Leon
A forma como a Duda estava querendo me dispensar chegava até a ser cômica. Ela ainda não me conhecia bem o suficiente para saber que eu, Leon Vitorino, nunca desisto do que quero, e como eu quero essa menina!
Quando chegamos a tal clínica que a Vanessa comentou, coloco a minha rainha sentada na cadeira e dou uma última olhada nela, que está me olhando feio. Deu vontade de pegá-la no colo novamente e beijá-la até ficarmos sem ar, para ver se desmanchava a sua linda carranca.
Faço o pagamento da consulta, enquanto a Vanessa vai pegar a bolsa da Duda com a sua documentação. Sou levado com a minha rainha para dentro do consultório, e não demora muito a Duda está sendo examinada pelo médico.
Duas coisas que me chamaram atenção: a Duda não queria deixar o médico examiná-la, ficou até mesmo pálida, como se tivesse fobia de médico.
Outra coisa era que o médico a estava olhando de uma forma nem um pouco profissional, e isso não gostei de maneira alguma. Quando ele vai tocá-la, não aguento e falo:
— Algum problema aí, doutor? — vejo que as mãos dele estão indo para perto dos seios dela.
— Nenhum, só estou examinando.
— Então usa um estetoscópio em vez de suas mãos, por favor! — peço, querendo pegar esse médico pelo colarinho.
— Ah, sim, é claro! — ele se desculpa, envergonhado.
O médico coloca o aparelho de pressão no braço dela, e fico observando como se fosse um gavião protegendo o que é seu. Dava para perceber que esse médico tinha ficado interessado na minha rainha, e isso eu não vou permitir.
— E aí, doutor, como estou? — minha rainha pergunta.
— Muito bem!
Eu fico aliviado.
— Ótimo!
— Eu não te falei? — ela diz, brava, e dou de ombros.
— E eu já disse que eu cuido do que é meu! — falo, deixando bem claro que a minha rainha é minha. O médico olha para mim e percebe que aquilo é para ele.
— Bom, a senhora está bem. Foi uma simples queda de pressão.
— Obrigada, doutor — ela agradece. Eu me levanto e a ajudo a se levantar. Saímos da sala do babaca e, assim que chegamos à porta de entrada, avistamos a Vanessa, que nos olha e diz:
— Algum problema?
— Leon achando que é o meu dono — ela comenta, ainda me fuzilando.
— E você acha que não sou? — provoco-a, amando ver o fogo em seus olhos.
— Pelo amor de Deus, vocês vão ficar brigando aqui?
— Eu não estou fazendo nada! — me defendo.
— Vane, você tinha que ver o Leon falando com o médico, bem estúpido.
— Estúpido o cara! Estava querendo tocar em seus peitos — volto a me defender. A mulher é minha e ninguém toca no que é meu.
— Meu Deus, fala sério isso! — ela diz, brava, e sai na minha frente toda furiosa, e eu louco para ir atrás dela. Mas a Vanessa me segura:
— Nem pense!
— O quê?! Eu não fiz nada de errado.
— Leon, tenta controlar essa sua possessão aí!
— Eu não consigo!
— Você tem que conseguir!
— Vanessa, o que você está me escondendo?
— Isso não é um assunto meu que posso me abrir com você.
— Vanessa, a Duda está bem de saúde, não? — fico preocupado.
— Sim, ela está bem.
— Você sabe que eu estou gostando da sua irmã!
— Sei disso. E ela também, só que não quer dar o braço a torcer.
— O que eu devo fazer, então? — pergunto, quando conseguimos alcançar a minha rainha na sorveteria.
— Ter paciência — ela diz, como se isso fosse fácil.
— Vou tentar.
— Obrigada.
Assim que chegamos lá, a minha rainha estava tomando um sorvete, e sua expressão de prazer fez o meu pau entrar em modo ativo.
— Droga… — gemo, vendo-a passar a língua entre os lábios, fazendo-me ficar bem duro.
— Algum problema, Senhor Vitorino? — Duda pergunta, provocante. Ah, que vontade de dizer que sim, meu problema é você, mulher! Você não tem ideia do que está fazendo comigo.
— Nenhum problema — por dentro, estou grunhindo, morrendo de inveja da sua língua.
— Que bom! Vocês não vão querer nada?
— Eu estou vendo — responde a Vanessa. Seu celular toca e ela pede licença para atender, deixando nós dois sozinhos.
— Então, é bom?
— O quê?
— Esse sorvete.
— Sim, muito bom, você deveria pedir.
— Ah, então eu vou querer!
— Só ir ali no caixa e fazer o pagamento.
— Você não entendeu, né?
— Depende do que você está querendo que eu entenda.
Eu gosto das suas respostas rápidas.
— Eu quero experimentar o seu! — pisco o olho, e não é que ela fica vermelha? Eu amo vê-la corada.
— Não!
— Por que não?
— Porque no meu sorvete ninguém toca, ele é só meu! — ela repete a minha frase, com algumas alterações.
— Engraçado você dizer isso.
— O que é engraçado?
— O que é seu é meu! E, como eu já disse, você é minha! — vejo o sorvete escorrendo pela sua boca e passo o meu dedo nela, sentindo o toque macio dos seus lábios, e levo aos meus e comento: — Sorvete e Duda, uma delícia essa mistura.
Ela me olha como se estivesse chocada com o que eu disse, e logo seu rosto fica mais vermelho ao entender.
— Você é babaca, grosseiro — ela mostra a língua.
— Você é linda! — respondo ao seu "elogio", tomo coragem e pergunto: — Será que a sua boca é tão gostosa quanto a dona dela? — minha voz sai rouca.
— Meu Deus, homem! — ela exclama, sem graça e ainda vermelha.
— O quê? É errado eu dizer isso? — provoco-a.
— Sim! — ela se remexe na cadeira e desvia os olhos dos meus.
— Ah, minha linda rainha, logo você vai ver que tudo que eu falo e faço para você é verdadeiro.
— E eu já disse que eu não quero você!
— E eu ouvi o que disse, só que eu não sou um homem de desistir.
— E o que vai fazer?
— Isso, minha rainha, você vai descobrir, e logo! — respondo, abrindo um belo sorriso de vitória. Seu olhar é de puro espanto, e acho que ela nunca foi conquistada. Pego em sua mão e faço um carinho com o polegar. — E eu sou o homem que vai fazer você ver como o amor é maravilhoso.
— Como você pode achar que está apaixonado por mim? — ela tenta puxar a sua mão de volta, mas não deixo.
— E você, como pode achar que não está apaixonada por mim? — minha pergunta a deixa espantada.
— Eu não sei o que é amor! — ela confessa, e seu semblante mostra tristeza.
— Eu também não sei, Duda! Só sei que o que eu sinto por você vai além de uma atração sexual.
— Eu não posso amar nenhum homem, Leon!
— Então o único homem por quem você vai se apaixonar loucamente sou eu! — brinco.
— Meu Deus, você é louco? — ela ri, e amo sua risada. Sim, eu estava louco por ela.