Assim que chego à residência dos Coopers, me aproximo lentamente da garagem/quarto, envolto pela escuridão. Abro a porta lateral da garagem, sem ligar a luz, e procuro o kit médico de emergência. Se minha constituição não estivesse acima de 6, eu teria desmaiado por perda de sangue no caminho para casa.
"Connor?" Uma voz sonolenta quase inaudível ecoa em direção à minha cama, onde vejo uma figura enrolada em lençóis, segurando um ursinho azul nos braços, apertando o interruptor.
"Quem!?" Rapidamente entro em estado de alerta com aquela voz, sacando a pistola que estava em minha cintura na direção da voz.
"Connor, sou eu, Missy. Eu tive um pesadelo! Eu queria dormir com você", diz Missy segurando o ursinho enquanto enxuga os olhos em sinais de sonolência.
"Missy, que susto. Pensei que fosse um ladrão", respiro fundo enquanto escondo a pistola em minhas vestes por hábito. "Não me assuste assim novamente, Missy. Eu tenho coração fraco", digo em tom de brincadeira.
"Você vai assustar os ladrões com uma arminha de brinquedo?" pergunta Missy intrigada com meu estranho comportamento. Logo percebe o ferimento em meu ombro. "VOCÊ ESTÁ SANGRANDO, O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ DESSA VEZ CONNOR?!!!" grita Missy com uma voz preocupada.
Apesar de ser uma criança diferente de seu irmão gêmeo Sheldon, Missy não tem um alto QI (inteligência), mas tem um alto QE (inteligência emocional), devido à longa negligência de sua mãe em sua infância devido ao excessivo cuidado com Sheldon. Então, falta nela um certo amor paternal que a fez amadurecer precocemente.
Como viajante entre mundos e conhecendo o enredo da série, isso foi algo que me deixou em uma intensa insatisfação. Então, quando viajei para esse mundo, foi algo que prometi para mim mesmo: cuidar da pequena Missy como se fosse uma filha que eu nunca tive, pois contando com minha idade na vida passada, atualmente tenho uma idade mental de 40 anos. Então, para Missy, sou tipo um irmão mais velho super protetor que logo a fez se apegar desde cedo a mim. Apesar de neste mundo Missy não precisar tanto da atenção de sua família quanto no mundo anterior, ela ainda manteve um alto QE.
Logo após ela ver minhas roupas ensanguentadas, ela ficou preocupada. "Missy, não precisa gritar. Isso aqui não é nada demais!" Digo em um tom tranquilizador, mexendo meu ombro para cima e para baixo mostrando que estou bem.
"Não tente me enganar, Connor. Não sou mais criança! O que foi que você fez para ficar assim?", diz Missy, com uma voz mais baixa, que rapidamente sai da cama tacando seu ursinho no chão e pegando o kit médico que eu derrubei devido ao susto.
"Não é nada demais, só uma briga", digo passando para Missy, sentando em minha cama e tirando minha camisa encharcada de sangue, enquanto pego algumas linhas, pinças, suturas e gaze do kit de primeiros socorros que Missy segurava.
"Não tente mentir para mim, isso obviamente não foi coisa de só uma briga", diz Missy apontando para o meu ombro e bufando friamente. "E aliás, isso aqui não é de brinquedo", diz Missy pegando rapidamente a arma da minha cintura.
Missy, como uma verdadeira texana, consegue diferenciar uma arma de verdade quando está em suas mãos.
Eu rapidamente pego de volta a arma da mão de Missy e falo: "Tudo bem, Missy. Dessa vez você me pegou. Não foi só uma briga. Não quero falar mais sobre isso, ok?" Digo em um tom de desculpas para Missy enquanto franzo as sobrancelhas devido à dor excessiva.
Puff, Missy bufa friamente enquanto me revira os olhos, logo me ajuda a tirar a bala alojada em meu ombro.
"aargh" Grito baixinho suportando a dor, gotas de suor caem da minha testa para as minhas bochechas e pingam do meu queixo.
"Para gritar, seu frouxo, é só uma dorzinha", diz Missy enquanto enfaixa o meu ombro com a gaze em um tom frio, obviamente chateada por ter mentido para ela.
Eu reviro meus olhos para ela. Dorzinha?? É porque não é com você. "aargh" Grito baixo enquanto ela finaliza a gaze.
Logo ela me dá um olhar de questionamento. "Não, Missy. Esse assunto é pessoal, não posso falar com você sobre isso", eu logo rebato antes de ela tentar abrir a boca.
Ela abre a boca e fecha com a mão levantada, mas para quando eu falo isso, logo ela fala em um tom de preocupação: "Você vai continuar se machucando desse jeito", diz ela, me dando um olhar lamentável.
Eu dou um longo suspiro e falo: "Muito provavelmente, filha. Você tem que guardar segredo para mim e não contar para ninguém. Consegue fazer isso por mim?" Falo em um tom tranquilizador enquanto acaricio sua bochecha e arrumo os seus cabelos dourados.
Logo uma luta interna se inicia dentro do coraçãozinho da pequena Missy, uma mistura de preocupação para a única pessoa na família que se importa de verdade com ela e falar para sua mãe esse segredo. Logo ela decide o primeiro. Para Missy, nesta idade, seu primo Connor era seu porto seguro, onde ela poderia ser uma garotinha mimada, que ela sempre quis ser com seus pais, mas não conseguia por causa do pequeno Sheldon.
"Tudo bem, mas você está me devendo um favor, e eu quero aprender a usar isto", diz a pequena Missy apontando para a pistola que eu deixei ao meu lado da cama.
Eu dou um suspiro e falo: "Tudo bem, mas não vai ser agora", falo isso enquanto dou tapinha em sua cabeça que logo é esbofeteada pela pequena mão. "Não bagunce meu cabelo", diz a pequena Missy enquanto fazia beicinho.
HA HA HA, dou uma risada e falo: "Tudo bem, então você vai me contar o que houve no seu pesadelo", eu digo me cobrindo com as cobertas deixando um vão para a pequena Missy se deitar.
Logo Missy se alegra, correndo para dentro das cobertas para me contar o seu pesadelo, que a fez vir para o meu quarto.
Logo com a voz da pequena Missy e a minha conversando, ela dormiu suavemente. Eu acariciei os seus cabelos, pensando se eu tivesse realmente uma filha, eu queria que ela fosse como a pequena Missy.
Eu desligo as luzes e deito para dormir.
-Fim do Capítulo-