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O PARAÍSO DO INFERNO - PARTE 4

Sterling ficou parado na entrada do quarto e olhou para as costas de Faye. Ele percebeu que a discussão deles havia terminado e que não havia mais sentido em continuar jogando jogos. Ela parecia determinada a evitá-lo e não queria mais discussões. Ele percebeu, pela linguagem corporal dela, que a troca acalorada de palavras havia chegado ao fim.

Faye ouviu sua voz monótona sumir à medida que ele saía do quarto.

"Há alguns assuntos importantes que requerem minha atenção. Você deveria descansar por um tempo."

Ela ouviu o barulho surdo da porta do quarto se fechando. Em seguida, o som das botas de Sterling pisando forte pelo corredor, fazendo os assoalhos de madeira rangerem enquanto ele descia as escadas. Ela exalou suavemente aliviada por ele ter deixado o quarto. Faye presumiu que ele estava indo encontrar um lugar para descansar, junto com suas tropas.

——

Já havia passado algum tempo desde que Sterling deixou o quarto. Faye estava deitada silenciosamente na cama, tentando se recuperar de seu infortúnio anterior. Seus pensamentos estavam confusos. O dia havia sido miserável e o sol logo nasceria. Ela se sentia esgotada por doença, falta de comida e descanso adequado por causa da febre. Faye rolou na cama, deitando-se de costas e colocando o antebraço sobre a cabeça, olhando para os caibros da velha fazenda.

Ela fechou os olhos enquanto seus pensamentos corriam selvagens quando pensava em maneiras de escapar de Sterling. O inferno de Cressa congelaria antes que ela tivesse um filho com este bárbaro Cretano. Se ela pudesse apenas colocar as mãos naquele contrato e queimá-lo até virar cinzas, alimentaria Sterling com ela em seu ensopado e assistiria ele se engasgar até a morte com as cinzas.

Um sorriso sinistro surgiu nos lábios de Faye ao pensar nisso.

Sua atenção foi subitamente atraída por um ruído fraco de batidas na porta do quarto. Faye ouviu o rangido das dobradiças enquanto a porta era empurrada, ficando entreaberta. Ela notou Helena, a viúva, sorrindo docemente enquanto estava na entrada.

"Minha Senhora? Posso entrar?"

Ela esperou pacientemente que Faye a convidasse para o quarto.

Com um aceno educado, Faye acolheu a mulher no quarto. "Sim, senhora," disse ela, gesticulando com um aceno de mão para Helena entrar.

Era estranho ter alguém se dirigindo a ela de forma tão formal e usando um tratamento nobre para se referir a ela. Durante todo o seu tempo em Wintershold, ela nunca havia recebido qualquer respeito. Até os cães de caça eram tratados com mais carinho do que ela.

Helena carregava uma bandeja de cozinha com ensopado quente, pão fresco e uma xícara de chá quente.

Ela percebeu que a mulher mais velha falava com ela da maneira que um pai preocupado falaria com uma criança. Esta mulher a fazia sentir-se à vontade. "Estou feliz em ver que você está acordada. A cor no seu rosto está muito melhorada. Como está sua perna?"

Faye viu que a bandeja estava pesada. Ela rapidamente sentou-se na cama e se apoiou em alguns travesseiros. A mulher mais velha colocou a bandeja em seu colo.

Helena cuidou dela como uma mãe. "Agora apresse-se, coma isso enquanto ainda está quente. Tive que esconder dos homens. Eles eram um bando faminto."

Os olhos de Faye pousaram sobre uma colher de prata brilhante descansando em um prato de porcelana delicado ao lado de uma tigela borbulhante de ensopado de vegetais. Enquanto ela pegava a colher, o tilintar de metal contra a cerâmica preenchia o quarto silencioso. O aroma do caldo de carne quente misturado com o cheiro de ervas frescas fez sua boca salivar.

Ela mergulhou o utensílio no ensopado fumegante. O calor irradiava do vapor. Aqueceu seus pequenos dedos. Faye ansiosamente recolhia colherada após colherada da sopa saborosa, os pedaços tenros de vegetais e carne tenra explodiam de sabor em sua boca. A mulher mais velha assistiu em silêncio atônito enquanto Faye devorava a tigela de comida com fome desenfreada. Embora não fosse surpresa, considerando o quão desnutrida Faye parecia.

Helena suspeitava que a jovem senhora vinha sofrendo miseravelmente sob o teto do Barão há algum tempo.

Ela observou enquanto Faye colocava o guardanapo na bandeja ao lado da tigela vazia, e perguntou,

"Gostaria de mais alguma coisa para comer?"

Faye respondeu educadamente à doce senhora idosa, "Não, Senhora," enquanto balançava a cabeça. Estou satisfeita. As bochechas de Faye coraram como se estivesse envergonhada, como se pedir por mais seria um pecado.

Helena riu ao ver o rosto corado de Faye.

"Nossa, você é tão engraçada. Um minuto você está como um animal louco latindo, cuspindo palavras acaloradas para o Duque e no próximo está tímida demais para admitir que ainda está com fome. Bem, se você mudar de ideia. Tenho mais comida na cozinha. Há mais alguma coisa que gostaria?"

Faye balançou a cabeça, evitando contato visual com Helena.

"Não, apenas algum descanso."

"Certo, então, termine seu chá. Eu coloquei a poção de cura nele desta vez para que não tivesse um gosto tão amargo."

Faye pegou a xícara de chá, cujo conteúdo estava morno, e rapidamente engoliu o líquido restante. Quando ela chegou às últimas gotas, havia um gosto ligeiramente desagradável, mas nada horrível como da última vez.

"Obrigada pela refeição e por preparar a poção no chá. Ficou muito melhor assim."

Helena sorriu para a boa educação de Faye enquanto pegava a bandeja e se virava para sair. Ela sabia que essa jovem faria uma Duquesa encantadora, se o Duque parasse de ser tão cruel com ela e desse a Faye uma chance. Enquanto se preparava para sair e dar à garota uma oportunidade de descansar, uma pequena mão disparou e agarrou seu pulso envelhecido.

"Espere, você pode ficar um pouco?"

Havia uma expressão perplexa no rosto de Helena com o pedido da garota. Ela abaixou devagar a bandeja de pratos vazios para o criado-mudo e puxou uma cadeira, sentando-se de frente para Faye na cama.

Ela podia ver que havia algo incomodando Faye. Sua testa estava franzida e os lábios apertados enquanto ela se concentrava no que queria falar.

"Eu- Eu tenho—Humm..." Ela não completou sua frase. O rosto de Faye estava agora brilhando em um vermelho vivo. O que ela tinha a perguntar era urgente, mas ela simplesmente não sabia como expressar.

"Qual é o problema? Pode falar comigo. Se estiver preocupada, direi ao Duque, então não se preocupe com isso. Prometo não falar uma palavra sobre o que é discutido aqui."

Faye engoliu com apreensão, finalmente corajosa o suficiente para fazer sua pergunta. Ela se inclinou mais perto de Helena e cobriu a boca com a mão como se estivesse sussurrando um segredo.

"Estou curiosa. O que acontece em uma noite de núpcias?"

O rosto de Helena ficou rosa brilhante com a pergunta de Faye e ela riu.

"É uma noite especial de celebração e romance. Quando um casal casado mostra afeição um pelo outro. Alguém já discutiu com você os deveres de uma esposa nobre no quarto?"

Os olhos de Faye nervosamente percorriam o quarto.

"Tenho medo que não?"

Helena estendeu a mão e deu um tapinha reconfortante na mão da garota.

"Hmm... Bem, vou tentar explicar o melhor que puder."

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