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Capitulo 3: Sussurros na Escuridão

O crepúsculo tingia o Santuário com tons dourados quando os Cavaleiros de Bronze retornaram de Istambul. O ar estava carregado com uma mistura de exaustão e determinação renovada. Após um breve descanso, Athena convocou-os novamente ao templo.

No salão principal, a deusa aguardava ao lado de Kaily de Áries, cuja expressão serena escondia uma preocupação silenciosa. Mapas e pergaminhos antigos cobriam a mesa de mármore ao centro.

"Meus valentes Cavaleiros", começou Athena com a voz suave, porém firme. "Apesar do sucesso em Istambul, as ameaças dos Espectros da Desarmonia estão se intensificando. Relatos de fenômenos similares surgiram em Kyoto, no Japão."

Maya sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. "Kyoto? Minha cidade natal..."

Athena assentiu. "Exatamente. Por isso, Maya, sua familiaridade com o local será crucial. Aisha, você irá com ela. As habilidades de ambas serão essenciais para desvendar este mistério."

Fernando cruzou os braços, fingindo descontentamento. "E nós, Athena? Ficaremos de fora dessa?"

A deusa esboçou um leve sorriso. "Fernando e Léo, vocês terão outra missão. Há distúrbios energéticos incomuns nos arredores de Machu Picchu, no Peru. Suas habilidades serão necessárias lá."

Léo ajustou os óculos, interessado. "Distúrbios energéticos? Parece promissor."

Kyoto, Japão

Maya e Aisha caminharam pelas ruas iluminadas de Kyoto, onde lanternas de papel balançavam suavemente com a brisa noturna. Apesar da aparência pacífica, Maya sentia uma tensão no ar.

"Há algo errado", disse ela, olhando em volta. "As pessoas parecem... apáticas."

Aisha fechou os olhos, concentrando-se no Farol da Sabedoria da Bússola. Uma luz suave emanou de sua Armadura, revelando uma aura sombria que pairava sobre a cidade.

"Você tem razão. Há uma energia negativa aqui, como um véu obscurecendo a mente das pessoas."

Decidiram visitar um antigo templo xintoísta nos arredores da cidade, um lugar que Maya frequentava na infância. Ao chegarem, encontraram o local deserto, com exceção de um monge idoso varrendo as folhas caídas.

"Boa noite", cumprimentou Maya em japonês. "Notou algo incomum acontecendo na cidade?"

O monge levantou o olhar cansado. "As pessoas estão perdendo a alegria. Sinto que algo sombrio se aproxima, mas meus velhos olhos não podem ver o que é."

Aisha trocou um olhar significativo com Maya. "Precisamos investigar o interior do templo."

Ao entrarem, depararam-se com símbolos estranhos gravados nas paredes, pulsando com uma luz violeta. Maya reconheceu alguns caracteres antigos.

"Essas são inscrições relacionadas ao mundo dos espíritos", explicou ela. "Alguém está manipulando energias perigosas aqui."

De repente, uma figura emergiu das sombras. Era uma mulher de cabelos longos e negros, olhos brilhando em um tom púrpura. "Sejam bem-vindas, Cavaleiras de Athena. Sou Akumi, a Guardiã do Crepúsculo."

Maya deu um passo à frente. "Por que está fazendo isso com meu povo?"

Akumi sorriu enigmaticamente. "Estou apenas libertando-os das ilusões deste mundo. Em breve, todos conhecerão a verdadeira paz no Caos."

Aisha ergueu a voz. "Não permitiremos que propague essa escuridão!"

Sem aviso, Akumi lançou um feixe de energia sombria em direção a elas. Maya reagiu rapidamente. "Defesa Circular!" Girando a Corrente de Andrômeda em alta velocidade, ela formou uma barreira que absorveu o impacto.

Aisha aproveitou a oportunidade. "Cardinal Cross!" Dois ponteiros de luz partiram de suas mãos, formando uma cruz luminosa que voou em direção a Akumi. A guardiã desviou com agilidade sobrenatural, desaparecendo e reaparecendo atrás delas.

"São rápidas, mas não o suficiente", provocou Akumi, preparando outro ataque.

Maya sentiu a urgência da situação. "Precisamos encontrar uma maneira de neutralizá-la. Aisha, consegue iluminar o templo?"

"Vou tentar. Brilho Celestial da Bússola!" Uma onda intensa de luz emanou de Aisha, preenchendo o ambiente e ofuscando Akumi momentaneamente.

A guardiã recuou, cobrindo os olhos. "Malditas!"

Maya aproveitou o momento. "Corrente Nebulosa!" Uma rajada de ar partiu em direção a Akumi, mas a adversária recuperou-se a tempo, criando uma barreira sombria que dissipou o ataque.

"Vocês subestimam o poder do Caos", disse Akumi, sua voz ecoando pelo templo. "Permitam-me mostrar a verdadeira escuridão."

As sombras ao redor ganharam vida, formando tentáculos que avançavam para capturá-las. Aisha concentrou-se. "Iluminação Interior da Bússola!" Fortalecida, ela conseguiu identificar o ponto fraco nas sombras.

"Maya, o controle dela vem daquele amuleto no pescoço!"

Maya assentiu. "Entendido. Preciso de uma distração."

Aisha sorriu confiante. "Deixe comigo." Ela correu em direção a Akumi, esquivando-se dos tentáculos sombrios com movimentos ágeis, graças à Rota Deslumbrante da Bússola. Sua velocidade desorientou a guardiã.

Enquanto isso, Maya concentrou seu cosmo. "Corrente de Andrômeda!" Lançou a corrente com precisão, mirando o amuleto. No último instante, Akumi percebeu, mas era tarde demais. A corrente envolveu o objeto, arrancando-o.

"Não!", gritou Akumi, sentindo seu poder diminuir.

As sombras se dissiparam, e a luz do templo voltou ao normal. Akumi caiu de joelhos, lágrimas escorrendo pelo rosto. "O que fiz...? O Caos... ele me enganou."

Maya aproximou-se cautelosamente. "Akumi, ainda há tempo para reparar seus atos. Ajude-nos a entender o que está acontecendo."

Akumi ergueu o olhar, agora sem a aura sombria nos olhos. "Há um ritual sendo preparado no Monte Fuji. Pretendem abrir um portal para trazer o Caos ao nosso mundo."

Aisha colocou a mão no ombro dela. "Vamos impedir isso. Sua ajuda será valiosa."

Enquanto isso, nos arredores de Machu Picchu, Fernando e Léo escalavam as ruínas antigas, cercados por um cenário de montanhas majestosas e nuvens baixas. O ar era rarefeito, mas carregado de uma energia peculiar.

"Este lugar é incrível!", exclamou Fernando, admirando a vista. "Quase me faz esquecer que estamos em uma missão."

Léo consultou seu dispositivo. "Estou detectando leituras anômalas próximo ao Templo do Sol. Vamos lá."

Ao chegarem, encontraram um círculo de pedras gravadas com símbolos estranhos. No centro, um homem de pele morena e cabelos longos entoava cânticos em uma língua desconhecida.

"Interrompemos algo?", perguntou Fernando, aproximando-se com cautela.

O homem abriu os olhos, revelando íris vermelhas. "Sou Quilla, o Guardião das Sombras. Vocês não deveriam estar aqui."

Léo analisou rapidamente a situação. "Cuidado, Fernando. Ele está canalizando uma energia poderosa."

Quilla levantou-se. "Já que vieram até mim, provarão do poder ancestral do Caos."

Fernando sorriu. "Gosto de um bom desafio. Investida Predadora da Raposa!" Envolto em uma aura alaranjada, avançou em alta velocidade.

Quilla ergueu as mãos. "Manto da Escuridão!" Uma barreira negra surgiu, repelindo Fernando e lançando-o para trás.

Léo bateu os punhos no chão. "Golpe da Rocha do Escultor!" O solo tremeu, e estacas de pedra emergiram ao redor de Quilla. Porém, o guardião flutuou acima delas, ileso.

"Precisamos pensar em outra coisa", disse Léo, ajudando Fernando a se levantar.

Fernando esfregou a cabeça. "Esse cara é forte. Tem alguma ideia?"

Léo ajustou os óculos, concentrando-se. "Talvez se combinarmos nossas técnicas..."

Quilla não lhes deu tempo. "Tempestade Sombria!" Nuvens negras formaram-se acima, lançando raios de energia que atingiram o solo ao redor deles.

"Agora!", gritou Léo. "Use o Fogo de Raposa para dissipar as nuvens!"

Fernando elevou seu cosmo. "Fogo de Raposa!" Chamas azuladas partiram de suas mãos, ascendendo ao céu e dissipando as nuvens sombrias.

Léo aproveitou. "Golpe da Rocha do Escultor!" Manipulou as pedras sob Quilla, criando uma prisão que envolveu seus pés.

Surpreso, o guardião tentou libertar-se. Fernando correu em direção a ele. "Agora é minha vez!"

Antes que pudesse atacar, Quilla lançou um último feixe de energia, mas Fernando desviou com um salto ágil, golpeando o amuleto que Quilla carregava no braço.

Com o amuleto destruído, Quilla caiu de joelhos, a escuridão desaparecendo de seus olhos. "O que... aconteceu?"

Léo aproximou-se. "Você estava sendo controlado pelo Caos. Precisa nos contar tudo o que sabe."

Quilla suspirou. "Eles planejam um ritual nas linhas de Nazca. Algo terrível está por vir."

Fernando estendeu a mão. "Vamos impedir isso juntos."

De volta ao Santuário, os quatro Cavaleiros reuniram-se para compartilhar suas descobertas. Athena os ouviu atentamente, a preocupação evidente em seu semblante.

"Com esses rituais acontecendo simultaneamente, o Caos está acelerando seus planos", disse a deusa.

Kaily cruzou os braços. "Precisamos agir rápido. Divididos, não teremos força suficiente para deter todas as ameaças."

Maya olhou para os amigos. "Então, é hora de unirmos nossas forças de verdade."

Aisha concordou. "Juntos, podemos enfrentar qualquer desafio."

Fernando sorriu. "Além disso, temos novos aliados." Ele apontou para Akumi e Quilla, que aguardavam respeitosamente à entrada do salão.

Athena assentiu. "Com a união de todos, a luz pode prevalecer sobre a escuridão."

Léo ajustou os óculos, determinado. "Vamos traçar um plano detalhado. O tempo está contra nós, mas não falharemos."

Enquanto a noite envolvia o Santuário, os Cavaleiros preparavam-se para a batalha que poderia decidir o destino do mundo. As sombras sussurravam, mas a chama da esperança ardia intensamente em seus corações.

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