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Capítulo seis

Ele vem para cima de mim, eu tento fugir, mas não consigo ele é mais forte que eu. Eu lhe dou um chute que não teve resultado, e ele revidou com um soco que me derrubou no chão.

" Não!" grito, sobre lágrimas de desespero. Minhas roupas estão rasgadas. Seu ritmo aumentou rapidamente e seus impactos foram como uma tempestade violenta. Suas mãos seguravam minha cintura e minhas unhas cravaram em suas costas. Eu luto para aceitar a dor.

Cada colisão violenta fazia meu coração bater como se estivesse saindo de meu peito pela dor. Seus movimentos eram violentos e poderosos, não deixando espaço para nada.

Minha mente desabou completamente sob onda após onda de impacto, caindo no abismo sem fim, espalhando-se por todo o chão como vidro quebrado.

O abismo parecia tão frio como pedra no gelo e não tão quente quanto o fogo, como se eu tivesse passado por mais do que

— PARE! — Sento na cama suando frio. Respirando rápido e cansada. Foi um pesadelo, um terrível pesadelo, mas parecia tão real, ainda sinto o cheiro daquele perfume que me dá asco. Era pra eu sonhar, sonhar com aquele homem. Não ter um pesadelo terrível. Levanto da cama e vou até o banheiro, lavo o rosto, seco e decido ir à cozinha beber água. Passo pelo quarto do meu irmão, abro a porta e me aproximo. 

Deixo um beijo em sua cabeça e ele dorme tranquilo com um sorriso no rosto. Pelo menos alguém está sonhando com algo bom.

Deixo outro beijo, ele se remexe vira de lado mas não acorda.

Abro a porta da geladeira pegando a garrafa de água, pego um copo limpo no escorredor de louça e encho o copo com água, o pesadelo ainda me assombrando. 

— Credo, preferia sonhar com  o homem misterioso. — digo dando um sorriso com os lábios no copo bebendo um gole, recordando do que realmente aconteceu e não do pesadelo.

Quando paro, alguém entra, os passos se aproximando e me viro.

 — Francisco?!

— Te assustei? — ele puxa uma cadeira e senta.

Realmente ele me assustou. Depois do sonho terrível que eu tive.

— Você está bem? — A voz do homem era profunda, com um tom de satisfação  por eu estar daquele jeito.

— Estaria melhor 

— Sei que não tenho ajudado muito, mas estou tentando parar Cris, eu juro.

— Não me chame de Cris, meu nome é Cristal, só meu pai me chamava de Cris. E Francisco não é só tentar e fazer. Tem que parar ou melhor porque não some das nossas vidas. 

Não ouvimos mais nenhum som saindo das nossas bocas.

Momento depois, Francisco se levantou, vestiu um casaco que tirava da cadeira e, sem olhar para mim, saiu da cozinha rumo ao quintal.

— As coisas vão mudar, e vai ser bom para todos! — Ele diz, parei para ouvir mas não olhei para ele.

Vou para o quarto e me deito de novo puxando o cobertor até o pescoço e vejo a luz se acender lá fora, uma fresta de luz entrando pela janela entreaberta.

Tampei minha cabeça com o travesseiro com raiva pensando. O que aquele doido do Franscisco tá fazendo? 

Tôc,tac,tôc

Desperto com minha mãe batendo forte na porta e logo me gritando.

— Cristal, Cristal?! 

— Que foi mãe?

Ela abre a porta de supetão eu havia esquecido de trancar.

— O que você fez? — ela foi até mim e me sacode. — Ele foi embora! O que você disse para ele?

 A segurando sentando na cama a paro de fazer me balançar.

— Do que você está falando? Quem foi embora?

— Francisco. 

— Ah, ele deve estar por aí, logo ele volta.

Ela começa a chorar de soluçar, passando a mão pelo rosto.

 — Ele me deixou uma carta dizendo que ia embora.

Enrugo a testa desacreditada, aquele sanguessuga. Duvido. 

— Mãe — repouso a mão em seu ombro. — ele vai voltar, ele não vive sem você. 

Ela me olha me culpando e levanta da cama.

— Isso é culpa sua! — e sai do meu quarto batendo a porta.

— Ótimo! Me culpa mesmo pela merda de homem que tem.

Grito de volta.

Escutei meu irmão chorar e saio da cama, mas quando chego perto o suficiente do quarto dele minha mãe já estava lá fazendo minha caveira.

Tenho que sair de casa e não suporto ficar mais aqui.

Logo que consegui falar com meu irmão e lhe ajudar dar um banho, fiz ele se divertir jogando videogame comigo depois do almoço, distrai a cabecinha dele e a minha de queda.

Minha mãe ainda continuava com a cara amarrada me culpando. Então resolvi ir mais cedo para o serviço, precisava ter uma conversa séria com Elza.

Tomo banho me visto e vou para o ponto pegar ônibus, não posso ter o luxo de andar sempre de carro de aplicativo.

Com os fones de ouvido, vou escutando música até o clube, o sol ainda estava no céu, daí pude reparar melhor no clube pelo lado de fora. Uma construção antiga. Mas não é tão feia assim, antiquada e bem precisa de uns reparos. 

— Cristal — um dos guardas me cumprimenta. — Chegou mais cedo hoje. 

— Elza chega que horas? — pergunto tirando os fones de ouvido e desligando o celular.

— Ela mora aqui! — Eu arregalei os olhos, por essa eu não esperava.

— O quarto dela fica por ali, pode ir.

Ele aponta-me um corredor do lado de fora do clube entre um muro. Eu agradeço e vou.

Vejo a porta e uma pequena janela entreaberta ao lado. Eu dou uma espiada antes de pensar em bater e vejo Elza fazendo carinho na cabeça de uma mulher deitada em uma das camas.

— Marcela, você tem que contar para ele.

Ela é a Marcela. Acho que não deveria ter escutado essa conversa tão particular. Contar, seria a Sérgio? O que ele teria que saber?