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Coelho Branco (Parte 2)

O evento de desconto atual do Supermercado MegaGrocers estava ainda mais baixo do que os anteriores, atraindo muitos clientes habituais. As prateleiras estavam sendo reabastecidas a cada uma ou duas horas.

Amália tinha grande força e, em meia hora, ela havia enchido várias fileiras de prateleiras por perto. O gerente masculino, que queria encontrar falhas nelas, não teve chance de intervir.

"Vocês têm Coelho Branco?"

Uma voz profunda de repente soou nos ouvidos de Amália. Amália virou-se e quase colidiu com um rosto bonito. O homem estava vestido de preto dos pés à cabeça, usando um boné preto, exalando uma aura fria. A iluminação parecia realçar seus traços, tornando-o irresistivelmente atraente para pessoas de todas as idades e gêneros.

Amália olhou ao redor e notou que havia pelo menos dez homens e mulheres lançando olhares furtivos para ela. Alguns até empurravam seus carrinhos de compras mais para perto, ostensivamente para fazer compras, mas na verdade apenas para vislumbrar o homem.

Claro, Amália não percebeu que ela também era objeto dos olhares curiosos dos outros.

"Isso aqui é um supermercado; não vendemos Coelho Branco," Amália recuou alguns passos, colocando alguma distância entre eles.

O homem riu, sua curiosidade evidente enquanto ele observava Amália. "Estou falando da Bala de Leite Coelho Branco. Vocês têm?"

As orelhas de Amália ficaram levemente vermelhas, e ela respondeu calmamente, "Deixe-me verificar."

O homem parecia ter descoberto um novo mundo enquanto olhava para as orelhas de Amália. Seu olhar intenso só desapareceu quando Amália caminhou até uma prateleira próxima e começou a procurar.

Amália suspirou aliviada interiormente. Para ser honesta, o olhar desse homem a fazia sentir como se ele pudesse ver através dela. Como alguém que já havia trabalhado no submundo, ela não gostava da sensação de ser completamente compreendida.

De repente, ela notou aquele olhar intenso pousar atrás dela. Quando ela olhou para cima, viu o homem parado na outra extremidade da prateleira, observando-a por uma brecha entre suas mãos, seus olhos tão negros quanto carvão.

Amália ficou em silêncio por um momento. Com extrema compostura, ela colocou a bala de volta na prateleira, bloqueando a linha de visão do homem.

O homem se aproximou e perguntou, "Vocês têm?"

"Não, não temos," Amália lembrou-se da memória do dono original. "A Bala de Leite Coelho Branco esgotou há um mês e o fabricante parou a produção. É improvável que tenhamos novamente. Esta outra bala é boa também; só muda uma letra. Que tal experimentar? O gosto deve ser parecido."

O homem olhou para a Bala de Leite em sua mão e balançou a cabeça com um sorriso. "Não, só a Bala de Leite Coelho Branco serve. Outras balas não satisfazem o desejo."

Amália olhou para ele com uma expressão confusa. Pressão baixa...?

O homem suspirou. "Terei que procurar novamente."

Amália pensou que ele estava partindo após dizer isso, mas ele permaneceu na frente dela, seu olhar deslizando por seu rosto excessivamente bonito. "Há algo mais?"

O homem riu novamente e, por algum motivo, Amália sentiu que havia algo estranho em seu sorriso. Antes que ela pudesse refletir sobre isso, ele disse algo que fez seu coração afundar, "Você é uma cultivadora espiritual?"

Amália olhou abruptamente para cima. Seus olhos, escuros com nuances de azul profundo, estavam fixos nela. Ela percebeu que esse homem não estava brincando e sussurrou, "Como você sabia?" Ela estava usando um artefato de ocultação que deveria ter escondido sua presença.

"Pelo cheiro," o homem respondeu.

Os lábios de Amália se contraíram, mal se contendo para não dizer, 'Você é um cachorro?' Ela se lembrou que, embora o homem não tivesse feito uma compra, ele ainda era um cliente. "Então, o que você quer?"

O homem de repente agarrou sua mão, segurando-a sinceramente. "Vamos trocar informações de contato. Se você encontrar Bala de Leite Coelho Branco algum dia, lembre-se de me avisar."

Amália reagiu, percebendo que sua mão já estava em seu aperto. Suas pupilas se contraíram levemente; essa pessoa não só se aproximou dela silenciosamente, como ela também não havia notado seu movimento. Puxar ou não puxar para trás...

"Você..." ela começou a dizer.

O homem rapidamente soltou sua mão e se afastou.

Amália encontrou um bilhete em sua mão, com o número de contato dele. Ela segurou firmemente o bilhete, passando por uma lixeira. Quando estava prestes a descartá-lo, o rosto do homem involuntariamente surgiu em sua mente. Ele realmente era uma pessoa estranha.

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