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Capítulo 9 - O Renascer

O Limbo estava envolto em um silêncio quase palpável, interrompido apenas pelo eco das vozes de Midoki e Gyndera, o Dragão da Destruição. O encontro entre os dois marcava não apenas uma reunião inesperada, mas também a revelação de verdades ancestrais que moldaram o próprio universo. Gyndera, ao ver Midoki e reconhecê-lo, expressou surpresa, pedindo perdão por chamar seu mestre de "pobre alma" — um reflexo de reconhecimento profundo, como se estivesse diante do próprio criador.

Midoki, sem entender completamente a natureza dessa conexão, indagou:

- Midoki: "Você... me conhece?" - A pergunta pairou no ar por um instante antes que Gyndera começasse a revelar a verdade oculta nas profundezas do tempo.

- Gyndera: "Conheço-o, meu senhor." - Sua voz carregada de gravidade. - "Você é a origem de tudo, o ponto de convergência entre criação e destruição. No vazio primordial, quando nada mais existia, você deu origem a mim, Gyndera, o Dragão da Destruição, e a Pyndera, o Dragão da Criação. Juntos, nós moldamos os pilares do universo."

As palavras de Gyndera ressoaram no Limbo, trazendo à tona memórias há muito esquecidas. Midoki começou a lembrar dos eventos que se desenrolaram quando ainda era uma criança, quando as palavras enigmáticas da Bruxa revelaram vislumbres do que estava por vir (algo que aconteceu fora da visão dos leitores, em offscreen). A batalha entre Pyndera e Gyndera, dois dragões imponentes nascidos de sua própria essência, foi um espetáculo cósmico. Suas energias opostas se entrelaçavam em danças destrutivas e criativas, forjando o universo como o conheciam.

- Gyndera: "No auge dessa batalha." Continuou Gyndera. - "Você percebeu que o caos se estenderia por toda a eternidade, caso o equilíbrio não fosse restaurado. Foi então que, em um ato de sacrifício supremo, você selou Pyndera no limbo da vida, tornando-a a força que nutre toda a existência, enquanto eu fui aprisionado no limbo da morte, conduzindo as almas podres para o Helheim."

Midoki absorveu cada palavra, sentindo uma ressonância profunda com as revelações. Ele era mais do que um mero ser; era a própria essência do equilíbrio cósmico.

- Midoki (pensando): ""Eu... criei o ciclo da vida e da morte? Duvido, só acredito vendo.""

Gyndera, reconhecendo a grandiosidade do sacrifício de Midoki, curvou-se profundamente, uma reverência rara de uma entidade tão poderosa.

- Gyndera: "Você deu forma a mim e ao cosmos, Midoki. E por isso, tem minha eterna gratidão."

Nesse momento, Midoki ouviu vozes distantes. Elyra, Durin e Throk, seus companheiros, chamavam desesperadamente por ele. Eles estavam em perigo, enfrentando um Cyclope Primordial que ameaçava suas vidas.

- Elyra: "Midoki, por favor, volte! Precisamos de você!"

- Durin: "Não podemos derrotá-lo sozinhos!"

O Cyclope, percebendo a distração dos três, aproveitou a oportunidade para lançar um golpe fatal. Um ataque devastador estava prestes a cair sobre eles. Throk, ao ver a morte iminente, se lembrou das duras palavras que havia dito a Midoki anteriormente. Com lágrimas nos olhos, ele gritou:

- Throk: "Me desculpa pelo que disse antes, você é meu amigo, e um amigo não agiria daquela maneira. Aquele não era 'eu' de verdade!"

Nesse momento, uma nova compreensão tomou conta de Midoki. Gyndera, ao reconhecer sua dívida, começou a fundir parte de sua essência com a alma de Midoki. O processo foi lento, mas poderoso, envolvendo-os em uma explosão de energia que reverberou pelo Limbo. Com essa fusão, Midoki sentiu o puro poder de destruição se unir em sua alma, concedendo-lhe o poder de manifestar ambas as forças como jamais fora capaz.

De repente, tudo ficou em silêncio. Midoki abriu os olhos, encontrando-se de volta ao reino dos vivos, mas algo era diferente. Sentia-se mais forte, mais conectado ao próprio tecido do universo. Ele havia retornado com uma nova habilidade, uma transformação que chamaria de Modo Manifestar.

Ao meio-dia, enquanto Midoki se levantava, Throk, sob o poder do Sunrise, alcançou seu auge, transformando-se em uma força colossal. O Cyclope, ao testemunhar essa transformação, começou a recuar, mas era tarde demais. A batalha que se seguiu foi uma sinfonia de destruição, onde Midoki, com sua espada imbuída em Yoroi do Shinrei, e Throk, em sua Forma Solar, lutaram como uma entidade única. Seus ataques eram precisos, devastadores, e juntos, subjugaram o Cyclope com o primeiro golpe.

Tanto Throk quanto Midoki disseram para o Cyclope as seguintes palavras:

- Throk: "Então esse é você de verdade?"

- Midoki: "Para um ser alimentado pelo Caos, você é fraco."

- Cyclope Primordial: "Fracos são aqueles que dependem de amizade e luz. Eu sou a escuridão que consome tudo. Vocês não me derrotaram... apenas adiaram o inevitável."

- Throk: "Eu sou como o sol, uma luz que banha o mundo. Nenhuma sombra pode me ofuscar."

A paisagem ao redor do campo de batalha era um cenário desertificado e devastado. No centro, o Cyclope Primordial, uma monstruosidade imensa com um único olho brilhando em vermelho profundo, levantava-se como uma muralha viva, sua pele era uma mistura de pedra e metal, com fissuras de energia caótica pulsando por todo o corpo. Seus passos faziam a terra tremer e sua respiração carregava o peso do caos.

Throk, envolto na energia intensa do Sunrise, agora uma figura radiante de poder solar, avançou com determinação inabalável. A luz ao redor dele crescia em intensidade, criando uma aura ofuscante que parecia rivalizar com o próprio sol. Ao seu lado, Midoki, em seu recém-adquirido Modo Manifestar, era um avatar de pura destruição, uma figura de pura força que fazia o ar ao seu redor crepitar de poder.

- Throk: "Você pode ser uma criatura nascida do caos, mas está prestes a conhecer a verdadeira força do sol!" - Throk, avançando com uma velocidade explosiva, sua forma brilhante deixando um rastro de luz dourada enquanto se lançava contra o Cyclope.

- Midoki: "Vamos acabar com isso de uma vez por todas." - Midoki murmurou, sua voz ecoando com uma autoridade imponente, enquanto se preparava para a batalha.

O Cyclope Primordial, com um rugido que sacudiu as montanhas, levantou seu braço colossal e lançou um soco devastador em direção a Throk. O impacto entre o punho do monstro e o punho de Throk criou uma onda de choque tão poderosa que árvores foram arrancadas de suas raízes e a terra rachou sob a pressão. No entanto, Throk não cedeu. Ele concentrou toda a energia solar em seu corpo e, com um grito de guerra, revidou com um golpe de energia solar pura que fez o Cyclope recuar alguns passos.

Enquanto Throk mantinha a atenção do Cyclope, Midoki fez sua jogada. Com um movimento ágil, ele desapareceu da visão, reaparecendo atrás do Cyclope em uma fração de segundo. Sua espada, envolta na Yoroi do Shinrei, cortou o ar com um som cortante enquanto Midoki desferia um golpe diagonal, visando o ponto fraco do Cyclope - o seu único olho. O corte era preciso, imbuído com a força da destruição e criação combinadas, cortando o tecido da realidade ao redor do monstro.

O Cyclope, sentindo a ameaça iminente, girou seu corpo massivo com uma rapidez surpreendente, bloqueando o ataque de Midoki com seu braço imenso. As faíscas voaram quando a lâmina encontrou a pele endurecida do monstro, mas o poder de Midoki não foi contido. Uma onda de choque de energia destrutiva percorreu o corpo do Cyclope, fazendo-o gritar em agonia quando rachaduras começaram a se formar em sua armadura natural.

- Cyclope Primordial: "Vocês... não vão... vencer!" - O monstro gritou, a voz gutural reverberando pelo campo de batalha.

Apesar da resistência do Cyclope, era evidente que ele estava sendo superado. Throk e Midoki, agora em perfeita sincronia, atacavam sem piedade, seus movimentos eram como uma dança de destruição. Throk, usando sua força aumentada pelo poder solar, bombardeava o Cyclope com rajadas de luz concentrada que queimavam a pele de pedra do monstro, enquanto Midoki, com a precisão de um cirurgião, visava os pontos vitais, desferindo cortes que abriam feridas profundas.

O Cyclope, em um último esforço desesperado, concentrou todo o seu poder em um único ataque. Uma esfera de energia caótica começou a se formar em sua mão, crescendo em tamanho e intensidade a cada segundo. Era uma massa de pura destruição, uma bomba de caos que poderia obliterar tudo ao seu redor.

- Cyclope Primordial: "Eu... vou levar todos vocês comigo!" - Ele rugiu, preparando-se para lançar a esfera contra seus inimigos.

Mas Midoki e Throk não hesitaram. Com um olhar trocado, eles entenderam o que precisava ser feito. Throk canalizou toda a energia do Sunrise, transformando-se em uma verdadeira estrela em miniatura, enquanto Midoki invocava o pleno poder do Modo Manifestar. Juntos, eles dispararam em direção ao Cyclope com uma velocidade inacreditável.

- Midoki: "Vamos acabar com isso!"

Em uma fração de segundo, os dois heróis colidiram com o Cyclope no exato momento em que ele lançou a esfera de caos. O impacto foi cataclísmico. A explosão resultante iluminou o céu, criando uma onda de choque que varreu toda a área. No epicentro, Throk e Midoki, protegidos por suas auras combinadas, concentraram todo o seu poder em um golpe final.

Midoki, com sua espada brilhando com a energia da Criação e Destruição, perfurou o olho do Cyclope, atravessando seu crânio com uma força avassaladora. Throk, ao mesmo tempo, lançou uma rajada de energia solar concentrada diretamente no coração do monstro, vaporizando qualquer resquício de energia caótica dentro dele.

O Cyclope, com um grito final de desespero, foi consumido pela luz e pela escuridão, sua forma massiva se desintegrando em milhares de pedaços que se dissiparam no ar.

A batalha finalmente havia terminado, mas as repercussões do uso do Modo Manifestar começaram a se fazer sentir em Midoki. Ele sentiu uma fúria crescente, uma raiva primitiva que ameaçava tomar o controle de sua mente. Sua visão ficou turva, e tudo ao seu redor parecia se distorcer enquanto a energia destrutiva dentro dele lutava para se libertar.

- Durin: "Midoki! Você precisa se acalmar!" - Durin gritou, vendo a transformação perigosa em seu amigo.

- Throk: "Midoki, não deixe isso tomar conta de você!" - Retornando a forma Orc aos poucos, ele tentou se aproximar, mas a aura caótica de Midoki o afastou.

Por um momento, parecia que Midoki estava prestes a ceder completamente à fúria que o consumia. Mas então, as vozes de seus companheiros perfuraram a névoa em sua mente. Elyra, Durin e Throk, com palavras de encorajamento e amizade, lutaram para trazê-lo de volta à razão.

- Elyra: "Você não está sozinho, Midoki! Estamos aqui com você!"

Essas palavras ecoaram na mente dele, fazendo-o recuperar a consciência, Midoki percebeu o caos que havia causado. As cicatrizes emocionais da batalha permaneceriam como um lembrete constante dos perigos de ceder ao poder sem controle. E, enquanto o grupo se reagrupava, cientes das dificuldades que ainda enfrentariam, decidiram ir até o Reino de Lior.

Após 5 dias chegaram, enfim, à majestosa Capital do Reino de Lior, um lugar repleto de mistérios e desafios. As imponentes torres e praças da cidade prometiam novas aventuras, e os heróis, agora mais unidos do que nunca, se preparavam para enfrentar o que o destino lhes reservava.

A jornada de Midoki e seus companheiros continuava, e com cada passo, o equilíbrio frágil entre criação e destruição, entre ordem e caos, seria testado de maneiras que eles ainda não podiam prever. O destino, como sempre, tinha planos maiores para eles.

Com isso, o volume 2 se encerra ...

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