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Capítulo 1: Começo.

— Bom, não sei quanto tempo irei aguentar, toda essa merda começou naquele dia desgraçado…

Um grande dia estava começando, William Voborn, comumente chamado de Will, estava prestes a completar quinze anos e, ao completar essa idade, as crianças podem fazer o teste de aptidão mágica.

Não bastando ser o primogênito, William e sua família pertenciam à nobreza do reino. Por isso, carregava o peso nos ombros de ser um mago de respeito e que traria orgulho à família Voborn, principalmente pelo fato de seu pai ser um dos maiores cavaleiros do reino. Em uma manhã como qualquer outra, William estava dormindo, mas repara em sons ao fundo de passos se aproximando da porta de seu quarto... o barulho aumentava a cada instante e ia ficando mais próximo... quando de supetão a porta se abre com tudo! Naquele momento sua pequena e amada irmã sobe em sua cama em um pulo para acordá-lo da forma mais carinhosa que conhecia, com um abraço apertado e uma puxada para levantar o irmão ainda zonzo de sono e começa a falar:

— Irmão acorda! Irmãozão! – diz ela o balançando – Hoje é seu grande dia, você não pode dormir até tão tarde.

— Ok, ok, Lucy só sai de cima de mim!

— Tá bom!!

Lucy então sai de cima da cama de seu irmão, o encarando como quem estivesse esperando algo. William senta-se na cama, olha para Lucy e a encara de volta por um certo tempinho... e volta a deitar jogando a coberta por cima da sua cabeça.

— Ei!!!!! Deixa disso Will, acorda é sério,

— Só mais dois minutos Lucy – responde William com voz abafada pelo travesseiro.

— Não!!!! A mamãe disse que hoje você não pode atrasar.

— Tá né, fazer o quê — Exclamou, com um suspiro e se levanta.

William, em um súbito esforço para vencer o cansaço, anda em direção a porta para tentar alcançar a irmã que havia acabado de sair do quarto; Lucy, ao perceber o esforço hercúleo que Will fazia, ela volta e corre em direção a porta e lá permanece como se estivesse esperando algo.

— Como eu poderia esquecer né, obrigado por isso! — Diz ele se abaixando e dando um grande e forte abraço em Lucy.

A garotinha abre um grande sorriso, assim saindo da frente da porta e deixando seu irmão passar, William então vai para cozinha e lá sua mãe e pai estão o esperando.

— Bom dia filhão, dormiu bem? — Pergunta, enquanto tomava um grande copo de leite.

— Mas é claro Pai, hoje é o grande dia né.

— Se lembra das regras do teste de aptidão mágica?

— Óbvio mãe! Como eu poderia esquecer? — Responde, de forma debochada.

— Aeeee? Então repita para mim para que possa escutá-las de novo.

— Ok! Vamos lá, ao completar quinze anos todos nós vamos para o teste de aptidão mágica; os nobres e controlam, normalmente, no mínimo quatro elementos, mas, já os plebeus, costumam manipular de dois a três elementos, existindo casos raros de alguém poder usar um quinto elemento

— Muito bem filho, vejo que aprendeu bem.

— Você vai ver que serei tão forte quanto o mago Deruzi! — Exclama, mostrando confiança

— Sim, você será meu pequeno Deruzi.

Então, da escada, os três começam a escutar pequenos passos e ao se virar, veem que Lucy está no final da escada com um olhar animado, e ao chegar na cozinha, olha para sua mãe e pergunta:

— Mãe... mãe... ouvi que vocês estavam falando sobre quantos elementos que podemos usar, existem pessoas sem elemento ou com um só elemento?

— Oh querida, de alguém que não pudesse usar nenhum elemento nunca ouvi falar, mas de pessoas que só podiam usar um já teve sim, pelo menos um ou dois na história.

— Mas... mas o que acontece se você tiver só um elemento?

— Depende muito da sua classe social, eu acho, para um plebeu não seria a pior coisa do mundo. Só que para um nobre eu tenho medo de imaginar o que aconteceria.

— Mamãe eu não quero ter só um elemento!!! — A pequena criança sai correndo para os braços de sua mãe.

— Para de brincar com ela querida, em toda história humana teve no máximo duas pessoas com só um elemento.

A pequena criança só de escutar aquilo se sente aliviada, então todos os membros da família se sentam na mesa para tomar o café da manhã. Aquele dia era muito especial, principalmente para a família Voborn, eles haviam acendido como nobres a pouco tempo, então o primogênito da família deveria manter o legado para que eles tivessem a garantia de que continuariam naquela posição.

Após tomar o café da manhã, William se levanta rapidamente da mesa. Todos sabiam que ele estava muito animado e, após pouco minutos, toda família começa a escutar gritos vindo de fora da sua casa

— Willian, vem logo, já estamos atrasados!!! – disse uma voz forte do lado de fora da casa.

— É, para de enrolar!! Vamos perder a chance de ver a princesa!! – uma 2° pessoa responde em seguida

William, então, se despede da sua família e vai correndo em direção a porta para sair de sua casa.

— William Voborm! Não está esquecendo de nada? — Sua mãe pergunta, expressando indignação.

— Ah é verdade.

Ele então volta a toda velocidade e dá um grande abraço coletivo em sua família, logo depois se direcionando à saída de sua casa. Já do lado de fora seus dois melhores amigos estão o esperando: Tyro e Marko.

— Que demora hein Will!!

— Desculpa Tyro, estava me despedindo da minha família.

— Ohh menininho da mamãe, não pode sair de casa sem dar beijinho neles — Respondeu, forçando uma voz fofa.

— Deixa de ser ridículo Marko.

Os três caem na risada, mas logo param pois deveriam ir até a biblioteca real para fazer seus teste de aptidão mágica, mas nem a pressa os impedia de conversar durante o caminho.

— Will, sua família se tornou nobre por conta do seu pai, né? — Sim, por que? — É que estava pensando, você deve estar bem nervoso né? Como não tem irmãos, eles devem estar colocando um peso enorme em suas costas por conta da representatividade!

— Pior que não, eles me apoiam incondicionalmente.

— Nossa Will eu tenho inveja de você, minha família é nobre a décadas e mesmo assim eles sempre me cobram, como se me tornar um cavaleiro do reino fosse a coisa mais importante que minha vida.

— Não precisa ter inveja Tyro, sua família te cobra por que sabe do seu potencial! Mas me diga, você tem um sonho?

— Ah meu sonho é um dia servir como cavaleiro da princesa, desde o momento que a vi me apaixonei, só de ficar ao lado dela já bastaria para que eu seja feliz.

— Que sonho besta Tyro! — Ah é então me diga qual é seu sonho Marko? — Meu sonho é ser o cavaleiro mais forte de todos e ganhar muito dinheiro.

— Bom, no final vocês já estão indo em busca dos seus sonhos! — Mas e você Will, qual é seu sonho? — Ah não tenho lá um grande sonho, acho que orgulhar minha família já seria algo bom.

— Ohhh que fofinho! — Exclamam, Marko e Tyro enquanto novamente fazem uma voz fofa, em forma de deboche.

— Vamos ver quem de nós será o novo Deruzi, o Grande Mago!

— É claro que serei eu né Tyro!

— Nem você, nem ninguém; eu, o grande Marko, serei o novo Reyli

Os três riem de novo, mas logo voltam a caminhar. Por conta da ansiedade, eles queriam chegar o mais rápido possível no teste. Depois de uma longa caminhada, os três chegam na biblioteca real e lá haviam muitas crianças, provavelmente o teste já havia começado. Os três então se dividem, Markos iria perguntar se alguém entre eles já havia sido chamado e Tyro e William iriam descobrir o que eles tinham perdido algo desde o começo da cerimônia.

Will começa andar pelo local, ninguém parecia estar disposto a bater um papo por estarem nervosos. Um grande silêncio reinava na biblioteca, mas ele foi interrompido a porta se abria com tudo, a Princesa Navi entrava no local para fazer o seu teste. Todo o silêncio foi substituído por sussurros, Tyro ao perceber que a sua amada Princesa havia chegado na biblioteca, se dirigiu ao mais perto que conseguiu, passando por entre a multidão que a observa também, a mesma se encaminhava ao local onde o teste acontecia e, percebendo sua movimentação, toda a multidão abria o caminho para que ela passasse. Tyro já não conseguia ver mais a princesa pois estava preso no meio das pessoas até que, repentinamente, as pessoas se afastam fazendo com que caísse no chão; ele então escuta passos e, ao olhar para cima enquanto ainda estava deitado, vê a princesa agachada e estendendo a mão para ele.

— Não se preocupe vossa majestade, deixe que eu me levanto sozinho!!! — exclama se colocando de prontidão, enquanto se tremia de medo.

— Fique tranquilo garoto, eu faço questão — Responde, expressando um lindo e calmo sorriso.

Ela então ajuda Tyro a se levantar, se sentindo privilegiado por tal oportunidade, em seguida a mesma volta se dirigir até o local de teste. Em resumo ficava em palco improvisado que tinha um pedestal, junto de um grimório usado para a medição do poder mágico e um mago da corte ao lado que auxiliava os jovens. Ao chegar lá, o mago explica o que precisava fazer, então Navi coloca sua mão no grimório e nas suas costas estrelas começam a aparecer uma primeira estrela da água, seguido de uma segunda terra, uma terceira vento, quarta de fogo e, para a surpresa de todos, uma quinta apareceu sendo do elemento luz. As estrelas então começaram a brilhar mostrando que ali o teste havia acabado.

Todos se impressionam, Will ao ver uma pessoa com cinco elementos não conseguia ficar quieto e, quebrando o silêncio, uma pessoa ao lado dele diz:

— Caramba que sorte, com a Princesa já são três pessoas com cinco elementos.

— Oi? Quais foram as outras duas pessoas com quinto elemento? — Pergunta, perplexo com o que aquela pessoa havia dito.

— Você chegou atrasado né, uma garota tem o elemento Ferro é um garoto com o elemento som!

Will estava eufórico após descobrir tudo aquilo, geralmente uma geração teria no máximo de um a dois usuários de quinta magia; algo diferente acontecera, o que será que o aguarda quando chegar sua vez?

Após muito procurar e finalmente encontrar aqueles dois, Marko vai correndo e os chamam com novidades.

— Tyro você é o próximo e Will me conta as novidades aí.

— Ok Marko, obrigado por avisar, me deseje sorte hein! — Exclama Tyro, enquanto vai embora eufórico..

— Bom vamos lá, três pessoas conseguiram um quinto elemento, uma menina pegou Ferro, um menino pegou som e agora a Princesa Navi pegou luz.

— Nossa tudo isso? Quem sabe a gente dá essa sorte né?

Após algum tempo, Tyro voltava para onde estava seus amigos, ele aparentava estar muito triste e, já chegando neles, levanta a cabeça e diz.

— Tenho os quatro elementos que todo mundo tem! Merda, se tivesse um quinto elemento a princesa iria me notar! — Exclama, enquanto estava choramingava.

Então algo inesperado acontece, a Princesa Navi que já ia embora, subitamente para e se volta até onde o Tyro estava. Ao chegar, ela olha para aqueles três e diz:

— Não se preocupem meus queridos súditos, todos vocês têm potencial para serem os cavaleiros mais fortes desse reino, não é necessário ter um quinto elemento para isso!

Tyro então para de choramingar e se levanta emocionado por aquelas palavras da princesa. Após isso, Marko é chamado para fazer o teste, passando lá pelo mesmo processo geral do teste, começasse a aparecer todos os quatro elementos base em suas costas, mas, para a sua surpresa, um quinto elemento aparece, que era Lava.

Todos se surpreendem e Marko, depois de alguns minutos, é liberado e vai correndo em direção aos seus amigos dando um grande abraço neles.

— Viu que sortudos vocês são, os dois são melhores amigos de um usuário de um quinto elemento.

— Você vai me ajudar a ser guarda da princesa né sortudo!! — Mas é claro!

Então William escuta seu nome sendo chamado, ele se despede de seus amigos e vai para seu teste de aptidão. Ao chegar lá, o procedimento era bem simples, ele colocaria a mão direita no grimório que revelaria sua aptidão mágica.

— Está pronto criança? Questiona, com a maior empatia possível.

— Estou pronto senhor, podemos começar

William, colocando a mão no grimório, inicia seu teste de aptidão. Normalmente os símbolos dos elementos apareceriam um por um, o primeiro símbolo a aparecer nas costas dele era o da água. Mas algo muito estranho acontece, minutos e minutos se passam e nenhum outro símbolo apareceu. Confuso, ele pergunta para o guarda.

— Senhor, os outros símbolos já apareceram?

— Bom, se apareceu só um é porque você só tem esse, se houvesse mais algum elemento já teria aparecido.

— Senhor não pode ser, eu só tenho um elemento?

— Sim.

William olha para a multidão e vê todos eles o encarando esboçando uma cara de nojo. Desolado, o garoto começa a ir em direção aos seus amigos... a multidão se abria ao mesmo tempo que ele andava como se a repulsa os dominasse. Chegando neles com a face estática tentando aceitar aquela situação e procurando seu suporte... mas só é recebido por aquele reação de qualquer outra pessoa do salão.

— Marko, é tão ruim assim ter só um elemento? — Pergunta, com medo em seu semblante.

— Tá louco moleque? Nem te conheço, dê fora daqui — Respondeu, da forma mais rude possível.

— Marko, nós somos amigos!

— Eu nunca seria amigo de um fracassado sem magia! Nunca!

William então começa ir para atrás sem entender o que estava acontecendo, ele olha para Tyro e o mesmo desvia o olhar, parecendo que estava ignorando a presença dele. Desesperado, William vai até a princesa em busca de ajuda para resolver a situação, afinal todos ali tinham potencial, como havia dito previamente.

— Princesa, fala para eles que posso ser forte também, quantidade não faz qualidade... um só elemento não significa nada. — Exclama, demonstrando o mais puro desespero.

— Tendo só um elemento você é mais inútil que plebeu.

— Mas... mas por favor me ajuda!

Quase suplicando, William tentou tocar no ombro da Princesa, mas, rapidamente, é interrompido por Tyro segurando o pulso dele com toda força, que se assusta com aquela atitude.

— Sai fora William, nunca mais ouse tentar tocar na princesa, sai fora daqui.

Tyro solta o pulso, vendo o olhar de nojo de todos ele resolve ir embora, o mais rápido possível. Chorando, ele sai correndo do local e logo chega em casa. Ao entrar seu pai vê o estado que ele estava e questiona o que havia acontecido. William explica toda a história.

— William, a partir de hoje não saia de casa, deixa que o pai resolve. — Exclamava, abraçando seu filho.

Então o garoto vai para o seu quarto e seu pai explica para o resto da família a situação. Já no dia seguinte, seu pai saí de casa para o trabalho pensando em como resolver aquilo. Entretanto vários dias se passam e nenhuma ínfima solução para aquela situação aparece, crescendo, assim, burburios e lamúrios que se espalham pela casa sobre a situação do fio.

— Conseguiu alguma coisa querido?

— Estou tentando, mas está cada vez mais difícil. Nos primeiros dias eles só estavam me desprezando, mas as coisas estão piores, tenho medo de até perdermos o título de nobreza!

— Voltarmos a viver na pobreza? — Questiona, com muita tristeza.

— Vou resolver querida, confie em mim!

No dia seguinte, o dia estava muito nublado como se fosse chover a qualquer momento. William acordou de manhã, mas quando percebeu já estava tarde. Seu pai tinha ido trabalhar e sua mãe e irmã tinham ido fazer compras. Após reflexões sobre a vida, William desce e vai até a cozinha e pouco tempo depois sua mãe e irmã entram correndo em casa como se estivessem correndo de algo. William então se esconde e começa escutar o que sua pequena irmã falava.

— Mãe, a senhora está bem? A sua testa tá doendo?

— Foi só um raladinho, fica tranquila — Responde, passando água no local machucado.

— Mas mãe foi uma pedra que jogaram em você, sem contar as palavras feias que eles falavam.

— Eu sei, mas fiquei tranquila. Seu Papai vai resolver, aguenta mais um pouco pelo bem do seu irmão!

— Se for pelo maninho eu aguento tudo! — Exclama, enquanto fazia pose orgulhosa.

— Muito bem meu bebê.

Até o tempo daquela cidade não estava ajudando com a preocupante situação, uma chuva começava e pesava tanto a mente desesperada de William quanto o clima da casa. As reflexões de mais cedo como as dificuldades do pai, sua mãe estava sendo atacada na rua e, para piorar, a perda do seu título de nobre que seu pai tanto tinha lutado para conseguir... tudo estava o enlouquecendo com toda essa pressão. Para solução? Algo desesperado, mas que resolveria de uma vez por todas a situação: SAIR DAQUELA CASA e construir uma nova vida sem novas preocupações para sua família.

Subindo às pressas ao seu quarto, William pega sua capa para viagens de quando ainda era plebeu e uma espada que estava guardada nos aposentos do pai e logo já estava pronto para a nova carreira solo.

Pegando umas roupas de cama de lá, William faz um corda e a usa para descer para fora de casa. Apesar do esforço, ele faz um pequeno barulho quando chega ao chão, mas logo sai correndo. Sua mãe, ao escutar o barulho estranho, vai para fora de sua casa e vê seu filho correndo em direção a saída da cidade, sem entender o que ele estava fazendo.

— Will, volta aqui! Seu pai vai resolver! — Exclamava, de forma desesperada, definitivamente não querendo perder o seu filho.

William escuta os prantos da mãe, mas não muda sua decisão. Ele apenas olha para trás e diz.

— Eu vi tudo mãe, não se preocupe comigo, cuide da Lucy e diga ao pai que amo todos. Até mais!

Correndo para fora da cidade, chuva aos ombros e as lágrimas em seu rosto. Na cabeça, apenas pensava o quão injusto era sua família sofrer por causa dele. Depois de muito tempo correndo, ele chega na entrada da cidade com apenas uma coisa em mente:

— Todos eles, eu vou me vingar de todos eles! Se eu só posso usar água eu vou inundar esse merda de cidade. Eu irei me vingar.