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Prólogo

Na imponente Ágora dos Moderadores, uma aglomeração fervilhava, ansiosa pelo iminente julgamento. As majestosas pilastras brancas erguiam-se como colossais guardiãs, sustentando a estrutura monumental que simbolizava o inquestionável Poder dos Moderados, pronto para ser aplicado naquele dia.

Guardas, armados até os dentes, liberavam sua energia dominadora, olhos ferozes cravados na figura mascarada que, acorrentada, ascendia a escadaria, escoltada por dezenas de homens robustos armados até os dentes.

— Motim! — bradou um ancião de cabelos alvos no alto do palanque, sua voz robusta ecoando como um trovão. As pesadas correntes de aço do prisioneiro ressoavam no chão, quase criando uma cacofonia arrepiante.

— Desordem! — ecoou o segundo grito, agitando a multidão, cujo frenesi aumentava à medida que o homem mascarado alcançava o saguão de pedra lisa branca.

— Assassinato! — na terceira acusação, os guardas desferiam chicotadas com correntes de aço, liberando a raiva acumulada em vingança pelos compatriotas caídos.

— Instauração de medo e caos. São estes os crimes perpetrados pelo infame Besta Assassina. — O ancião no palanque cessou sua fala, encarando a figura mascarada diante dele.

Ao lado, seis figuras ocupavam cadeiras escuras e majestosas. Seus olhares aguçados fixavam o maior perturbador da paz dos últimos anos, o autoproclamado Besta Assassina.

— Excelentíssimo, este criminoso foi capturado tentando invadir o Palácio dos Cinco Poderes, após ceifar a vida de dezenas de Cavaleiros de Platina e duas Torres de Cobre, totalizando 144 vidas em menos de um ano.

— Isso é ultrajante! — exclamou um dos anciãos. — Excelentíssimo, essa escória merece a morte. Após tantos anos de paz nos Três Reinos, ele ousa perturbar o mundo que inúmeros camaradas sacrificaram para conquistar.

— Conquista? — ressoou uma voz rouca debaixo da máscara, carregada de ódio e ressentimento. — Os Cinco Poderes foram erguidos com o sangue de milhares, apenas para subjugar aqueles que não têm força para resistir!

— Ora, seu criminoso de...

— Chega! — Uma onda de energia percorreu o local, incendiando as palavras acima dos seis assentos. "Justiça Disciplinada e Imparcialidade a todos!", as letras douradas no salão de mármore destacaram-se, silenciando os murmúrios. — Agora, permitam-me ver o rosto desse criminoso para que sua sentença seja proferida.

— Sim, Excelentíssimo. — O guarda concordou prontamente e pôs sua mão sobre a máscara branca, decorada por vinhas verdes, revelando a surpreendente figura por baixo.

Para espanto de todos, as sobrancelhas se ergueram, incrédulas. Olhos azuis como o oceano e cabelos negros como a noite, fluindo como uma cascata até a cintura, revelavam um rosto de jovem perfeição, adornado pelo sorriso mais audacioso que se poderia conceber.

— Você! — exclamou um dos anciãos, seu corpo trêmulo. — Ezra Onaha...? A Besta Assassina não pertencia à classe dos Assassinos? O que esse Espadachim está fazendo aqui?

Enquanto todos se espantavam, apenas o ancião mais ao canto começou a rir descontroladamente, atraindo a atenção de toda a assembleia.

— Bom, bom, por isso os Códigos Tabus devem ser respeitados. O pecado de seu avô resultou na grande transgressão de seu pai, Jin. Na época, todos fecharam os olhos, e vejam onde chegamos? O fruto proibido, o erro dos Três Reinos, transgrediu muito além de seus antepassados. Vocês fecharão os olhos mais uma vez para esse assassino corrupto, para essa falha da natureza, como aconteceu com Jin Onaha, hein? — O velho exibia um fanatismo insano em seus olhos, encarando seus companheiros com loucura.

— Transgredir é...? — o jovem acorrentado fechou os olhos e sorriu. — Vocês são apenas um bando de hipócritas, sentados confortavelmente representando um governo que massacra milhares de pessoas a cada ano. Minha única transgressão é não enviar todos vocês para a sepultura!

— Como ousa?! — gritos incendiaram-se de todas as portas, aquecendo a animosidade geral.

— Ezra Onaha, silêncio! — O ancião central gritou, veias dilatadas. Não podia acreditar que o filho daquele homem provocasse tal comoção, mas não cometeria o mesmo erro daquela vez, jamais. — Pelo crime de ser um Onaha e por contaminar seu parente de sangue, por assassinar cidadãos dos Cinco Poderes e instigar ódio e caos, você será condenado à pena de morte!

— Acham mesmo que podem me matar?

— Há dois Bispos aqui e mais de seis Torres de Diamante, além de uma dezena de Cavaleiros e Torres. Acha mesmo que pode fazer algo?

— Vocês esqueceram... — O sorriso do jovem se intensificou quando seus olhos se abriram, o azul oceânico transformando-se em um verde profundo, brilhando com a chama da batalha. — Que sou filho de Jin Onaha! Primeira forma: Coração da Espada!

Ele ergueu-se imponente exaltando todos os músculos de seu corpo. Em um clarão, duas espadas se materializam, uma para cada mão. Um movimento violento e cheio de ódio das lâminas fez as correntes se romperem, e os guardas ao seu lado foram arremessados para longe.

— Espada Sol e Lua, Corte Eclipse!

— Parem ele agora!

Na mão direita de Ezra, a Espada do Sol flamejante ressoou com o espelho da Espada da Lua; Como os dois astros celeste eles rodaram com o movimento giratório de Ezra mandando todos ao seu redor para longe. As duas lâminas se unirem e criaram uma única e afiada lâmina escura que voou diretamente para os anciões.

— Eu irei matar todos vocês! — Declarou Ezra em fúria.

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