Capítulo 9: O Despertar do Caos

O Santuário estava envolto em um silêncio inquietante. Após os eventos nas Montanhas Rochosas, os Cavaleiros de Bronze retornaram exaustos, mas determinados a desvendar os planos de Nérion. Maya repousava na enfermaria, recuperando-se dos ferimentos. Fernando, Léo e Aisha estavam reunidos na biblioteca do Santuário, cercados por livros antigos e pergaminhos empoeirados.

"Tem que haver algo aqui que nos dê uma pista sobre o que Nérion pretende," disse Léo, passando as páginas de um tomo ancestral.

Aisha aproximou-se com um pergaminho desenrolado. "Encontrei uma referência ao 'Ritual do Despertar'. Diz que é um processo para liberar uma entidade adormecida do Caos primordial."

Fernando franziu a testa. "Então ele realmente planeja trazer o Caos de volta ao mundo."

Léo ajustou os óculos, pensativo. "Se isso acontecer, toda a existência estará em perigo. Precisamos impedir esse ritual."

Maya entrou na sala, ainda pálida, mas com um olhar determinado. "Não podemos perder tempo. Temos que descobrir onde esse ritual será realizado."

Os amigos a olharam com preocupação. "Você deveria estar descansando," alertou Aisha.

"Não posso ficar parada enquanto o mundo está em perigo," respondeu Maya firmemente.

Nesse momento, o Grande Mestre adentrou a biblioteca, seguido por Athena e Kaily de Áries. "Temos novas informações," anunciou ele. "Nossos espiões relataram atividades incomuns nas ruínas antigas de Delphi, na Grécia. Acreditamos que Nérion está se dirigindo para lá."

Athena avançou, seu olhar sereno mas sério. "Delphi é um ponto de convergência de energias místicas. Se o ritual for realizado lá, o poder do Caos será amplificado."

Kaily cruzou os braços. "Os Cavaleiros de Ouro estão em alerta máximo, mas precisamos que vocês, Cavaleiros de Bronze, sigam para Delphi imediatamente. Seu conhecimento sobre Nérion será crucial."

Maya assentiu. "Estamos prontos."

A jornada para Delphi foi rápida, graças ao uso dos portais sagrados do Santuário. Ao chegarem, foram recebidos por um cenário desolado. As ruínas que antes eram repletas de turistas agora estavam envoltas em uma névoa espessa, e o ar estava pesado com uma energia opressiva.

"Isso não parece bom," comentou Fernando, olhando ao redor com desconfiança.

Léo consultou seu dispositivo. "As leituras de energia estão nas alturas. Nérion deve estar próximo."

Aisha fechou os olhos, concentrando-se. "Consigo sentir várias presenças. Não estamos sozinhos."

De repente, sombras começaram a se mover entre as colunas antigas. Figuras encapuzadas surgiram, cercando-os. Seus olhos brilhavam em um tom vermelho sinistro.

"Servos do Caos," disse Maya, assumindo uma postura defensiva.

Um dos encapuzados avançou. "Vocês não irão mais longe. O Despertar está próximo, e não permitiremos interrupções."

Fernando sorriu de lado. "Veremos sobre isso."

Ele avançou com velocidade, desferindo um soco direto. O oponente bloqueou, mas a força do impacto o fez recuar. Léo e Aisha uniram-se à luta, enfrentando os outros servos.

Maya concentrou-se em abrir caminho. "Corrente de Andrômeda!" As correntes serpentearam pelo ar, atingindo vários inimigos ao mesmo tempo.

Apesar da habilidade dos Cavaleiros, os servos pareciam infinitos. "Precisamos chegar até Nérion," gritou Léo entre golpes. "Lutar aqui só vai nos atrasar."

Aisha concordou. "Sigam-me! Conheço um caminho pelos túneis subterrâneos."

Eles recuaram estrategicamente, entrando em uma abertura entre as rochas. Os túneis eram estreitos e escuros, iluminados apenas pela luz fraca das Armaduras.

"Como sabia disso?" perguntou Fernando, enquanto corriam.

"Estudei mapas antigos de Delphi. Esses túneis eram usados pelas sacerdotisas," explicou Aisha.

Ao emergirem do túnel, encontraram-se em uma câmara ampla, iluminada por tochas de chamas azuis. No centro, um altar ancestral com símbolos arcanos. Nérion estava diante dele, recitando cânticos em uma língua esquecida.

"Nérion!" bradou Maya. "Pare agora!"

Ele virou-se lentamente, um sorriso frio nos lábios. "Vocês chegaram bem a tempo de testemunhar o renascimento do Caos."

Fernando avançou, mas uma barreira invisível o impediu. "O que é isso?"

Nérion ergueu a mão. "Não podem me tocar. O ritual está quase completo, e vocês não podem detê-lo."

Léo analisou a barreira. "É uma proteção energética. Precisamos quebrá-la."

Aisha fechou os olhos, tentando encontrar um ponto fraco. "Ali, naquele símbolo no chão. Se interrompermos o fluxo, a barreira cairá."

Maya e Fernando uniram forças. "Golpe Combinado!" Eles lançaram um ataque direto ao símbolo, que rachou com o impacto.

A barreira tremeu, e Nérion franziu a testa. "Impertinentes!"

Ele lançou esferas de energia sombria. Os Cavaleiros desviaram, mas o impacto delas ao atingirem o chão gerou explosões que os desestabilizaram.

Maya ergueu-se, os olhos determinados. "Não vamos desistir!"

Ela correu em direção a Nérion, suas correntes brilhando. Ele tentou atacá-la, mas ela desviou com agilidade, lançando a Corrente Nebulosa, que envolveu o braço dele.

"Agora!" gritou ela.

Fernando e Léo aproveitaram a abertura. "Chamas Azuis da Raposa!" "Golpe do Cinzel do Escultor!" Os ataques combinaram-se, atingindo Nérion em cheio.

Ele gritou de dor, mas uma onda de energia explodiu ao seu redor, lançando-os para trás. "Vocês são persistentes, mas não podem impedir o inevitável."

Aisha percebeu que o altar começava a brilhar intensamente. "O ritual está chegando ao clímax! Precisamos destruir o altar!"

Antes que pudessem agir, uma figura emergiu das sombras. Era uma mulher de aparência etérea, vestida com um manto negro adornado com estrelas. Seus olhos eram profundos e enigmáticos.

"Quem é você?" perguntou Maya, sentindo um arrepio.

"Eu sou Nyx, a personificação da noite. Nérion é meu fiel servo."

Os Cavaleiros sentiram a pressão do cosmo dela. Era avassaladora.

Nérion ajoelhou-se diante dela. "Minha deusa, o ritual está quase completo."

Nyx olhou para os Cavaleiros com indiferença. "Vocês não podem fazer nada contra mim."

Fernando tentou atacar, mas foi detido por uma força invisível. "Não consigo me mover!"

Léo esforçou-se para pensar em uma solução. "Precisamos de ajuda."

De repente, uma luz dourada preencheu a câmara. Kaily de Áries, junto com outros Cavaleiros de Ouro, surgiu ao lado deles.

"Kaily! Rainer! Salazar!" exclamou Aisha aliviada.

Rainer de Sagitário avançou. "Chegamos a tempo."

Nyx observou-os, impassível. "Cavaleiros de Ouro. Interessante."

Kaily dirigiu-se aos Cavaleiros de Bronze. "Vocês fizeram bem em nos atrasar. Agora, deixem o resto conosco."

Uma batalha épica iniciou-se. Os Cavaleiros de Ouro uniram seus cosmos, lançando ataques poderosos contra Nyx e Nérion. O salão tremia com a intensidade dos golpes.

Maya e os outros recuaram, mas Maya percebeu que o altar continuava a brilhar. "Mesmo com a luta, o ritual não parou!"

Léo olhou para o altar. "Precisamos destruir o foco de energia."

Aisha concordou. "Vamos combinar nossos poderes."

Os três uniram-se diante do altar. Maya elevou seu cosmo ao máximo. "Tempestade Nebulosa!"

Fernando canalizou suas chamas. "Fogo Celestial da Raposa!"

Léo concentrou sua energia. "Terremoto do Escultor!"

Os ataques convergiram, atingindo o altar com força total. O impacto gerou uma explosão luminosa que ofuscou todos.

Quando a luz diminuiu, o altar estava em pedaços, e o brilho havia cessado.

Nyx parou abruptamente, sentindo a interrupção do ritual. "O que vocês fizeram?"

Kaily aproveitou a distração. "Revolução Estelar!" Uma onda de energia atingiu Nyx, que recuou.

Nérion gritou em desespero. "Não! Tudo estava planejado!"

Nyx olhou para ele com desprezo. "Você falhou comigo."

Antes que ele pudesse responder, ela desapareceu em uma nuvem de sombras.

Nérion caiu de joelhos, derrotado. Os Cavaleiros cercaram-no.

"Acabou, Nérion," declarou Maya.

Ele levantou o olhar, lágrimas de raiva nos olhos. "Vocês podem ter vencido hoje, mas a escuridão sempre retorna."

Rainer aproximou-se. "Enquanto houver luz, estaremos aqui para combatê-la."

No Santuário, os Cavaleiros reuniram-se para celebrar a vitória. Athena agradeceu a todos por seus esforços.

"Vocês demonstraram coragem e união. Estou orgulhosa de cada um de vocês."

Maya sorriu para seus amigos. "Conseguimos juntos."

Fernando ergueu uma taça. "À nossa amizade e à proteção do mundo!"

Todos brindaram, sentindo um alívio que há muito não experimentavam.

Léo aproximou-se de Aisha. "Acredita que isso realmente acabou?"

Ela olhou para o horizonte. "Por agora, sim. Mas devemos permanecer vigilantes."

Em um reino distante, nas profundezas da escuridão, Nyx caminhava por um salão sombrio. "Eles são mais fortes do que eu imaginava."

Uma voz ecoou das sombras. "Não se preocupe. Ainda temos tempo. O Caos é paciente."

Nyx sorriu enigmaticamente. "Sim. E quando menos esperarem, a noite eterna cairá sobre eles."