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ELE QUERIA VER ELA PRIMEIRO

"Hã?" Alvorada piscou os olhos confusa. Ela ouviu errado? Ele estava sendo sarcástico com ela?

 

Ela nem mesmo havia contado a ele o que elas fizeram ainda, mas ele pulou para o extremo e sugeriu matar aquelas pessoas primeiro? Até Samambaia gritou chocada.

 

"Alfa!" Samambaia exclamou com força. Ela imediatamente correu na direção dos dois, não podia acreditar em seus próprios ouvidos. Havia uma conversa entre eles que não havia escutado? Por que o alfa direcionava sua maldade para a pessoa errada? "Ela puniu dois membros da nossa alcateia sem razão alguma!"

 

Alvorada franziu a testa quando Samambaia elevou a voz e perturbou sua conversa com o alfa.

 

"Deixe a sala agora, Samambaia. Eu pedirei a sua opinião se precisar," Zenith disse friamente. Ele olhou para Samambaia, o que fez a mulher mais velha engolir seu protesto de volta.

 

O olhar nos olhos do alfa era muito alarmante. Ele parecia muito intimidador e isso fez Samambaia recuar.

 

Graças a Deus, Samambaia era sábia o suficiente para conhecer seu lugar e perceber que ela havia quebrado algumas regras ao rebater o Alfa sem pensar. Afinal, ela não imaginava que o alfa tomaria o lado de Alvorada mesmo sem ouvir a história completa.

 

Ainda assim, não era só Samambaia que estava chocada, mas Alvorada também.

 

Ela achou que teria dificuldades para convencer Zenith do que as duas empregadas fizeram com ela, mas ela nem mesmo teve a chance de começar sua explicação.

 

Não só isso, ele mandou Samambaia embora, deixando os dois sozinhos.

 

"Você acredita em mim?" Alvorada perguntou incrédula quando Samambaia fechou a porta. "Ou está tentando ser sarcástico comigo?"

 

Alvorada se sentiu muito estranha. Já fazia bastante tempo desde que alguém realmente acreditava nela.

 

"Você será minha companheira, minha luna. Eu acharia desrespeitoso se eu tivesse que questionar você por outros."

 

"Sério?" Alvorada arregalou os olhos, mas então ela pigarreou e controlou sua expressão, para não fazer aquela cara estúpida. "E se eu mentisse para você?"

 

Zenith olhou ao redor do quarto, ele parecia mais interessado no quarto do que discutir o destino daquelas empregadas, que estavam além da miséria lá embaixo.

 

"Você é filha de um alfa, você é de alta linhagem. Não faz sentido alguém com status como o seu criar um alvoroço com algumas empregadas no seu primeiro dia." Zenith caminhou para dentro do quarto, enquanto Alvorada o seguia. "Você é esperta, Alvorada. Você não causaria problemas no seu primeiro dia, especialmente com algumas plebeias."

 

"É bom quando alguém me elogia por ser esperta," Alvorada murmurou. Ela realmente se sentia assim.

 

"Há algo que você não gosta neste quarto?" Zenith lembrou o que Samambaia havia lhe dito mais cedo, mas após este incidente, ele questionou seu relatório.

 

"Não. Eu amo. Como você sabia que essa é minha cor favorita?" Alvorada estava muito curiosa, ela não achava que a conversa terminaria assim, mas isso foi muito melhor do que ela imaginava.

 

"Eu conheço você," Zenith disse, a frieza em seus olhos piscou com tristeza.

 

Contudo, isso durou apenas um segundo e Alvorada pensou que estava vendo coisas. Ela deve ter ficado chocada demais com a reação de Zenith mais cedo.

 

"Como?"

 

Como antes, ele não lhe deu uma resposta explícita, ele se sentou na cadeira e ostentou uma postura régia. Só então Alvorada lembrou que ele era o irmão mais novo do Rei. Você não poderia culpá-la, sua selvageria e malícia criaram um nome por si só.

 

As pessoas não relacionavam o irmão mais novo do rei com o próprio rei, já que os dois tinham personalidades completamente diferentes.

 

Você poderia ver que o rei era o sol, mas seu irmão mais novo nem mesmo poderia ser comparado com a lua. Ele era uma sombra no escuro.

 

Alvorada balançou a cabeça. Ela estava pensando demais nisso.

 

"Há um vestido naquele guarda-roupa, use-o quando você for ao jantar mais tarde." Zenith apontou seu dedo para o guarda-roupa atrás dela.

 

"Jantar?" Alvorada parou na frente de Zenith, mas ela se sentiu como uma serva atendendo a seu soberano por causa da intimidação que emanava do corpo desse alfa. "Você quer dizer jantar com outras pessoas?"

 

Se fosse um jantar privado apenas com Zenith, ela não precisaria usar algo especial, certo?

 

Os olhos de Zenith escureceram, o que fez Alvorada se assustar um pouco, pensando se ela havia dito algo errado, mas então ele assentiu. "Sim. Eu vou te apresentar oficialmente para os outros membros da alcateia."

 

"Ah…" Alvorada fez uma careta. "Você não acha que isso é rápido demais?"

 

"Você não acha que as pessoas deveriam saber quem você é, para não lhe tratarem mal novamente?"

 

"Ah, você está certo." Ser oficialmente introduzida pelo alfa era uma boa ideia, pelo menos, com Zenith mostrando seu apoio a ela, ao invés de abandoná-la, as pessoas pensariam duas vezes antes de tentar bagunçar com ela. "Você está certo!" Alvorada sorriu.

 

Ela não estava pedindo muito. Depois da vida difícil em sua alcateia, ela só queria aproveitar sua nova vida aqui. Para Zenith apoiá-la e tratá-la bem já era algo bom.

 

"Por que você está parada aí?"

 

"Hm?" Alvorada franziu a testa. "Onde eu deveria estar? Fora do quarto?" Ela estava confusa.

 

"Vá e experimente o vestido." Zenith estava determinado a vê-la no vestido antes de qualquer outra pessoa.

 

"Mas, eu vou usá-lo mais tarde, você vai vê-lo mais tarde, certo?" Seria um incômodo para ela já que o jantar seria apenas quatro horas depois.

 

"Experimente agora, ou você precisa de uma mãozinha?" Zenith se levantou com toda a intenção de ajudá-la a trocar seu vestido.

 

"Vou sim. Vou me trocar sozinha, só senta aí!" Alvorada correu até o armário e pegou o vestido em direção ao banheiro. Ela até trancou a porta atrás dela.

 

De algum modo, Alvorada acreditava que este alfa não estava brincando quando disse aquilo, afinal, Zenith a havia beijado durante a viagem até aqui. Ela não tinha ideia do que se passava na mente dele.

 

 

 

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