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Identidade Roubada

"Me conte."

"Eu… havia um viajante que passou pela minha fazenda," a vendedora começou a dizer. "Ele nos ajudou a fabricar alguns dos brinquedos mais intricados em troca da lã de nossas ovelhas. Quando ele soube do meu problema, ofereceu-me algumas de suas pedras." Ela fez uma pausa, hesitante. "Ele disse que as encontrou à beira do oceano, quando a maré estava baixa."

Atticus cerrou o punho. Ótimo.

Alguém tinha infiltrado seu reino, possivelmente usando seus próprios cidadãos indefesos para contrabandear pedras preciosas para o seu país. Esta vendedora simplesmente teria criado os brinquedos, e depois os contrabandistas comprariam os brinquedos desta mulher, que não sabia o que estava acontecendo.

Não aparecem gemas com as marés, mas como seus cidadãos saberiam? A maioria deles nunca tinha visto o oceano. Vramid estava cercado por um inverno interminável e o que parecia ser uma fileira infinita de árvores. Seria um milagre encontrar água corrente em um riacho ou rio.

E se um dos homens de Atticus descobrisse esse esquema, a cabeça deste vendedor inocente teria rolado. Seu reino não apoia a mineração ilegal de gemas.

"Estou indo para a prisão?" a mulher perguntou suavemente, percebendo a expressão assassina no rosto de Atticus. Provavelmente, esse homem era um policial ou mesmo um soldado. Ele iria levá-la ao rei! A simples ideia fez lágrimas se formarem em seus olhos.

"Não, claro que não", disse Daphne, segurando suas mãos. "Você não tinha ideia."

"Eu não sabia", a mulher repetiu, prestes a chorar. "Realmente não sabia. Você tem que acreditar em mim!"

"As pedrinhas dentro deste brinquedo," disse Atticus, mudando de assunto. "Quais eram as cores? Você se lembra?"

"Eu..." A boca da vendedora abriu e fechou sem saber o que dizer. "Não, senhor. É difícil saber, já que as pedras eram geralmente mistas. Há uma variedade de cores em cada brinquedo."

"Quanto custa?" Atticus perguntou. "Para o brinquedo, quero dizer. Comprarei todos que você tiver à mão."

"Por favor, leve-os de graça, se isso significa que você não irá me denunciar ao rei!" A vendedora pegou o resto de seu estoque, extraindo uma dúzia de brinquedos parecidos.

"Que bobagem." Com um estalar de língua, Atticus pegou sua bolsa, tirando algumas moedas de ouro. "Você está administrando um negócio, afinal de contas, e tem uma família para cuidar. Não há razão para denunciá-la se você estiver ajudando sem saber." Colocando oito moedas de ouro nas mãos da vendedora, continuou: "Isso será suficiente?"

Os olhos da mulher se arregalaram ao ver as brilhantes moedas de ouro que agora repousavam no centro de sua palma. Ela nunca tinha segurado tanto dinheiro antes! Isso poderia alimentar sua família durante um ano inteiro, se ela administrasse com sabedoria.

"É mais do que suficiente!" ela exclamou. "Obrigada, senhor, obrigada. Obrigada por me poupar."

"Em troca," disse Atticus, "precisarei que você faça algo por mim."

O coração de vendedora afundou. Ela sabia que não seria fácil desvincular seu nome da magia uma vez que eles foram relacionados.

No entanto, ela ainda corajosamente disse: "O que é? Se for algo que eu possa fazer, definitivamente ajudarei em troca da generosidade de vocês."

"Se o mesmo homem se aproximar de você novamente, me avise," instruiu Atticus. Pegando o pedaço de papel e a pena atrás do balcão, ele anotou um endereço. "Envie suas cartas para este local e nome. Pode ser melhor para você ter alguém de confiança para ir em seu lugar."

A vendedora olhou para o endereço escrito no pergaminho, seus olhos ficaram arregalados como pratos.

"I-Isto…" ela gaguejou. Seu palpite estava certo. Este homem era mesmo alguém com quem ela não deveria se meter. "Claro, Sir Jonah. Se eu descobrir alguma informação nova, eu o informarei imediatamente."

Eles se despediram da mulher frenética, e em suas mãos estavam sacolas cheias de seus brinquedos. Para qualquer frequentador casual do festival, pareciam um casal comum que exagerou nas compras para o recém-nascido, que era como Atticus queria que fosse.

"Sir Jonah sabe que você está roubando a identidade dele?" Daphne perguntou silenciosamente depois de afastados da vendedora.

Atticus deu de ombros. "O que ele não sabe não o mata."

Daphne queria tirar os brinquedos um por um para ver se podia inspirar uma reação parecida, só para ter certeza de que não estava alucinando a situação inteira. No começo, ela ainda queria dar uma olhada em muitas outras barracas, mas a descoberta de que ela poderia ter habilidades mágicas afastou todos os outros pensamentos de sua mente.

'Por favor, que seja verdade.' Ela implorava desesperadamente em seu coração. Se fosse apenas uma coincidência, seria completamente devastador.

Atticus estava surpreendentemente silencioso. Ela lançou um olhar cuidadoso, não gostando do sombrio em seus olhos. Ele foi tão barulhento durante a viagem que ela desejava que ele ficasse quieto, mas agora que ele não dizia uma palavra, a atmosfera estava ficando desconfortável.

"Você quer voltar para o castelo?" Daphne perguntou, insegura, sua voz mal acima de um murmúrio.

"Hmm?" Atticus virou-se para olhar para ela como se tivesse saído de um transe. "Oh, não, claro que não, raio de sol. Nós acabamos de começar."

"Você parece muito...," Daphne hesitou, "fora de si. Você não precisa lidar com o que acabou de acontecer?"

"Claro que sim," respondeu Atticus. "Mas não é tão urgente que eu tenha que sacrificar o tempo com minha nova esposa." Seu sorriso maroto de sempre voltou ao seu rosto. "A menos que, claro, minha amada esteja com pressa para voltar para podermos continuar nosso tempo de qualidade no quarto?"

Daphne fez uma careta. Ela deveria ter imaginado que não precisava se preocupar com um idiota como esse. Atticus era um adulto totalmente crescido, muito mais um rei. Ele poderia cuidar de si mesmo muito bem.

"Retiro o que disse." Ela fez uma careta, cruzando os braços sobre o peito. "Se eu finalmente estou aqui, posso muito bem aproveitar ao máximo o tempo. Talvez toda essa caminhada até possa te cansar."

"Eu conheço outra coisa que poderia nos cansar a ambos", Atticus insinuou rapidamente, mexendo as sobrancelhas. "E seria uma atividade que ambos desfrutaríamos. Diga-me, minha querida esposa, vamos ter uma dúzia de filhos para fazer pleno uso dos brinquedos que acabamos de comprar?"

Imediatamente, o rosto de Daphne ficou vermelho com suas palavras. Ela fez uma careta para ele, com as sobrancelhas franzidas e os lábios apertados em uma linha reta. Se apenas seu pequeno desfile de magia não tivesse sido um acaso. Ela gostaria muito de queimar esse homem até seus ossos nus.

"Sobre o meu cadáver!"

"Eu não sou exatamente fã de necrofilia, mas farei uma exceção para você," comentou Atticus, fingindo estar pensativo. "Mas devo dizer que você tem uma variedade incrível de interesses na cama. Primeiro estrangulamento, agora necrofilia..."

A audácia deste homem!

Daphne gritou entre as mãos. Ela queria bater nele tão forte que seu corpo estava praticamente fumegando com necessidade reprimida. Tinha que haver algo que ela pudesse usar… algo em mãos...

"Isso é bastante desagradável, especialmente para uma princesa, não acha?" Atticus continuou, adorando como sua esposa estava ficando vermelha. Ela tinha respirações profundas e ávidas e se agachou, como se de repente perdesse a força nas pernas.

"Raio de sol?" Perguntou Atticus cautelosamente, agora um pouco preocupado. Sua esposa descobriu acidentalmente que podia ter mágica latente, quem sabe que efeito isso pode ter em seu corpo? Havia poucos estudos nessa área.

"Você está bem? Nós precisamos ir—"

Ele foi recebido por uma bola de neve no rosto.

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