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Capítulo 27

General Jahangir Azimi POV:

Todo o preparo para guerra acontece em meio a forte agitação e ansiedade para todos, tanto no palácio quanto para os guerreiros.

Tempo de guerra sempre exige espera e aflição para as mulheres, enquanto para os homens demanda garra, sangue, suor e muitas vezes a sua própria vida. É o cruel campo de batalha e dor, onde sua essência se esvai antes mesmo que seu corpo se deteriore.

Um soldado não pode escolhido e forjado apenas com treinamento e armas, porque verdadeiros guerreiros nascem não apenas de anseios, mas do ímpeto do seu destino, da retidão de seu caráter, do seu destemor, da sua força e suas convicções. 

Forjados estamos na dor, no ardor e na fúria que nos consome para empunhar nossas espadas embebidas em nossas esperanças, suor e lágrimas, lançando-as contra nossos inimigos e tingindo-as e banhando-nos com o sangue de nossos oponentes no campo de batalha, cingindo-nos com a vitória e ouvindo o lamento da derrota. 

Uma convocação aos aposentos do Imperador me tira das reflexões, sigo depressa para atender seu chamado e descubro que na verdade ele deseja dar uma lição à Princesa Shahnaz, mesmo que não assuma abertamente, mesmo assim deseja que eu faça a sua proteção durante toda a guerra, o que deixa ambos aliviados. Saio assim que tenho sua permissão.

Retorno à área de treinamento e observo os comandantes à minha volta, lhes dou as instruções e convoco Shahnaz para lhe apresentar sua tropa.

Ela chega desconfiada e fica confusa quando eu lhe apresento aos demais como comandante e seguimos para a sexta tropa e a ponho como líder sobre ela. 

Conversamos rapidamente, mas não sobre tudo o que precisamos dizer um ao outro, afinal o casamento é irrelevante nesse momento. 

Cuido de todos os preparativos por toda a noite, são muitos detalhes e afazeres, existem diversos itens a serem checados e levam tempo. 

De repente vejo Marjan Baran diante de mim, mas a ignoro e sigo com os meus deveres, digo apenas a um soldado que a mande embora porque tenho muito o que fazer. 

No final da noite, sigo para a minha alcova e descanso, os dias serão bem intensos a partir de amanhã.

 

Princesa Shahnaz POV:

Admiro mais uma vez o céu estrelado e a exuberante lua, então volto ao meu leito e me entrego ao sono, mesmo ansiosa pelo dia de amanhã.

Desperto antes de amanhecer, minhas damas vêm à minha alcova, preparam meu banho e não demoro, visto a minha armadura e elas me ajudam um pouco sem jeito, afinal só sabem arrumar vestidos e laços, colocar joias, ajustar véus e manipular itens delicados. 

Assim que estou pronta, sigo para o salão do banquete, encontro com todos chocados ao me ver vestida como guerreira, menos o general e o Imperador, é claro.

— Que brincadeira de mau gosto é essa? Vá agora mesmo tirar essa armadura, Princesa Shahnaz, você sabe que o lugar de uma mulher não é na guerra! – a grande esposa real diz, visivelmente alterada.

— Shahnaz irá para a guerra ao meu lado. – o Imperador diz e todos se surpreendem mais uma vez, mas se calam imediatamente, se acomodando em seguida.

Desfrutamos de uma rápida refeição, então somos convocados para a sala do trono, em uma rápida audiência, o Imperador passa a regência do império para as mãos do Sirdar Kansbar, mas deve sempre consultar o Mir Babak para todas as decisões finais, bem como o apoio do conselho dos nobres da corte, caso necessário. Toda a segurança do forte e da família estará sob os cuidados de Sirdar Asha, com apoio de Behrooz e Ksathra, assim poderemos partir em paz, sabendo que tudo estará bem cuidado e protegido. 

Volto aos meus aposentos, Zena pega o cinturão e me entrega, mas nenhuma das damas é capaz de pegar as armas por achar pesadas, então eu mesma pego e guardo. 

É chegado o momento de ir para o lado externo do palácio, tudo está pronto para partirmos. 

Passo adiante de toda a comitiva que espera adiante do portal de entrada e me despeço rapidamente deles, Bibiana e Etty me dão abraços bem fortes e me desejam sorte, felicidade e que eu regresse com vida e vitória, Madge e Gatha me abraçam e choram, Sirdares Asha e Kansbar fazem carinho em meu rosto e desejam que a guerra me seja favorável e tenha sucesso, Behrooz e Ksathra sorriem e apertam minha mão, desejam sucesso e vitória, assim como cada um dos nobres. 

Discretamente abraço Mojgan e minha mãe do coração chora, dizendo que teme me ver tão longe de seus olhos, mas que sabe que sua menina guerreira nasceu para voar e conquistar, então que seja vitoriosa e volte com vida, beijo sua linda face e agradeço.

Ashtad também me deseja felicidade e vitória, mas é muito mais tímido, mesmo assim o abraço, deixando-o envergonhado e feliz. 

Mirza beija a minha face e segura as minhas mãos, desejando sorte, sucesso e vitória. 

Sacerdote Hormuzd me abençoa e me entrega um amuleto. 

Apenas a grande esposa real insiste em resistir a me dizer qualquer coisa, está furiosa, de qualquer maneira beijo sua mão direita pedindo sua benção e me retiro. 

Cumprimento todos os líderes e sigo para a minha tropa e me posiciono à sua frente, como uma comandante deve fazer. 

 

O Narrador: 

Tudo está pronto para a partida, os animais estão encilhados e posicionados, todas as carroças abastecidas e preparadas com tudo o que é necessário, os servos em suas posições, guerreiros à postos, comandantes à frente de suas tropas, o general diante de do exército e todos aguardando que o Imperador dê o comando para prosseguirem com a marcha rumo ao Egito.

Então o Imperador se despede de todos, monta em seu cavalo, passa por todo o exército e com um sinal ordena que todos o sigam, levantando uma imensa nuvem de poeira atrás deles. 

Por sete dias cavalgam por diversas províncias da Pérsia, rumo ao Egito, parando a cada dia para descansar brevemente e fazer refeições, o tempo urge e estão cada vez mais ávidos por sua conquista que deverá chegar em breve.

Vão angariando não apenas mantimentos, mas também reforços no número de homens do exército, esforços conseguidos através das alianças mantidas durantes os bailes e festivais promovidos no forte. 

 

General Jahangir Azimi POV:

Desperto antes do amanhecer, vou ao quarto de banho, me arrumo com a armadura e sigo para o salão do banquete, vejo que todos estão impressionados com a presença de Shahnaz na guerra, em especial a grande esposa real, que está bem aborrecida, mas com a fala do Imperador todos silenciam e desfrutam do banquete quase em silêncio.

Assim que terminamos, somos convocados à sala do trono para algumas instruções de última hora, então todos são dispensados.

Retorno à minha alcova, pego o cinturão e o posiciono, pego o helmet e levo comigo, sigo até meu cavalo que está diante de todo o exército, checo se tudo está pronto e vejo todas as carroças e servos, de longe avisto os animais e guerreiros, tudo parece em ordem, aguardamos apenas o Imperador dar o sinal para a partida. 

Vemos quando ele cavalga adiante de todos, coloco meu helmet, monto em meu cavalo e faço sinal para que todos marchem, agora começa a nossa jornada em busca da vitória sobre o Egito.

Marchamos por um dia e descansamos por algumas horas, os servos fazem a refeição e distribuem, montamos a tenda apenas para o Imperador, porque Shahnaz faz questão de dormir com sua tropa e eu fico ao seu lado, mal conversamos na primeira noite porque ela está exausta. 

Seguimos por mais um dia inteiro e descansamos por algumas horas e outra província, desta vez angariamos alimentos e reforço no exército, graças a uma aliança que o grande Shahanshah tem com o Sirdar da Satrapia, quando a noite está alta, deitamos com nossas cabeças sobre pedras e olhamos as estrelas.

— Sentia falta disso aqui? – pergunto.

— Confesso que sim. – Shahnaz olha para o céu e diz.

— Você algum dia vai me perdoar? – olho em sua direção e pergunto.

— Você me fez algum mal? – ela pergunta.

— Sobre o casamento. – digo.

— Você se casará? – ela pergunta e seus olhos estão curiosos.

— Estou prometido a quem? – pergunto sinceramente.

— Diante dessas estrelas e a lua...? – ela pergunta e aponta para o céu.

— Pertenço a apenas uma pessoa. – digo com firmeza.

— E suas palavras de amor? – Shahnaz pergunta.

— Meus juramentos são eternos. – afirmo.

— Diga-me o que faremos. – ela pede.

— Dir-te-ei que hei de encontrar um meio, mas não perderei o seu amor e o nosso compromisso. – digo com firmeza, sorrimos um para o outro e a vejo adormecer em seguida.

Sinto-me aliviado com a nossa breve conversa, minha Shahnaz é muito intensa e decidida, não se deixa abater por situações que qualquer pessoa estaria desesperada, isso me faz admirá-la cada vez mais.

 

 

Princesa Shahnaz POV:

Estar por meses fora da guerra realmente nos torna mais fracos e frágeis, sinto-me como se nunca houvesse dormido sob as estrelas antes, apenas nas suaves penas e peles macias do palácio, mas basta um dia para me acostumar com toda a rotina novamente. 

São longos sete dias passados grande parte do tempo sobre os animais, quase não vejo o Imperador porque opto por estar a maior parte do tempo com a minha tropa e sob a constante vigilância do general, com quem converso apenas no segundo dia e vamos direto ao assunto que tanto nos incomoda, mas ao contrário do que eu esperava, o diálogo flui de uma maneira leve e se encerra com uma firme promessa do meu Jahangir. 

No decorrer dessa semana vejo o desespero e o temor dos servos, mas permanecem quietos diante dos guerreiros, mostram o que sentem apenas diante de mim, de certo porque acham que vou compreendê-los, afinal sou mulher e tão diferente deles. Pergunto qual é o maior medo e revelam que o terror é que sejam atacados e mortos enquanto estivermos em combate, que não estejam verdadeiramente a salvo no acampamento. E de certa maneira, eles têm razão. 

Na oitava noite chegamos ao Egito, o general ordena que montemos acampamento e soldados e servos montam as tendas principais rapidamente, já que ouvimos dizer que o exército inimigo avança em nossa direção, então o Imperador convoca Jahangir e os comandantes para a tenda de reuniões. 

 

General Jahangir Azimi POV:

Dou a ordem para que todas as tropas recolham tudo e sigam a marcha, cavalgamos por mais um dia inteiro e então paramos para mais um descanso e alimentação, todos estão ansiosos e temos que lidar com isso. Essa rotina segue por mais quatro dias, cavalgando durante o dia e parando por algumas horas a noite, nos achegando a alguma Satrapia, angariando homens para o exército e alimentos, assim enfim chegamos ao Egito na oitava noite. 

Montamos as tendas do Imperador, as dos feridos e de reuniões, então o grande Shahanshah manda nos chamar para discutirmos as estratégias de ataque.

— Devemos seguir com a estratégia de ataque comum, uma tropa seguindo a leste, uma a oeste, duas a diante e duas após. – comandante Cy diz.

— Onde está o mapa? – Shahnaz pergunta e eu ponho sobre a mesa.

— Veja, temos mar a leste e oeste, portanto não há como atacar, só temos como ir adiante e então nos espalhar, sendo válida a recomendação do comandante Cy. – Shahnaz diz.

— Está sugerindo que após o ataque inicial as tropas se dirijam para leste, oeste e duas adiante? – comandante Jaspe diz.

— Sim. E que outras duas tropas fiquem mais afastadas, de uma forma estratégica, para que possam avançar ao comando do general. – Shahnaz diz.

— Essa estratégia pode ser uma loucura. – comandante Gazsi diz.

— Mas pode dar certo, como foi da última vez. – comandante Dareh diz.

— Podemos deixar apenas uma tropa afastada, o que acham? – comandante Simim pergunta.

— Acho uma excelente estratégia de avanço. – digo.

— Vamos seguir a estratégia da comandante Shahnaz. – o Imperador diz e começa a explicar como vamos avançar sobre o inimigo, primeiro deseja que os arqueiros estejam à frente, em seguida todos os guerreiros vão avançar sobre os inimigos em blocos, terei que nomear um arqueiro eficiente para tentar acertar a área vulnerável do rei, enquanto isso, eu mesmo terei que tentar me aproximar dele, de certo levando a Princesa comigo. 

— Avante pela gloriosa Pérsia! – todos dizem e a reunião é encerrada.

Voltamos ao acampamento e preparamos nossos guerreiros para o ataque que será em breve, todos estão com suas armaduras, escudos e armamentos, prontos e na expectativa para o confronto, todos os comandantes à frente de suas tropas, estou ao lado de Shahnaz, sua tropa será a que está diante de todas, adiante de nós apenas os arqueiros com suas aljavas, que ao comando do Imperador acabam de lançar milhares de flechas em direção ao inimigo atingindo-os e fazendo com que façam o mesmo.

— Protejam-se! – grito e muitos de nós usamos nossos escudos, mas alguns são atingidos e morrem. 

Então muitos correm e nós cavalgamos em direção ao inimigo e iniciamos o confronto sangrento, espada contra espada, tilintando e zunindo no ar, espirrando sangue para todos os lados, espalhando corpos e seus pedaços pelo chão, se tornando um mar sanguinolento sob seus pés. 

 

 

Princesa Shahnaz POV:

Com a estratégia definida, temos tempo apenas de reunir e organizar as tropas, a minha está adiante de todas, o Imperador e os nobres estão um pouco mais distantes em uma área mais protegida, enquanto eu estou na linha de frente com o general, adiante de nós apenas os arqueiros, temos tempo apenas de olhar para os céus e fazer uma breve prece em voz alta pedindo para Ahura-Mazda que nos dê força para resistir, garra para lutar, bravura para vencer. 

— Estarei sempre ao seu lado. – o general Jahangir sussurra para mim. 

— Venceremos juntos, meu general. – digo. 

Vemos os arqueiros ajustando suas aljavas, pegam as flechas e lançam ao comando do Imperador, ao mesmo tempo nossos inimigos contra-atacam da mesma maneira, fazendo com que o general grite para que todos se protejam, mesmo assim muitos perecem. 

Vejo quatro flechas atingirem meu escudo e outras cinco o do general, avançamos sem piedade contra os nossos inimigos e matamos todos os que encontramos pelo caminho, lembro de cortar braços, pescoços e punhos, sem sequer olhar para trás. 

Muito tempo depois desmonto do meu cavalo, ao mesmo tempo que o general do dele, começamos o confronto com nossos inimigos mais de perto, lutando contra eles usando nossos corpos como armas, além dos punhais, espadas e lanças, assim permanecemos por incontáveis horas, vendo o amanhecer, o entardecer e anoitecer, o embate perdura e é a cada momento mais sangrento e violento, ao longo dos dias vemos muitos dos nossos soldados morrendo e sendo feridos, vamos tentando resgatá-los e pedir para que sejam levados, enquanto vemos as tropas do leste e oeste se juntando a nós. 

— Comandante Shahnaz, é hora de avançar. – general diz. 

Devemos seguir em direção ao rei, precisamos ganhar espaço entre seus nobres, avançando e dando um local para os arqueiros irem trabalhando, chamamos um grupo de soldados e vamos enfrentando os inimigos, enquanto protegemos o grupo que tenta flechar a área vulnerável do monarca do Egito. 

Vejo o general ordenar que as outras duas tropas que estão na retaguarda se juntem a nós e seus comandantes avançam sobre os inimigos, enquanto continuamos o confronto e estamos cada vez mais próximos do rei e de seus protetores. 

Estranhamente vejo Ahriman se aproximando de nós no exato momento em que o general está em um embate com três guerreiros egípcios, meu irmão bastardo segura uma lança, enquanto Jahangir com dificuldade vence de uma só vez os três inimigos, vejo Ahriman jogar a lança na direção do general e apenas dou um grito e sem pensar em mais nada, apenas pulo na frente e sinto uma dor muito forte no peito, então tudo escurece.

 

General Jahangir Azimi POV:

Estou lutando arduamente com três egípcios, vencendo-os com grande dificuldade, quando ouço um grito de Shahnaz me alertando de algo, é uma lança que está vindo em minha direção, mas minha amada decide pular diante dela para salvar a minha vida!

Me deixando completamente desesperado e desamparado!

Shahnaz é atingida no peito e está desacordada, olho em volta e vejo Ahriman, que acusa os egípcios pela MORTE da irmã, me recuso a acreditar em suas palavras e com ela em meus braços, recruto soldados para a nossa proteção e a levo para a tenda dos feridos, exijo que a atendam como prioridade.

Sigo até o Imperador para avisá-lo do acontecimento com Shahnaz.

— Majestade, lhe trago más notícias. – digo.

— Estamos perdendo a guerra, general? – o Imperador pergunta.

— Não, é sobre a Princesa. – digo.

— Me diga depressa, minha filha está ferida? – Shahanshah pergunta e logo vejo Ahriman ao seu lado.

— Sim, Majestade. Foi morta após ser atingida por uma lança, eu mesmo vi quando um nobre egípcio a atingiu. – Ahriman diz, sem me dar a chance. 

— Onde está a Princesa Shahnaz? – o Imperador questiona desesperado.

— Na verdade ela está viva, mas seu estado é grave, Majestade. Sendo cuidada na tenda dos feridos. – digo e tenho a impressão de ver decepção nos olhos de Ahriman.

— Eu vou lá agora mesmo. – o Imperador diz e eu preparo os soldados para sua proteção.

— Eu vou acabar com essa guerra. – digo, pronto para me vingar por Shahnaz, que por um amor abnegado e sem pensar em mais nada entrega sua vida por mim. 

Retorno para a batalha e vou enfrentando os nobres egípcios, mando as tropas avançarem ainda mais e matamos mais e mais inimigos, com dificuldade e as custas de um ferimento no braço, consigo me infiltrar entre os protetores do rei e os mato, junto com meus soldados, fazendo com que o monarca seja subjugado e levado diante do grande Shahanshah para sua sentença, a decapitação diante de todo o exército persa e egípcio. 

Todos se rendem a uma ruidosa comemoração com as espadas empunhadas e embebidas em sangue inimigo, enquanto o olhar do Imperador está tão inquieto e perdido quanto o meu.

Avançamos com as tropas sobre o Egito para exercer a posse e o domínio, invadimos todo o território, recolhemos o espólio, daquela que passa a ser uma província Persa a partir desse momento, então o Imperador segue para o palácio e se instala, manda trazerem a Princesa e encontrarem o principal curandeiro da região para tratar dela, querem que tudo seja feito por sua saúde, que está cada vez pior, todos dizem que ela não sobreviverá a essa noite.

Shahnaz, por favor não me abandone! 

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