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Capítulo 1: A Capital Blessed Tides.

Nas embarcações de Blessed Tides Jade andava com um mapa nas mãos o lendo de forma concentrada. O mapa é amarelado com algumas manchas indicando que era um papel antigo, nele havia 7 capitais que eram conhecidas como: "As Setes Capitais dos Deuses." Havia uma lenda sobre essas capitais: A lenda diz que cada capital guardava um presente de cada arquétipo da natureza pelos deuses que juntos formavam os "Sete Desejos dos Deuses."

Foi uma forma de presentear os imortais e dá a bênção divina para a terra, com esse ato de generosidade também trouxe os 500 anos de paz. No entanto, nenhum ser humano mortal conseguiu juntar os setes presentes dos deuses e consequentemente as pessoas pararam de acreditar e logo se tornou apenas uma lenda popular. Além disso, qualquer ser humano que tenta juntar os presentes, não está mais vivo para contar o resto da história.

No entanto, Jade fez dessa lenda seu objetivo de vida desde que era apenas um garotinho e acreditava firmemente e estava determinado a conseguir os Sete Desejos. Ele então enrolou o mapa e o guardou em sua mochila e ergueu a cabeça vendo um grande navio e um sol vívido que iluminava as águas do porto. Ele então se aproximou mostrando uma pequena carta de antecipação de pagamento, isso o fez economizar bastante dinheiro.

Dentro do navio movimentado ele foi guiado até seu quarto, agradecendo a recepcionista do navio que ele não perdeu tempo em entrar e deixar suas coisas ali. Soltou um suspiro cansado e se sentou na pequena cama branca. Enquanto ele descansava de repente deu um salto e imediatamente abriu a bolsa desesperado onde saiu uma fênix voando em círculos rapidamente como se estivesse sido presa em cativeiro! A fênix pousou na pequena cama e exclamou:

"Idiota! Você queria que eu morresse sufocada?!"

Jade imediatamente ergueu as mãos balançando com uma expressão genuína de culpa: "Soson me desculpe! Eu acabei esquecendo..."

"Como você pôde esquecer de uma ave tão importante quanto eu?! Você não me dá valor!" Soson falou indignada abanando suas asas ferozmente para cima e para baixo enquanto Jade tentava acalmá-la de forma bajuladora, logo a fênix cansou e apenas perdoou a tal insolência de Jade.

Ele então sentiu o navio se mexendo e se aproximou da pequena janelinha vendo o céu azul se misturando com o mar aberto se tornando um. Uma paisagem simples que deixa ele encantado, a fênix observou por um momento e logo bufou dizendo:

"Não sei porquê perder tempo em um navio, se você simplesmente podia montar em mim!"

"Sim, mas ficaria cansada e derrubaria a gente no mar."

"....." Soson já não tinha mais argumentos e ficou quieta durante a viagem.

Jade pegou um pouco de sementes e colocou para a fênix que comia alegremente e logo deixou sua mochila no chão deixando a cama livre e se deitou sentindo seu corpo relaxar, seus cabelos negros estavam espelhados sobre os lençóis brancos enquanto seus olhos prateados fitavam o teto pensando sobre as lembranças do passado e vagarosamente sua mente esvaziava a deixando completamente vazia e logo seus olhos começaram a piscar lentamente até se fecharam completamente e ser agarrado pelo profundo sono de forma repentina. A viagem supostamente não iria demorar tanto, pelo menos por um dia o navio já iria embarcar, os navios das capitais costumam ser bem cheios, então a locomoção era muito agitada. Mas, dava para relaxar.

O navio se movia calmamente sobre as águas, algumas pessoas estavam fora de suas cabines apreciando a bela paisagem, outros tirando fotos para guardar como lembrança, pintando quadros ou simplesmente tendo conversa furada. O ambiente estava agradável e amigável assim como o tempo, parecia que o universo entrou em conexão com a terra na mesma sintonia e os lados desfrutaram.

O tempo havia passado como se fosse segundos, a noite estava surgindo aos poucos, nisso Jade havia acordado, seus olhos piscando lentamente enquanto olhava aos arredores recuperando seus sentidos, lentamente se sentava na cama e olhou para cima vendo Soson - sua fênix deitada sobre uma fumaça preta dormindo, ele então sorriu suavemente com a cena e em seguida olhou para pequena janela, agora ele contemplava o pôr do sol.

O azul claro límpido lentamente se escurecia junto com um tom alaranjado que atingiu todo céu como se fosse tinta e logo também foi escurecendo até forma uma cor escarlate intenso que se mistura com a terra, no entanto, nas águas cristalinas eram como um grande espelho deixando as águas escarlates e azuladas em contraste. Vendo tal paisagem os olhos cinzentos prateados de Jade se iluminaram como uma fênix ressurgindo das cinzas, ele olhou para trás ouvindo alguém bater na porta: toc,toc.

Jade se moveu até a porta abrindo vendo a recepcionista segurando uma bandeja de prata onde havia uma tigela de mingau e uma xícara de chá verde. A recepcionista tinha um sorriso gentil nos lábios e uma expressão suave, no entanto, por mais que transparecesse essa aparência gentil e educada, seus olhos pretos estavam mais vazios do que o abismo. Jade escureceu um pouco sua expressão, mas logo respirou fundo com um sorriso educado pegando a bandeja de prata, no entanto, ele apenas deixou a bandeja de prata sobre a cama e rapidamente voltou para recepcionista que estava com uma expressão confusa.

"O que estou fazendo aqui?" Ela perguntou colocando a mão no rosto conferindo se era realmente real, sua mão passou por sua cabeça sentindo uma dor silenciosa.

"Não se preocupe com isso." Jade disse calmamente e a recepcionista ficou sem entender.

Ele ergueu os dedos indicador e médio e apontou diretamente na testa da recepcionista encostando o dedo indicador levemente na pele. Mais uma vez a recepcionista voltou com os olhos vazios e os dedos de Jade estavam com uma aura branca em volta de seus dedos, seus olhos prateados cintilando com uma luz anormal.

"Você esquecerá de tudo e voltará ao seu trabalho como se nada tivesse acontecido." Suas palavras eram como se fosse um grande tambor sendo tocado na cabeça da recepcionista.

Logo ela acenou com a cabeça e foi em direção aos aposentos e logo quando chegou, não lembrava de nada que aconteceu. Com isso Jade voltou para o quarto fechando a porta e um flash de irritação surgiu em seus olhos enquanto a fênix que havia acordado começou a gargalhar, Soson não tinha entendido antes, mas logo entendeu e sentiu apenas pena. Jade ficou olhando para a bandeja e disse friamente:

"Não se esconda. Apareça antes que eu te queime e te jogue no mar."

Silenciosamente saiu uma aura verde da tigela de mingau e logo foi tomando forma se transformando em um pequeno dragão verde que tinha seu bigode arrepiado. No momento que apareceu ele começou a se desculpar severamente e muito assustado, a fênix não parava de rir achando a maior coisa engraçada e Jade massageava suas têmporas como se quisesse manter a paciência, uma certa culpa surgiu no coração de Jade vendo Lumi tão desesperado por seu perdão.

"Mestre! Mestre! Me desculpa! Eu não queria ficar sozinho em casa! E eu estava com medo! Por favor mestre me perdoeeeee!" O dragão implorava chorando.

"hahahahaha!, Você é tão carente Lumi! Se continuar assim o mestre vai te abandonar...." A fênix disse já acordada e assustando mais ainda o dragão que tremeu ao ouvir tais palavras, Jade mais uma vez suspirou.

"Soson pare com isso. E Lumi está tudo bem, agora que está aqui, está aqui. Desculpe ser tão duro." Jade disse se sentando na cama dando tapinhas em seu próprio colo.

O dragão imediatamente parou de chorar e pulou no colo de Jade sentindo quentinho e uma enorme satisfação, Jade então ergueu sua mão com uma aura branca para fazer carinho sobre as escamas duras do dragão, enquanto o acariciava ele também dava energia vital. Lumi agora parecia um cachorrinho, no entanto, Soson não gostou disso e ficou enciumada, ela virou as costas fazendo birra, percebendo isso Jade também chamou Soson que se fez de orgulhosa por segundos e logo ela se rendeu para as carícias de Jade e tendo sua energia vital renovada.

Mas logo depois Jade disse mais sério: "Mas foi perigoso você vir aqui, e se alguém visse você?"

O dragão então engoliu as lágrimas e acenou com a cabeça arrependido, Fênix aproveitou e também deu uma bronca nele fazendo o dragão ficar irritado e retrucar, Jade então sorriu e balançou a cabeça. Ele tirou o dragão e a fênix em seu colo e olhou para a bandeja de prata pensativo. Logo, ele pegou uma colher pequena de madeira e pegou um pouco de mingau e beber um pouco de chá sentindo seu corpo aliviado, logo ele deixou os objetos no chão, já que não havia nada para apoiar. Ele logo em seguida olhou para a janela vendo a noite escura sendo iluminada pela lua branca.

"Não vamos demorar tanto não é?" Lumi perguntou enquanto se aconchegar contra a nuvem de fumaça ao lado de Soson que não parava de resmungar.

"Não. Amanhã já sairemos. Então descansem."

Jade falou calmamente olhando para a lua. A fênix e o dragão já haviam adormecido, no entanto, como jade havia dormido antes acabou não tendo sono. Ele então se moveu para cama se sentando com as costas encostadas na parede de madeira e olhou para o teto pensando sobre como essa viagem seria e desejou que nada acontecesse de ruim. Jade não tinha mais nada para fazer a não ser olhar para o teto e deixar seus pensamentos fluírem até desaparecer completamente.

A noite estava silenciosa. No meio do mar não havia nenhum barulho sequer e as pessoas já estavam dormindo em suas cabines. Jade soltou um suspiro como se estivesse cansado, ele não queria mais ficar no quarto então saiu no meio da noite indo tomar um ar livre. No momento que ele saiu uma leve brisa surgiu balançando os cabelos de Jade levemente, ele inspirou sentindo o ar fresco entrando em suas narinas e logo soltando esse ar sentindo seu corpo mais leve, esse ar era mais limpo do que da cidade que estava antes.

Ele se aproximou encostando seus braços do corrimão do navio aproveitando a serenidade que estava o local, um vento frio começou fazendo seus cabelos negros voarem e se espelharem no ar, sua expressão pensativa não movia um centímetro e lentamente o vento parava fazendo os cabelos de Jade caírem como uma pena sobre seus ombros totalmente espalhados, seus olhos prateados olharam para o mar baixo, de longe, a figura de Jade parecia muito solitária.

No dia seguinte ele organiza tudo em sua mochila para descer no navio, foi um pouco difícil por causa da Soson reclamado que não queria ficar na mochila e Lumi não queria ficar em um lugar apertado com "fresca fênix", Jade não sabia se ria ou se chorava, então ele teve que fazer um espaço dimensional como uma segunda mochila já que tinha muito mais espaço, só assim que os dois animais mitológicos cederam entra na mochila. Jade se arrependeu de ser tão bobo por eles e acabar os estragando.

Ele teve que esperar um pouco para não ser atropelado pela multidão que mais parecia uma corrida de cavalos. Só depois que a poeira abaixou Jade saiu do navio vendo as grandes estruturas de mármores que quase atingiram os céus. A capital Blessed Tides era conhecida por suas grandes estruturas e sua grande habilidade de moldar mármore como se fosse argila. Jade ficou encantado com a capital, então começou andar alegremente procurando uma pousada. (De preferência que aceitasse meras moedas de prata.)

Nesse caminho ele encontrou muitas lojas, restaurantes, salões de chá e entre outros. No entanto, Jade tinha somente dinheiro para gastar com sua estadia, então teve que apenas admirar e desejar. As pousadas mais baratas ficavam nas grandes praias e as praias ficavam muito longe da cidade. Jade andava sem nenhuma pausa, mesmo suando e sua pele ficando grudenta ele não parava causando às pessoas um ar de determinação.

Ele já estava perto de uma grande ponte onde levava para regiões das praias, um sorriso satisfeito apareceu em seu rosto. No entanto, quando chegou na entrada da ponte havia um grupo de homens chutando uma criança magra que abraçava firmemente maçãs que já estavam sujas de poeira, e algumas esmagadas pelos homens. Jade olhava para a situação friamente, as pessoas não ajudavam e só olhavam como se fosse um espetáculo, uma irritação surgiu no coração de Jade.

Ele se aproximou dos homens segurando no ombro que estava dando chutes na criança, seus olhos estavam fechados.

"Senhor, não há necessidade de espancar a pobre criança. Peço que por favor pare." Ele disse gentilmente.

"Quem é você?! Saiu do seu bordel? Tire a mão de mim!" O homem gritou, mas logo ele se calou sentindo uma força apertando mais ainda seu ombro. Ele olhou para Jade que lentamente abria os olhos.

"Eu disse para parar."

O homem de repente se sentiu aterrorizado. Os olhos prateados vazios e frios eram ameaçadores, como se estivesse olhando no fundo de sua alma e julgando todos os seus pecados. O homem gritou e correu para longe, Jade deu uma encarada para os outros homens e saíram correndo também. Jade logo voltou ao normal, ele se aproximou do garotinho que tremia como um animal.

"Ei criança... Aqueles homens já foram." Jade disse gentilmente se agachando. A criança demorou alguns minutos e lentamente levantava a cabeça vendo os olhos gentis. Um sorriso leve surgiu no rosto de Jade.

A criança estava totalmente suja, cheio de faixas e roupas que não passavam de trapos. A criança olhava para Jade sem piscar, seus olhos negros bem abertos sem nenhuma intenção de piscar, a criança olhava para Jade como se fosse um ser totalmente diferente dos outros. A criança lentamente se levantava com as maçãs nos braços, seu pé esquerdo estava para trás como se quisesse sair, mas não conseguia. Era como se tivesse raízes prendendo seus pés.

Jade se levantou, ainda sorrindo para o garotinho e se afastando levemente. O garoto ficou parado por alguns segundos e logo saiu correndo como o vento. Jade então suspirou levemente como se estivesse nostálgico.

'Esse garotinho... Parece familiar.' Ele pensou suavemente consigo mesmo. Mas logo balançou a cabeça e continuou seu caminho. Ele tinha uma longa jornada para percorrer.