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O Fim de uma vida e o Início de Outra

31 de Dezembro ás 23:48.

Lá estava eu sentado no banco de um parque no meio da noite. O parque estava completamente deserto e sombrio, tendo somente fonte de luz as lâmpadas do parque e a luz da lua sobre o local, provavelmente por causa da hora não tinha ninguém naquele parque, por ser muito perigoso e sombrio.

Somente 2 tipos de pessoas ficariam naquele lugar a essa hora: Um ladrão procurando por alguma vítima, ou um idiota que perdeu seu emprego, família, e sua casa e que não tem mais nenhum lugar para ir.... Eu me encaixo na segunda opção....

Eu estava sentado no banco olhando para a lua com olhos vazios e sem emoção, eu estava pensando em como a lua estava bonita hoje e se ela sempre foi assim.

Ao meu lado estava um caixa cheia de coisas, eram meus pertences pessoais, eu tinha acabado de ser demitido...

Tudo estava dando errado na minha vida, eu sempre vivi uma vida cheia de azar e desgraças, Mas 3 delas são as principais, a minha primeira desgraça foi quando perdi minha mãe, ela era uma pessoa muito gentil e sempre ajudava as pessoas o máximo que podia....

ela teve um tumor cerebral, "glioblastoma multiforme" se não me engano, e por causa disso eu acabei perdendo minha mãe cedo demais, a minha única amiga e a pessoa mais importante da minha vida. E logo depois da morte da minha mãe meu pai virou alcoólatra e viciado em apostas, e por conta disso ficou afundado em dívidas.

Minha segunda desgraça foi a quando eu perdi meu pai em um "acidente".... Por conta das enormes dívidas dele, os agiotas foram cobrar dele e o espancaram e pegaram tudo de valor em nossa casa, e assim ficamos sem nada e meu pai ficou hospitalizado em estado vegetativo por causa do espancamento que sofreu dos agiotas.

Eu fiquei vários dias sem comer e não só isso como esse dia me fez lembrar de quando perdi minha mãe, eu estava quebrado a ponto de que nem conseguia mais chorar.

Mas de alguma forma eu consegui me reerguer com o passar dos anos, consegui dinheiro para me alimentar fazendo alguns trabalhos para alguns mafiosos, tive que roubar ou até mesmo esfaquear alguém.

Cada dia que se passava eu ficava "mais fundo no poço em que eu mesmo me cavei",e quando eu cheguei na adolescência eu consegui alguns trabalhos de meio período e eu consegui pagar as despesas do hospital do meu pai e até vendi a casa para poder pagar uma parte das dívidas e no fim consegui o um emprego fixo.

Apesar de todas as dificuldades eu consegui me tornar alguém dentro da sociedade....

Mas no fim chegou a Terceira desgraça. Algumas pessoas pegavam no meu pé lá no meu trabalho e até mesmo alguns superiores implicavam comigo.

Eu fazia a maior parte dos trabalhos deles, e por conta disso ficava a maior parte do tempo no trabalho e raramente eu tinha algum tempo para descansar.Até que eu fui demitido por motivo nenhum, assim me levando para o cenário que estou agora.

Eu ainda conseguia me lembrar dos sorrisos aliviados por eu não trabalhar mais com eles e rosto de desgosto que sentiam por mim de cada um dos desgraçados de lá, eu me arrependo de não ter espancado eles no último momento, mesmo se eu acabasse preso no final...

Eu sofri bastante nesse grande teatro chamado "Vida", contudo, mesmo depois de tudo isso, eu não meu considero a pessoa mais azarada do mundo ou a que mais sofreu.

Com certeza tem mais gente que sofreu mais que eu. Mas ainda assim eu fico me perguntando do porque eu ser um desses azarados...

Eu retirei um pequena caixa do meu bolso e dela tirei um cigarro e o acendi, eu sentia a fumaça preencher meus pulmões. Eu permanecia meu olhar vazio e exausto fixados na lua.

Minhas olheiras escuras representavam os vários dias que passei sem dormir fazendo o trabalho dos outros, Eu faria de tudo para deitar em uma cama e dormir nesse momento, Mas eu também fui expulso do meu apartamento no final de tudo.

Mas se pensando bem, eu fui ao meu apartamento poucas vezes por conta daqueles merdas, acho que só deitei em uma cama 3 vezes na vida desde a Segunda Desgraça..

"...Como que a lua consegue ser tão bonita em uma noite como essa?"

Eu estava falando comigo mesmo igual um maluco, era normal para mim falar sozinho já que nunca tive nenhum amigo para falar comigo e para conversar sobre o dia a dia ou coisas boas.

O tempo se passava lentamente igual a neve, enquanto vários pensamentos e sentimentos e até mesmo lembranças distantes se passavam pela minha cabeça, sobre tudo que me ocorreu, arrependimento de não ter aproveitado o máximo de tempo que tinha com minha família, Tristeza,Raiva, angústia, cada sentimento e pensamentos passavam pela minha cabeça, Apesar de não demonstrar isso pela minha face vazia e inexpressiva.

Eu pego meu celular e vi já era 23:54,ou seja, daqui a poucos minutos já iria ser Ano Novo, Oque esse próximo ano vai me aguardar? Talvez eu consiga me reerguer igual das outras vezes, ou terei mais derrotas e humilhação...

Eu não sabia oque me aguardava, isso era óbvio, ninguém pode prever o futuro. Oque me resta é encarar isso de frente.

Enquanto eu navegava pelo meu celular eu derrepente me lembrei de uma pasta guardado nele. Ao mesmo tempo que sentia nostalgia em relação à esta pasta, eu também sentia um gosto amargo na minha boca algo que me deixava minha garganta seca.

Eu entro nele e vejo o nome da Pasta: "The Reincarnated Angel Who Became a Superhero", era um arquivo composto por capítulos de uma novel, mas não é uma novel qualquer, era a novel do meu pai.

Antes dele virar álcoolatra, ou melhor, antes da minha mãe sofrer o Tumor cerebral, Meu pai tinha o hábito de ler muitas novels, na verdade ele amava muito, e por conta disso teve uma vez que ele decidiu criar uma novel.

É uma história baseada em dois protagonistas: uma anjo por algum motivo desconhecido acabou "Escorregando" e caindo do céu, e por causa disso ela reencarnou em um mundo de Super-herois e renasceu como um novo ser, uma humana chamada de Megumi.

E o outro era o Homem mais forte do mundo chamado de Takashi. Ele era descendente de um Clã chamado "Tengen" feita por Heróis muito poderosos e famosos e que também era o Clã do primeiro herói a existir.

Ambos eram bem Overpowers na verdade, enquanto um tinha a espada mais forte que existe com ele a outra era um anjo.

Ele nunca teve a oportunidade de publicar essa novel por conta das coisas que ocorreram. Ele somente conseguiu completar 1 capítulo e o resto era Esboços e configurações da Novel dele, algumas que iria usar no futuro e algumas que talvez ele sequer iria usar...

...Eu sinto falta do meu pai...sinto falta de quando eu me brincava de cavalinho com ele e quando ele me contava sobre a história da família...Sinto falta da minha mãe...Sinto falta de quando ela me pegava no colo e me abraçava como se eu fosse um ursinho de pelúcia... Eu sinto tanto...

Meus pensamentos são interrompidos pelo alarme do meu celular. Eu vejo e percebo que já era 12:59, faltando poucos segundos para o Ano Novo. Eu começo a olhar para o céu e o cronômetro começava a contagem final...10...9...8

Eu não ligo nenhum pouco se está iniciando um novo ano, pra mim vai ser a mesma merda de sempre ou até pior...Eu queria estar dormindo na minha cama,Não...Eu queria meus pai de volta

.Eu sei que estou sendo muito repetitivo com isso mas que tipo de filho não sentiria os pais depois de tudo isso? Todo mundo precisa de um apoio emocional...

Tudo que é bom dura pouco...Apesar de tudo que era bom durou muito pouco mesmo...

7...6...5

Eu começo sentir minhas pálpebras começarem a pesar, eu estava muito exausto, tanto fisicamente tanto psicológicamente. Talvez eu não consiga ver os fogos no final de tudo. Eu só estava pensando em uma única coisa, eu queria esquecer os arredores, as pessoas, o mundo. Esquecer tudo isso para que eu possa descansar, mesmo que seja por somente um único segundo.

4...3..

Enquanto a contagem estava terminando, Junto das minhas pálpebras fechando e comigo quase adormecendo,Meu coração também estava batendo mais lento.

2...1!

Os Fogos de Artificios começaram a voar para o céu como se fossem foguetes e preencheram o céu com uma explosão formando uma imagem linda, Pena que eu não pude presenciar aquela cena. Eu estava jogando no banco...Com olhos fechados, com o coração parado... com o meu corpo já sem vida...

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Eu não conseguia ver nada, não conseguia sentir nada, eu não conseguia pensar em nada, era como se eu não existisse, somente o escuro estava presente... até que aos poucos parecia que eu estava recuperando meus sentidos.

Eu comecei me a ter consciência e "sentir" meu corpo,bem, acho que essa também não é a palavra certa, eu não sentia meu corpo, apenas sabia que eu estava ali.

Depois de algum tempo eu conseguia sentir que lentamente meu coração voltava a bater, no começo era imperceptível, mas em longas horas meu coração começava a bater, Muito lentamente, mas batia, meu coração bombeando meu sangue e meu sangue se espalhando pelo meu corpo.

Depois, comecei a recuperar meu "Tato", comecei sentir meu corpo e oque ele tocava, eu estava numa superfície dura, no chão provavelmente, não importava o quanto eu tentasse me mover, meus esforços eram inúteis, meu corpo estava completamente imóvel. Era como se eu estivesse dentro de uma armadura muito pesada e não conseguia me mover de jeito nenhum por conta do peso

E então eu recuperei meu "olfato",Comecei a sentir o cheiro das coisas. Eu estava sentindo o cheiro de concreto, lixo, cigarro, e outras coisas. Talvez eu está em algum beco com numa calçada. Mesmo assim, somente sentido o cheiro não dava pra saber onde eu estava.

Após isso foi minha audição que retornou. Mas não tinha nada de muito importante para se ouvir, somente o barulho da multidão. Pelo menos sei que não estou em um lugar completamente isolado.

Então eu finalmente conseguir abrir meus olhos, minha visão estava esboçada quase não conseguia ver nada, somente consegui ver várias silhuetas seguindo seu caminho e um algumas luzes, provavelmente de estabelecimentos.

Eu começo a demonstrar sinais de mover meu corpo, e com muita dificuldade eu consigo me mover e me levantar.

"Argh...oque aconteceu? Argh!"

Eu não seu porque mas minha cabeça doía muito, como se estivesse facas perfurando meu cérebro ao mesmo tempo. Por causa disso eu tropecei e cai no chão novamente

Eu me levantei novamente, agora minha visão tinha melhorado um pouco, pelo menos o suficiente para reconhecer meu arredores. Eu estava em um beco, ele estava fedendo a cigarro e tinha várias sacolas de lixo separadas por ele. E na minha frente conseguia ver a rua, com estabelecimentos cheios de iluminação e várias pessoas andando pela calçada ao mesmo tempo e vários veículos andando em alta velocidade pela rua

"Como diabos eu vim parar a- Arrgh"

Quanto mais tempo se passava minha cabeça doía ainda mais, minha cabeça estava doendo tanto eu coloquei minha mão na minha cabeça, eu senti algo molhado sobre minha testa.

Quando eu olhei para minha mão eu vi ela molhada com um líquido vermelho, Era sangue.

"Mas que porra aconteceu comigo? Argh...Preciso ir pro hospital, Rápido..."

Andei cambaleando para fora do beco, ao sair eu pare parar respirar e olhar melhor pra tentar me localizar, mas não importava o quanto eu olhava eu não conseguia saber onde eu estava, não me era familiar, era como se eu estivesse em uma outra cidade completamente diferente.

As algumas pessoas que passavam por mim me encaravam e um pouco surpresos por conta da minha da metade da minha cabeça estar suja de sangue, enquanto outros apenas me ignoravam e continuavam seus caminhos

"...Onde caralhos eu me meti?..."

Eu olho para o vidro da loja do outro lado da rua e vejo meu reflexo, mas invés de eu ver meu rosto na qual eu estava acostumado em ver em todos meus 26 anos, eu estava vendo o rosto de uma outra pessoa, um adolescente alto com cabelo escuro, olhos pretos e com uma Cicatriz na bochecha e um ferimento na testa, vestido com um casaco azul, uma blusa branca por baixo e uma gravata vermelha, semelhante à um uniforme escolar.

Ao ver isso, eu estava mais confuso que antes. Eu estava sozinho, perdido, e confuso, parecia que eu estava em um sonho, eu até belisquei minha bochecha ver se eu sentia dor, mesmo que minha cabeça esteja doendo a cada momento, mesmo assim o fiz.

"Ouch....Isso...não faz sentido"

Minha cabeça estava se entupindo com vários tipos de pensamentos enquanto meu coração que estava batendo extremamente rápido estava doendo com tantas emoções guardadas nele.

- YUTA!

Até que uma voz feminina interrompe meus pensamentos. Por causa do grito da voz feminina ela chão a atenção das pessoas ao redor, eu olho para a direção da voz e vejo quem foi que gritou.

Era uma mulher que aparentava ter 36 anos, ela tem cabelos pretos longos enrolados em um rabo de cavalo, ela tinha olhos escuros, semelhante à aparência que vi no meu reflexo ela estava vestida de um suéter branco com gola alta e usando um short jeans, e estava usando um tênis.

Ela estava com suor sobre o rosto, a expressão dela demonstrava alívio e preocupação.

-Yuta...

Com lágrimas nos olhos ela repetia o nome. Apesar desse não ser meu nome, por algum motivo eu sabia que ela estava me chamando. Eu não conhecia essa mulher mas mesmo assim eu ainda sabia quem ela era, minha boca se mexeu sozinha

"Tia Aki..."

Quando eu falei o nome dela eu tinha virado meu rosto para ela, ela viu metade do meu rosto banhada em sangue e um ferimento na minha testa que parecia ter atravessado meu crânio. Ela vê isso horrorizada e coloca suas mãos sobre sua boca enquanto vê a cena diante dela.

Depois de alguns segundos eu começo a sentir minha consciência desabar novamente, provavelmente por conta do sangramento e então eu caio no chão, a última coisa que consegui ouvir foi a mulher que supostamente se chama "Aki" gritando aquele nome novamente.

-YUTA!!