Capítulo 14 - A Jornada dos Sonhos Perdidos

*O início de um novo dia... Às 7 e 37 da manhã:*

O sol mal tinha despontado no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, quando o grupo se reuniu uma última vez no pátio do castelo. A névoa matinal ainda pairava sobre o Reino de Lior, criando uma atmosfera calma, quase melancólica. Durin, olhou para seus companheiros com uma expressão que misturava tristeza e determinação.

- Durin: "Sentirei saudades de todos vocês, mas não preciso de proteção. Estamos em boas mãos aqui, e vocês têm uma missão a cumprir."

- Gronnak: "Mal nos juntamos e já estão se separando. O que significa isso para nosso futuro?"

- Midoki: "Relaxem, pessoal. Tudo acontece como deve ser. Nossa missão está além de nossos desejos imediatos. Confie no destino." - Sempre sereno, disse com um sorriso.

Com essas palavras, Midoki virou-se e, ao lado de Throk, partiu do reino. As portas do castelo se fecharam lentamente atrás deles, marcando o início de uma nova jornada.

*Na floresta, horas depois...*

Enquanto caminhavam em direção à Floresta Sussurrante dos Sonhos Perdidos, Throk mantinha um silêncio pesado. Midoki, sempre perceptivo, notou a expressão tensa do amigo.

- Midoki: "Throk, percebi que está furioso. O que aconteceu? Algo o incomoda?"

- Throk (pensando em Durin): "Não gosto de estar separado do grupo. Precisamos ficar juntos por segurança... e por amizade. Durin.... Gronnak... somos mais fortes juntos."

- Midoki (pensando em Elyra): "Acho que eu te entendo, Throk."

A conversa cessou, e o silêncio voltou a reinar enquanto adentravam a Floresta Sussurrante dos Sonhos Perdidos, um lugar onde a magia espiritual parecia entrelaçar-se com a natureza. As árvores eram imensas, seus troncos tão largos que parecia impossível ver o topo. A luz do sol mal penetrava o dossel, criando uma penumbra constante que fazia o ar parecer denso, quase palpável.

Logo, as pequenas criaturas que habitavam a floresta começaram a aparecer. Os Silvinos, uma das tribos da raça Diminutos, observavam os intrusos com olhos brilhantes. Suas peles eram brancas e suas roupas eram na cor de um verde vibrante, e seus corpos eram cobertos por uma fina camada de folhas e musgo, fazendo-os parecer parte da própria floresta.

Midoki, conhecedor das lendas, sabia bem quem eram os Silvinos. Eles eram guardiões da floresta, mestres na manipulação dos elementos de Luz, Vento e Terra, e profundamente conectados ao espírito da natureza. Mas algo estava errado.

- Midoki: "Espere... algo não está certo."

Do meio da vegetação, surgiu uma figura distorcida. Um Silvino, mas não como os outros. Sua pele, outrora verde e vibrante, estava agora cinzenta e retorcida, seus olhos antes brilhantes, agora opacos e vazios. A corrupção havia tomado conta dele.

Midoki, sem hesitar, ativou seu Shinrei da Eminência. Incorporando a Segunda Lei, que tratava da energia, Lei Potencialismo - Energia, ele canalizou todo o poder espiritual que possuía. O ar ao redor deles pareceu vibrar com a tensão enquanto Midoki focava toda a sua concentração em absorver e neutralizar a corrupção que afligia o Silvino.

O processo foi lento e doloroso. Midoki sentiu a resistência da corrupção, uma força que parecia se agarrar desesperadamente à alma do pequeno ser. Mas, com um último esforço, ele conseguiu. A escuridão foi dissipada, e o Silvino caiu de joelhos, exausto, mas livre.

*Na aldeia dos Silvinos...*

Após a purificação, os Silvinos conduziram Midoki e Throk até sua aldeia, um lugar escondido nas profundezas da floresta, onde a natureza parecia mais viva do que em qualquer outro lugar. As casas eram pequenas estruturas orgânicas, feitas de galhos e folhas, quase invisíveis entre as árvores. A aldeia emanava uma aura de paz e harmonia.

- Eldarin, o líder dos Silvinos: "Vocês nos trouxeram uma grande dádiva ao purificar nosso irmão. Nós, Silvinos, devemos nossa gratidão. Por favor, aceitem nossa hospitalidade."

No Salão dos Espíritos, uma câmara natural feita de raízes entrelaçadas e iluminada por globos de luz espiritual, os Silvinos compartilharam seu conhecimento com Midoki e Throk. Eldarin falou sobre a ameaça crescente do submundo, a corrupção (devido ao uso do fragmento do Chaos) que começava a se espalhar pela floresta, e a antiga profecia que falava sobre guerreiros do mundo superior que viriam para ajudar a restaurar o equilíbrio.

Durante a reunião, Throk sentiu algo estranho, uma ressonância distante. Um eco do poder solar que ele conhecia bem. Era como se o próprio sol estivesse chamando por ele. Intrigado, ele perguntou aos Silvinos sobre isso.

Eldarin confirmou que, nas profundezas da Floresta dos Sonhos Perdidos, havia outro ser com uma afinidade incomum pelo Sol. Os Silvinos se ofereceram para guiar os heróis até esse ser, acreditando que ele poderia ser um aliado crucial em suas futuras batalhas.

Eldarin, o líder dos Silvinos, guiava o grupo com passos firmes e uma expressão grave.

Ele vira-se para Throk:

- Eldarin: "A voz que você ouviu, guerreiro, está ligada a algo antigo e poderoso. Poucos conseguem senti-la, mas você tem uma conexão especial com a força oculta desta floresta."

Throk estreita os olhos, sentindo a tensão crescente no ar.

- Throk: "E o que isso significa?" - Ele pergunta, sua voz ressoando na quietude da floresta.

Eldarin não responde imediatamente. Ele apenas faz um gesto para Throk seguir adiante. Os outros Silvinos observam com curiosidade, mantendo-se em uma distância respeitosa, como se soubessem que algo importante estava prestes a acontecer.

Eles chegam a uma clareira cercada por árvores que parecem brilhar com uma leve tonalidade esmeralda. No centro, um antigo círculo de pedras ergue-se do solo, com runas brilhando em um verde intenso. A sensação de poder era palpável, como se a própria terra estivesse viva ali.

- Eldarin: "Este é o local de onde a voz ecoou." - Explicou. - "Apenas aqueles destinados a grandes feitos podem receber sua bênção."

Throk, com uma mistura de ceticismo e curiosidade, dá um passo à frente e entra no círculo. No momento em que seus pés tocam o centro, uma luz verde começa a emergir do chão, subindo por suas pernas e envolvendo seu corpo como uma aura luminosa.

Midoki observa atentamente, com seus sentidos aguçados detectando uma energia antiga e primordial.

Subitamente, a luz verde que parece formar um símbolo que representa uma árvore concentra-se em um único ponto e entra no corpo de Throk, fundindo-se com ele. Por um breve instante, Throk fecha os olhos, sentindo um calor intenso percorrer cada fibra de seu ser. Seus músculos contraem-se, e ele cai de joelhos, segurando o chão com força.

Mas então... nada. A luz desaparece tão rapidamente quanto apareceu, e a clareira retorna ao seu estado sereno. Throk levanta-se, respirando fundo, seus olhos brilhando com determinação renovada.

- Throk: "Sinto... algo." - Diz ele, com uma voz profunda. - "É como se eu tivesse uma força enorme latente dentro de mim, mas ela ainda não despertou por completo."

Midoki inclina a cabeça, analisando seu companheiro.

- Midoki: "Agora, assim como eu, você carrega mais de um poder que você não compreende ainda." - Diz sorrindo.

Eldarin dá um leve sorriso, satisfeito.

- Eldarin: "A luz que você recebeu é a Bênção dos Antigos (???). Ela aumenta sua força interior, mas apenas será revelada quando o momento certo chegar. Até lá, você sentirá seu poder crescer."

Com uma última troca de olhares, os Silvinos guiam Midoki e Throk de volta à aldeia, onde Aelion, aguardava. A floresta estava em paz novamente, mas Throk agora sentia que algo mais estava em jogo. Ele sentia o peso da responsabilidade, mas também o poder que poderia moldar o futuro de suas batalhas.

Após se prepararem para a próxima etapa de sua jornada, Midoki e Throk foram surpreendidos por Aelion, o silvino que havia sido corrompido. Ele, agora purificado e grato, pediu para se juntar a eles em sua missão.

- Aelion: "Vocês me salvaram de um destino terrível. Deixe-me retribuir. Como guardião da natureza, quero lutar ao seu lado."

Throk avançou rapidamente, suas mãos brilhando com a energia do Sol, que ele havia absorvido anteriormente. Ele desferiu um soco poderoso em direção a Aelion, mas, para sua surpresa, o Silvino conseguiu desviar, usando o vento para aumentar sua velocidade. Aelion então lançou uma rajada de energia terrestre contra Throk, que se chocou com o soco do titã híbrido (orc e humano), criando uma onda de choque que sacudiu as árvores ao redor.

A batalha continuou por mais alguns momentos, com Aelion demonstrando sua habilidade de controlar os elementos e sua determinação inabalável. Mesmo com a força esmagadora de Throk e a pressão espiritual de Midoki, ele não desistiu, adaptando-se a cada movimento de seus oponentes e utilizando a natureza ao seu favor.

Finalmente, Midoki ergueu a mão, sinalizando o fim do combate. Throk parou imediatamente, seu olhar agora cheio de respeito por Aelion.

- Midoki: "Basta. Você provou seu valor, Aelion. Sua conexão com a natureza é impressionante, e sua determinação ainda mais."

- Throk: "Você é mais forte do que eu esperava, Silvino. Será uma honra ter você ao nosso lado."

- Aelion: "Obrigado, Midoki, Throk. Não os decepcionarei." - Ofegante, mas com um sorriso no rosto, curvou-se respeitosamente.

- Midoki: "A partir de agora, você é um dos 13 Cavaleiros Templários." - Diz isso estendendo a mão para Aelion.

Midoki e Throk, reconhecendo a profecia dita pelo Rei Canvos, aceitaram Aelion como o mais novo membro dos 13 Cavaleiros Templários. Juntos, deixaram a Floresta Sussurrante dos Sonhos Perdidos, com a determinação renovada e o coração aquecido pela força da amizade e da gratidão.

O destino dos heróis estava intrinsecamente ligado ao futuro do mundo, e cada passo que davam os aproximava do confronto final com as forças que ameaçavam destruir tudo o que era sagrado.