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Homem de Olhos Vermelhos Assusta e Trata Mal as Pessoas

Ao meio-dia do dia seguinte, a porta da casa de Leeora balançou. Se o espírito da árvore pudesse emitir um som, estaria gemendo nesse ponto, mas só podia expressar seu descontentamento fazendo o abrigo da árvore tremer, afogando o som irritante com o farfalhar das folhas.

Thud! Thud! Thud!

"Qual garoto insolente é dessa vez?" Leeora disse, franzindo a testa.

Leeora pode ser a Suma Anciã do Clã da Madeira, mas ela age como uma gentil avó da vizinhança, às vezes até compartilhando doces com as crianças, por isso muitos dos elfos mais novos a tratam como tratariam a própria família.

Tinha seus prós e contras, e este era um dos contras.

"Não tenha medo, criança. Nós só temos um convidado," Leeora confortou a garota humana. Querendo ter uma desculpa para fazê-la sair de sua casa, a anciã a convidou para a sua própria casa para ajudar a garota humana a trocar de bandagens.

Leeora olhou para a porta e ela se abriu sozinha, só para ela testemunhar alguém caindo para frente sem forças. Ela reconheceu o elfo pelo seu cabelo prateado.

"Erlos? Oh, o que aconteceu com você?" Leeora deixou a bandagem que tinha nas mãos e foi até o elfo que tinha caído no chão como se não tivesse força para ficar em pé. A garota humana ficou congelada em seu lugar, sem saber o que fazer.

Leeora ajoelhou-se no chão. Sentindo-se preocupada, ela deu leves tapinhas em sua bochecha. O elfo de cabelos prateados gemeu. "Erlos...? Você está bem...?" Ela continuou dando tapinhas no rosto dele para fazê-lo falar com ela.

Ele não abriu os olhos, mas disse, "Anciã, você está machucando minhas bochechas."

A senhora mais velha parou de dar tapinhas em seu rosto e em vez disso deu um tapa em seu braço. "Seu malandro! Você me assustou."

Erlos era um dos elfos que mais odiava a humanidade. Quando seu mestre o teleportou para o Reino da Valor, seu total desprezo por eles fez com que ele terminasse sua tarefa de investigação em apenas meio dia. Começando pela capital de Valor, Erlos passou a noite inteira e a manhã correndo até voltar para o Reino de Agartha.

Seu esgotamento não era apenas mental e físico; seus poderes mágicos também estavam drenados.

Erlos finalmente abriu os olhos e sorriu para Leeora. "É bom que a Anciã esteja preocupada comigo."

"Não há um único momento em que você não me preocupa," ela disse com uma carranca. "Agora levante-se."

"Posso por favor ter um elixir?"

Leeora olhou para o elfo sorridente. "Quantas vezes eu disse a você? Elixires são medicamentos preciosos e difíceis de fazer, não são sucos que você pode beber quando quiser."

"Graças ao nosso rei cruel, não tenho mais energia," ele se queixou enquanto rolava no chão, deitando-se de costas com os braços e pernas esticados. Dava para ver que seu corpo todo estava coberto de poeira, parecendo cansado da viagem. "Ele apenas me deixou lá sem um jeito de voltar. Que homem sem coração!"

A garota humana entendeu sobre quem ele estava falando. Depois de passar dois dias neste reino, ela sabia quem era o Rei—aquele homem assustador de olhos vermelhos.

'Estou feliz por estar longe dele agora. Ele é cruel e trata os outros mal, ao contrário dessa gentil elfa.'

"Se você tem energia para amaldiçoar o Rei, então você deve ter energia suficiente para se levantar e não bloquear minha porta," Leeora disse enquanto se levantava.

Erlos se arrastou em direção a uma cadeira e de algum modo conseguiu se levantar para sentar-se nela. Justamente quando ele estava prestes a reclamar mais uma vez, o jovem elfo viu a garota de olhos verdes olhando para ele.

Por algum motivo, Erlos não achou essa garota humana repugnante. Pelo contrário, ele a achou uma criatura bastante estranha e interessante.

Ele deu uma risada. "O que você está fazendo aqui, humana? Não olhe para mim assim. Normalmente eu sou bonito e arrumado, sabia? Isso é tudo culpa sua que estou assim—ai, minhas costas! Anciã, deixe-me emprestar sua cama!" Sem esperar pela resposta de Leeora, ele foi direto para a cama dela e deitou-se lá. "Ah, tão macia..."

Leeora olhou para a garota humana com um sorriso de desculpas. "Ignore-o."

A humana não reagiu, pois ficou em silêncio, mas não pôde evitar de dar uma espiada uma vez mais no jovem elfo.

Leeora foi até Erlos e ofereceu-lhe um frasco de elixir. "Tome isso, e depois, coma sua comida."

Vendo aquele elixir precioso, Erlos deu uma risada feliz e imediatamente pegou-o de Leeora. "Eu sabia! Não estava errado em dizer que você é a que mais se importa comigo, Anciã."

"Oh, seu garoto astuto. Use sua boca doce para beber o elixir e depois coma um pouco do pão que eu acabei de assar," Leeora disse enquanto sinalizava para ele olhar a comida fresca na mesa. "Depois, você pode me contar o que aconteceu com você."

"Isso eu posso te contar agora, Anciã"

Erlos estava pronto para falar, mas Leeora o interrompeu. "Estou ocupada com esta criança no momento." Ela não desejava que Erlos dissesse nada na frente da garota humana e a fizesse ciente de que estavam investigando-a. "Além do mais, você está fedendo e deixando minha casa com um cheiro desagradável. Deveria ir para casa e se limpar primeiro."

Erlos cheirou-se após beber o frasco de elixir. "Eca! Estou fedendo como aquelas criaturas nojentas." Sem dizer mais uma palavra, ele imediatamente desapareceu da casa de Leeora.

A garota humana pôde vê-lo correndo à velocidade do vento. Isso deveria ter sido impossível, pois apenas seres sobrenaturais deveriam ser capazes de acompanhar o movimento de Erlos e a visão humana nunca pegaria nem mesmo sua sombra.

'Ele é tão rápido,' ela pensou com admiração.

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