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5 — O Desprezo Dele

Numerosos soldados blindados percorriam os grandes portões de ferro em seus cavalos, observando as ruas.

Estava cheia de homens, mulheres e crianças – todos presentes, esperando seus entes queridos, que participaram da guerra, retornar apesar do deslumbrante sol brilhando sobre eles, emitindo calor extremo.

Eles vibravam pelo Príncipe Lucian, o capitão da Legião dos Cavaleiros Reais, pela prosperidade do reino e pelo rei.

Entre a multidão, alguns soldados se reuniam às suas famílias que se alegravam com seu retorno, enquanto os corpos de outros eram entregues às suas famílias que lamentavam sua perda.

No meio dos homens a cavalo, um jovem de cabelos escuros e blindagem olhava para a multidão sem expressão.

"Sua Alteza! Devemos ir para o palácio", Glain se juntou ao homem de cabelos escuros, montando seu cavalo.

O Príncipe Lucian concordou, sem dizer uma palavra, e cavalgou em direção ao palácio, seguido por seus subalternos.

Apesar de terem a oportunidade de encontrar suas famílias primeiro, eles precisavam relatar ao rei sobre a situação antes que pudessem voltar para suas famílias.

Lucian desceu de seu cavalo escuro assim que a tropa chegou ao palácio.

Os cavaleiros atrás seguiram seu exemplo.

"Vamos", disse o príncipe, caminhando em direção ao palácio principal onde o rei ordenou que fossem assim que chegassem.

Embora a guerra tivesse terminado uma semana atrás, pediram-lhes para permanecer no campo de batalha por mais alguns dias caso o reino inimigo, Eldoria, atacasse novamente.

Como isso não aconteceu, o rei ordenou que as tropas recuassem para o reino.

O castelo principal, nomeado após o primeiro rei de Selvarys, Solariano Von Gwydor, foi construído em uma vasta área verde.

Possuía três grandes torres cinzentas atrás do edifício do terceiro andar. Duas grandes lagoas foram construídas em frente a ele, onde inúmeras pequenas flores foram plantadas ao redor da borda da lagoa e uma estrada foi construída entre elas, proporcionando espaço para que todos alcançassem o edifício.

Assim que os cavaleiros se posicionaram ao lado da entrada do pátio, um guarda anunciou sua chegada ao rei.

Como o pedido para ter uma audiência foi aprovado — apenas os líderes de cada unidade foram permitidos a entrar, Lucian e os homens selecionados adentraram a sala do tribunal.

Era um espaço amplo, com assentos ao redor do centro. No meio, o trono do rei foi colocado, onde um homem de meia-idade estava sentado, com as pernas cruzadas. Ele olhava para baixo, para o grupo de homens que lutavam guerras por seu reino de seu trono.

Os homens blindados se ajoelharam ao chão, como os cavaleiros eram ensinados a cumprimentar e se curvar ao rei.

"Saudações, Majestade", disseram em uníssono.

"Levantem", ordenou o Rei Valeriano. "Como vai tudo?" ele demandou, seus olhos esmeralda pousando no Príncipe Lucian.

"Tudo bem, Sua Majestade", ele respondeu. "A guerra chegou ao fim, então nós podemos—"

O som de estalo da língua do rei fez Lucian parar. Ele olhou para o rei, perguntando-se se havia dito algo errado.

"A guerra pode recomeçar a qualquer momento."

A afirmação do rei fez toda a legião de cavaleiros sentir arrepios percorrendo suas espinhas. O horror do campo de batalha não era algo que eles podiam testemunhar novamente.

"A menos que", o rei examinou atentamente o semblante escuro do soldado clarear.

"A menos que?.." Lucian repetiu, esperando ansiosamente o Rei Valeriano continuar sua frase.

"Você", Valeriano apontou para o Príncipe Lucian. "Case com a princesa de Eldoria. Princesa Cynthia, a irmã do Rei Alistair."

Lucian cerrava o punho, sua mandíbula apertada. O que o rei estava pedindo que ele fizesse? Casar com a irmã do inimigo — a princesa do reino pelo qual ele perdeu seus amigos na batalha e o país contra o qual lutou por anos — perdendo metade de seus subordinados.

Ele não poderia possivelmente viver sob o mesmo teto com uma mulher da nação que ele detestava.

No momento em que Lucian abriu os lábios para expressar seu desacordo ao rei, Valeriano continuou.

"Não podemos ter outra guerra. Perdemos homens suficientes nos últimos anos. Não podemos nos dar ao luxo de perder mais nenhum, estou certo, Príncipe Lucian?" o olhar esmeralda do Rei se fixou na cor esmeralda dos olhos do príncipe.

"C-Certo. Como desejar, Sua Alteza", Lucian curvou-se, incapaz de recusar. Ele havia se rendido ao homem a quem ocasionalmente tinha a chance de chamar de "pai".

Ele nunca teve o poder de se opor ao rei.

Nem no passado, nem no presente.

Uma escolha para seu casamento — ele nunca teve nenhuma para começar.

"Você pode se retirar. Eu o informarei quando o casamento será realizado", disse Valeriano, acenando com a mão displicentemente para os cavaleiros.

Os soldados curvaram-se novamente antes de sair do salão.

"O que o rei está pensando? Pedindo que você se case com a princesa do reino inimigo!" Dylan se contorceu.

A ideia de ter que se casar com uma mulher de um país rival o abalou.

"Fale direito!" um homem de cabelo vermelho bateu na cabeça do homem de cabelo louro.

"Isso dói, velho!"

"Sua Alteza!" Dylan gritou, notando que o príncipe não estava reagindo à sua usual disputa com Adrian, que ele sempre interrompia, garantindo que se refreassem de tal comportamento infantil.

Lucian virou-se para olhar para trás, apenas para encontrar seus subordinados olhando para ele com olhos suplicantes.

Ele ergueu uma sobrancelha, perplexo com suas expressões.

"O que é?" Ele exigiu.

"Você não vai realmente se casar com aquela princesa, certo?.." Dylan perguntou com um sorriso torto no rosto.

Lucian suspirou, sem responder à pergunta.

Ele não tinha certeza se realmente esperava se casar com ela ou se o rei estava apenas usando-o como parte de um esquema para enganar o reino inimigo e encontrar uma maneira melhor de arruiná-los.

Artimanhas não eram trabalho difícil para o rei.

O conflito entre os reinos começou quando o território não reivindicado entre Eldoria e Selvarys se tornou salpicado com pedras mágicas.

Ambos os reinos cobiçaram a região, ansiosos para possuir as pedras vermelhas que eram raras, mas necessárias para que os magos não se exaurissem durante feitiços fortes em batalhas.

No entanto, tal poder não poderia ser vencido sem sacrifício — guerra.

Embora os países adicionais cobiçassem essas rochas mágicas, eles possuíam pouco conhecimento sobre elas — suas vantagens, limitações e perigos.

Portanto, mantiveram distância de tal objeto intrigante, porém perigoso, que causou uma guerra entre dois grandes reinos.

"No que você está pensando, Comandante?" Uma mulher de cabelos vermelhos fez seu caminho através da multidão de soldados.

"Nada, Fiona", Lucian respondeu sem olhar para a jovem mulher que estava ao seu lado.

"Todos vocês estão dispensados. Discutiremos o resto mais tarde", ele ordenou a seus subalternos. "Você também, Fiona."

Embora relutante, a dama de cabelos vermelhos obedeceu.

Assim que todos saíram, Lucian suspirou. Apenas sua sombra escura permanecia no espaço outrora lotado.

Ele saltou no cavalo e galopou para fora do castelo sem pensar, deixando seu cavalo guiá-lo na esperança além da esperança de que tudo isso fosse apenas um mau sonho.

O olhar de Lucian caiu sobre a espada presa à sua cintura e ele parou seu cavalo.

"Espera! Isso é..!"

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