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Você não faria

O cigarro caiu das mãos de Dimitri, e ele segurou os pulsos de Adeline com um olhar maldoso.

"Que porra você está fazendo? Tire suas mãos de mim!" Ele a empurrou bruscamente para o chão, seus olhos cravados nela com nojo.

Adeline caiu com um baque pesado, seu ombro subindo e descendo em respiração frenética.

"Você não pode fazer isso." Ela balançou a cabeça. "Vocês dois não podem! Ele prometeu ao meu pai." Ela lançou-lhe um olhar penetrante e se levantou. "Seu pai disse que trataria a minha mãe até ela melhorar. Ele deu sua palavra!"

"Uma promessa feita a uma pessoa morta é inútil!" Dimitri refutou, divertido com as palavras dela. "Jesus, Adeline, já faz dois anos inteiros, e meu pai gastou muitos recursos com sua mãe. Você não esperava que isso durasse para sempre, esperava?

"Você seria muito estúpida se esperasse! O que você acha que somos? Um lar de caridade?" Ele riu, jogando a cabeça para trás em total entretimento. "Desconecte esses tubos, e essa velha caduca morrerá. Chega de aproveitar e sanguessugar de-"

"Dimitri, não. O-que você está dizendo? Você nunca faria isso. Você não faria!" A voz de Adeline trincou de medo enquanto ela balançava freneticamente a cabeça e lágrimas começaram a formar bolhas em seus olhos castanhos.

O que eles fizeram? O que diabos eles fizeram?!

O nojento sorriso desalmado no rosto de Dimitri, ela podia ver! E ela podia adivinhar o que eles tinham feito.

Sua mãe... o último calor que ela tinha — a única família que lhe restava. Não...

Seu corpo se moveu, dando passos trêmulos para trás antes dela se virar, correndo para a porta. Ela a abriu e, enquanto corria para o último andar da empresa, ouviu Dimitri gritar,

"Vamos esperar que ela ainda não esteja morta!" Seguido por gargalhadas pesadas e borbulhantes.

Mas Adeline correu, saiu para fora e correu para o carro. "Vamos para o hospital, agora!"

Senhor Sokolov, que estava esperando, olhou para ela com preocupação ao vislumbrar a expressão de pavor intenso em seu rosto.

"Senhora Adeline, você está bem? Você não parece muito-"

"Vamos!" Adeline gritou para ele e fechou a porta do carro com força.

Sokolov assentiu, apesar de não ter certeza da situação, e ligou o motor. Ele saiu para a estrada e aumentou a velocidade do carro a pedido dela.

Ela precisava chegar ao hospital o mais rápido possível.

Retirando o telefone do bolso, ela começou a rolar rapidamente pela lista de contatos. Estava procurando o número da enfermeira que era responsável por cuidar de sua mãe no hospital.

Não havia recebido nenhuma ligação nem mensagem dela para atualizá-la sobre a saúde de sua mãe, o que era estranho. A mulher nunca havia deixado de atualizá-la todos os dias, mas nada tinha acontecido desde ontem. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nada em absoluto.

Ela digitou uma mensagem, apagou e decidiu ligar em vez disso, enquanto enxugava os olhos lacrimejantes com o dorso da mão.

"Que diabos ele está fazendo?" Sokolov de repente perguntou e virou o volante para evitar o carro que vinha em direção contrária.

Olhando para cima, Adeline só teve tempo de ouvir a buzina do carro vindo em direção a eles antes de tudo desandar.

Fraquamente, ela ouviu o som dos pneus chiando, carros se chocando e metal rasgando o asfalto. Sua testa bateu no encosto do banco da frente, e ela gemeu, levantando a cabeça para ver Sokolov sair do carro.

"Sokolov," ela resmungou. "O que aconteceu? Por que você-"

O som abrupto de dois homens discutindo fez sua cabeça doer. Felizmente, Sokolov tinha diminuído a velocidade antes do impacto com o outro carro. Se não, ela teria sofrido mais do que uma simples lesão na cabeça.

"Eu sinalizei!" Adeline ouviu um dos homens gritar. "Você se chocou contra mim imprudentemente."

"Você estava acelerando. Nada disso é minha culpa!"

"Eu perdi um pouco o controle, e estava buzinando para você. Foi você quem se chocou direto comigo!"

A porta traseira chiou abrindo.

Adeline saiu do carro e olhou para onde Sokolov estava, discutindo com um homem alto cujos cabelos castanhos longos estavam presos em um coque baixo e bagunçado, com as laterais raspadas com precisão.

"Ah... minha cabeça." Ela agarrou o cabelo, grunhindo de dor, a sensação de algo batendo em seu crânio a dominando.

Sua testa estava sangrando, e ela só conseguia gemer de dor excruciante.

"Sokolov!"

Seu olhar se estendeu para além de Sokolov, parando em um homem encostado no carro com a frente quebrada.

Ele tinha pelo menos duzentos e oito centímetros de altura, com um grande físico envolto em um terno marrom perfeitamente ajustado e um casaco de trincheira de comprimento até o joelho com pescoço de pele. Seus cabelos escuros na altura dos ombros, com um corte inferior fresco, estavam bem presos em um coque baixo, com alguns fios caindo sobre o rosto.

Havia essa sensação de rusticidade que se misturava com sua aparência e atitude intimidadoras.

A testa de Adeline se contraiu em uma carranca. "Sokolov!" ela gritou, tentando impedi-lo de discutir mais com o motorista do homem.

Eles ainda estavam um pouco longe de chegar ao hospital.

Indo até ele em frustração, ela o agarrou pelo braço. "O que você está fazendo? Precisamos sair daqui. Eu ainda preciso-"

"Sem falar nada sobre esses danos?" uma voz, fria demais e com um tom de perigo, perguntou, silenciando-a instantaneamente.

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