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Capítulo-5 Um teste e uma pequena provocação

"Senhorita Zoya, por favor, mostre o quarto à princesa," a voz de Sebastião era cortante, desprovida de emoções.

Eliana olhou para ele antes de desviar rapidamente o olhar quando notou que ele já estava olhando para ela.

"Quantos anos você tem?" Sebastião deu um passo à frente, e Eliana apertou os punhos em seu vestido.

"Eu tenho dezoito. E você?" Ela perguntou por cortesia, pensando que era normal retribuir a pergunta.

Contudo, Sebastião achou seu tom inocente realmente engraçado.

Ele se inclinou até ficar no nível dos olhos dela antes de segurar seu queixo, seus dedos estranhamente quentes enviando calafrios pela espinha dela por causa de como ela estava ficando nervosa.

"Você realmente quer saber?" A simples pergunta de Sebastião com seus olhos escurecendo fez Eliana ofegar, e ela rapidamente olhou para baixo.

"Eu... Me desculpe," Ela chiou, e Lucas apertou os lábios.

Por alguma razão, ele agora entendia por que o príncipe permitiu que esse casamento continuasse mesmo sabendo que essa não era a mesma garota sobre a qual os anciãos tinham falado.

O príncipe estava ficando entediado com as pessoas ao redor dele e queria um novo brinquedo ou alguém para brincar. Lucas olhou para a garota humana, cujas bochechas estavam tão vermelhas quanto uma rosa, e suspirou antes de balançar a cabeça.

"Você tem medo de mim, pequenina?" Sebastião perguntou, e Lucas arregalou os olhos levemente.

Essa era uma pergunta capciosa, e Eliana não era a primeira a quem ele fez essa pergunta.

O Príncipe já estava entediado e queria se livrar dela? Lucas olhou para a garota, que parecia chocada com sua súbita pergunta.

"Posso te tocar?" Eliana perguntou de volta, em vez de responder. E embora Sebastião fosse cauteloso com os humanos e sempre os odiasse por sua natureza dissimulada e ganância, por algum motivo, ele olhou para a genuinidade nos olhos de Eliana e se viu assentindo.

Com um pouco de confiança, Eliana colocou a mão na máscara do príncipe tão suavemente quanto pôde, chocando todos com sua audácia.

"Estou aqui como sua noiva, Príncipe. Estou com medo de você? Estou. Porque tudo é novo para mim. Se fosse qualquer outra pessoa, eu teria a mesma reação. Eu sei que a afirmação de um humano significa nada para alguém poderoso como você, mas como sou sua noiva, ficarei do seu lado até meu último suspiro. Eu não tenho medo de você, príncipe. É a situação que me deixa nervosa," Eliana disse, mantendo sua voz extra suave e doce.

Seria um eufemismo dizer que sua resposta não chocou o príncipe vampiro, seu secretário ou qualquer um ao redor deles.

Não só eles estavam chocados pela suavidade em sua voz, mas pela força em suas palavras.

O príncipe vampiro continuou olhando para a garota em busca de malícia ou resolução forçada, mas quando não viu nada, suspirou.

"Leve-a para o meu quarto, Senhorita Zoya," o príncipe manteve seu olhar em Eliana. "Não seja muito travessa e espere por mim," O príncipe vampiro disse, e todos ficaram chocados ao ouvir a leve suavidade em sua voz.

"Ok," Eliana disse, ansiosa por compartilhar um quarto com ele.

Sebastião a olhou, divertido, enquanto ela ainda parecia atordoada, e não pôde deixar de querer provocá-la.

"Você já se apaixonou por mim? É por isso que não consegue mais manter suas mãos longe de si mesma?" Sebastião perguntou, e Eliana arregalou os olhos antes de remover a mão do rosto dele como se estivesse em chamas.

"Seja uma boa menina," os olhos de Sebastião a sondaram como se perfurassem sua alma, e Eliana respirou fundo, maravilhada com a beleza deles.

"Senhora Eliana, por aqui, por favor," Zoya, a criada, fez uma reverência a Eliana em respeito, e a última assentiu para o príncipe uma última vez antes de virar-se.

Contudo, antes que ela pudesse dar um passo, Sebastião segurou sua mão, impedindo-a abruptamente, e ela se virou, com toda a sua atenção em seus olhos.

"Chame-me de Marino ou querido da próxima vez. Ser chamado de 'Príncipe' por você soa demasiado formal," a voz de Sebastião era neutra, mas seus olhos revelavam o divertimento que ele sentia ao olhar suas bochechas ficando ainda mais vermelhas.

Eliana tocou suas bochechas que estavam quentes como a luz do sol e mordeu o lábio inferior em timidez.

"Eu... Eu... " Eliana não sabia o que dizer a isso. Sua timidez estava no auge naquele momento, e os lábios de Sebastião se contorceram antes dele se virar e partir com Lucas, deixando para trás Eliana envergonhada, que ainda estava lutando para entender o que acabara de acontecer.

"Marino," Ela testou o nome em seus lábios, sua voz mal passando de um sussurro, mas Sebastião, que era o príncipe vampiro e possuía uma audição sensível, ouviu-a claramente e suspirou.

"Nunca vi nosso príncipe sendo tão gentil com alguém, sabe. Você tem muita sorte. Da última vez que ele fez a pergunta a um humano sobre se tinha medo do nosso príncipe, o corpo terminou no lago de jacarés," Zoya falou como se isso fosse para encorajar Eliana, mas a última apenas estremeceu de medo e leve repulsa.

Isso significa que se ela não tivesse sido genuína com seus sentimentos e respondido afirmativamente que estava com medo ou tivesse negado, ela teria terminado numa situação semelhante? A mente de Eliana se tornou confusa com pensamentos opressores.

"Este é o quarto do príncipe. Também o seu quarto a partir de agora," A criada sorriu, e Eliana virou-se para agradecer à criada.

"Obrigada. Além disso, pode me chamar de Eliana. Você se parece com a minha babá de volta em casa," Eliana segurou a mão da criada, e sua mente foi inundada de pensamentos.

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"Eu não sei o que pensar sobre isso," a empregada olhou para uma garota atrás da porta com uma expressão complexa.

"Mãe, por favor. Eu realmente preciso desse dinheiro para ser admitida na faculdade. Você trabalha no reino real. Se você pudesse pedir ao príncipe, talvez ele a ajudasse -"

"Você está fora de si? Ele é o príncipe vampiro! Como posso pedir dinheiro a ele?! Ele vai torcer meu pescoço antes mesmo que eu diga uma palavra. Não podemos pagar sua matrícula. Você deve tentar entrar na faculdade local. É o máximo que posso pagar com seu pai bêbado e desaparecido," os olhos da empregada estavam marejados de lágrimas.

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Eliana arregalou os olhos ao ver um fragmento da visão da conversa da empregada com sua filha antes de rapidamente afastar a mão.

Este era um fenômeno que ela vinha sentido desde que completou dezoito anos na prisão.

Ela aleatoriamente recebe esses fragmentos de vidas das pessoas conectados com seu passado ou futuro, e por mais estranho que fosse, quando ela contou à senhora 'G' em sua cela, a senhora pediu-lhe para guardar esse segredo para sempre porque as pessoas iriam querer usá-la por suas habilidades recém-formadas. De acordo com aquela senhora, Eliana havia desenvolvido suas habilidades psíquicas através da meditação e do iluminismo dos chakras.

Nada do que a senhora disse fazia sentido para ela, mas ela não conseguia encontrar outra razão.

"Eu... Uh, se você estiver livre, pode entrar e sentar comigo por um minuto? Eu me sinto um pouco nervosa em lugares novos," Eliana piscou para a empregada de forma tão inocente que ela não pôde negar suas palavras.

Eliana olhou para a decoração do quarto, e seria um eufemismo dizer que estava surpresa. Este quarto era além do que ela havia imaginado.

Ela havia imaginado o quarto de um príncipe vampiro todo vermelho ou preto com um tema gótico, mas este quarto parecia muito diferente.

Embora a maior parte do quarto fosse preta, a decoração de madeira escura e a combinação de cinza e branco o tornavam estranhamente belo.

"Isso é único," Eliana murmurou antes de sentar-se no sofá fofinho.

"Nosso príncipe vampiro tem um gosto único em tudo. Como ele trouxe você para cá mesmo quando você não era sua noiva destinada," Zoya falou antes que pudesse controlar sua boca, e Eliana olhou para ela, surpresa.

Isso significa que o príncipe e todos sabiam que ela não era a noiva que eles decidiram? E aqui estava ela, pensando que eles não sabiam de nada.

Se esse era o caso, por que deixaram o casamento continuar? Isso afetaria a vida dela e o reino real? E se os vampiros ficarem irritados mais tarde e declararem guerra por causa da impostura?

Ela deveria deixar claro quem ela era? Eliana mordeu os lábios.

"Você parece angustiada, Eliana. Não fique. Nem todos no palácio sabiam disso. Você pode dizer que eu compartilho um laço maternal com o príncipe. Foi por isso que ele me informou sobre a garota," Senhorita Zoya esclareceu, e Eliana murmurou.

Ela vai falar com o príncipe mais tarde e contar-lhe a verdade. Antes tarde do que nunca. Ela não pode arriscar seu pai entrar em qualquer controvérsia por causa disso. Eliana brincou com suas unhas nervosa e preocupada antes de olhar para a empregada.

"Espero ter o mesmo laço maternal com você, Senhorita Zoya. Desde que cheguei ao palácio, percebi linhas de preocupação em sua testa. Algo está lhe incomodando? Você pode compartilhar comigo. Talvez eu não seja útil para você porque sou apenas um humano, mas sou um bom ouvinte. Eu juro," Eliana olhou para Zoya com um sorriso incontaminado.

Zoya, que não esperava que a nova princesa observasse algo tão minúsculo quando ninguém notou e perguntasse algo tão diretamente, sentiu seu coração aquecer.

Era incomum para a realeza se preocupar com seus camponeses, ou deveria chamá-los de escravos?

O príncipe vampiro, Sebastião, era uma história diferente porque ele nunca interagia com ninguém.

Zoya olhou nos olhos de Eliana e sentiu-se cativada por um segundo.

'O que é esse sentimento? Por que estou me sentindo tão calorosa com essa garota? Parece que meu coração está doendo por ela,' Zoya engoliu as emoções estranhas, e ela se viu assentindo.

"Eu não tenho minha própria filha, Eliana. Meu marido, bem, ele não pôde me dar um filho, então cerca de 16 anos atrás, nós adotamos uma criança cujos pais foram mortos no ataque dos caçadores," Zoya parou, sentindo-se desconfortável porque Eliana também vinha de uma família de caçadores.

No entanto, a última apenas sorriu para ela encorajadora.

"Meu marido se tornou um alcoólatra, e está ficando difícil sustentar a casa com seus hábitos e a criança crescendo. Minha filha é muito boa nos estudos. Ela se formou e quer ir para a faculdade, mas todas essas boas faculdades também têm uma boa estrutura de taxas, e nós não podemos pagar," Zoya suspirou com tristeza.

"Estou apenas triste que não posso fornecer uma boa educação para minha filha. Fui eu quem a adotou. É o mínimo que eu deveria fazer. Eu não pude ser uma boa esposa ou mãe. Como posso -" Zoya parou quando percebeu que tinha começado a divagar sobre sua vida triste, e rapidamente piscou para conter as lágrimas.

"Me desculpe, princesa. Você deveria descansar. Por favor, aperte este botão se precisar de alguma assistência, e alguém certamente chegará para ajudar você," Zoya saiu como se suas calças estivessem em chamas, e Eliana sentiu pena da empregada.

Ela deveria pedir ao príncipe vampiro para ajudá-los? Mas como ela poderia fazer isso? Ela mesma está se equilibrando em fios finos para salvar sua vida. Ela mal sobreviveu hoje. Eliana suspirou antes de caminhar até a varanda para desfrutar da luz do luar, sentindo-se calma sob o vento.

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