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Noite

~ ZEV ~

Ele saiu da rodovia apenas uma ou duas milhas após entrarem. Sasha tensionou quando ele reduziu a velocidade, mas ele a tranquilizou. "Eles reconhecem este carro agora porque o Avatar viu. Preciso despejar ele e pegar outro. Tenho outro aqui."

Era bem mais perto para uma troca do que ele normalmente usaria, mas ele não queria dirigir os trinta minutos até a próxima cidade onde ele mantinha um depósito privado. E ele achou que Sasha precisava de um minuto para respirar. O parque seria perfeito. Ele estava disposto a apostar que Nick não colocara ninguém nele. Ele não esperaria Zev escolhê-lo estando tão perto.

Alguns minutos depois eles entraram no parque nacional. Ele tirou a carteira do bolso do peito da camisa por dentro do macacão e deslizou o cartão da Associação Anual no pequeno compartimento. A barreira levantou lentamente, e por um segundo, ele se lembrou do cara no primeiro estacionamento.

Como Nick sabia que ele precisava de alguém lá esta semana? Por que não na semana passada?

Ou será que eles tiveram alguém de plantão ali o tempo todo? Ele não achava que sim... mas Nick poderia ser brilhante assim. Ele fez uma careta. A essa altura, pouco importava. O ponto era, eles tinham escapado. Por pouco, mas tinham conseguido.

Ele tinha a Sasha de volta. 

Zev balançou a cabeça em descrença. 

As luzes do carro varreram as árvores e a grama, a vegetação rasteira e uma grande placa marrom anunciando o Estacionamento do parque vinte e quatro horas para campistas.

Zev estacionou o carro num vaga livre entre dois trailers—um deles ainda com as luzes acesas—então desligou o motor.

Ele podia ouvir a respiração dela. Pesada e rápida. 

Ele temia olhar para ela, com medo de ver aquele medo em seus olhos novamente. Poderia culpá-la? Não. Ela provavelmente nunca tinha visto uma pessoa morrer antes. E mesmo que não tenha visto esta noite, provavelmente parecia que sim. 

Ele suspirou.

"Onde estamos?" ela disse com uma vozinha.

"Meu trailer", ele disse baixinho. "Vou pegar umas coisas e vamos pegar outro veículo. Assim, eles não sabem onde estamos." Agradeça a qual deus estivesse ouvindo que ele tinha trocado o carro do Plano B apenas na semana passada. Ele tinha uma programação diferente toda vez, para não ser previsível. "Preciso que você... prometa que não vai gritar ou correr ou... dar o alarme", disse ele baixinho. "Eu sei que foi um inferno de uma noite, Sash. Eu sei. E eu vou te contar toda a história. Mas agora ainda estamos em perigo. Se alguém perceber quem eu sou, ou que você está comigo... você confia em mim só mais alguns minutos?"

Olhou para ele desconfiada. "O que você vai fazer—exatamente. Tem... mais pessoas para lutar?"

"Não! Não, eu vou abrir a porta daquele trailer ali e pegar minha mochila de emergência. Depois vamos caminhar pelo parque como se fôssemos acampar. Mas eu tenho um jipe lá e vamos pegar uma estrada de serviço e voltar para a rodovia. Depois... depois vamos sair em uma viagem."

Ela piscou, depois piscou novamente. 

Ele deu um sorriso desculpador. "Não a que eu prometi para você, eu sei. Mas... mas... Droga, Sasha, estou tão feliz por te ver. Me desculpe por ter que ser assim."

Ela olhou para ele como se nem tivesse certeza do que ele tinha dito, mas então engoliu e acenou com a cabeça, sentando-se ereta finalmente. "Tá bom", murmurou ela. "Vamos."

Ele a observou atentamente. Algo não estava certo. Mas pensando bem, ele dificilmente esperaria que ela estivesse alegre e serena depois de quase ter perdido a vida duas vezes. 

Um minuto depois ele tinha pegado a bolsa dela no carro e a dele no trailer, então virou-se para longe da porta e ofereceu sua mão para segurar a dela. "Caminha comigo?" ele perguntou cuidadosamente, incerto se ela permitiria que ele a tocasse.

Ela olhou para a mão dele por um segundo, hesitando. Então seu coração encheu-se de calor quando ela acenou com a cabeça e trançou seus dedos nos dele, seguindo-o em direção ao caminho que levava para dentro do parque.

Ele tinha uma lanterna no chaveiro que penetraria até a escuridão da meia-noite da floresta, mas ele não precisava. Sasha, entretanto, estava bem menos certa.

"Você consegue ver para onde estamos indo?" ela sussurrou um minuto depois enquanto entravam nas árvores.

"Sim", disse ele baixinho.

"Como?"

"Eu tenho ótima visão noturna."

Ela não respondeu, mas manteve-se perto de seu lado, agarrando seu braço enquanto ele a guiava pela escuridão. Ele se permitiu aproximar um pouco mais para inalar o cheiro dela, balançando a cabeça em descrença.

Ele apertou a mão dela e mesmo que ela não correspondesse, ela virou a cabeça para olhar para ele. Aos olhos dela ele não poderia ser mais do que uma mancha de preto mais escuro contra a floresta. Mas ele sorriu de leve mesmo assim. 

"É tão bom te ver, Sash", ele sussurrou, puxando-a para perto do seu lado. "Eu sonhei com este dia por anos."

Ela fez um barulhinho e cobriu o rosto com a mão livre, balançando a cabeça. No início, ele pensou que ela estava chorando. Ele abriu a boca para tranquilizá-la. Mas então ela deu uma risadinha estranha. Depois uma espécie de gargalhada.

Então ela estava rindo, engasgando, jogando a cabeça para trás e limpando os olhos.

Zev estava completamente confuso. "O que é tão engraçado?" ele perguntou a ela.

Ela não parecia conseguir controlar as gargalhadas. Ela continuava soluçando e tropeçando em mais risadas. 

"Eu sonhei... com isso... por anos também..." ela ofegou, dobrando-se para segurar o estômago. "Mas eu tenho que dizer, Zev... eu nunca teria... imaginado... isso!"

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