Alexander se aproximou dela, tão perto que seus narizes quase se tocavam.
"E daí que é o primeiro dia do mês, né, Abigail?" ele perguntou, olhando profundamente para seus olhos.
"É-É mais fácil contar os dias. Para completar o mês," ela gaguejou e Alex riu.
"Cordeirinho..." Ele suspirou, ainda parecendo divertido. "Eu realmente não tenho mais palavras para você."
Corando, Abi olhou ao redor.
"Sua família não está em casa?" ela perguntou inocentemente, e Alexander gentilmente levantou seu queixo com os dedos, redirecionando o olhar dela de volta para ele.
"Eu moro sozinho, Abigail," ele respondeu. "Mas parece que esta casa agora recebe seu novo hóspede."
Os olhos de Abigail se arregalaram. O quê? Ele mora sozinho nesta mansão enorme?!
"S-sozinho?!"
"Ah, bem, o mordomo está aqui e também empregadas. Acho que eles também contam como pessoas que vivem aqui," ele sorriu de leve antes de olhar para a bagagem dela.
"Você não fugiu de casa, não é?" Sua sobrancelha se levantou para ela.
Ela balançou a cabeça. "Eu conversei direito com meu pai ontem à noite."
"Mas eu aposto que você não contou a verdade inteira pra ele, contou?"
Abi apertou os lábios fortemente, fazendo os lábios de Alex se curvarem novamente.
"Deixe-me ver... Você disse a ele que vai ficar com aquela sua amiga, certo?" ele continuou, e Abigail corou.
"Bem, bem, bem. Esse bom cordeirinho realmente mentiu para sua família. Que cordeirinho corajoso," ele murmurou.
"Você não dormiu bem ontem à noite?" Ela abruptamente tentou mudar o assunto.
Alexander se inclinou, suas testas quase se tocando.
"Eu acabei de chegar em casa, Abigail. Na verdade, agora mesmo, eu quero muito te castigar por atrapalhar meu sono." Ele sorriu maliciosamente e se endireitou. "Mas vou te deixar escapar por enquanto," ele acrescentou antes de chamar um nome.
O mordomo apareceu imediatamente como se estivesse no corredor o tempo todo, apenas esperando seu nome ser chamado.
"Sim, mestre."
"Vou deixá-la a seu cargo," Alex ordenou antes de olhar para Abi novamente e sussurrar em seu ouvido.
"Eu vou dormir primeiro, Abigail. Você também descanse. Conversaremos depois."
Abi sentiu seu rosto esquentar, e seu coração acelerou, enquanto um calafrio percorria sua espinha ao sentir a respiração quente dele contra sua orelha. Antes que ela pudesse murmurar as palavras 'Descanse bem' ou 'Boa noite', ele já estava subindo as escadas.
Enquanto ela observava a figura de Alexander se afastando, o mordomo pigarreou, desviando sua atenção. Ele então se apresentou.
"Meu nome é Charles. É um prazer conhecê-la, Senhorita Abigail."
"Igualmente, Charles."
"Permita-me acompanhá-la ao seu quarto. Não se preocupe com sua bagagem; vou providenciar que uma empregada a leve para cima," ele disse com um tom de respeito absoluto.
O mordomo a levou em direção à grande escadaria que levava ao segundo andar.
Como esperado, era ainda mais deslumbrante que o térreo. O que ela viu foi outro espaço aberto grande e sofisticado. Cortinas de veludo estavam presas para deixar o sol entrar pelas janelas e ela viu candelabros de latão antigo pendurados nas paredes entre as janelas. Abi imediatamente pensou que, no passado, este salão era onde ocorriam os grandes bailes.
Ela também percebeu duas portas na parede oposta e se perguntou onde levavam. Ela imaginou que talvez esses fossem os cômodos onde os homens no passado iam jogar cartas, beber ou falar de negócios enquanto suas esposas fofocavam no salão de baile principal - pelo menos era o que acontecia nos livros e filmes.
Nenhuma palavra em inglês poderia capturar adequadamente a essência deste lugar. Era inegavelmente uma situação em que vê-lo pessoalmente era a única maneira de realmente apreciá-lo. Mais uma vez, a curiosidade dominou Abi. Por que Alexander escolheu viver em um lugar assim, e por que estava morando aqui sozinho? Sua curiosidade aumentava a cada momento que passava.
Eles continuaram subindo as escadas e até o terceiro andar. Novamente, ela se deparou com uma área aberta grande no meio, mas esta era menor que a do segundo andar. Parecia ser a área de lounge, com sofás e mesas de centro organizados perto da grande janela com vista para o jardim. Aqui parecia ser onde os quartos estavam localizados, pois ela viu portas dos dois lados, que ela presumiu, levavam aos quartos.
Charles parou em frente a portas duplas altas e pesadas e as abriu. O quarto em que ela entrou era lindo demais.
Mas ao olhar ao redor do enorme quarto que estava diante dela, ela não sabia por quê, mas mesmo com toda essa beleza e exposição de elegância e grandeza, parecia meio sem vida e triste.
Desde o momento em que pisou nesta casa, ela percebeu que esta era uma vida completamente diferente, mas o que Abi mais se perguntava era se Alexander Qinn tinha sido feliz vivendo neste lugar enorme e majestoso.