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Capítulo 5 – Malia e o Instinto Selvagem

A floresta estava tranquila quando Deucalion encontrou Malia pela primeira vez. Ele já ouvira histórias sobre a jovem lobo-garou, conhecida tanto por sua força quanto pela dificuldade em controlar seu lado animal. Malia era feroz, determinada e cheia de instinto, mas também estava em uma luta constante consigo mesma. Ela se deixava levar pela sua natureza selvagem, muitas vezes perdendo o controle. Para ela, o mundo era um lugar hostil, e sobreviver era uma questão de força bruta.

Deucalion a observava à distância, vendo como ela se movia com uma graça inegavelmente predatória. No entanto, ele também via algo mais – uma força bruta que precisava ser lapidada e uma jovem loba com potencial para se tornar uma guerreira implacável. Mas, mais importante, ele via uma garota que lutava para encontrar equilíbrio em meio ao caos interno.

Ao perceber a presença de Deucalion, Malia se virou, os olhos brilhando com um alerta selvagem. Ela não hesitou em se preparar para atacar, o que já demonstrava que não confiava em ninguém que se aproximasse dela. Deucalion, no entanto, não esboçou nenhuma reação agressiva, apenas manteve uma postura firme e serena, com os olhos transmitindo uma calma incomum.

"Você deve ser Malia," ele disse, a voz firme, mas sem traço de ameaça.

"E você é Deucalion," respondeu ela, o tom defensivo. "O que quer comigo?"

"Vim porque vejo o potencial em você," respondeu ele, aproximando-se com passos cautelosos. "Mas também vejo uma luta que você trava com seu próprio instinto. Eu posso te ensinar a dominá-lo, se permitir."

Malia riu, um som quase amargo. "Muitos já tentaram. Nenhum conseguiu."

"Porque não entenderam a natureza do seu poder," disse Deucalion, os olhos fixos nos dela. "Não é sobre suprimir o instinto. É sobre aprender a ouvir e direcioná-lo. Você não precisa ser escrava de sua natureza. Pode usá-la como uma arma – mas uma que você controla."

Ela permaneceu em silêncio, observando-o, intrigada. Havia algo em Deucalion que era diferente dos outros que tentaram ajudá-la. Ele parecia verdadeiramente calmo e paciente, como se entendesse as sombras que a perseguiam. De alguma forma, ele conseguia ver além da ferocidade que afastava todos, enxergando uma jovem que só precisava de alguém que acreditasse nela.

"Se quer que eu confie em você, vai ter que me provar que pode me ajudar," desafiou ela, cruzando os braços.

Deucalion sorriu levemente. "Então me ataque," ele disse, de braços abertos, desafiando-a a vir com tudo.

Surpresa, Malia hesitou, mas a provocação era irresistível demais para ser ignorada. Ela avançou com um rugido feroz, movida pelo instinto puro, mas Deucalion desviou de cada ataque com precisão e paciência. Ele não revidava, nem tentava machucá-la. Pelo contrário, ele estava apenas guiando seus movimentos, como se tentasse mostrar que o poder estava ali, mas que precisava de controle.

Exausta, Malia parou, ofegante. Foi então que Deucalion se aproximou dela, colocando uma mão gentil sobre seu ombro. "Você tem força, Malia. Mas você precisa encontrar o equilíbrio entre o instinto e o controle. E isso só virá com paciência."

Ao longo das semanas que se seguiram, Deucalion dedicou tempo e atenção a Malia, ensinando-a a canalizar seu lado selvagem sem permitir que ele a dominasse. Sob sua orientação, ela aprendeu a entender seus impulsos, transformando sua natureza em uma força que podia comandar em vez de temer.

A cada lição, Malia se sentia mais próxima dele, desenvolvendo um respeito profundo e até um laço de confiança. Deucalion nunca a pressionava além do necessário, sempre respeitava seu tempo e a incentivava a acreditar em si mesma. Ele se tornava, para ela, não apenas um líder, mas uma figura que ela podia confiar e admirar.

"Você é parte da minha alcateia agora, Malia," disse ele um dia, após um treinamento intenso. "E, como minha família, sempre estarei aqui para guiá-la. Quando estiver em dúvida, lembre-se de que sua força não está apenas no seu instinto, mas no seu controle."

Malia sorriu, uma expressão que antes parecia rara em seu rosto. Com Deucalion, ela encontrou não apenas um mentor, mas um líder que realmente se importava. Ela sabia que, ao lado dele e dos outros, teria não apenas uma alcateia, mas uma família que a aceitava e a fortalecia.

Com Malia ao seu lado, Deucalion completava sua alcateia com membros únicos e poderosos, cada um com habilidades e personalidades distintas, mas todos unidos pelo mesmo propósito e pela confiança mútua. Ele sabia que sua família agora estava completa – uma alcateia implacável, não apenas por sua força individual, mas pelo laço inquebrável que os unia.

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