmente pensa em tudo. Fico feliz, gostei da organização. – digo.
— Estou sabendo que o avião que trará nossas famílias já está a caminho. Parece que os amigos famosos também estão vindo e devem chegar ainda hoje. – Dani diz.
— Finalmente vamos conhecer os pais do Eros. – Samara diz.
Sinto um gosto amargo na minha boca, o medo de conhecê-los.
Tento disfarçar meu nervosismo com um sorriso, o que posso responder? O que elas dirão se souberem toda a verdade agora?
— Eros foi nos receber no saguão do hotel. Você quer ver uma foto dele? - Carol dá um sorriso malicioso e balança a câmera para que eu veja que está em suas mãos.
A saudade me aperta o peito, me fazendo concordar rapidamente.
Carol senta ao meu lado e as meninas vem perto de nós para ver a minha reação, pego a câmera, seguro e fico olhando para a foto dele por um tempo, admirando sua tão grande beleza, minhas amigas ficam em silêncio também, até que eu resolva dizer alguma coisa.
— Está tão lindo o meu Jaan! – digo e suspiro.
— Você precisava ver a reação das meninas assim que viram o Eros, suspirando de tanta paixão. – Maria José diz.
Eu sorrio porque sei que isso é típico delas e não as condeno, acho até bonitinho.
— Nós somos apaixonadas por ele e fazemos questão que o mundo inteiro saiba disso. – Iara diz e eu sorrio.
— Eu já sabia disso. Eros tece a magia do amor ao seu redor. – digo.
— Oh, que lindo. – todas dizem ao mesmo tempo.
— O amor de vocês é tão bonito, Weenny. – Mayara diz.
Melissa, Marília e Dani dizem que desejam viver um amor como o nosso.
— Que mulher não queria? Imagine o quão difícil é ter o privilégio de se casar com um deus, mas para fazê-lo feliz... Neste caso é melhor deixar a Weenny com essa grande responsabilidade, afinal ela é uma deusa e por isso com certeza conseguirá. Vamos ficar com os nossos homens comuns, que é bem mais fácil. - Gislaine diz.
— Não é porque estou tendo o privilégio de me casar com um deus que posso ser considerada uma deusa, parem de bobagem. – as repreendo e todas riem.
— Você bem que podia ir passear com a gente, não é? Quero conhecer tudo o que puder. – Michele pede.
Antes que eu responda, percebo uma movimentação de pessoas no meu palácio, fico em pé e as meninas também, mas logo atrás de mim.
Em um gesto rápido puxo o pallu para cobrir o rosto, em sinal de respeito e reverência, essa atitude é chamada de ghoonghat.
Percebo a aproximação do que parece ser uma multidão, fico receosa com toda essa movimentação e não consigo evitar expressar toda a minha preocupação no meu olhar.
Seja lá quem for, está aqui para conversar comigo, é meu dever recepcioná-los.
Caminho na direção da porta, saio da área privativa da câmara principal e aguardo que Salima venha me dizer o que está acontecendo.
— Malicai Hindustan Hameeda Baksi Begum. (Imperatriz da Índia, Hameeda Bakshi Begum) – a sudra avisa.
Eis que entra em meu palácio uma linda senhora que parece ser muçulmana, branca, alta, seus olhos são castanhos e cheios de doçura, cabelos negros cobertos por um véu vermelho, grandes joias a adornam. Atrás dela estão outras senhoras com roupas mais simples, andam com os olhos direcionados para o chão e mantém uma distância respeitosa, certamente são as servas da Imperatriz.
Ainda longe dela e em silêncio, faço o gesto de saudação, aproximo a minha mão direita do rosto por três vezes, nem ouso olhar em seus olhos ou lhe dirigir a palavra. Também não olho para trás para ver se minhas amigas estão atentas para a presença desta pessoa tão especial, espero que a tenham saudado como a Imperatriz merece.
Oh meu Deus, finalmente estou diante da mãe do meu Eros... quero dizer, Jagadeesh.
Me sinto ainda mais ansiosa porque além de estar diante da minha sogra, estou diante da maior autoridade deste país, jamais imaginei estar frente a frente com alguém tão importante... Uma Imperatriz!
A soberana dá dois passos em minha direção, em silêncio, os gestos dela são suaves e discretos.
— Yah Rajkumari Maratha Weenny Singh, Rajkumar Jagadeesh Manohari kee dulhan hai. (Esta é a Princesa Maratha Weenny Singh, noiva do Príncipe Jagadeesh Manohari.) – Salima diz.
Rapidamente eu me curvo diante dela, para tocar seus pés e buscar suas bênçãos, a Imperatriz me faz levantar, levanta o pallu que ainda cobre meu rosto.
— Allaah buree najar se bachaane ke lie aur aap achchhee tarah se aur khush chhod sakate hain. (Que Alá te proteja do mau olhado e te deixe bem e feliz.) – A Imperatriz diz.
Eu uno as minhas mãos para agradecer sua benção, enquanto as servas da Imperatriz dizem "Amīna!" (Amém ou assim seja!).
Eu mantenho meu olhar direcionado para o chão, com temor da Imperatriz, viro para o lado e pego uma bandeja de doces que está no aparador.
— Mahaamahim, main aise aabhaar aur sammaan main apane mahal mein ise praapt karane ke lie hai ki vyakt nahin kar sakate. Svaagat raho! Aur yah vinamrata sveekaar karen. (Majestade, não posso expressar tamanha gratidão e a honra que tenho por recebê-la em meu palácio. Seja bem-vinda! E por favor aceite essa iguaria.) – ofereço à ela.
A Imperatriz pega um doce da bandeja e come, pega um outro doce e oferece em minha boca.
— Mere jeevan mein madad ke lie dhanyavaad, priy. ab mujhe ek hee betee se karate hain. (Obrigada por ter adoçado a minha vida, querida. Agora deixe-me fazer o mesmo, filha.)
Como o doce com certa timidez.
— Mujh par Rajkumari dekho, dar mat bano! Betee, tum sach mein bahut sundar aur shikshit ke roop mein Jagal ne mujhe bataaya hai, aap Rajkumari ke sabase khoobasoorat hain! Main aapako bataana chaahata to aap is shaadee ke lie meree aasheervaad hai chaahata hoon, mujhe mere bete kee aankhon mein khushee ke dekha hai ke baad se yah shaadee ke lie le liya-anupaalan. (Princesa, olhe para mim, não tenha medo! Filha, você é mesmo tão linda e educada como Jagal me disse, és a mais linda das Princesas! Quero que saiba que vocês têm a minha benção para este casamento, tenho visto a felicidade nos olhos do meu filho desde que teve o consentimento para o casamento.) - minha sogra, a Imperatriz, diz.
— Mahaaraaj ke aasheervaad ke lie bahut mahatvapoorn hai mere lie, mere aabhaar aur isake saath vaada karata hoon ki main raajakumaar kee aankhon mein khushee banae rakhane ke prayaas karenge. (A benção de Vossa Majestade é muito importante para mim, receba a minha gratidão e com ela a promessa de que me esforçarei para manter a felicidade nos olhos do Príncipe.) – ergo o meu olhar até ela, sorrio e agradeço.
Ela exibe um largo sorriso, que ilumina os seus olhos doces.
— Betee, mere saahiba ya mahaaraanee phon karane ke lie, par ab main apanee maan se ho jaega kee jaroorat nahin hai, tum bas mujhe maan kol kar sakate hain. (Filha, não precisa me chamar de Majestade ou de Imperatriz, a partir de agora serei sua mãe, pode me chamar apenas de mãe.)
— Achchha, maan. (Está bem, mãe.) - dou um sorriso tímido, fico corada de vergonha, mas digo, isso faz a Imperatriz sorrir novamente.
Ela faz um sinal para umas servas entrem.
— Yah aap apane -daasee, shahad hai karane ke lie samay hai. Ab Salima, Nimat, Madhavi, Rani, Zaara aur Shiva se aap par najar rakhane aur aap ka dhyaan rakhana aur sab kuchh aap kee jaroorat hai, main sveekaar karana chaahate hain. (Já é hora de você ter as suas servas, querida. A partir de agora Salima, Nimat, Madhavi, Rani, Zaara e Shiva te acompanharão e cuidarão de você e de tudo o que precisar, quero que aceite.) - com doçura, ela diz.
Eu a agradeço com reverência e carinho. Então recebo a saudação das sudras que ainda não conheço, dentre elas Nimat, que é na verdade um eunuco, logo depois se distanciam, demonstrando respeito.
— Ab main aagara phort par lautane ke lie kee jaroorat hai. Ham jald hee milate hain. Betee, tumhen kuchh karmachaariyon ke lie poochhane kee jaroorat hai aur ve turant pradaan karega, kya tum nahin karane ke lie kuchh bhee yaad nahin karana chaahata. (Agora eu preciso retornar para o Forte Agra. Nos veremos em breve. Filha, qualquer coisa que você precisar peça para as servas e elas providenciarão imediatamente, não quero que falte nada a você.) – a Imperatriz diz e todas as sudras concordam.
— Haan, chukri bizarre. (Sim, muito obrigada.) – digo e sorrio.
Ela sorri e faz um carinho no meu rosto, é assim que ela se despede, saindo junto com sua grande comitiva.
Respiro fundo, esperando que a aflição deste encontro fique mais ameno.
— Main chalana chaahate hain, to aap mujhe le sakata hai? (Se eu quiser passear, vocês podem me levar?) – pergunto para uma das sudras.
— Sab hai ki Rajkumari vaanchhit. (Tudo o que a Princesa desejar!) – uma delas responde.
Enquanto os soldados preparam a nossa partida, algumas sudras fazem os últimos preparativos para sairmos, vou com outras seis para os meus aposentos, escolho uma roupa mais simples, retiro a maior parte das joias, não quero chamar atenção, pretendo passar despercebida, sem os adornos e vestes de uma Princesa, parecendo apenas uma solteira comum.
Os Amigos POV:
As madrinhas se sentem à vontade ao lado da Dulhana mesmo em meio a todo aquele luxo, só se aborrecem muito quando veem Samara insistir tantas vezes ao dizer que o palácio é grande demais para a Dulhana e que é um exagero, as amigas tentam fazê-la parar, afinal isso não é o tipo de assunto e de pensamento para dias tão felizes, acreditam tratar-se de inveja.
Elas passam bons momentos conversando com a querida amiga Weenny, até pedem para passear com ela, porque adoram a sua companhia.
São interrompidas bruscamente por um grande movimento de pessoas que parecem querer entrar no palácio e a tensão no ambiente se torna palpável. Weenny se levanta e caminha até a entrada, enquanto Tia se apressa em se levantar e sinaliza para as madrinhas fazerem o mesmo.
A mulher que recebeu a Weenny no aeroporto, vem apresentar uma senhora muito bonita que está entrando com ela no palácio. Essa mulher veste uma roupa vermelha, rica em bordados e com muitas joias, ouvem a palavra Malicai e é instantâneo, a expressão e a postura da Tia muda drasticamente, a tradutora empurra as amigas na direção da parede.
— Por favor, rápido... Curvem suas cabeças, olhem para o chão, cruzem os braços a frente do corpo e repitam os gestos que eu fizer, mas não digam nada! – Tia sussurra.
O clima é aflitivo, elas desejam saber o que está acontecendo, mas Tia permanece imóvel e muda.
As amigas tentam observar tudo, mesmo com suas cabeças abaixadas, veem Weenny fazendo o gesto ensinado pelo Guru, sabem que é uma saudação para um nobre, Tia faz essa reverência e as madrinhas repetem o gesto.
Ouvem que a nobre senhora diz alguma coisa e claro que não entendem uma palavra, mas todas elas ficam espantadas quando percebem que a Weenny está falando fluentemente o hindi, como ela aprendeu tão rapidamente? Parece até que nasceu na Índia!
— Quem é essa nobre, Tia? – Michele sussurra.
— A Imperatriz, façam silêncio! – Tia sussurra apavorada.
Weenny oferece doces para a Imperatriz, há intimidade entre elas?
Quando finalmente a Imperatriz sai, notam que ela deixa mais cinco mulheres, além da mulher que pegou a Weenny no aeroporto, uma delas parece um homem, mas se veste como mulher. Por que essas mulheres ficaram?
— Pronto, agora vocês já podem ficar à vontade. – Tia parece descongelar de repente.
Todas as madrinhas ainda parecem anestesiadas e olham na direção da Weenny, veem que ela está conversando com as seis, logo depois se aproxima das amigas apenas para dar um recado.
— Agora nós vamos passear, só peço que esperem uns minutos, porque pretendo trocar de roupas. Está bem? – ela diz e todas concordam.
Weenny some por uma daquelas portas.
— Por que vai mudar de roupas se ela está tão linda com aquele sari? - Tatiane pergunta.
— Certamente quer ficar mais à vontade. – a tradutora responde.
— Por que a Imperatriz veio aqui? – Samara pergunta.
— Ai meu Deus, então é verdade? Eu vivi para ver uma Imperatriz de verdade, não estou sonhando? – Maria José está realmente emocionada.
— Não sei, talvez queira cumprimentar a atriz famosa que vai se casar em seu país, o povo indiano é muito simpático e receptivo, pode ser isso. – Tia diz, escondendo os reais motivos desse encontro e o teor da conversa entre as nobres, que acabara de ouvir.