Vazio Ada havia criado um esquadrão chamado Sombras, composto por indivíduos leais e altamente treinados. Cada membro carregava uma espada na cintura, movendo-se como espectros sob o comando absoluto de seu mestre. Enquanto tomava uma sopa caseira preparada por sua avó, Hana Ada, ele observava calmamente o grupo que aguardava suas ordens.
— Como está o Japão? — perguntou Vazio, sem levantar os olhos da tigela.
O comandante Sato Ada, um homem robusto de presença firme, deu um passo à frente e respondeu com clareza:
— Mestre, está tudo sob controle. Tóquio é sua fortaleza. Com o apoio do exército, estamos lidando bem com a invasão. As vítimas foram mínimas. Os civis estão protegidos no subsolo, e nosso time de suporte está garantindo os suprimentos. Em comparação com o restante do mundo, o Japão é o país mais seguro.
Vazio pousou os talheres, permitindo-se um leve sorriso de aprovação.
— Bom trabalho.
Com um gesto quase imperceptível, os membros das Sombras desapareceram como fumaça, deixando apenas o silêncio reconfortante do restaurante. Antes que pudesse retomar sua refeição, o toque de seu celular interrompeu a tranquilidade.
Ao atender, a voz nervosa de Sakamoto Tanaka, o presidente do Japão, ecoou:
— Grande irmão, como vai?
Vazio respondeu de forma fria e direta:
— Vou bem. O que o presidente do Japão quer de mim às oito da noite?
Do outro lado da linha, Sakamoto hesitou antes de explicar:
— A China precisa de ajuda. Nossos parceiros de investimento estão enfrentando ataques severos. Os pesadelos estão invadindo orfanatos, e as crianças estão em perigo.
Vazio franziu a testa, sua expressão endurecendo.
— Problema seu.
Sakamoto insistiu, a voz quase implorando:
— Por favor, Vazio. Não se trata apenas de economia. São vidas inocentes! Esses ataques podem facilmente se espalhar para cá.
Vazio permaneceu em silêncio por alguns instantes, analisando a situação. Finalmente, soltou um suspiro leve.
— Já mando alguém para lá.
Aliviado, Sakamoto tentou suavizar a conversa:
— Obrigado, senhor. Aliás, quer jantar comigo? Tenho uma filha que adoraria conhecê-lo...
Vazio interrompeu, sua voz carregada de sarcasmo:
— Vai dormir, cara. Me oferecendo sua filha? Mas talvez eu pense no assunto... se o seu pai viúvo vier visitar minha avó viúva.
Antes que Sakamoto pudesse responder, Vazio desligou o telefone. Ele se levantou lentamente, chamando pelo nome:
— Aurora.
Imediatamente, um grupo de mulheres apareceu, surgindo como ninjas das sombras, seus movimentos fluidos e graciosos.
— Mestre, estamos aqui — responderam em uníssono.
— Vão ajudar na China. Parece que os orfanatos estão sendo alvo dos pesadelos da raça lobo. Cuidado. Não permito mortes antes de enfrentarmos os monarcas.
— Sim, mestre — responderam, desaparecendo tão rápido quanto haviam surgido.
Hana Ada, que havia acompanhado a cena em silêncio, sorriu com ternura. Em seu coração, ela sabia que, por mais frio que Vazio pudesse parecer, ele carregava o peso do legado de sua filha e uma determinação inabalável.
— Filha, — pensou, com orgulho visível nos olhos. — Seu filho é um grande homem.