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Caçadores da Floresta Parte 3/3

O Líder dos Bandidos estava morto, mas Mira era uma bagunça ensanguentada.

"O Chefe está... Morto? Como isso é possível? O que fazemos agora?"

"CORRAM!"

"Rápido! Matem ela enquanto ela está ferida ou senão nós também estaremos mortos!"

Diversos pensamentos cruzavam a mente dos Bandidos Caçadores da Floresta. Alguns começaram a correr, outros se aproximaram de Mira com armas em punho e vários deles simplesmente caíram de joelhos aceitando seu destino.

Cerca de 100 pessoas se aproximaram de Mira com armas em mãos. Mira respirou fundo e focou seus olhos mais uma vez. Suas feridas ainda estavam curando, então correr por aí massacrando esses caras talvez não fosse a melhor coisa a fazer naquele momento.

Mira se cercou de Agulhas de Gelo. Ela queria se livrar primeiro dos mais fracos. Então disparou essas agulhas na direção dos bandidos que se aproximavam. Algumas agulhas atravessaram suas cabeças matando-os, outros bandidos conseguiram bloquear as agulhas e alguns foram atingidos, mas em áreas que não ameaçavam suas vidas. Com esse único movimento, ela ainda conseguiu eliminar cerca da metade dos bandidos que se aproximavam e o resto deles se desesperou. A moral deles já estava no limite, mas ver uma pessoa ferida ainda tratá-los como frangos, foi o golpe final que a maioria precisava. Cada vez mais bandidos começaram a fugir. Todos que restavam para lutar eram os bandidos do Reino da Condensação de Qi.

Mira não queria usar mais Qi ou seu Dao do Gelo já que estava ficando sem energia. Restava apenas seu corpo e foice. Havia somente cerca de 10 bandidos remanescentes do Reino da Condensação de Qi. Mira atacou um deles e rapidamente lhe tirou a cabeça. Não teria sido tão fácil se o moral deles não tivesse caído e sentissem que não tinham chance de derrotá-la. Ela continuou retirando suas cabeças até o último sujeito. Esse cara na verdade conseguiu bloquear o ataque dela. O bandido tentou o seu melhor mas ainda assim, poderia se dizer que sua morte inevitável foi muito pior. Mira lhe tirou a mão direita na batalha, depois o braço esquerdo. Então o cortou ao meio na cintura e o deixou morrer lentamente no chão. Ela precisava perseguir os outros bandidos para evitar que escapassem.

Vulcano estava esperando do lado de fora das muralhas e começou a ver pessoas chegando. Ele sabia que seu tempo tinha chegado e começou a cortar os cordões espinais em seus pescoços. Tudo que as pessoas viam era um borrão vermelho antes de morrerem. Ele continuou matando todos até que não visse mais ninguém chegar. Ele verificou todo o perímetro da base e não encontrou nem sentiu ninguém.

Mira estava dentro e tinha acabado de terminar de matar o resto dos bandidos. Em seguida, caminhou até onde presumia que Maria estaria. Ela entrou no quarto e viu um homem sem cabeça e uma mulher nua e machucada que parecia estar adormecida. Ela assentiu com isso e então avistou Maria. Ela estava sentada no chão parecendo extremamente pálida. Havia também vômito por toda parte.

"Maria." Mira chamou.

Maria olhou para cima e percebeu que Mira estava lá. Maria olhou para ela com olhos quase sem vida.

"Os bandidos acabaram. Vulcano deve ter dado conta dos outros que tentaram fugir. Nós vamos passar por aqui e desacorrentar as mulheres e então revistar os edifícios para ver se tem mais alguém ou alguma coisa para levar. Depois vou passar pelos corpos para saquear." Mira disse enquanto usava sua foice para remover as correntes da mulher no chão.

A mulher acordou com isso e viu uma garota com uma máscara preta e uma Túnica Taoista preta. A única coisa perceptível era a foice e seu cabelo prateado e brilhante. Essa pequena também estava coberta de sangue e tinha ferimentos que estavam se curando no momento.

Mira olhou para esta mulher e falou.

"Você pode ir agora. Todos os bandidos devem estar mortos neste lugar."

Mira disse isso e arrastou Maria consigo. Deixá-la sentar aqui assim não faria bem a ela. Mira não queria forçar nada sobre ela agora. Isso era algo que ela tinha que lidar por conta própria. Mira só podia esperar que sua mente pura e inocente não fosse quebrada depois de matar alguém e ver uma cena como esta. Eles saíram da casa e Maria viu o massacre que estava muito pior do que antes. Havia apenas sangue, corpos desmembrados e morte. Maria apenas observava com olhos sem vida, pois seu cérebro ainda não sabia como processar isso.

Eles continuaram a entrar e sair das casas e a retirar as correntes das mulheres. Não demoraram muito para terminar as casas. Então começaram a checar os outros edifícios para ver o que havia dentro deles. A maioria dos edifícios eram apenas alojamentos na base. Um era um refeitório, outro era a casa do chefe e o último era desconhecido. Mira decidiu deixar a casa do chefe por último e se dirigiu até o prédio desconhecido que parecia um armazém.

Eles entraram e viram inúmeras mulheres trancadas em gaiolas e acorrentadas. Mira meio que esperava por isso, mas não tantas. Mira foi de gaiola em gaiola usando sua foice para abrir as portas e remover as correntes delas.

Algumas delas saíram imediatamente, mas outras não sabiam como reagir já que Mira não disse nada. Após Mira terminar, ela pediu para Maria reunir todas as mulheres que estavam nas casas anteriormente para se juntarem aqui. Haviam um total de 500 mulheres no prédio onde estavam depois que todas se reuniram. Mira então começou a falar.

"Os bandidos aqui estão todos mortos e vocês são livres para ir." Mira disse de maneira breve e direta. Houve apenas silêncio após ela dizer isso. Mira imaginou que isso aconteceria. A maioria das pessoas aqui parecia não ter mais vontade de viver. Mira então começou a se aproximar de uma delas. Escolheu uma mulher que nem se deu ao trabalho de olhar para cima quando ela removeu suas correntes e falou.

Mira agora estava de pé diante dessa mulher, com Maria cerca de um metro atrás de Mira. Mira decidiu falar com ela.

"Você pode se levantar e ir embora. Volte para de onde veio." Mira disse em um tom quase imperativo. A mulher não parecia perceber que Mira estava ordenando que ela fosse embora, mas Maria percebeu e ficou surpresa. Surpresa o suficiente para olhar para Mira tentando entender o que ela estava fazendo.

"Não tenho ninguém nem para onde voltar." A mulher disse em voz baixa.

"Entendo. Então o que você quer?" Mira perguntou.

"Eu… Só quero me reunir com eles."

"Entendo. Tem certeza?"

A mulher apenas acenou fracamente com a cabeça.

"Muito bem. Vou ajudar nesse empreendimento." Mira disse e estava prestes a cortar a cabeça dela, mas foi interrompida.

"Mira! O que você está fazendo?! Como você pode simplesmente matar uma mulher inocente assim!? Mesmo que ela queira morrer, por que você não tenta ajudá-la a viver?!" Maria gritou para ela de trás, depois de parar o golpe dela.

Mira sacudiu a mão de Maria e então cortou a cabeça da mulher. Maria ficou paralisada de choque, mas Mira se virou, agarrou o queixo de Maria e trouxe o rosto dela para perto do seu, olhando-a nos olhos.

"Deixe-me fazer-lhe uma pergunta, Maria. O que você acha que é a vida?" Mira perguntou seriamente. Maria não sabia como responder. Mira então continuou falando.

"A vida é uma luta constante de provações e tribulações para alcançar os próprios objetivos. Uma pessoa pode passar por qualquer coisa para alcançar esse objetivo. Esse objetivo é seu propósito de vida. Quando alguém atinge seu objetivo, esse é o momento em que sentem que sua vida valeu a pena, como se não tivessem apenas desperdiçado sua vida em uma luta infrutífera. Algumas pessoas alcançam seu objetivo e param, enquanto outras adicionam um novo e mais alto objetivo. A felicidade que se sente ao atingir o objetivo de sua vida não é algo que as palavras possam descrever. Principalmente porque eu não sei como é." Mira então apontou para a mulher morta.

"Pegue esta mulher, por exemplo. Ela provavelmente tinha um marido amoroso e um ótimo filho. Ela estava vivendo a vida dos seus sonhos. Agora, um dia, bandidos chegam e matam ambos. Seu objetivo foi morto e destruído. Você não pode simplesmente voltar à estaca zero depois disso, mas isso provavelmente não foi o que quebrou sua vontade de viver. Foi provavelmente o abuso e a tortura constantes pelos quais ela teve que passar pelas mesmas pessoas que destruíram sua vida. Depois de um tempo, sua resolução, determinação e vontade de viver e encontrar um novo objetivo desapareceram completamente. A única coisa agora que pode acalmar sua mente é acabar com este sofrimento e juntar-se à sua família no além."

"Há mais um motivo para isso também. A morte pode ser aterrorizante. Às vezes alguém pode pensar que quer a morte, mas quando a morte paira sobre eles como um ceifador, algumas pessoas podem encontrar a resolução para viver." Mira disse e se afastou um pouco de Maria. Ela havia falado em voz baixa que todos puderam ouvir. Mira abriu a boca para falar novamente, mas desta vez um pouco mais alto e mais dominadora.

"Assim como esta mulher, e se eu for até todas as outras mulheres aqui e fizer as mesmas perguntas? Vou matá-las impiedosamente também? E se a resposta delas não me satisfizer e eu simplesmente matá-las de qualquer maneira? Não é como se eu tivesse vindo aqui para salvá-las ou cuidar delas. Eu vim aqui por vingança e porque queria matar bandidos. Diante da morte certa, as pessoas podem tomar decisões que nunca pensaram que fariam. Se elas não quiserem morrer, certamente tomarão uma decisão diferente desta mulher aqui."

"Para ser franca, estas mulheres aqui têm muita sorte. Meus pais morreram para esses bandidos e eu prometi a eles que os exterminaria. Usei a morte deles como uma espécie de despedida. Se meus pais não morressem para esses bandidos, então eu simplesmente teria ignorado eles. Não me traria nenhum benefício matar um bando de bandidos, exceto usá-los como bonecos de treino ao vivo."

Um silêncio pesado preencheu a sala. Os próximos momentos podem muito bem determinar sua vida e morte. Uma jovem mulher decidiu se manifestar.

"Então o que nós fazemos? Não é como se pudéssemos viajar pela floresta por conta própria. A maioria de nós aqui são apenas mortais normais sem nenhuma força. A menos que você esteja disposta a nos escoltar, só morreremos independentemente se ficarmos aqui ou tentarmos sair."

"Você está certa. Vocês realmente precisariam de alguém para escoltá-los e eu não tenho intenção de fazer isso. Levaria muito tempo. Você está certa, se ninguém os ajudar, então tudo o que podem fazer é sentar-se e esperar para morrer. Provavelmente seria melhor se eu simplesmente os matasse aqui." Mira disse e pensou por um minuto.

"Que tal isso. Vou ficar nesta base de bandidos para me recuperar dos meus ferimentos. Darei a todas vocês uma escolha. Se mais ninguém quiser se juntar à sua família no além, então ajudarei a colocar vocês no caminho de um cultivo de Qi. MAS! Se uma de vocês aqui não conseguir encontrar a resolução para viver, então eu irei exterminar todas vocês. Se alguém aqui tentar sair, então matarei todas. Esperarei aqui por uma hora. Se todas vocês, o que significa 100%, não conseguirem decidir em uma hora, então só a morte as aguarda. Fiquem tranquilas, no entanto, pois farei isso rápido. 1 hora começa agora!"

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