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Um encontro infeliz (1)

Leah abriu a boca e fechou-a novamente, incapaz de pensar em algo para dizer. Ela não sabia como ou por que a conversa deles havia tomado aquele rumo, mas Ishakan estava tratando isso como se tivesse encontrado apenas outra parceira na cama.

Apesar do rosto vermelho, Ishakan apenas estreitou os olhos, olhando para ela contemplativamente.

"Você quer fazer isso mais uma vez?" ele perguntou, e olhou em volta, antes de devolvê-lo para ela, "Eu estou bem em fazer isso lá fora." ele deu de ombros e Leah olhou para ele, boquiaberta, enquanto ela estava estupefata.

Excêntricos sexuais!? ela gritou em seus pensamentos. Foi como se ela tivesse levado um tapa na cara por quão perplexa ela estava com o pensamento louco de Ishakan. Era uma noção ultrajante!

Sem esperar que ela se recuperasse do choque, Ishakan apenas agarrou seu pulso e começou a arrastá-la atrás dele. Ela sentiu como se estivesse em transe, chegando a um beco.

A luz, vinda da estrada principal, vazava pelas paredes. Estava quieto, e apesar de estar obviamente deserto, ainda havia algumas pessoas passando de vez em quando. Leah colocou as mãos ao redor do corpo, antes de finalmente encontrar sua voz.

"Não aqui!" ela sibilou para ele, mas não tentou impedi-lo de se aproximar. O rosto dele estava tão perto de repente, que ela podia sentir a respiração dele bater em seu rosto. Ele se aproximou e falou em um tom baixo. Seu olhar intenso estava focado somente nela.

"Você…" ele parou, seu tom rouco enviando arrepios pela espinha dela. Em seu intestino, acumulava-se uma mistura de tensão e nervosismo. Ela não tinha percebido que trouxe suas duas mãos à sua frente, juntando-as.

"Não tenha medo." ele disse a ela, os olhos dela indo até os lábios dele, observando a maneira como eles se moviam enquanto ele falava, "Você pode falar livremente perto de mim." ele se aproximou ainda mais, até que seus lábios estavam bem próximos ao ouvido dela, "Você não precisa agir como uma princesa quando somos só nós dois." ele sussurrou, acenando para ela enquanto se lembrava do que havia acontecido nos jardins do palácio, encorajando-a a falar o que pensava.

Logo a tensão acumulada dentro dela se acalmou e foi substituída por uma miríade de sensações confusas.

Eu não tenho que agir como uma princesa... ela pensou melancolicamente. Nunca antes ela tinha ouvido tais palavras dirigidas a ela em toda a sua vida. Ela tinha se esforçado para ser a princesa perfeita em todos os sentidos, e aquelas palavras simplesmente derrubaram suas paredes. Nem mesmo a Condessa Melissa, que estava com ela desde que ela era apenas uma criança, tinha dito tais palavras a ela.

Sobrecarregada por seus sentimentos confusos, ela finalmente soltou um suspiro profundo.

"Você está louco!?" ela exclamou num sussurro, mas Ishakan não pareceu se incomodar com a reação dela.

"Bem, a princesa que cresceu lindamente é realmente especial." ele deu a ela um sorriso maroto, provocando-a. E Leah balançou a cabeça para ele incrédula.

"Nessa situação, você realmente é louco."

Ishakan é a primeira pessoa em sua vida que ousou sugerir coisas ridículas na frente de Leah. Esse estranho do deserto estava de fato fazendo-a sentir muitas coisas que ela não estava acostumada antes. Leah soltou um suspiro frustrado e optou por manter a boca fechada.

O silêncio logo caiu entre eles. E durante o silêncio, Leah só conseguia piscar para a luz fraca. Apesar de chamar Ishakan de louco, ela também podia sentir que estava ficando louca.

Em meio ao silêncio, ela lentamente fechou e abriu os olhos. Embora ela tenha chamado Ishakan de louco, a própria Leah está ficando louca neste exato momento também.

Ele realmente é uma pessoa perigosa — alguém com quem não se deve se envolver.' Ela pensou sombriamente. 'O rei dos inimigos com um propósito não identificado.

Mas Leah ainda estava curiosa sobre Ishakan e, não vendo outra maneira de saciar sua curiosidade, ela abriu a boca para falar.

"Você-" mas ela foi rapidamente interrompida pelo som de risadas barulhentas e música estrondosa que reverberava no beco. Sua curiosidade se voltou para o barulho, ela empurrou Ishakan para o lado para olhar para fora e viu um bando de ciganos dançando no beco.

A risada deles também chamou a atenção de Ishakan, que havia imitado as ações de Leah, antes de murmurar baixinho. "Tomaris." ele resmunga e Leah olha para ele confusa, "Vocês devem conhecê-los como ciganos." ele esclarece para ela enquanto continua a observá-los, "Eu não gosto muito deles realmente." ele admite.

Como a maioria das pessoas no continente, os kurkans evitam os ciganos. Afinal, eles nunca se estabelecem em um lugar por muito tempo e fazem um ou dois trabalhos estranhos para ganhar a vida. Seus trabalhos variam de vender artesanatos a atrair pessoas em mitos astrológicos ridículos, cantar, dançar e assim por diante.

Mas ainda mais é a prostituição flagrante que ocorre sempre que os ciganos se unem, o que só serve para pôr em risco a segurança pública e a paz. Mas, apesar de sua reputação negativa, eles ainda existem porque algumas pessoas os mantêm funcionando.

No entanto, também há alguns que são bem versados ​​na arte da feitiçaria. E por causa disso, na maioria das vezes, comerciantes ricos, e até mesmo os nobres, secretamente buscavam seus serviços, comprando poções do amor, ou bonecas amaldiçoadas, e os pagavam para garantir sua segurança e sustento.

Também surgiu o velho aviso de que quando alguém mexe com ciganos, coisas ruins acontecem. Por isso, a maioria das pessoas faz vista grossa para a ilegalidade deles.

Um grupo realmente problemático.

"Eles são como ervas daninhas", ele resmungou, "Não importa o quanto você os arranque, mais deles continuam brotando." Ele soltou um suspiro derrotado, "Não estou mais com vontade." Ele disse com uma carranca de desgosto, antes de se virar para Leah e puxá-la para perto dele mais uma vez.

"Você acha que podemos continuar de onde paramos?" ele perguntou a ela provocativamente, mas Leah não conseguiu encontrar palavras para responder a ele. Ele riu da falta de palavras dela, até que ouviram alguém chamando por ele com urgência.

"Ishakan!"

Foi um sussurro.

"Ishakan!" repetiu.

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