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Determinado (2)

"O que aconteceu?" Mario perguntou ao ver que ela estava meio atordoada.

"Nada. Só pensando na vida," Alessandra pegou a comida e a jarra dele. Ela não queria mantê-lo fora por mais tempo. "Faltam três horas e finalmente haverá paz."

"Alessandra, vai melhorar em breve. Os rumores, a maneira como você vive, o relacionamento que você tem com seu pai. Tudo vai melhorar um dia," Mario a tranquilizou.

"Você está tentando me dar aquela história do arco-íris no fim do-"

"Não, não, não," Mario a impediu de repetir a frase ridícula que ele odiava. "Quando foi a última vez que você viu um arco-íris em Lockwood? Pelo tempo que passei nesta cidade, nunca vi um. Vamos dizer que haverá felicidade quando chegar o próximo carregamento de rum."

"Mario," Alessandra balançou a cabeça. Havia uma grande probabilidade de Mario já estar bebendo, mesmo estando trabalhando. Sempre que mencionava rum, ele já havia bebido um pouco.

"O quê? Isso me deixa feliz. O que você acha que está me fazendo aguentar o trabalho que temos hoje à noite? Eu não desperdiçaria rum naqueles convidados. Eles preferem o vinho mesmo. Eu coloquei algo bom pra você," ele deu um tapinha na jarra que agora estava em sua mão. "Você vai desfrutar a noite com isso."

"Eu não fico bêbada facilmente." Foi graças a Mario lhe dando bebidas e seus momentos juntos bebendo que ela percebeu que tinha alta tolerância para tais bebidas.

"Apenas aproveite. Você não precisa estar bêbada para aproveitar. Te vejo amanhã. Tudo bem?" Ele voltou para dentro sem esperar para ouvir mais nada que ela tinha a dizer. Ele já estava com problemas por sair da cozinha por tanto tempo na primeira vez.

"Tudo bem," ela respondeu.

Alessandra olhou para a comida e a bebida antes de dar uma última olhada na porta da cozinha. "Hora de voltar", ela caminhou silenciosamente de volta na direção de onde veio.

A conversa com Mario serviu para alegrar seu humor e dar-lhe a confiança extra de que precisava para acreditar que seu encontro com o duque amanhã daria certo. Ela ia se casar e morar longe de sua família.

"Todos eles são tão rudes. Por que não pegam suas próprias bebidas? Apenas peguem suas próprias bebidas se não gostam do jeito que eu as seguro."

Alessandra ouviu atentamente uma empregada andando em sua direção, criticando os convidados. A empregada devia estar tão irritada que olhava para trás para mostrar o dedo do meio em vez de prestar atenção no caminho. "Você não deveria ser tão alta", ela alertou a jovem.

"A-Alessandra?" A empregada ofegou, dando passos para trás com medo. Ela sentiu que ia morrer quando olhou para a máscara preta que cobria a maior parte do rosto de Alessandra. "P-Por favor, não me machuque."

"Machucar você?" Alessandra olhou para suas mãos. A menos que ela fosse começar uma guerra de comida, não tinha como machucar ninguém. Quando todos começariam a pensar logicamente em vez de acreditar em boatos?

"E-Eu só estou fazendo meu trabalho. Não me mate," a empregada cobriu os olhos com as mãos enquanto seu corpo tremia de medo. Se tivesse ido para o outro lado, não teria encontrado Alessandra.

A empregada temia que apenas ver a parte do rosto de Alessandra que não estava coberta por uma máscara fosse o suficiente para matá-la.

Indiferente, Alessandra continuou andando em direção ao seu quarto. Ela estava tentando ajudar a empregada dizendo para ela abaixar a voz quando falava sobre os convidados.

Alessandra acreditava de todo o coração que Katrina tinha algum tipo de mágica para ouvir quando alguém estava falando mal dos convidados à distância. Não foi uma ou duas vezes que ela pegou alguém falando mal dela ou de seus amigos de longe. Alessandra tinha uma teoria de que a mulher não era deste mundo.

"Talvez ela tenha caído do céu," ela ponderou sobre sua teoria. Era possível.

Alessandra passou pela área onde havia encontrado Edgar e foi para uma porta no lado oposto da casa, longe da cozinha. Isso a levou a um espaço cheio de materiais de jardinagem e, no interior, havia outra porta que a levava para um corredor vazio.

Seu pai não gostava que os convidados andassem pela casa além de onde tinha marcado a festa para evitar fofocas sobre a menor coisa.

Alessandra pulou e girou agora que a música estava mais alta. Tudo o que faltava era um vestido elegante e seu par. "Eles estão tocando músicas melhores agora."

À esquerda de onde estava a festa ficava o quarto de Alessandra. O corredor para o quarto dela estava um pouco escuro, pois o fogo nas lanternas estava apagando e ninguém havia verificado. No entanto, isso não incomodou Alessandra, pois ela colocou a jarra no chão para ter uma mão livre para abrir a porta do seu quarto.

"Miau", ela foi recebida por um som suave no interior.

"Gatinho," Alessandra olhou para baixo para o gatinho laranja que encontrou. "Eu disse para você não ir até a porta. Se outra pessoa visse você, levaria você embora. Você deseja sair do meu lado?"

Alessandra usou o pé direito para empurrar suavemente o gatinho de volta para seu quarto quando ele tentou sair. Seu pai, infelizmente, era amante apenas de cachorros e não permitia um gato na casa. "É mais seguro aqui e eu trouxe comida para nós."

"Por que parece que você começou a entender o que a palavra comida significa?" Ela perguntou enquanto o gatinho ficava parado olhando para ela à espera de sua comida. "Aqui. Aproveite um pedaço de carne," ela colocou no chão.

Com o gatinho distraído e a porta fechada, Alessandra foi até sua mesa para que ela também pudesse comer algo antes que seu estômago fizesse uma aparição triunfal.

Colocou o prato e a jarra na mesa primeiro e depois se sentou. Sozinha no quarto com o gatinho, Alessandra tirou a máscara para se libertar. Não havia ninguém ali para falar do que seu rosto parecia e nenhum espelho no quarto para ela ver o próprio rosto.

Deixou a máscara de lado e, enquanto ouvia a música suave que entrava em seu quarto, Alessandra comeu em silêncio, esperando o dia terminar em breve para que pudesse falar com Edgar o quanto antes.

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