Suzana dá detalhes a respeito da continuação do trabalho, avisa que seremos fotografados juntos para uma revista de entretenimento, somos direcionados para os camarins, precisamos nos preparar.
Algum tempo depois retornamos ao estúdio, os fotógrafos pedem várias poses e solicitam muitas trocas de roupas, mas é uma experiência adorável! Eles parecem fazer questão de captar nossos olhares apaixonados e a verdade do nosso amor.
Em três horas a sessão de fotos termina e todos estão satisfeitos com o resultado. Retornamos para o hotel na companhia de nossos amigos, os rapazes aproveitam para conversar durante o trajeto, fazendo questão de nos elogiar.
— Eros, como você consegue ter tanto autocontrole ao ver essas poses sensuais e insinuantes da Baby? – Rafael pergunta.
— Quem disse que eu aguento tanta provocação? – Eros diz e se abana, fazendo todos gargalharem.
— Ei Princesa, está noite você é minha! Vai ficar comigo! – Eros pisca para mim e diz.
Ai, adoro quando ele fala assim, mal posso esperar por isso.
— É mesmo? Então me convença. – digo tentando provoca-lo, então Eros me agarra e beija com avidez.
— Ah... Aposto que se convenceu totalmente. – Dani diz e gargalha, enquanto faço um sinal afirmativo.
Victor baixa a cabeça e os outros riem.
O veículo para diante do hotel onde Eros está hospedado, ele me segura bem firme, dá o boa noite para nossos amigos e me leva com ele, nem consigo me despedir porque não paro de rir.
Fico tão mole quando ele me pega assim...
Passamos rapidamente pela área comum do hotel e logo chegamos na suíte.
Nem tenho tempo de dizer nada, meu Eros toma os meus lábios e meu corpo com lascívia, ele domina a arte do amor como ninguém!
Horas se passam e tudo o que eu quero continuar sentindo é o seu delicioso e perfumado corpo, sua saborosa e vigorosa virilidade e o êxtase do prazer dos nossos corpos suados e incansáveis.
Ai que sorte eu tenho em ter aceitado ser sua para sempre.
Eros fecha os olhos para se proteger dos primeiros raios de sol após o amanhecer.
— Espere, vou fechar a cortina. - digo sabendo o quanto seus olhos claros ficam incomodados com a claridade.
Saio da cama, mas faço questão de observar esse corpo tão perfeito, tenho todos os detalhes dele armazenados na minha memória, mesmo assim não me canso de admirá-lo.
— Ei... O que está fazendo aí parada? Vem... - ele diz e faz um sinal sensual com a mão, enquanto morde os lábios.
Como seria capaz de resistir?
Deito sobre ele e o acaricio de novo até perceber as deliciosas reações do seu corpo que me fazem ficar arrepiada.
— Seu corpo certamente foi esculpido pelo deus do amor e seu rosto por anjos... Nunca vi mulher tão formosa. - sussurra em meu ouvido.
— O deus do amor me fez sua mulher, ele me transformou. - digo fazendo referência ao seu nome ocidental e o vejo sorrir.
E mais uma vez nos deliciamos na volúpia e no prazer dos nossos corpos juntos.
Decidimos aproveitar nossa manhã livre de compromissos. Eros pede o nosso café da manhã e vamos para o banho, nos arrumamos e vamos para a sala de jantar, após a refeição, ele me leva de volta para o quarto.
— Precisamos conversar sobre os preparativos do nosso casamento. Quero saber se você falou com o Guru e também preciso entregar algumas coisas que eu guardei aqui para você. – ele diz e põe algumas caixas sobre a cama.
Falo sobre a minha conversa com o simpático Guru Shankar e que minhas aulas devem começar já na segunda-feira e a dos nossos padrinhos no mês que vem. Vejo que Eros parece preocupado.
— O que houve?
— Quero marcar nosso casamento para o quanto antes, mas esse novo projeto vai atrapalhar meus planos, sei que hoje é primeiro de novembro e que estamos comprometidos nesse novo contrato até janeiro, mesmo assim isso me preocupa.
— Calma, ainda teremos tempo para resolver as questões do casamento, não temos tanta pressa, não é? – digo em minha inocência de mulher comum.
— A questão é que o meu povo está inquieto com o sumiço do Principe herdeiro, temem que eu tenha morrido, mesmo que o sacerdote do império insista em exibir meu mapa astral mostrando que estou vivo e protegido em outro lugar, além disso, já estou passando da idade de me casar, segundo a tradição hindu. – ele diz como se avaliasse a própria condição.
— Então o que faremos?
— Devo consultar os sacerdotes para saber qual é a data mais auspiciosa, mas antes deverão fazer pesquisas a respeito dos ancestrais e consultar nossos mapas astrais... Espero que possa ser em fevereiro. Só então vamos dar o casamento por certo e começar a preparar cada uma das locações para as cerimônias e rituais, bem como a decoração e todas as nossas roupas de noivos.
É, não vai ser tão simples quanto imaginei, nem compreendo o porquê de tantos detalhes, mas para a posição dele deve ser realmente necessário.
— Não quero que fique preocupada, digo isso apenas para justificar meus repentinos sumiços ou desculpas diante dos nossos amigos, enquanto eu não puder viajar para a Índia, terei que resolver tudo através de telefonemas e conferências. – ele diz e eu concordo.
Mexo nas caixas e vejo inúmeros itens indianos, desde roupa até maquiagens e calçados, tudo realmente muito bonito.
— Ninguém deve perceber que você é Princesa, por isso durante as aulas use o que estou te dando agora, para sua estadia na Índia terá novas roupas e joias que estarão de acordo com a sua posição. – Eros adverte e eu concordo porque não sei se quero ter maiores informações nesse momento.
É melhor não me aprofundar nesse assunto, senão vou acabar perdendo a coragem.
Nos despedimos e seguimos em carros e direções opostas porque precisamos ganhar tempo. Durante o trajeto sorrio ao pensar no motivo de tanta pressa, as noites passadas em claro, é sempre assim, nosso vigor nos mantém acordados na maior parte das noites.
É claro que não estou reclamando, estou cansada, mas realizada.
Enquanto Eros está indo para a empresa, vou para uma entrevista em uma emissora, hoje meus compromissos estão programados até as dez da noite.
O final de semana é agitado para todos nós, estamos muito atarefados, só conseguimos nos encontrar nos poucos compromissos que programados para todo o grupo, felizmente somos muitos para cumprir todas as atividades agendadas para este último fim de semana antes do novo projeto.
...
Finalmente chega a esperada segunda-feira, o dia do início do nosso novo filme, desta vez com a empresa Star Media Fx.
Nos reunimos na minha suíte e partimos para as locações do filme Saahasik. Ao chegarmos, percebemos uma organização diferente, são muitos os profissionais que estão prontos a nos receber, produtores, diretores, assistentes, designers, sonoplasta, equipe de som, músicos, coreógrafo, figurinistas, maquiadores, operadores de câmera, maquinistas e fotógrafos.
Nós estranhamos receber tanta atenção, somos recebidos com muito carinho e admiração, nos levam para conhecer os estúdios e informam que as externas serão gravadas aqui mesmo no Rio de Janeiro, lembro de ter visto essa informação no roteiro apresentado.
O diretor executivo nos dá todas as coordenadas a respeito do cronograma e nos faz pensar que o filme será mais fácil de gravar do que imaginamos. Ainda temos a dificuldade com o hindi, o idioma, mas todos estão dispostos a nos ajudar, principalmente porque existem muitos indianos nessa equipe.
Então começamos o trabalho, gravamos por doze horas diárias, mesmo durante os finais de semana.
Todos estamos dedicados a estudar nossas falas e trabalhamos nisso ininterruptamente, apenas Eros não tem dificuldades com o idioma, mas agora consigo entender perfeitamente e quase rio quando o vejo disfarçar cometendo alguns erros na pronúncia para não despertar desconfiança.
Eros é o primeiro a entrar em cena, provavelmente gravará todos os dias já que seu personagem é o protagonista, Arjun, o ladrão engenhoso, desafiador e sensual, que usa recursos tecnológicos e incríveis disfarces para roubar itens de grande valor comercial e cultural, como a coroa de um príncipe, lendárias pedras ou espadas, por exemplo.
As gravações das primeiras cenas deste longa-metragem são externas e demandam muito empenho, organização e disponibilidade de recursos e equipamentos.
Os primeiros takes do Arjun são impactantes e por isso oferecem a Eros um dublê, mas ele recusa, sei como adora um desafio e não descansará até cumpri-lo, por isso nem tento persuadi-lo, resolvo apoiá-lo.
Decidimos acompanhar essa filmagem, então Eros e toda a equipe se preparam para gravar o pulo de paraquedas sobre uma montanha, para isso são realizadas duas tomadas.
Às vezes é tão difícil apoiar as suas loucuras!
Tento não fechar os olhos ao vê-lo pular daquele avião, torço para que o paraquedas funcione perfeitamente, enquanto ouço os gritos histéricos das minhas amigas, elas estão apavoradas, agarram meus braços e dão um jeito de esconder seus rostos temendo vê-lo ferido.
Tento conter meu medo, olho fixamente para Eros e o vejo aterrissar já sobre a montanha...
Mas isso não estava previsto!
Vejo os produtores saírem de seus lugares e correrem até ele, o diretor sinaliza para impedir a aproximação enquanto os operadores de câmera terminar a tomada, só então a gravação é interrompida ao som dos aplausos dos homens.
— Eu consegui! – Eros diz e sorri.
Quase nos matou do coração para isso!
As meninas levantam os rostos, soltam meus braços e enxugam as lágrimas ao ouvir a voz do Eros, ao ver que ele está bem, todas sorriem.
Essa cena foi projetada para acontecer em uma praia deserta e é aí que entra a equipe de edição, o diretor faz questão de nos explicar rapidamente por que precisa continuar a gravar a sequência de luta na montanha.
Enzo é escolhido para ser o segurança do Príncipe que luta contra Arjun sobre as pedras no alto da montanha, é claro que o bandido charmoso vence, afinal é melhor preparado.
Para as outras tomadas, Eros passa muito tempo com os maquiadores para se transformar em várias pessoas e personagens diferentes. É muito interessante assistir essa talentosa equipe trabalhar nos disfarces do Arjun, todos fazemos questão de observar isso de perto.
É chegada a hora de Victor e Claudio entrar em cena com os personagens Ravi e Banty, respectivamente, o policial e o ex-bandido que agora é informante da polícia.
São cenas bem intensas de uma perseguição e confronto entre policiais e bandidos, filmado em um lago do Rio de Janeiro, são usadas algumas embarcações tanto para a gravação quanto para adaptar todo o maquinário, além de jet ski e moto que aparecem durante as tomadas, Rafael, Igor, Eduardo e Leonardo também participam da gravação.
Na continuação, Samara entra em cena como Kavita, a esposa grávida, exigente e ciumenta do Ravi, que liga durante o trabalho do marido, mais especificamente durante uma troca de tiros com bandidos para reclamar que está com dores e desejos, o que impõe um certo humor à cena.
Carol começa a gravar suas cenas e encanta a todos com a sua sensualidade e desenvoltura no papel da policial Saina, atual musa de Banty, por quem ele se apaixona à primeira vista e fica imaginando que podem ter um futuro juntos, exceto pelos ciúmes que sente ao ver a intimidade com que Ravi e Saina se tratam, afinal já trabalharam juntos em um outro caso, fazendo-o pensar que possam ter uma paixão no passado.
Saina organiza uma reunião no departamento de polícia para informar sobre um importante caso que lidera e para o qual precisa de ajuda.
— O ladrão mais inteligente e meticuloso do mundo. Cometeu dezenas de roubos que foram impossíveis de rastrearmos, deixando apenas uma pista no local do crime que é a sua assinatura, por isso o chamamos de "Z". Em cada um dos seus crimes usou um disfarce, é considerado o mestre dos disfarces e sua ousadia não tem limites. Eu o estou seguindo há dois anos e sei que ele rouba peças únicas como joias, pinturas, peças de museu e tem percorrido o mundo.
Um dos policiais questiona o que ele faz com esses itens, a policial diz que ninguém sabe, mas tem ciência de que o "Z" fica ativo por apenas cerca de três meses por ano.
Outros questionamentos surgem, Saina informa que ele faz furtos aleatórios e que não há um padrão, mas Ravi analisa e descobre um padrão.
— Certamente ele quer percorrer o mundo deixando sua marca, mas isso não é tudo, vejam o mapa, ele fará seu próximo roubo em trinta de novembro de dois mil e treze, o seu ladrão não gosta apenas de roubar, mas de brincar com os números também. – Ravi mostra a sua análise no computador.
Com essa análise todos compreendem que as pistas do próximo roubo só podem estar no anterior, somam as datas e elas dão origem a data do próximo crime. Chegam a conclusão de que "Z" gosta de brincar com números, deseja traçar a letra "Z" no mapa e está desafiando a polícia, portanto, seu próximo roubo deverá ser em Mumbai*.
Outras cenas são gravadas e também a primeira coreografia, filmes indianos tem músicas e danças e isso faz com que sejam tão especiais.
O coreógrafo da produtora nos chama e pede para coreografarmos juntos essa primeira música, enquanto isso os maquinistas, operadores de câmera, músicos e equipe de som preparam o estúdio e gravam a canção.
Fico encantada com a riqueza de detalhes e preparo, há um estúdio para a gravação da música em tempo real, os músicos são formidáveis.
Um tempo depois, com a coreografia terminada e aprendida, Victor, Claudio e Carol exibem todo o seu talento em frente às câmeras, os bailarinos estão logo atrás.
Concluímos essa primeira semana com sucesso, os diretores e produtores pareciam muito satisfeitos e sempre nos elogiavam a cada tomada.
Conforme previsto, comecei as aulas nesta segunda-feira, com a esposa do Guru, Senhora Sumitra, diariamente das oito às onze da noite, tenho recebido conselhos e orientações a respeito de como uma boa mulher hindu deve se portar.
Uma nova semana começa e nosso ânimo parece renovado, mesmo que não tenhamos nenhum dia de descanso.
Hoje é a gravação de mais uma cena de roubo do Arjun, os policiais se dividem nos dois principais museus onde estão sendo feitas importantes exposições. Percebo que muitas mulheres estão no set de gravação e fico sem entender o motivo, apenas quando Eros começa a se despir no cenário correspondente ao banheiro é que noto o interesse delas.
Arjun está preparando o seu corpo para o disfarce de estátua de um deus grego e está deixando as mulheres enlouquecidas com a exposição do seu corpo.
Humm, deus grego... tão sugestivo...
É uma cena que demonstra todo o potencial da tecnologia para uma mente criminosa, chega a ser soberbo de tão bem construída e executada.
Infelizmente é o atrapalhado Banty que está no museu para tentar impedir o roubo e delatá-lo para Ravi e Saina, mas se distrai e acaba esbarrando com o bandido com um novo disfarce e não o reconhece vestido como segurança.
Uma fuga eletrizante começa nas ruas, Banty e Ravi perseguem o "Z" a pé, com moto potente e a sua equipe vem de helicóptero, mesmo assim perdem para a habilidade do ladrão.
Outras cenas são gravadas como a fuga de Arjun com um novo disfarce, mas ele desiste de fugir e decide provocar um pouco mais os policiais fazendo questão de avisar quando cometerá o próximo crime e o que pretende roubar, uma coroa de ouro de seiscentos anos, guardada em um palácio.
Tudo está preparado para a prisão do Arjun, mas Banty está mais interessado em seduzir Saina e não importa o quanto ela o rejeite.
Carol parece se divertir ao lado desses dois homens bonitos, Claudio e Victor, ela está mais exuberante do que nunca, parece ter desabrochado como uma flor, penso que está começando a esquecer seu doloroso passado.
Uma nova cena começa mostrando o interior do palácio, na sala onde está a coroa, um bandido vestido de preto é visto passando por uma pequena fenda na parede da torre alta, pulando e aterrissando ao lado de onde está posicionada a coroa... então o tilintar de duas moedas pode ser ouvido enquanto elas rolam pelo chão.
Então um homem, vestido com roupas pretas e máscara, é visto sentado em uma pequena escada, sua expressão é tranquila e está confortavelmente sentado.
— Um dos dois é original e o outro é uma mera cópia, só que as pessoas não conseguirão ver a diferença, não é? – ele diz.
Neste momento a outra pessoa é focalizada, além da roupa preta, pode-se ver uma máscara que lhe cobre todo o rosto, mas os olhos claros estão à mostra.
— Chegar aqui foi difícil. Mas e agora o que faremos? – ele pergunta.
Ela estende a mão para tocar na coroa, mas ele a impede e a orienta para que veja os raios infravermelhos que protegem a coroa e estão dispostos de tal maneira que podem atingir o primeiro que tocar o item que tanto desejam e serão fulminados no mesmo momento, além do alarme disparar no mesmo instante.
— Confuso? – ele diz com tanto charme.
Ai como é difícil me concentrar e não ceder a tentação de beijá-lo agora mesmo.
— Então como roubá-la? Devo lhe dizer? – Arjun pergunta.
Ele abaixa, pega as duas moedas e lança em direção ao infravermelho, disparando os alarmes e fazendo os guardas se aproximarem, enquanto esperam de braços cruzados, o que parece uma verdadeira insanidade.
— Quando eu lhe der o sinal... Pegue-a. – ele diz e ela prepara sua fuga.
Ela retira a coroa, os feixes atingem os guardas e Arjun se abriga no chão, ela sobe até a pequena janela por onde havia entrado... mas não sem antes lançar o símbolo que identifica o "Z", para a completa surpresa dele.
— Você não deveria ter feito isso, agora vou ter que ir atrás de você. – Arjun diz.
Ela corre pelo terraço do palácio e os guardas tentam capturá-la, mas apenas Saina consegue alcançá-la... Arjun aparece e luta com a policial, que desequilibra e fica pendurada na torre, então ele agarra a ladra e pulam juntos da torre rumo ao vazio.